Os cafés de antigamente

13 09 2018

 

 

Coffeehouse01-768x491Um café em Londres, por volta de 1705.

 

Muita gente acha que o café, lugar de encontro para bater papo, para tomar uma bebida quente, para fazer e encontrar amigos é uma invenção moderna. Enganam-se todos que assim pensam.

Os primeiros cafés de que se tem notícia foram estabelecidos em Meca, e se tornaram em meados do século XVI, um problema para os imãs, porque se tornaram lugares de discussão política e lugares de ingestão de bebidas.  Por isso mesmo,  foram proibidos por doze anos entre 1512 e 1524.  No entanto, a necessidade de um lugar onde se pudesse tomar um café era intensa e foi em 1530, em Damasco que os cafés saíram do domínio de Meca para o resto do mundo.  Logo depois Cairo se tornou um grande centro de cafés. E em 1555 sabe-se da abertura do primeiro café, lugar de encontros, em Istambul, naquela época chamada de Constantinopla.

Veneza foi a primeira cidade da Europa ocidental a se orgulhar de um café, aberto em 1629.  A influência do império otomano nesta cidade mercantil explica o acontecimento. Da península itálica os cafés, como lugares de encontro, de conversas e discussões políticas, foram para a Inglaterra, outro país dependente do comércio internacional. Em 1650, o primeiro café inglês abriu na cidade de Oxford.

Nos 15 anos entre 1670 e 1685 foi grande o número de cafés abertos em Londres. E populares, tornaram-se locais de debate público. Foi só em 1672 que se tem notícia do primeiro café parisiense que teve monopólio sobre esse comércio por 14 anos quando, em 1686, o Café Procope abriu suas portas, à Rue de l’Ancienne Comédie, VI arrondissement, local que também tem o título de mais antigo restaurante de Paris em uso contínuo.





Painel de Aluísio Carvão, no Rio de Janeiro, restaurado!

5 09 2011

Painel de azulejos,  1996 [ vista da Avenida Visconde de Albuquerque]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon,  entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

Foi com muito prazer que acompanhei nas minhas caminhadas o processo de restauração do longo e colorido mosaico de Aluísio Carvão.    A restauração levou muito tempo para quem queria vê-lo intacto de novo, mas valeu a pena a espera.

Painel de azulejos, 1996  [ vista da esquina de Visconde de Albuquerque com rua Mário Ribeiro]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

O painel foi instalado no muro do quartel 23º Batalhão da Polícia Militar.  Quando a prefeitura do Rio de Janeiro uniu a Rua Mário Ribeiro à Avenida Padre Leonel Franca, dando acesso ao tunel Lagoa-Barra, foi feito o projeto de embelezamento desse muro no bairro do Leblon.  Isso deu origem a este grande mosaico em azulejos coloridos.

Painel de azulejos, 1996 [ vista do sinal da esquina de Visconde de Albuquerque com o sinal fechado, domingo de manhã]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

A melhor hora de se apreciar este painel por inteiro como nas fotos é de manhã, num domingo.  O trânsito nessa avenida é incessante.  Mesmo com carros parando no sinal para a travessia de pedestres, o painel fica encoberto. 

 

Painel de azulejos, 1996  [vista da calçada adjacente ao painel na rua Mário Ribeiro]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

É  charmoso vermos que a árvore, mais antiga que os projetos urbanísticos,  foi mantida, apesar do muro e do painel.  A vista acima é próxima à avenida Bartolomeu Mitre  e Largo da Memória.  

Painel de azulejos, 1996 [ vista parcial]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

Trecho final do painel que se destaca pelas cores vibrantes, próximo à Avenida Bartolomeu Mitre. 

Painel de azulejos, 1996 [ vista parcial]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

Vista de um pedacinho — por trás das duas pistas da Rua Mário Ribeiro — do mosaico,  na ponta oposta à foto acima.  O painel começa [ ou termina] ao lado do edifício retratatado que está localizado na esquina da Avenida Visconde de Albuquerque com a rua Mário Ribeiro.

Saída do Túnel Zuzu Angel.

O painel acima, serve na verdade de boas vindas a quem vem da Barra da Tijuca para a Lagoa, ou a quem sai da Lagoa em direção à Pontifícia Universidade Católica.  O mosaico de Aluísio Carvão está à esquerda no quarteirão anterior ao fotografado.  Esse local no Rio de Janeiro pode ser chamado por dois nomes.  A parte elevada, que vai em direção ao Tunel Zuzu Angel, chama-se Estrada Lagoa-Barra.   À direita temos a Avenida Padre Leonel Franca, que leva à entrada da PUC-Rio.  O grande edifício arredondado, [na verdade ele tem uma forma sinuosa, da qual só vemos uma parte aqui] é um dos marcos da arquitetura moderna do século XX,  no Rio de Janeiro.  Leva a alcunha de “Minhocão”  e foi projetado Arquiteto Afonso Eduardo Reidy.





