Este ano não li tanto quanto no passado. Foi um ano muito difícil para mim, exaustivo física e emocionalmente. Assim mesmo, com muitas horas agonizantes, ao fazer esta lista, vi que dei conta de mais leituras do que imaginei. Foram lidos quarenta livros e quatro livros abandonados Reli alguns porque foram escolhas de grupos de leitura. Mas não contei entre estes quarenta.
O último duelo, Eric Jager
A filha do fazedor de reis, Philippa Gregory
Berta Isla, Javíer Marías
Gente ansiosa, Fredrik Backman
Vozes de Batalha, Marina Colasanti
O pianista da estação, Jean-Baptiste Andrea
A boa sorte, Rosa Montero
O lugar, Annie Erneaux
Diário de um velho louco, Jun’ichiro Tanizaki
A biblioteca da meia-noite, Matt Haig
Gente ansiosa, Fredrik Backman
A ridícula ideia de nunca mais te ver, Rosa Montero
Dôra Doralina, Rachel de Queiroz
Oscarina, Marques Rebelo
Talvez você deva falar com alguém, Lori Gottlieb
A noiva ladra, Margaret Atwood
Eliete: a vida normal, Dulce Maria Cardoso
Tudo é rio, Carla Madeira
Sobre os ossos dos mortos, Olga Tokarczuk
Antes que o café esfrie, Toshikazu Kawaguchi
Herança, Miguel Bonnefoy
A última livraria de Londres, Madeline Martin
Oito assassinatos perfeitos, Peter Swanson
A casa de doces, Jennifer Egan
Os anos, Annie Ernaux
Persépolis, Marjane Satrapi
Ninféias negras, Michel Bussi
A ordem do dia, ÉricVuillard
Sete anos bons, Etgar Keret
Cães negros, Ian McEwan
Primeiros contos de Truman Capote, Truman Capote
Querida Kombini, Sayaka Murata
A Writer’s Notebook, Somerset Maugham
A lição de anatomia, Nina Siegel
Golden Ladies Age, Sylvia Barbara Soberton
A velha senhora, Simenon
Widow to widow, Genevive Davis Ginsburg
A palavra pintada, Tom Wolfe
Sobretudo de Proust, Lorenza Foschini
Confissões de um jovem romancista, Umberto Eco
ABANDONEI
Um milhão de pequenas coisas, Jodi Picoult – não era meu momento para tanta violência emocional
A lista de Brett, Lori Nelson Spielman — trama romântica juvenil de má qualidade
Uma rosa só, Muriel Barbery — esta não é a Muriel Barbery de A elegância do ouriço. Entediante.
Amêndoa, Nedjema, ridícula tentativa de sensualidade
Ainda devo algumas resenhas. Todas começadas assim que terminei a leitura, mas nenhuma acabada. Ficará para este ano que entra, contanto que meu mundo se estabilize.
Foram oito os livros selecionados como os melhores de 2022. Nada mal. 20% de toda leitura. Foi difícil colocar alguma ordem entre eles. São diferentes, oferecem variadas aventuras e enfoques. Mas escolhendo os três melhores. Os outros cinco ficam todos no mesmo escalão: 4º lugar.
1º lugar
SINOPSE
Do consagrado autor de Coração tão branco e Os enamoramentos. É possível dizer que conhecemos uma pessoa, mesmo tão próxima, quando boa parte do que ela diz e faz permanece nas sombras?
Berta Isla e Tom Nevinson não passavam de adolescentes quando se conheceram e se apaixonaram. Em 1974, poucos anos depois das primeiras trocas de olhares no colégio madrilenho, já eram marido e mulher. Berta não sabia, mas Tom – filho de pai inglês e mãe espanhola, fluente em várias línguas e capaz de imitar sotaques e dicções com perfeição – fora recrutado para o serviço secreto britânico pouco antes do casamento. Tom engana Berta como pode, até que um incidente horripilante o obriga a revelar a atividade a que dedica boa parte dos dias. A regra, acatada por ela ao descobrir que o marido é um espião, e que deve valer por toda uma vida, é não fazer perguntas. Berta concorda, assim, em ignorar metade da existência de Tom, o que inclui a natureza de seus atos e os lugares por onde ele andou. Vivemos no escuro, diz ela, e mal conhecemos a pessoa com quem estamos casados. O quanto ainda há em Tom daquele adolescente que Berta conheceu e por quem se apaixonou?
Javier Marías retorna, aqui, ao tema da espionagem, eixo da monumental trilogia Seu rosto amanhã. Com a prosa elegante de sempre, disseca não apenas os perigos e dilemas morais de se levar uma vida dupla, mas as marcas que as zonas de sombra podem deixar no afeto e na intimidade.
“Haverá melhor romancista vivo que Javier Marías?”
– The Independent
2º lugar
SINOPSE
O lado mais sombrio da humanidade, o trauma do passado, uma história de amor. Com sua prosa única, McEwan está em seu melhor em Cães negros.
June e Bernard, membros do partido comunista inglês, se conhecem em Londres, em 1946. Apaixonam-se perdidamente e decidem se casar. Mas durante a lua-de-mel, na França, um acontecimento misterioso altera para sempre a percepção de mundo de June. Anos depois, os dois acabam se separando.
No fim dos anos 1980, Jeremy, o genro do casal, tenta compreender como um amor tão profundo não resistiu às diferenças ideológicas. E é lendo os escritos da sogra que ele descobrirá o que ocorreu anos atrás.
Tendo como pano de fundo a Europa pós-Segunda Guerra e as marcas deixadas pelo conflito, McEwan usa seu estilo cristalino para elaborar com precisão uma história sobre o lado mais sombrio da humanidade, e seu constante ataque ao amor.
“Brilhante. Uma reflexão impressionante sobre o poder do amor.”
– The New Yorker
3º lugar
SINOPSE
Com “Dôra Doralina”, Rachel une o Nordeste ao Rio, e é exatamente nessa união que surge o romance de amor. Sem ser um romance policial, a obra registra uma realidade regional que termina por nos inserir no quadro histórico da formação brasileira . A história de amor que une Dôra ao Comandante, sem sacrificar os personagens menores nos envolve e suas presenças completam a galeria dos que se destacam não apenas neste romance, mas em toda a obra de Rachel. A romancista conferiu a Dôra uma sensível dimensão humana, quando a vemos vivendo, amando, sofrendo, como símbolo e imagem de nossa própria condição. São duas personalidades que fascinam – das Dores. Maria das Dores e o seu comandante. Aqui está o amor como liberdade. Liberdade é a paixão da obra de Rachel.