Soldados
John Singer Sargent (EUA, 1856-1925)
aquarela
Se a guerra foi declarada
e é poderoso o oponente,
faze da astúcia aliada,
que astúcia é força da mente!
(Élbea Priscila de Souza e Silva)
Soldados
John Singer Sargent (EUA, 1856-1925)
aquarela
Se a guerra foi declarada
e é poderoso o oponente,
faze da astúcia aliada,
que astúcia é força da mente!
(Élbea Priscila de Souza e Silva)
Autorretrato, década de 1920
Haydéa Santiago (Brasil, 1896-1980)
óleo sobre tela, 40 X 29 cm
Cajus
Rose Fernandes (Brasil, 1972)
óleo sobre tela
Rua de Barbacena, 1969
Wim Van Dijk (Holanda-Brasil, 1915 -1990)
óleo sobre tela, 37 x 61 cm
Armando Braga
Numa gaiola, toda azul e ouro,
De raro estilo e singular beleza,
Tinha um canário, a pálida Princesa:
— Seu bem-amado e seu maior tesouro…
Às vezes presa de infundado agouro,
Vivia instantes de mortal tristeza;
E então ficava, debruçada à mesa,
a ouvir cantar o seu Caruso louro…
Mas certo dia de um destino vário,
Chora a Princesa a morte do canário
Que fora a vida de seus sonhos ledos!
Como eu te invejo, ó Príncipe Encantado,
Que mais pudesse com cantar teu fado,
Do que eu com a lira a me gemer nos dedos!
Em: Poetas nas Bandas do Mar: uma antologia, ed. João do Prado Maia e outros marinheiros poetas, ed. José Nazar, Rio de Janeiro, Companhia de Freud: 2007, pp: 75-6.
Armando Braga (1883-1969), engenheiro, geógrafo, poeta, músico, escultor, pianista e compositor, teve suas obras (poesia e prosa) publicadas nas revistas Careta, O Malho, entre outras.
Menina lendo
Vsevolod Chistiakov (Russia, contemporâneo)
óleo em tela de linho, 40 x 30 cm
Quando saiu da Rússia, fugindo da revolução bolchevique, Vladmir Nabokov deixou para trás também o luxo e a fortuna da família. Teve que trabalhar para viver tanto na Europa quanto nos Estados Unidos para onde emigrou mais tarde. Nabokov dava aulas particulares e também ensinava tênis. Ensinou por uma década, em tempo integral, na Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova York. Mas, mesmo, tendo nesse período obtido respeito da crítica, só veio a ter sucesso comercial em 1958, aos sessenta anos, quando publicou Lolita. Nesta ocasião parou de trabalhar para outros e se dedicou à escrita pelo ano seguinte.
Café Reflexões
Adrian Deckbar (EUA, contemporânea)
Frequentemente me perguntam como consigo ler mais de quarenta livros por ano quando ainda tenho outras vidas para cuidar, como minhas aulas, escrever, fazer compras, cozinhar, ter amigos, ver séries, ir ao cinema. É fácil. Leio em qualquer lugar. Nesses últimos dias fiquei presa ao telefone ouvindo música de espera por muitos minutos. Tempo suficiente para ler A velha senhora de Simenon, com tradução de Raul de Sá Barbosa. Este livro, que na edição de bolso que tenho, compreende cento e oitenta e oito páginas, foi inteiramente consumido à espera de que alguém do outro lado da linha me atendesse.
Gosto de Simenon. Gosto principalmente de seus romances “duros”. Mas isso não quer dizer que não goste de sua escrita policial. Aliás gosto muito dela. Nesta história temos o Inspetor Maigret resolvendo um assassinato fora de Paris. O que me atrai nas obras em que Maigret investiga um crime, é que sempre no final acreditamos ter tido todos os elementos necessários para fazer as mesmas deduções que ele faz. Porque é assim a narrativa. Tudo importa, mas vem em ordem caótica.
Simenon é um dos escritores com maior número de obras publicadas e um dos mais traduzidos no mundo. Na introdução a este livro, soube que das mais de quatrocentas e cinquenta obras do autor, setenta e cinco tem o Inspetor Maigret como principal personagem. Não é só um jogo de palavras que intriga o leitor, aqui e ali há encanto nas descrições de lugares, na atmosfera local das pequenas cidades ou dos bairros em que a história se desenvolve, assim como nas memórias que alguns detalhes trazem ao melancólico policial. Aqui está, por exemplo sua primeira impressão da casa que visita pela primeira vez.
“O portão não estava fechado, e ele o empurrou; depois, não achando a campainha, entrou no jardim. Jamais vira tal profusão de plantas numa área tão pequena. Os arbustos em flor eram tão espessos que pareciam uma pequena selva, e no menor espaço livre havia dálias, lobélias, crisântemos e outras flores que Maigret só vira reproduzidas em cores vivas nos pacotes de sementes nas vitrines. Parecia que a velha senhora se dispusera a usar todos eles.” [31]
Uma das características de Simenon é que seus personagens são tridimensionais e sempre caracterizados com alguma ternura, mesmo os mais infames. Há uma compreensão do ser humano, quase empatia, mesmo pelos elementos mais desprezíveis, como se Maigret, Simenon, compreendesse as razões dos maus comportamentos mesmo que ele não concorde com eles.
Pode parar para ler esse inteligente romance policial. Vale um fim de semana em casa, neste inverno gélido, numa poltrona, manta no colo, alguma bebida quente ao lado. Só não recomendo o cachimbo que Maigret e Simenon têm em comum.
NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.
Luz da manhã, 1907
William McGregor Paxton (EUA, 1869-1941)
óleo sobre tela, 53 x 43 cm
Coleção Particular
Natureza morta, 2007
Marcos Garcia (Brasil, contemporâneo)
técnica mista, 29 x 21 cm
Cena urbana no Rio de Janeiro com praça e igreja, década de 1950
David Correa Saavedra (Brasil, 1901-1968)
óleo sobre placa, 38 x 46 cm