O mundo em 11 x 16 cm — cartões postais para onde foram?

15 08 2011

Modelo escrevendo cartões postais, 1906

Carl Larsson ( Suécia, 1853-1919)

Meu avô materno me apresentou ao passatempo de colecionar cartões postais e com isso plantou as sementes da viajante em mim, um grande desejo de conhecer o mundo.  Ele descobriu outros países a trabalho, mas sempre achou uns minutos para mandar cartões postais variados, com pequenas notas de viagem para cada membro da família: três filhas, esposa, netos, genros e amigos.   Vem desse tempo a minha fascinação por postais.  Talvez tenha sido nessa época o início do meu gosto pelas artes gráficas.  Não sei.  Mas cartões postais fizeram parte de toda a minha infância e adolescência: do Oiapoque ao Chuí, do Senegal à Suíça, o mundo se descortinava para mim, com cada visita do carteiro.  O formato era o mesmo, um envelope comum de 11 x 16 cm, mas o conteúdo, ah… como variava!   Havia os cartões com fotografias de locais pitorescos, dos principais monumentos do mundo; havia os postais com bonequinhas com roupas de diferentes regiões dos países europeus, bordadas no cartão e alguns postais com curiosidades esdrúxulas: da feira de produtos agrícolas da Sérvia, aos tocadores de cornetas na Suíça, com seus instrumentos tão longos que pousavam na terra, em gramados impecáveis por entre as montanhas alpinas.  Havia também os postais que eram fotos de vovô: à beira do Lago …, nos Jardins de Luxemburgo…  Cartões que hoje imagino terem sido tirados em lambe-lambes locais ou seus equivalentes no estrangeiro.  Os postais do Brasil eram sempre em preto e branco, alguns mais avermelhados,  com o nome dos locais escritos em branco sobre as fotos.   Alguns postais eram quase desenhados, fotos trabalhadas com tinta e coloridos posteriormente…  Além, dos cartões postais com desenhos interessantes:  na Páscoa pintinhos e ovos ou no meu aniversário, uma cestinha com gatinhos falando em francês: Joyeux anniversaire!

Recentemente tive a idéia de voltar a alguns dos lugares brasileiros cujos postais guardei por tanto tempo.  A maioria está irreconhecível!  Aí sim, vemos o crescimento populacional, as mudanças na paisagem.  Estive em Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro, com um cartão nas mãos, para ver à distância o Dedo de Deus.  No meu cartão eu deveria estar num campo cheio de cavalos pastando…  Hoje, daquele mesmo ângulo eu estaria no meio de alguns edifícios de muitos andares.   Tudo mudou.

Postais da minha estadia na Argélia.

Ontem, passando os olhos nos blogs do The New York Times, encontrei o interessante artigo de Charles Simic, titulado A decadente arte de escrever postais [The Lost Art of Postcard Writing], que me trouxe uma enxurrada de memórias, não só de cartões recebidos como de cartões mandados, das centenas de postais que encaixotei soltos, amarrados em grupos com cordões plásticos, com elásticos, em caixas de sapatos, em álbuns, pulando de residência em residência, de guarda-móveis a guarda-móveis, resultado de uma vida de inúmeras viagens e de longas moradias em quatro diferentes continentes.  Charles Simic está correto: estamos perdendo o hábito de mandar postais, e certamente de escrevê-los.  Mas ainda há muita gente adepta… Vejam a quantidade de postais à venda nos jornaleiros dos pontos próximos a lugares turísticos ou a hotéis no Rio de Janeiro.

O postal para mim foi sempre uma maneira de fazer uma pausa no quarto de hotel, no café da manhã, no bar de praça européia.  Um momento de reflexão sobre onde eu estava e o que havia visto.  Nunca fui de escrever:  Saudades.  Gostaria que você estivesse aqui…   O envio do postal, já indica  que estou pensando em quem o recebe.  E saudades também são assim expressadas.   Esse sentimento tão pessoal, delicado e fluido, quase melancólico não pertence, a meu ver, a uma mensagem que se encontra descoberta, exposta a qualquer um, nua, avidamente devorada pelos olhos de quem quer que manipule o cartão.  É pessoal demais…  Meus recados em postais são sempre baseados naquilo que eu diria para a pessoa a quem endereço as mensagens caso estivesse contando a minha viagem.  Sempre fui prolífica, principalmente com o pessoal da família.  Já até tive que colocar postais em envelopes, porque houve lugares – todos em países comunistas — em que os Correios achavam que tinha escrito demais no cartão, que já contava como carta…   Prolífica, todos que lêem esse blog já sabem que sou …

