Maria Sherbinina(Rússia, 1965)
óleo sobre tela, 72 x 80 cm
“Escrever aos vinte anos, é ter vinte anos. Escrever aos quarenta, é ser poeta.”
Francis Carco
Maria Sherbinina(Rússia, 1965)
óleo sobre tela, 72 x 80 cm
Francis Carco
Primavera. Para mim neste apartamento isso significa FORMIGAS. De onde elas vêm? Acho que de dentro das paredes. Essas flores, que você vê na foto são foco e atenção de diversos tipos de formiga. Minha mesa parece organizada e limpinha? Porque todos os dias limpo sua superfície com álcool e mais de uma vez por semana, passo remédio contra formigas? Já passei horas seguindo caminhos, longas filas de trabalhadeiras… que desaparecem aqui ou ali, por debaixo de um rodapé, na fresta de uma janela de correr. Vai que um dia o edifício, que esconde tantos seres cai por causa dos formigueiros dentro dele?
As flores que compro as atraem. Principalmente as flores, como essas cravinas, que têm uma coloração artificial: as bordas vermelhas. Fora os crisântemos brancos, praticamente todas as outras flores, coloridas e alegres, chamam para si formiguinhas famintas, que encontram os caminhos mais trabalhosos para chegar os seus caules.
As Formigas é o título de um livro de grande sucesso de Bernard Weber. Ficção científica em três volumes. Eu estava prestes a dizer que não gosto de ficção científica, mas não é verdade. Gosto. Mas sou muito seletiva. Gostei de Haruki Murakami 1Q84, que considero uma das obras primas deste século. Gostei de Fahrenheit 451, que li há muitos anos. E de muitos outros. Fiquei no primeiro volume dessa série chamada O Império das Formigas. Mas muitos leitores que conheço gostaram. O autor nos mostra como elas construíram um universo paralelo. Não consigo parar de pensar neste livro enquanto me defendo diariamente das tropas invasivas de formigas na minha mesa de trabalho. Chamemos as papa-moscas, as lagartixas e demais controladores da super população de formigas, porque assim como está não dá.
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Livros lidos, esperando respectivas resenhas:
A garota do trem — Paula Hawkins
A última palavra — Hanif Kureishi
Guerra de gueixas — Nagai Kafu
Balzac e a costureirinha chinesa, Dai Sijie
O fuzil e a caça — Yasushi Inoue
Enclausurado — Ian McEwan
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Dois extras:
Lido há anos e aqui para textos no blog:
As confissões do meu tio Gonzaga, de Luís Jardim.
Leitura no meio —
Night of Many Dreams de Gail Tsukiyama
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Sem aparecer na foto, mas lendo no Kindle:
Sapiens:uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari
Fernando Botero (Colômbia, 1932)
óleo sobre tela
“Certos artistas, escritores ou pintores, florescem em espaços confinados como os bebês em gestação. Seus temas estreitos podem desconcertar ou desapontar algumas pessoas. Rituais de fazer a corte entre os membros da pequena nobreza do século XVIII, a vida sob os velames de um barco,coelhos falantes, lebres esculpidas, retratos de gente obesa, de cachorros, de cavalos, de aristocratas, nus reclinados, milhões de cenas da natividade, crucificações, subidas ao céu, tigelas com frutas, flores em vasos. E pão e queijo holandeses com ou sem uma faca ao lado. Alguns escritores de prosa cuidam apenas de seus egos. Também no campo científico há quem dedique a vida a uma caramujo albanês ou a um vírus. Darwin consagrou oito anos às cracas. E, mais velho e mais sábio, às minhocas. Milhares de pesquisadores passaram a vida correndo atrás do bóson de Higgs, uma coisinha de nada. Estar circunscrito a uma casca de noz, ver o mundo em cinco centímetros de marfim, num grão de areia. Por que não, quando toda a literatura, toda arte e a iniciativa humana não passam de uma partícula no universo das coisas possíveis? E mesmo nesse universo pode ser uma partícula numa infinidade de universos reais e possíveis?”
Em: Enclausurado, Ian McEwan, São Paulo, Cia das Letras: 2016, tradução de Jorio Dauster, páginas 69-70;
Alexander Roche (Escócia, 1861-1921)
óleo sobre tela, 46 x 68 cm
Coleção Particular
Jovem lendo na carta: “Meu coração é onde o verdadeiro amor reside, eu irei tecer uma cama de rosas par você.”
Bernardo Amiconi (Itália, ? — 1879)
óleo sobre tela, 60 x 50 cm
“Cultura é o que diferencia os seres humanos das bestas. Então, não há nada que o humano faça, como ser social, que não tenha um cunho cultural. A cultura não deve ser vista somente como entretenimento, manifestação artística. É a forma de pensar, de ver o mundo, de se relacionar com Deus, com os Cosmos, com a Natureza, com o outro. Dentro da cultura há economia, turismo, saúde, educação. Em tudo o que existe colocamos a cultura, porque damos o seu valor.”
Em: “Conte algo que não sei“, entrevista com Mário Lúcio Sousa, O Globo, quarta-feira, 26 de outubro de 2016, 1º caderno, página 2.
Mãe e filha lendo um livro, 1897
Carlton Alfred Smith (Inglaterra, 1853-1946)
aquarela sobre papel, 20 x 32 cm