Um encontro inesperado, W. Somerset Maugham

30 12 2017

 

 

Alfred Lyndon Grace (British, 1867-1949) After Dinner, Port and PipesDepois do jantar, porto e cachimbos

Alfred Lyndon Grace (GB, 1867-1949)

óleo sobre tela, 61 x 76 cm

 

 

“Minha segunda aventura foi do gênero humorístico. Estava sendo conduzido através da zona rural por uma mulher que muito fazia, como algumas outras inglesas e americanas caridosas, para melhorar a sorte dos infelizes refugiados; como principiasse a fazer-se tarde, eu disse que precisava tratar de arranjar um quarto em algum hotel, para passar a noite.

–Não se preocupe com isso — respondeu ela. — Tenho uns primos distantes que moram nestas redondezas e o acolherão com prazer. São provincianos, gente muito siples, mas ótima, e lhe darão um bom jantar.

— Muito gentil da parte deles — retruquei.

Minha companheira não mencionou o nome dos seus parentes e não me ocorreu perguntar-lho. Do que ela havia dito depreendi que se tratava de gente pobre que vivia muito modestamente; foi, por isso, uma surpresa para mim quando, ao anoitecer, entramos numa cidadezinha e paramos diante de uma casa que, ao lusco-fusco, tinha um aspecto assaz imponente. Fomos recebidos por um homem gordo, de estatura baixa, xom um rosto vermelho de feições comuns. Trajava uma roupa preta que não lhe sentava muito bem e tinha a aparência de um típico burguês francês. Conduziu-me a um quarto bem aquecido, confortavelmente mobilado, e notei com satisfação que havia um banheiro ao lado. Disse-me ele que o jantar era às sete e meia. Tomei um banho e, como me sentisse muito cansado, dormi um pouco. À hora marcada desci e tratei de encontrar o living, em cuja lareira ardia um belo fogo de troncos. Meu anfitrião, que ali se achava, ofereceu-me um cálice de xerez. Afundei-me numa vasta poltrona.

— Encontrou uma garrafa de conhaque no seu quarto? — perguntou-me ele.

— Não procurei — respondi.

— Sempre tenho uma garrafa de conhaque em todos os quartos de dormir da casa, até nos quartos das meninas. Elas nunca tocam nessas garrafas, mas agrada-me saber que as têm consigo.

Achei a ideia esquisita, mas não disse nada. Pouco depois o meu cicerone feminino entrou em companhia de uma senhora morena e magra, a quem fui apresentado. Era irmã do dono da casa, mas não lhe apanhei bem o nome. De algumas frases pronunciadas durante a conversa inferi que o meu anfitrião era solteiro e a irmã hospedara-se em sua casa com duas filhas pelo tempo que durasse a guerra, pois seu marido tinha sido mobilizado. Rumamos para a sala de jantar, onde já nos aguardavam duas mocinhas, respectivamente de quatorze e quinze anos presumíveis, com uma empertigada governanta. Fomos servidos por um velho mordomo e uma criada.

— Abri em sua intenção o meu último garrafão de clarete, um Château-Larose de 1874 — disse o dono da casa.

Eu nunca tinha visto ainda um garrafão de clarete. Fiquei impressionado. O vinho era delicioso. Para um parente pobre, pareceu-me que o dono da casa ia bastante bem de vida. A comida era excelente — verdadeira comida francesa do campo, copiosa, talvez um tantinho pesada e muito temperada, mas saborosíssima. Um dos pratos estava tão bom que não pude deixar de comentá-lo.

— Estimo que tenha gostado — disse o anfitrião. — Na minha casa todos os pratos são cozidos com conhaque.

Começou a parecer-me que aquela casa era realmente muito estranha e desejei, mais do que nunca, saber quem era o hospitaleiro indivíduo. Terminamos de jantar e tomamos um cafezinho, após o que o mordomo trouxe uns copos grandes e uma imensa garrafa de conhaque. Eu já tinha ingerido uma boa quantidade de clarete e, em vista de me achar entre estranhos, achei prudente não tomar mais álcool. Recusei, portanto, o conhaque.

— Como! — exclamou o meu anfitrião, caindo para trás na poltrona. — O senhor vem passar a noite em casa de Martell e enjeita um copo de conhaque!

Eu havia jantado em casa do maior negociante mundial de conhaque.

— E olhe bem! — acrescentou ele. — Este conhaque não está à venda. É um tipo que eu reservo para o meu consumo particular.

Diante disso, força me foi abandonar a minha circunspecção.  O resto do serão passou-se bem depressa, ouvindo-lhe contar o romântico episódio do descobrimento do conhaque e os dois séculos de história da sua firma. Parti no dia seguinte, com um cordial convite para voltar quando a guerra houvesse terminado.”