Cartão postal de Ghardaia [Pentápolis] — A praça do mercado

Querida mamãe: É assim mesmo!  O mercado na praça de Ghardaia.  Não tem o que tirar nem por. Você não pode imaginar o labirinto de ruas de +- 1,50m a 2m de largura pelo centro da cidade à medida que se sobe o morro para se chegar à mesquita no topo.  Só se vê homens – o meio de transporte é o burrico.  As mulheres que se vê têm véu e só deixam um olho aparecer.  Elas se viram de encontro à parede quando um homem passa.  Beijoca, L…

Cartão postal de Beni-Isguen [Pentápolis], cemitério do Palmeiral.

Querida mamãe: Este tipo de arquitetura dos oásis de Ghardaia, foi o que inspirou a arquitetura de Le Corbusier quando ele fez a Capela Ronchamp.  Outros arquitetos famosos como Frank Lloyd Wright também foram muito influenciados pela arquitetura dos Mozabites.  Beijocas, L…

Mostro o que escrevi, mas não me considero uma excelente “escritora” de postais. Isso porque tenho amigos que parecem mais sucintos, mais interessantes nas suas observações.  Recebi uma vez um cartão postal de um amigo que visitava Petrópolis, com a foto da casa de Santos Dumont, uma única frase:  Ele já morava nas alturas… para a volta à Torre Eifel foi um passo… Taí… Diferente… a continuação de uma conversa jogada no ar… Maravilha!

Charles Simic em sua postagem menciona algumas outras observações em postais feitas por amigos e lembra que não conhece nenhuma coletânea de escritos de cartões postais como as que existem de cartas, mas que se houvesse,  está certo de que a coletânea seria bastante interessante.    Pessoas que por uma frase, ou por uma observação revelam-se aos amigos de forma mais que imprevisível. Há muitos exemplos e Simic nos dá um bem humorado:

Queridos Mamãe e Papai, perdemos nosso último centavo e chegamos ao limite dos cartões de crédito em Las Vegas e estamos pegando carona desde então, às vezes passando a noite na cadeia de modo que pudemos tirar vantagem das cozinhas locais providenciadas pelas polícias do Texas.  Vocês vão gostar de saber que um padre levado à cadeia por dirigir bêbado e com quem dividimos uma cela recentemente nos disse que parecemos um casal de antigos mártires cristãos.  Os noivos.  

[Dear Mom and Dad, We lost our last penny and maxed our credit cards in Las Vegas and have been hitchhiking ever since, spending a night in jail at times so we could avail ourselves of whatever local cuisine the law enforcement provides in Texas. A priest arrested for drunken driving who shared our cell recently told us that we look like a couple of early Christian martyrs, you’ll be happy to hear.  The Newlyweds]

A comunicação entre amigos e familiares mudou muito.  O telefonema internacional está do tamanho do bolso de quem viaja e as fotos digitais nos fazem participar das viagens de nossos amigos quase em tempo real.  Neste verão tive uma inundação de emails com fotografias das diversas aventuras internacionais de amigos e conhecidos e confesso que, como Charles Simic, senti saudades da comunicação por cartão postal.  Os avanços tecnológicos são facas de dois gumes: ao mesmo tempo que participamos gratuitamente do desenrolar de uma aventura, de uma viagem especial de nossos amigos e familiares, também temos nossas caixas postais entupidas por emails com fotografia mal tiradas, muitas vezes de celulares, onde vemos Fulano com a Torre Eifel ao fundo, Beltrano na muralha da China, e até o café da manhã de Sicrano na Polônia…   Será que precisamos mesmo dessa intimidade toda?

Se não recebemos as fotos por email, temos a coleção das mesmas estampadas nas nossas páginas no Facebook, como se todos os momentos das vidas de quem conhecemos fossem de interesse absoluto e essencial para todos os que dali participam.  Voltamos de uma maneira tortuosa ao passado, às noites em que nos reuníamos na companhia de parentes para ver uma infinita coleção de slides documentando as “férias fabulosas” de nossos conhecidos, dos nossos familiares, que apareciam em frente aos pontos turísticos mais conhecidos do mundo.  Um exercício de paciência e de sono contido.  Uma verdadeira maratona que testava a amizade e o amor ao próximo.   Pelo menos hoje em dia, podemos colocar uma ou duas observações em fotos no site de relacionamento e dar por encerrada a atividade voyeurística.

