Honoré de Balzac, 1836
Louis Boulanger (França, 1806-1867)
óleo sobre tela, 61 x 50 cm
Museu de Belas Artes de Tours
Honoré de Balzac, 1836
Louis Boulanger (França, 1806-1867)
óleo sobre tela, 61 x 50 cm
Museu de Belas Artes de Tours
Banco, Parque São Lourenço, Curitiba
Rene Tomczak (Brasil, 1964)
óleo sobre tela
Até o tigre ouviu a sua história
Mary Alayne Thomas (EUA, contemporânea)
Cálice da Infanta Urraca de Zamora (1033-1101), século XI
Ourives desconhecido
Bronze
Tesouro de San Isidro, León, Espanha
Mantido no Museu da Congregação de San Isidro em León, na Espanha, o cálice da Infanta Urraca de Zamora, filha mais velha de Fernando I de Leão ede sua esposa, rainha Sancha I de Leão. Urraca viveu entre os anos 1033 e 1101, tendo vida longa para este período, 68 anos. Herdou, como determinado ainda em vida, os territórios de Zamora.
O cálice é composto por duas taças muito antigas de origem greco-romana anterior ao cristianismo. Uma serve de base, outra de recipiente. Feitas em pedra ônix, elas apresentam algumas lascas anteriores à construção do cálice. Desconhece-se a origem destes dois copos assim como não se sabe porque Doña Urraca decidiu entregar aos ourives da corte algo que materialmente não tinha grande valor. Especula-se sobre uma possível consagração destas duas peças ao culto litúrgico, feito talvez por algum personagem venerável da primitiva Igreja Cristã, mas não existem documentos ou testemunhos escritos a este respeito. Mas os ourives de Leão fizeram um excepcional trabalho artístico. E converteram o que na época era um objeto pagão, em uma taça digna de admiração.
As peças de ônix são cobertas em ouro: copo, haste e base, expondo parte do copo e quase toda a base. O interior da taça também é forrado em ouro. Os ourives fizeram com grande maestria e delicadeza as filigranas que formam desenhos, arcos, espirais e pequenos caracóis. Pérolas, esmeraldas, ametistas e safiras foram embutidos nos buracos. Incorporada também há uma máscara de vidro imitando uma camafeu, adicionado após o trabalho da composição do cálice. Na base e antes do nó, vê-se a inscrição: EM NOMINE DOMINI VRRACA FREDINANDI.
No século XI o reino de Leão teve um de seus momentos de maior esplendor. Fernão I, o Grande, tornou-se um dos reis mais importantes da cristandade na Europa, levando a cabo a reconquista, de Coimbra a Valência. Quando faleceu, Fernão I, entregou a seus filhos terras: a Alfonso, León; Sancho herdou Castela; Galícia a Garcia; Toro foi para as mãos de Elvira e Urraca foi feita Senhora de Zamora.
Leitores
Andrzej Pronaszko (Polônia, 1888 – 1961)
óleo sobre tela
Joseph Joubert
Sonhando grande
Aditya Phadke (Índia, contemporâneo)
Óleo sobre tela, 76 x 91 cm
A minha vida, sempre inquieta como o mar,
É de renúncia, sacrifício e desencanto:
Enquanto vão e vêm as ondas do meu pranto,
Estende-se o horizonte, além do meu olhar…
Na imensidade azul, fico a cismar, enquanto,
A refletir o céu, vai-se acalmando o mar…
Acalma-se também minha dor, por encanto:
— Já cansei de sofrer! Vou agora sonhar…
Em: Da Costa e Silva, Poesias Completas, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985 [edição do centenário] p.295
Paisagem rural com casario e paineiras
Aníbal Mattos (Brasil, 1886-1969)
óleo sobre madeira, 26 x 35 cm
Grey e Wilkes
Judy Nunno (EUA, contemporânea)
aquarela sobre papel, 75 x 55 cm
Este ano a Costela de Adão está em todo canto. É padrão estampado em tecidos para estofamento, vestidos, camisetas de ambos os sexos. Virou moda. Não me surpreende, é linda! E dá em todo canto com um pouco de sol da manhã e sombra para ao resto do dia. No passado víamos esta planta crescer em arbusto gigantesco pontuando praças publicas. Recentemente ela parece ter sido preferida por jardins suspensos em edifícios residenciais como este da foto. De qualquer jeito ela é queridinha dos cariocas, mesmo sendo natural do México. Adaptou-se bem aqui, porque mesmo lá no hemisfério norte, ela gosta do clima tropical. Seu nome científico é Monstera deliciosa, e pertence à família das aráceas. Tem folhas enormes, recortadas, que lembram vagamente o desenho dos ossos das costelas.
Ela gosta de um pouco de sol (da manhã) e sombra à tarde. Gosta do clima úmido, portanto seu transplante terá mais chance de sucesso se for feito na primavera ou verão. O solo deve ser mantido úmido, sem encharcá-lo. Menos água no inverno, um pouco mais no verão. Cresce rapidamente e constantemente, portanto imagine um considerável espaço à sua volta sem plantas para que ela possa ocupá-lo livremente. E deleite-se.
Leitura
Joel Oliveira (Brasil, contemporâneo)
óleo sobre tela, 20 x 30 cm
“Se me perguntarem, não sei dizer o que comi ontem no almoço. Mas sou capaz de reproduzir diálogos inteiros da minha juventude. Gozado, isso. Vai entender. Memórias antigas? Nítidas, perfeitas, cheias de mínimos detalhes, cheiros e sons até. Fatos recentes? Coitados. Vão se segurando em mim, como podem. Parecem aqueles personagens de cinema, caras de terror, agarrados no alto do edifício só pelas pontinhas dos dedos. Quase todos despencam. E pior: diante do olhar de alguém que os vê de cima sem um pingo de misericórdia. Uma coisa ou outra fica, é verdade. Meio desbotada, imprecisa, extremamente grata à mão do cérebro que a resgata. Nenhum critério de seleção. A bobagem, o cérebro retém. O notável, ele descarta. O recado é direto: chega de colecionar lembrancinhas da viagem terrena. Fazer o que com toda tralha? Além do mais, com o correr ou o arrastar dos anos, não há fortuna que pague tal excesso de bagagem. Entendo perfeitamente os argumentos. Aceito sem queixumes. Só levo comigo o que a alfândega da mente deixa passar.”
Em: Eusoueles [fragmentos], Francisco Azevedo, Rio de Janeiro, Editora Record: 2018, p. 127.