Graças às suas listras, não há dois tigres iguais. Grupos de preservação que monitoram a população de tigres aproveitam esse fato usando “armadilhas” com câmeras sensíveis a movimento para fotografar e identificar tigres a partir dos padrões de seu pêlo. A informação é usada para estimar o tamanho e densidade da população, entre outros fatores que afetam planos de conservação.
Mas usar os olhos para comparar uma imagem a muitas outras de um banco de dados leva tempo e se torna mais difícil à medida que o banco cresce. Por que não informatizar o processo?
Lex Hiby, do Conservation Research Limited da Inglaterra, e Phil Lovell, da Universidade de Saint Andrews na Escócia, fizeram exatamente isso, com a ajuda do especialista em tigres K. Ullas Karanth e colegas do programa indiano da Wildlife Conservation Society. Usando um programa desenvolvido originalmente para identificar focas-cinzentas, eles inventaram um sistema que pode correlacionar padrões de listras de tigres, vivos ou mortos.
Se não existem dois tigres iguais, não há tampouco duas fotografias de tigres iguais – postura, câmera, ângulo e outros elementos podem variar enormemente. O software compensa essas diferenças usando um modelo tridimensional da pele do animal e, em efeito, aplainando-o.
O usuário cria o modelo apontando a localização do quadril, ombro e cauda em uma imagem na tela do computador. O computador faz o resto, comparando as listras em uma porção da foto a um banco de imagens. Em testes descritos em artigo na Biology Letters, o programa identificou no banco mais de 250 tigres em imagens tiradas em duas reservas indianas. Os programa foi preciso em cerca de 95% da vezes, e pareou imagens tiradas com sete anos de diferença.
O software também pode ser útil para localizar caçadores ilegais, identificando a hora e o lugar que um tigre foi fotografado vivo pela última vez.
Tradução Amy Traduções.
OBSERVAÇÃO PEREGRINA: Será que o programa não pode ser aplicado às zebras, aos okapis e quem sabe até a peixes como o Acará Bandeira?