 

Em: Assunto pessoal, William Somerset Maugham, Globo: 1959, tradução de Leonel Vallandro, pp 93-96

 





Imagem de leitura — Jozef Karel Frans Posenaer

30 12 2017

 

 

 

Jozef Karel Frans POSENAER (Belgica, 1876 - 1939), Menina lendo, ost, 61 x 45cmMenina lendo

Jozef Karel Frans Posenaer (Bélgica, 1876 – 1939)

óleo sobre tela, 61 x 45cm





Flores para um sábado perfeito!

30 12 2017

 

 

 

H. Cavalleiro, Natureza Morta, Óleo sobre tela, 70 X 50 cm. iiNatureza morta

Henrique Cavalleiro (Brasil, 1892 – 1975)

óleo sobre tela, 70 x 50 cm

 





Ontem foi dia de feira, mas não fui…

28 12 2017

 

 

 

COMIDA Georg Flegel, magd_beim_glaeserwaschenNatureza morta com serviço de gala e copeira,  c. 1597

Georg Flegel (Alemanha, 1563–1638) e Martin van Valckenborch? (Alemanha,1535–1612)

óleo sobre madeira, 91 x 120 cm

Coleção Particular

 

Pois é, era dia de feira, mas com o Natal a cozinha estava muito cheia de guloseimas.  Aproveito para mostrar o estado pós-Natal da minha cozinha, usando  os trabalhos de Georg Flegel.

 

Basket with SnailsCesto com frutas e caracóis (escargots), década de 1620

Georg Flegel (Alemanha, 1563–1638)

óleo sobre madeira, 25 x 38 cm

Museu Troppau, República Checa

 

 

Georg Flegel, Obst und Krebse - Georg Flegel / Fruit and Crabs -Natureza morta com frutas e langostinos

Georg Flegel (Alemanha, 1563-1638)

Óleo sobre chapa de carvalho, 35 x 48 cm

National Gallery, Praga

 

 

G.Flegel/Großes Schauessen/Stilleben1622 - G.Flegel / Large Food Display / 1622 -Grande vista

Georg Flegel (Alemanha, 1563-1638)

Óleo sobre folha de cobre, 78 x 67 cm

Alte Pinakothek, Munique

 

 

AKG5060534Natureza Morta, c. 1625-1630

Georg Flegel (Alemanha, 1563-1638)

Óleo sobre madeira, 27 x 34 cm

Metropolitan, Nova York

 

 

still_lifeNatureza Morta com camundongo e pássaro

Georg Flegel (Alemanha, 1563-1638)

Óleo sobre madeira, 28 x 42 cm

Coleção Particular

 

 

AKG860247Refeição com morangos, nozes, pão, manteiga e vinho

Georg Flegel (Alemanha, 1563-1638)

Óleo sobre madeira, 22 x 37 cm

Coleção Particular

 

Flegel_-_Stilleben_mit_Käse_und_KirschenNatureza morta com queijo, cerejas e libélula, 1635

Georg Flegel (Alemanha, 1563-1638)

Óleo sobre madeira, 18 x 25 cm

Staatsgalerie, Stuttgart

 

 

 

 

 





“Erda, a schnauzer”, W. Somerset Maugham

26 12 2017

 

 

 

ba7de7a2c670L. Riedler circa 1900Como isso acabará?, c. 1900 *

L. Riedler (Alemanha, meados do século XIX)

óleo sobre painel de madeira, 26 x 25 cm

 

 

“Havia diversos cães rasteiros na casa, nunca menos de quatro, mas quando nascia uma nova ninhada, me antes dos cachorrinhos terem bastante idade para ser dados de presente aos conhecidos, o seu número elevava-se por vezes a dez. A linhagem começara anos atrás com um elegante animalzinho de cor castanha clara, chamado Elsa, em homenagem à exasperante heroína do Lohengrin e todos os seus descendentes tinham recebido nomes wagnerianos.  Elsa era agora uma matrona de idade respeitável e deveria ter juízo; seu aspecto era, com efeito, sossegado, mas ainda ardiam nela as chamas da mocidade como, infelizmente, sucede muitas vezes com a fêmea da espécie humana depois que a idade lhe embotou de maneira por demais visível a infinita variedade, e em certas quadras do ano, era difícil fazer-lhe ver que, tendo posto no mundo uma progênie tão numerosa, convinha agora dar por terminada a sua missão. Tantos filhos e netos tivera que se tornava cada vez mais trabalhoso encontrar-lhes nomes adequados, e Erda recebera o seu porque não pudemos imaginar outro.  Era preta e bege, pequenina, com uma bela cabeça, mas com um corpo atarracado que herdara do pai, o qual pertencia a um arquidiácono e, apesar do seu pedigree inatacável, adquirira, devido a essa ligação com a igreja anglicana, uma aparência maciça e algo pomposa. Erda pertencia a uma ninhada de seis cachorros e, por motivos que só ela conhecia, adotara-me desde tenra idade como sua posse exclusiva. Indignava-se quando me via dispensar atenções aos outros dachs e, se eu insistia, cortava toda relação comigo por um ou dois dias. Teimava em dormir na minha cama, não nos pés como costuma fazer todo dachs bem comportado, mas no meio, com grande inconveniente para mim, e todas as reclamações que eu fazia eram inúteis. Estava convencida de que aquele lugar era seu de direito. Seguia-me como uma sombra. Quando tinha três meses, acompanhara-me uma vez em que fui tomar banho de mar. Mergulhei do alto de uma pedra e, pensando que eu me afogaria, infalivelmente, ela saltou na água para me salvar. Mas o elemento lhe era completamente estranho e assustou-se. Tentou  sair, mas a pedra era íngreme e não pode trepar por ela; foi tomada de pânico e quando a agarrei, debateu-se violentamente  no seu terror. Tive alguma dificuldade de levá-la para terra firme. Desde então, acompanhava-me sempre durante parte do caminho, mas quando percebia a minha intenção parava, ladrava-me uma ou duas vezes para me advertir do perigo e abalava para casa o mais depressa que podia. Seu pensamento era claro: se esse imbecil faz questão de se afogar, eu pelo menos não quero estar presente.

