Anjo Músico, 1480
Melozzo da Forli (Itália 1438-1494)
Afresco
Sala IV, Pinacoteca do Museu do Vaticano
Vaticano
A linguagem da música ocidental é universal e pode ser entendida mesmo por aqueles que nunca escutaram uma música na vida, segundo um estudo publicado nesta semana, da revista especializada Current Biology. No estudo, nativos africanos que nunca haviam escutado rádio na vida foram capazes de reconhecer emoções como felicidade, tristeza ou medo expressadas em músicas ocidentais.
Segundo os pesquisadores alemães, as expressões de emoção são uma característica típica da música ocidental, e a capacidade da música de expressar emoções é comumente vista como um requisito para a sua apreciação. Em outras culturas, porém, a música seguiria outras características, como a capacidade de coordenação grupal em rituais, o que a tornaria menos reconhecível para outros indivíduos de fora do grupo.
Anjo Músico, 1480
Melozzo da Forli (Itália 1438-1494)
Afresco
Sala IV, Pinacoteca do Museu do Vaticano
Vaticano
“Nossas conclusões explicam por que a música ocidental tem tanto sucesso na distribuição musical global, mesmo em culturas musicais que não enfatizam de maneira tão forte o papel das emoções em sua música“, afirma um dos autores da pesquisa, Thomas Fritz, do Instituto Max-Planck para Cognição Humana e Ciências do Cérebro, da Alemanha.
O objetivo do estudo era descobrir se os aspectos de emoção da música ocidental poderiam ser apreciados por pessoas que nunca haviam tido contato com esse tipo de música. Os pesquisadores escolheram membros da tribo Mafa, um grupo de 250 indivíduos que vivem isolados no extremo norte das montanhas Mandara, nos Camarões.
O estudo comparou a reação desses indivíduos e de ocidentais à música ocidental e mostrou que ambos os grupos podiam reconhecer de maneira semelhante expressões de emoção como felicidade, tristeza e medo na música. Os dois grupos se baseavam em características semelhantes das músicas para avaliá-las – a marcação do tempo e a forma -, apesar de esse padrão ter sido mais acentuado entre os ocidentais.
Anjo Músico, 1480
Melozzo da Forli (Itália 1438-1494)
Afresco
Sala IV, Pinacoteca do Museu do Vaticano
Vaticano
Os pesquisadores também testaram a reação dos indivíduos a músicas alteradas e concluíram que ambos os grupos consideraram as versões originais melhores do que as versões modificadas. Para os autores, isso ocorre provavelmente porque os sons alterados tinham uma maior dissonância sensorial.
“Tanto os ouvintes do grupo Mafa quanto os ocidentais mostraram uma habilidade para reconhecer as três expressões básicas de emoções das músicas ocidentais testadas no estudo“, dizem os pesquisadores na última edição da revista especializada Current Biology.
“Isso indica que essas expressões de emoção manifestadas pela música ocidental podem ser universalmente reconhecidas, de maneira semelhante ao reconhecimento amplamente universal das expressões faciais humanas e da prosódia (ritmo, entonação e ênfase do discurso) emocional“, concluem.
PORTAL TERRA
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Michelozzodegli Ambrosi, dito Melozzo da Forlì, (Forlì, Itália, 1438; — Forlì, 8 de Novembro de 1494) foi um dos mais notáveis pintores da Renascença italiana e um dos mais famosos seguidores do estilo de Piero della Francesca. Veio de uma abastada família chamado Ambrosi de Forlì. Nada se sabe sobre seus primeiros anos, tudo indica que ele deve ter estudado em Forlì, sob direção de Ansuino da Forlì. Ambos, Melozzo e Ansuino foram bastante influenciados por Mantegna.
Iniciou sua carreira artística na corte de Urbino, uma das mais conhecidas e produtivas de toda a Itália. Lá conheceu o grande pintor e teórico matemático Piero della Francesca, que influenciou profundamente o estilo de Melozzo e sua utilização de perspectiva na pintura. Neste período ele deve ter analisado também a arquitetura de Bramante e os trabalhos dos pintores flamengos, que trabalhavam para o duque Federico da Montefeltro. Talvez Melozzo tenha mesmo trabalhado com Justus de Ghent e Pedro Berruguete na decoração do studiolo do famoso Palácio Ducal da cidade. Mas depois deste período em Urbino, mudou-se para Roma.
Com a sua carreira artística a bom ritmo, em 1484, trabalhou na decoração da Capela do Tesouro da Basílica de Loreto, pintando frescos, entre outros, onde aplicaria todo o seu extraordinário conhecimento da perspectiva.