Praça Paris, cartão postal,  coleção Flicker, favaro JR.

A vantagem do cartão postal está na seleção da foto, que é sempre de qualidade.  E na breve mensagem escrita à mão, que revela a quem o recebe as características de quem o enviou.  Há também uma dupla filtragem, coisa maravilhosa, de forma e conteúdo: as escolhas da imagem do cartão e do texto.  A atividade requerida em escrever um texto que irá viajar pelo mundo, já pede que pensemos no que dizer e como dizer; enquanto que a escolha do que mostrar, da foto, da imagem que mandamos, também nos dá a oportunidade de dividir com uma pessoa específica um ponto de vista, um enfoque, uma ironia, uma piada, um carinho.  A facilidade da foto digital, mandada por email ou através de sites de relacionamento permite que não se selecione, nos permite a auto-indulgência, a promiscuidade visual.  Não há triagem, não há exigência.

Além disso, o cartão postal oferece não só uma visão do lugar que se visita, mas também, e não menos importante, uma visão do que o povo daquele lugar que se visita considera importante para que os turistas se lembrem daquele local.  Há uma troca. Quando morei na Argélia, por exemplo, tive grande dificuldade de encontrar cartões postais que refletissem o que via à minha volta.  Muitos dos postais eram reimpressões de outra época no país, quando ainda fazia parte da França.  À minha volta as coisas eram diferentes e essa discrepância me incomodava.  E, como havia muitos lugares onde não era permitido se fotografar – o governo não dava muita liberdade nem a turistas nem a residentes temporários como nós – ficava difícil poder repartir as minhas experiências com familiares e amigos.

Cartão postal, Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, coleção Flicker: rio antigamente

A recente exposição Turismo no Rio de Janeiro, no Espaço Cultural Fundação Getúlio Vargas, mostrou como o cartão postal serve de testemunha da história de um local.  Muitas vezes  fotos de fotógrafos amadores se perdem.  Fotos dos meios de comunicação concentram-se mais no dia a dia local.  São justamente os cartões postais as imagens que nos dão uma idéia mais sistemática do crescimento de uma comunidade, de seus valores e de seus encantos.  E porque são produzidos aos milhares, têm uma melhor chance de serem preservados.

Da próxima vez que você viajar, mande um postal aos seus amigos e ajude a preservar a história daquele lugar, além é claro, de preservar a amizade e o carinho que você tem pelo seu correspondente.

©Ladyce West, Rio de Janeiro: 2011





A volta do Chafariz da Praça Paris no Rio de Janeiro

10 10 2010
Praça Paris, Rio de Janeirro.  Foto:  Ladyce West

 

Ontem de manhã resolvemos fazer um passeio pela Praça Paris aqui no Rio de Janeiro para ver seu belíssimo chafariz que foi re-inaugurado pela prefeitura da cidade, depois de sete anos sem funcionar.   Chegamos à praça e em vinte minutos o tempo passou de parcialmente encoberto para chuva forte de primavera.  O céu azul por entre nuvens claras foi se encobrindo rapidamente.  Mas mesmo assim valeu a pena o passeio.

Praça Paris, RJ, ao fundo a estátua do Marechal Deodoro da Fonseca.  Foto: Ladyce West.

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Completamente reformado nas suas entranhas: o espelho d’água de 1600 metros quadrados foi totalmente esvaziado e o fundo limpo.  Antigas rachaduras e infiltrações no revestimento interno do lago foram consertadas, assim como um novo quadro de comando foi instalado, paralelamente às novas bombas submersas.   Outras quatro bombas submersas foram restauradas.  Além disso, uma nova tubulação de jorro, que havia sido furtada, foi instalada.  O jorro central voltou a atingir os 15 metros de altura como no passado.

Praça Paris, RJ, ao fundo à direita a igrejinha do Outeiro da Glória.  Foto: Ladyce West.

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O espelho d’água da Praça Paris,  que é uma das maiores praças públicas da cidade, é uma das atrações deste projeto da década de 20 do século passado, aqui no Rio de Janeiro.  Inaugurada em 1929, esta praça foi urbanizada sobre um aterro, com terra vinda do antigo Morro do Castelo no centro da cidade.   Terras do Morro do Castelo foram usadas desde 1921 para saneamento de diversos logradouros na cidade, pelo então prefeito Carlos Sampaio (1861-1930) — prefeito do Rio de Janeiro (Distrito Federal) de 1920  a 1922.  Com a remoção do Morro do Castelo abriu-se espaço para a Exposição Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil.  E o aterro — uma nesga da Baía de Guanabara —  criou a área que mais tarde permitiu o projeto da Praça Paris.  Uma outra extensão ao longo das margens da Lagoa Rodrigo de Freitas levou à construção da atual avenida Epitácio Pessoa.  Suas terras também foram usadas para aterrar parte dos bairros da Urca e do Jardim Botânico.