Quando Erda via trazerem para baixo malas e maletas, compreendia que eu ia ausentar-me, punha-se a vaguear triste e amuada pela casa; mas quando eu regressava a sua alegria era tumultuosa. Corria como doida pelo aposento, saltava sobre mim e deitava-se de costas para que eu lhe afagasse o ventre; mas no meio dessas festas lembrava-se de que eu fora tremendamente injusto em abandoná-la e punha-se a soluçar. Isso era tocante ao extremo e fazia com que eu me sentisse em bruto egoísta. Ela nunca amou ninguém senão a mim. Nas estações apropriadas tinham-lhe sido arranjados casamentos com noivos de incomparável beleza e da mais aristocrática linhagem, mas Erda invariavelmente lhes recebia as propostas com tão violenta hostilidade que desencorajava até o mais ardoroso pretendente. Talvez pensem que os seus gostos eram vulgares e que não teria ficado indiferente às persuasões de um admirador plebeu. Seria fazer-lhe injustiça. Mastins, schnauzers, alsacianos, cães-d’água, terriers, a todos repeliu e, como a grande filha de Henrique VIII, a Rainha Virgem, optou por uma vida de celibato.”

 

Em: Assunto pessoal, William Somerset Maugham, Globo: 1959, tradução de Leonel Vallandro, pp 49-51

 

 

* um de um par

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É assim que acabará, c. 1900 *

L. Riedler (Alemanha, meados do século XIX)

óleo sobre painel de madeira, 26 x 25 cm

 





25 de dezembro!

25 12 2017

 

 

 

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Paz na terra aos homens de boa vontade!




Feliz Natal!

24 12 2017

 

 

 

Fúlvio Pennacchi, Natividade de Jesus Cristo, Óleo sobre placa, 20 alt X 30 larg (cm), acsd e verso, Ano 1980Natividade, 1980

Fúlvio Pennacchi (Itália/Brasil, 1905-1992)

Óleo sobre placa, 20 X 30 cm





Rio de Janeiro, minha cidade natal!

22 12 2017

 

 

 

BRITO, ORLANDO (1920-1981). Centro da Barra, Torre da Av. Sernambetiba (série Rio 1974), aquarela, 30 x 40. Assinado e datado (1974)

Centro da Barra, Torre da Av. Sernambetiba (série Rio 1974), 1974

Orlando Brito ( Brasil, 1920-1981)

Aquarela, 30 x 40 cm

 

 

 





“O papagaio de Flaubert” de Julian Barnes, resenha

19 12 2017

 

 

 

1862-64 Woman with Parrot oil on board 28 x 20 cm Private Collection.jpgPaul Cézanne 1862-64 Woman with Parrot oil on board 28 x 20 cm Private CollectionMulher com papagaio, 1864

Paul Cézanne (França, 1839-1906)

óleo sobre tela, 28 x 20 cm

Coleção Particular

 

 

 

