Intervalo na noite do teatro de Valençay
Charles Henry Tenré (França, 1864-1926)
óleo sobre tela
Musée d’Art et d’Industrie, Roubaix
Julho, férias e vontade de ver o que está em cena nos teatros, que anda aparecendo nos nossos musicais? Vendo o oferecido no Rio de Janeiro, em breve passagem pelo sítio de ingressos, concluo que estamos sem presente. Estamos vivendo no passado. Procurei por espetáculo musical. Encontrei muitos. Encontrei samba, das mais variadas raízes, nenhuma das quais me seduziu, e muita música da época junina. Nem sabia que havia tanta produção junina assim.. Mas a maioria a maioria mesmo dos espetáculos para julho toma a forma tributos a estrelas, grupos ou músicas do passado. Temos Cazuza, Gonzaguinha, Abba, Bee Gees, Sinatra, Mamma Mia, Bob Esponja o Musical, Queen, Gal Costa, Marlene, Rei Leão, Bossa Nova, Pearl Jam, Clássicos da Broadway, Queen Live Kids, Mercedes Sosa.
Tanta saudade assim? Não é estranho? Por que insistimos em olhar para trás? Talvez estejamos refletindo o gosto de quem vai a esses espetáculos? Seriam todos de idade acima dos cinquenta anos que querem reviver o que imaginam ser uma época ideal? Maravilhosa? O Rio de Janeiro ficou velho?
Passei pela mesma casa de ingressos, mas foquei em São Paulo. Este fenômeno não está lá. Encontrei dois espetáculos de tributos a antigos cantores, mas encontrei palcos mais vibrantes com sangue novo que parecem trazer coisas interessantes. Inexplicável o que está acontecendo no cenário carioca. Até dois “Gritos de Carnaval” encontrei acontecendo aqui, agora, no mês de julho. Estou em choque.