Praça Paris, RJ, linhas clássicas do jardim francês.  Foto: Ladyce West.

A Praça Paris é considerada uma verdadeira jóia do urbanismo carioca.  Foi construída durante o governo do Presidente Washington Luís, quando era prefeito  do Rio de Janeiro (Distrito Federal) – 1926 a 1930 — o engenheiro Antônio Prado Júnior( 1880- 1955).  O plano seguiu as regras do urbanista francês  Donat-Alfred Agache (1875 – 1959),  diplomado pela École des Beaux-Arts de Paris em 1905.   Alfred Agache foi contratado em junho de 1927 mas só se estabeleceu na cidade no início de 1928, quando o aterro do Morro do Castelo na baía de Guanabara já estava praticamente completo.    

Praça Paris, RJ rodeada de amendoeiras.  Foto:  Ladyce West.

A praça tem muitos dos elementos do plano de Agache.  Os caminhos são de terra, areia e cascalho finíssimo à moda francesa; há um grande número de esculturas no jardim e arbustos são mantidos com cortes formais como nos melhores topiários dos clássicos jardins franceses.  O paisagismo também foi cuidadosamente elaborado, com uma carreira tripla ao redor de toda a praça de frondosas amendoeiras [Terminalia cattapa L.] que apesar de não serem originárias do Brasil – são originárias da Malásia– se adaptaram tão bem ao país nos últimos 400 a 500 anos que parecem nativas.  Essas árvores, cujas sementes devem ter aportado às nossas costas nos cascos de navios portugueses, têm a característica de perderem suas folhas no inverno, depois delas se tornarem vermelho-acobreadas no outono, como acontece com muitas árvores de florestas decíduas das regiões temperadas do planeta.  O resultado é uma forte associação ao outono francês, principalmente porque o mesmo ocorre com o Plátano Orientalis L. que é uma árvore comum no paisagismo europeu.  

Praça Paris, RJ, os golfinhos do lago.  Foto: Ladyce West.

 

Mantendo a afinidade com o urbanismo francês, quatro golfinhos fazem parte do complexo do chafariz central.  Eles são cópias de golfinhos de chafarizes em Versalhes, na França, construídos  sob a direção de André Le Nôtre ( França, 1613-1700).   O trabalho de revitalização da Praça Paris inclui também a manutenção da iluminação e a limpeza do terreno.  Vale a pena a visita.





Os Arcos da Lapa, por um visitante em 1807

18 08 2009

Arcos da Lapa, Heitor dos Prazeres,(1898-1966), ost, 1964, Samba nos Arcos da LapaSamba nos Arcos da Lapa, 1964

Heitor dos Prazeres ( Brasil 1898-1966)

Óleo sobre tela

 

Às vezes um assunto fica na cabeça da gente, como um refrão de música popular que não conseguimos esquecer.    Foi isso o que aconteceu comigo e Os Arcos da Lapa.  Para me exorcizar volto ao assunto, 24 horas mais tarde.    Passei a tarde a procura de um ou dois textos que me lembrava ter lido, mas não sabia onde.  Bem aqui está um deles. 

 

Texto do visitante James Hardy Vaux, no Rio de Janeiro em 1807:

 

Tendo mencionado as fontes públicas – em grande número nesta cidade – não posso deixar de descrevê-las.  Em razão de haver poucas nascentes no Rio de Janeiro, a água é coletada no pico de uma elevada montanha e conduzida à cidade por um majestoso aqueduto, que atravessa um vale de muitas milhas de distância.  Ao chegar à urbe a água é distribuída pelas fontes situadas nas ruas principais.  Essas fontes, todas muito bonitas, são construídas em pedra e contam com uma grande cisterna para armazenar a água.  Essa escoa daí por umas bicas de metal fundido, muito bem trabalhado, que têm a forma de bicos de ganso, de pato e de outras aves.