Há escritores que tentam mudar a forma literária e não têm sucesso.  Expandir algo que já se estabeleceu há séculos é difícil.  Já encontrei dezenas de livros cuja leitura encontra obstáculos:  personagens que levam ícones no lugar de nomes à moda do cantor/compositor Prince; textos sem pontuação, sem parágrafos rolando com o objetivo de cascatearem aos nossos ouvidos, mas que ao término não passam de chuvas de granizo, pedras de gelo ferindo a fluidez da narrativa.  Nada disso acontece com a prosa de Julian Barnes, em seu livro, talvez o mais famoso deles, O papagaio de Flaubert, no Brasil traduzido por Manoel Paulo Ferreira.  Colocado entre os finalistas do Prêmio Man-Booker de 1984, quando Anita Brookner (GB, 1928-2016) venceu com Hotel do Lago, O papagaio de Flaubert mostra, hoje, 33 anos depois, ter maior resistência ao tempo. Isso não desmerece o prêmio dado à escritora britânica, que está entre minhas escritoras favoritas, não só pela bela prosa, mas por ter abraçado a mesma profissão que eu: historiadora da arte. Mas em sua pequenina obra, Julian Barnes  consegue esfumar os limites narrativos, retirando os contornos:  trata-se de um ensaio? De um romance? De uma biografia? De uma autobiografia?  Quando se chega ao fim, dá vontade de voltar ao início. Merece uma segunda leitura, com outros olhos, mais sagazes, mais conhecedores.  Torna-se uma obra circular, que encanta, deslumbra e seduz.

Geoffrey Braithwaite é médico.  Faz uma visita à França, com o propósito de aliviar a dor da viuvez. Lá é atraído por uma discrepância observada em dois museus franceses que mostram um papagaio empalhado como sendo aquele que o escritor Gustave Flaubert teria possuído e usado como modelo para o papagaio do conto Um Coração Simples, parte do livro Três Contos. Grande admirador do escritor francês, Geoffrey Braithwaite que já pensava em escrever um biografia do autor, começa a esmiuçar a vida do autor de Madame Bovary.  Cada capítulo toma um aspecto da vida de Flaubert, de Braithwaite, das obras do escritor, das divergências encontradas em edições independentes dos romances.  De pulo em pulo, conhecemos detalhes da vida de Flaubert, suas viagens, mãe, amantes, o celibato. Vislumbramos preocupações e o escopo do sucesso.

 

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Aos poucos, no entanto, perdemos a noção entre fato e ficção. Será que lemos o que realmente aconteceu?  Quão verdadeiras são as informações que nos dão? Seria este ou aquele fato uma conclusão do médico que ajuda a narrar a vida de Flaubert?  As dúvidas aparecem de mansinho e finalmente ocupam toda leitura.  O ceticismo aumenta.  Ao final, não sabemos nada.  Será que lemos sobre Flaubert ou sobre Braithwaite?  Este romance/biografia é uma das mais inteligentes construções literárias da literatura moderna.  É uma tour de force e serve muito bem de exemplos de narrativas a que qualquer estudante do curso secundário deveria ser exposto: é inteligente, faz pensar e brinca com a lógica.

É um livro incomum. Podendo ser considerado até mesmo experimental. Parece ser feito de histórias desconexas, entradas em diários, fábulas.  Parece crítica literária, meditação, biografia e ensaio. É uma mistura de todos esses gêneros contada com grande senso de humor e um tanto de sátira. Excede os limites na estrutura, não tem trama. Narrativa e leitura são circulares.  Por isso mesmo pode ser considerado um dos grandes romances do final do século XX. Como um catálogo de amostras, convence o leitor da habilidade do autor que recria para nós o mundo de Emma Bovary, discute a cor de seus olhos e entrelaça essa narrativa com a de Geoffrey Brathwaite que, espelha de certo modo o sofrimento com o adultério e luto, estampados na obra mais famosa de Flaubert.

 

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Julian Barnes talvez esteja entre os autores contemporâneos de maior erudição.  Sua prosa, suas conexões fascinam.  Ele gosta de um jogo de ideias, de palavras.  Joga verde e colhe maduro, mas sua erudição não se torna pernóstica, ao contrário, ela serve de fio de Ariadne para nossa leitura. Além de todas essas características O papagaio de Flaubert é uma obra moderna: exige participação do leitor.  É ele quem conecta os elementos heterogêneos e os organiza de maneira significativa.  Frases e palavras, assim como temas, aparecem de um capítulo ao outro, sem aparente conexão, até que se percebe que há uma ligação das ideias postuladas, dos símbolos mencionados e até mesmo dos personagens  e o narrador, quando se chega finalmente às últimas linhas da narração.

Com essa leitura, tomei a decisão de voltar a ler Flaubert.  E certamente não deixarei nenhuma obra de Julian Barnes escapar dos meus olhos ávidos.  Recomendo entusiasticamente.

 

 

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem qualquer incentivo para a promoção de livros.





Nossas cidades: Olinda

19 12 2017

 

 

 

IVAN MARQUETTI (1941 - 2004) - Janela e Igreja de São Pedro em Olinda-Pernambuco,ost, 1,10 X 85. Assinado e datado (1986)

Janela e Igreja de São Pedro em Olinda-Pernambuco, 1986

Ivan Marquetti (Brasil, 1941 – 2004) –

óleo sobre tela , 110 X 85cm