 Em: Outras visões do Rio de Janeiro Colonial 1582-1808; antologia de textos, editado por Jean Marcel Carvalho França, Rio de Janeiro, José Olympio: 2000,  p. 305

 

Thomas Ender Chafariz do Largo do Moura

Chafariz do Largo do Moura, Rio de Janeiro, 1817

Thomas Ender (Áustria 1793-1875)

aquarela





Os Arcos da Lapa no Rio de Janeiro

17 08 2009

Lucia de Lima, arcos da lapa, acrílica sobre tela,Os Arcos da Lapa,  2005

Lúcia de Lima ( Brasil, contemporânea)

Acrílica sobre tela

Coleção Particular

 

 

As notícias de hoje me levaram aos Arcos da Lapa no Rio de Janeiro.  Um acidente com o bondinho de Santa Teresa me fez pensar como seria triste a vida nesta cidade sem o bondinho passeando por cima dos Arcos da Lapa, um dos locais mais interessantes e atraentes do Rio de Janeiro.   

Este não é só o símbolo da Lapa, tradicional bairro boêmio da cidade.  Mas um símbolo do Rio de Janeiro.   É,  sem dúvida,  uma das primeiras obras grandiosas da cidade.  Com o passar dos séculos obras gigantescas quase se tornaram lugar comum na cidade, com governantes derrubando morros, fazendo aterros, perfurando montanhas de granito para abrirem longos  túneis urbanos.  Tudo de um gigantismo, de uma grandiosidade, raramente igualadas em qualquer outro lugar do mundo.   

 

arcos da lapa1

 Lagoa do Boqueirão com o Aqueduto da Carioca ao fundo

Leandro Joaquim ( Brasil, c. 1738 – c. 1798)

óleo sobre madeira, originalmente para um dos Pavilhões do Passeio Público.

Museu Histórico Nacional,  Rio de Janeiro

 

 

Os Arcos da Lapa estão entre as primeiras grandes interferências arquitetônicas no Rio de Janeiro.  É a obra de maiores dimensões e maior impacto do período colonial.  Seu nome original — Aqueduto da Carioca — quase explica  sua função.  Essa construção de pedra e argamassa, em estilo romano, com dupla arcada,  42 arcos e óculos, edificada nos anos entre 1744 e 1750, trazia para o centro da cidade as águas do Rio da Carioca.

Mas por incrível que pareça, estes não foram os primeiros arcos construídos como parte do Aqueduto da Carioca.  Os  Arcos que conhecemos hoje, vieram para substituir os Arcos Velhos.  Os primeiros arcos do Rio de Janeiro foram decididos por ordem régia de 1672.  Mas só foram inaugurados em 1723,  junto com o Chafariz da Carioca.  Sua função como a dos Arcos que vemos hoje na cidade era trazer as águas do Rio da Carioca até o Largo da Carioca.   Esta obra,  bastante ambiciosa,  só começou a tomar forma no governo de Ayres de Saldanha [ e Albuquerque] (1719-26).  Mas seu traçado repleto de curvas mostrou-se imprático, sem resistência, chegando às ruínas com grande rapidez.

Foi no governo de Gomes Freire de Andrade,  último governador do Rio de Janeiro (1733 a 1763) — antes de ser criado o Vice-reinado –, que  o Aqueduto da Carioca, que hoje conhecemos, foi construido e inaugurado.

 

eletrificação do bonde_arcosOs arcos, no finalzinho do século XIX, quando os bondes foram eletrificados, 1896.

 

No final do século XIX o sistema de adução das águas do Rio da Carioca tornou-se obsoleto e o aqueduto foi desativado.  Eis que surge, então,  em 1896, a oportunidade de transformar tamanha construção em rota para o bonde elétrico, servindo assim aos moradores do bairro de Santa Teresa.  

 

O bairro possui a única linha urbana remanescente de bondes do Brasil.  A Companhia Ferro-Carril Carioca, que introduziu o serviço de bondes no bairro na década de 1870, eletrificou as linhas em 1896.  E  aproveitou a construção colonial como via de acesso ao bairro. Por ter sido feito onde corria o aqueduto, os bondes de Santa Teresa trafegam usando uma  bitola especial, bastante estreita,  de 1,10m.

 

Arcos-da-Lapa-1925

Os Arcos da Lapa, Cartão Postal, 1925.





Flor de maio, flor de seda: cactus tropical

11 05 2009
Flor de maio, 5-2009,

Flor de maio. Foto: Ladyce West

 

Eu e a flor de maio temos uma longa história…  Na verdade, só eu tenho uma longa história com a flor de maio.  Mas, quando morei nos Estados Unidos, este tipo de cactus foi uma das minhas maneiras de manter um pouquinho do ar tropical na minha casa. 

 

Flores cor de damasco, Foto Ladyce West

Estas cor de damasco estavam em completo explendor! Foto: Ladyce West

 

Lá esses cactus são conhecidos como Christmas Cactus, ou seja, Cactus de Natal.  Por quê?  Porque só florescem quando os dias têm poucas horas de luz.  Aqui no Brasil, isso acontece, agora, de maio a julho.  No hemisfério norte, os dias curtinhos são próximos do Natal. 

 

Ontem só vimos flores brancas, damasco e magenta.  Foto: Ladyce West

Ontem só vimos flores brancas, damasco e magenta. Foto: Ladyce West

 

Mas conheço lá do norte, outras cores, inclusive uma tonalinade magenta escura, belíssima!  Tive essas plantas tanto da cor de damasco, como fúcsia.   Por lá elas foram muito fáceis de serem mantidas, crescerem e florirem sem grandes desastres.  Ficavam dentro de casa de outubro a  abril, com pouca água.  Mas numa casa aquecida por volta de 25 graus.  Depois em abril, quando deixava de ser frio, elas iam todas para o pátio, crescer com o calor do verão da Carolina do Norte, que é muito, muito quente.  Só fertilizava 2 vezes por ano: abril e outubro.  Em abril, para crescerem felizes.  Em outubro, para darem muitas flores.  E não devem apanhar sol.

 

Flores delicadas, foto: Ladyce West

Flores delicadas, foto: Ladyce West

 

 

Minha mãe sempre gostou muito destas flores.  E quando o Jardim Botânico do Rio de Janeiro fazia as exposições da Flor de Maio, minha mãe era uma assídua visitante.   Mas de nós duas, eu tenho a melhor mão para plantas.   Com exceção das violetas, que minha mãe sempre conseguiu manter felizes e floridas, e que eu, por razões que desconheço, nunca consegui muito com elas. 

 

Flor de maio, fucsia, em casa

 

Sábado, quando estive no Jardim Botânico, para o evento: Flor de Maio Exposição e Venda não resisti e trouxe para casa dois exemplares deste cactus tropical, que não gosta de sol.   Ontem replantei-as.  Uma delas está na foto acima.  Há horas em que a gente sente que quer “ter” alguma coisa.   Ultimamente a fotografia tem me ajudado em não querer “ter”.  A imagem do objeto desejado é suficiente.  Mas não resisti.   Afinal, era véspera do dia das mães, e ela, se estivesse por aqui, teria gostado de ver estas belas flores. 

Não deixe de visitar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um grande e belo passeio.





Geleira Fox e Lago Matheson na Nova Zelândia

23 03 2009

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Visitantes na geleira Fox

Conhecida por seus lagos exuberantes e por uma mistura de praias e montanhas a Nova Zelândia também possui outro pontos de interesse para quem ama a natureza.  Entre eles estão as geleiras de  Fox Glacier e a de Franz Josef.  A Fox Glacier (Te Moeka o Tuawe em Māori, língua local) — que leva este nome desde 1872 após uma visita do então Primeiro-Ministro da Nova Zelândia, Sir William Fox —  está situada no Westland National Park, na costa oeste da Nova Zelândia e tem 12 km de comprimento.

 

A fama da geleira de Fox Glacier se consolida por ter uma característica peculiar: termina apenas a 300m do nível do mar e é rodeada por uma exuberante floresta tropical temperada. Embora haja recuado bastante durante a maior parte dos últimos 100 anos, a Fox Glacier tem ganhado terreno desde 1985 —  em média um metro por semana.  Durante a última era glacial, o gelo chegou além do presente litoral.   São as  águas do degelo desta geleira que formam o rio  Fox assim como o Lago Matheson.

 

 

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Lago Matheson com reflexão dos Picos Tasman e Cook.

 

O Lago Matheson é famoso pelas águas que refletem, como um espelho, os picos Cook e Tasman.  Este lago é de excelente pesca, principalmente de uma enguia local.  Também serve como habitat para um número muito grande de aves aquáticas.  Pela abundância de caça e pesca ficou conhecido pelo povos locais como “o lugar do encontro dos alimentos”, mahinga kai.

 

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Florestas tropicais na saída da geleira Fox.

 

 

Todas essas belezas naturais tornam uma visita às geleiras da Nova Zelândia uma aventura bastante agradável.  A forma mais popular de conhecer a Fox Glacier  é por trilha – a mais longa dura em média uma hora (ida e volta).  Apesar de não ser de difícil acesso, a caminhada exige disposição. Em alguns trechos mais íngremes, o equilíbrio é facilitado por meio de cordas dispostas horizontalmente. O esforço, no entanto, compensa: ao chegar ao topo, é possível ver uma imensa massa de gelo, além de formações que se assemelham a cavernas.





O Grande Caramanchão da Casa de Rui Barbosa

2 07 2008

 

 

Casa de Rui Barbosa, Jardim, vista com caramanchão e banco

 

Os jardins da Casa de Rui Barbosa na rua São Clemente em Botafogo estão na minha longa lista de lugares favoritos para flanar no Rio de Janeiro.   A casa por si só já é espetacular o suficiente,  mas visito com muito mais freqüência seus jardins,  uma tentadora ilha de  tranqüilidade dentro do populoso bairro de Botafogo.   O jardim é tentador  em seus diversos recantos, laguinhos, falsas ilhas e sobretudo pelo fabuloso caramanchão feito com estrutura de metal, coberto por parreiras que dá um aconchego ao lugar irresistível.  Ele por si só é a razão de minhas freqüentes visitas, principalmente depois que a estação Metro-Botafogo pode deixar o visitante a menos de 300 metros do local.  São  9.000 metros quadrados de um jardim calmo e muito bem cuidado.   A maior parte do jardim está nos fundos da casa.  

 

 

Caramanchão da Casa de Rui Barbosa

 

 

A casa foi construída em 1850 para o Barão da Lagoa.  No estilo neo-clássico tem todas as suas portas e janelas com portais em granito e na frente há quatro esculturas representando os quatro continentes da época.  Tem quatro andares.  Rui Barbosa, que a comprou em 1895 das mãos de um inglês John Roscoe Allen,  morou ali por 28 anos.  Antes  de John Roscoe Allen  a casa teria pertencido ao Comendador Albino D’Oliveira Guimarães.  

 

 

Jardim, vista geral, Casa de Rui Barbosa

 

 

É impressionante como se pode desfrutar de um recanto com tanta paz, cujos únicos sons são os cantos dos pássaros e o rufar de asas dos pombos, quando se está tão próximo de uma rua muito movimentada. A natureza é uma excelente barreira de som.

 

 

Vista com Quiosque, casa de Rui Barbosa

 

 

Este jardim tem uma variedade muito grande de vegetação tropical, palmeiras e árvores frutíferas que deixam a imaginação do visitante voltar aos meados do século XIX com facilidade.  É fácil percorrer as alamedas deste espaço, sentar num banco de jardim e abrir um livro de Alencar, de Machado ou Taunay e imaginar nossos heróis e heroínas populando o espaço com roupas de época, nos saraus das noites cariocas.

Jardim da Casa de Rui Barbosa com 1 dos laguinhos





Copacabana ao sol poente

21 06 2008
Praia de Copacabana vista do Forte de CopacabanaFoi muito feliz a idéia de se colocar uma filial da Confeitaria Colombo — este centenário estabelecimento no Rio de Janeiro — dentro do Forte de Copacabana.  A razão é simples: além dos quitutes gostosos pela qual a confeitaria ficou famosa, é possível apreciar um bom copo de vinho, uma xícara de café com leite, ou os doces portugueses à base de ovos.  Além destas iguarias há saladas e entradas sofisticadas.   Nos sentamos às mesas, cada qual com seu guarda-sol, sediadas no terraço, à beira d’água e vislumbramos a bela natureza carioca à sombra das amendoeiras vistosas.  Esta mesas permitem que nos sentemos virados para a famosa praia de Copacabana.

O incrível é que apesar de estar só a uns cem metros da orla propriamente dita, o barulho do trânsito, vindo da avenida Atlântica,  desaparece a medida que subimos a pequena ladeira nos aproximando do Forte. Ao cair da tarde, naquela hora da incandescência dos carros e dos postes de luz, naquela hora em que o colar de pérolas de Copacabana se revela de encontro ao céu azul-rei dando início a uma noite estrelada, há uma mágica sem igual. Não há como não nos perdermos no encanto da paisagem que nos mostra não só os edificios à beira-mar, mas o perfil escuro das montanhas que os protegem.

Mais próximo ao Forte de Copacabana vemos as luzes se acenderem iluminando o interior das casas que sobem o morro do Cantagalo, como luzinhas de uma árvore de Natal e ao fundo no horizonte podemos ver as grandes massas de granito que formam o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, com seus bondinhos a subir e descer levando turistas brasileiros e estrangeiros a bordo. Mais a direita, vemos então, as praias de Itaipu e Itaipuaçu longínguas.  Elas também se enfeitando com as pérolas noturnas das luzes à beira mar mas do outro lado, na outra beira da entrada da baía de Guanabara.

Não me canso de visitar este local. De manhã ou à noite, eu e muitos outros nos quedamos embasbacados com a beleza deste encontro entre a civilização e a natureza exuberante do Rio de Janeiro! Fascinados com o aconchego desta paisagem tropical!