Estudando para o vestibular de literatura

26 03 2009

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Gostar de ler e dominar as leituras obrigatórias propostas pela universidade em que pretende fazer vestibular pode não ser o suficiente para o candidato conquistar uma boa nota nas provas de literatura.  Além de conhecer enredos e personagens, também é preciso ficar atento à história da produção literária e às características dos autores e movimentos mais relevantes, que normalmente são tema de questões nas provas das principais universidades.

 

Entre os temas estudados em literatura no Brasil, pelos menos cinco têm presença quase certa nos testes (veja abaixo) e merecem uma atenção especial nos estudos, segundo o professor Vanderlei Vicente, dos cursos Unificado e PV Sinos.

 

O professor lembra que o aluno pode se valer de resumos de obras literárias, desde que obtidos em livros ou sites de confiança. Também aconselha a leitura de livros (ou sínteses) que não figuram entre as leituras obrigatórias. “É comum a presença de questões que exigem o conhecimento de um resumo básico de inúmeros romances“, afirma.

 

Outra sugestão de Vicente é anotar elementos marcantes ao ler uma obra, como passagens (“fulano disse isso sobre tal acontecimento“), atos (“fulano fez isso quando soube daquilo“), espaço (“tal fato aconteceu em determinado lugar“) e contexto histórico-social (“tal revolução acontece paralelamente aos fatos narrados”).

 

Isso dá trabalho, mas ajuda o vestibulando a não esquecer passagens marcantes que, caso não sejam anotadas e retomadas, podem cair no esquecimento“, lembra o professor. Cinco temas que não podem faltar na prova de literatura:

 

Romantismo:

Vale a pena lembrar as diferentes possibilidades que a poesia romântica apresenta, partindo da temática indianista (Gonçalves Dias), passando pelo tédio (Álvares de Azevedo), indo às questões sociais, como a escravidão (Castro Alves).

 

Machado de Assis:

Não esqueça que as obras de maior destaque do autor surgem a partir da década de 1880, momento em que ele aprofunda a análise psicológica de seus personagens e apresenta inovações estruturais (Memórias Póstumas de Brás Cubas é o melhor exemplo) tanto nos romances como nos contos.

 

Pré-Modernismo:

Vários autores do início do século XX não se enquadravam nas escolas vigentes, sendo chamados de “pré-modernos” (termo surgido bem mais tarde para defini-los). Deste momento, é preciso uma atenção especial às obras de Lima Barreto, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha.

 

Romance de 30:

Fique atento ao fato de que a literatura dessa época apresenta uma visão voltada para as questões sociais; tendo destaque as obras de Graciliano Ramos (principalmente com os romances São Bernardo e Vidas Secas) e Jorge Amado (que tem romances marcantes, como Terras do Sem Fim e Dona Flor e Seus Dois Maridos).

 

Poesia Moderna:

Tenha em mente os principais temas explorados e tente analisar previamente alguns poemas cruciais de poetas como Carlos Drummond de Andrade (Poema de sete faces e Áporo, por exemplo), Vinicius de Moraes (Soneto de Fidelidade e Soneto de Separação) e Manuel Bandeira (Pneumotórax e Vou-me Embora pra Pasárgada).

 

 

Fonte: Portal Terra





Jangada, poema infantil de Juvenal Galeno

26 03 2009

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Jangada

 

Juvenal Galeno

 

 

Minha jangada de vela,

que vento queres levar?

tu queres vento da terra,

ou queres vento do mar?

 

Minha jangada de vela,

que vento queres levar?

Aqui no meio das ondas,

das verdes ondas do mar

és como que pensativa,

duvidosa a bordejar!

 

Saudades tens lá das praias,

queres na areia encalhar?

ou no meio do oceano

apraz-te as ondas sulca?

Minha jangada de vela,

que vento queres levar?

 

 

Em: Poemas para a infância, Henriqueta Lisboa, Rio de Janeiro, Edições de Ouro, s/d.

 

 

 

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Juvenal Galeno da Costa e Silva ( Fortaleza, CE 1836 –Fortaleza, CE 1931)

Poeta.

 

 

Obras

 

A Machadada, poesia, 1860  

Ao imperador em sua partida para a guerra, poesia, 1872  

Canções da Escola, poesia, 1971  

Cantigas Populares, poesia, 1969  

Cenas cearenses, 1871  

Cenas Populares, poesia, 1971  

Evaristo Ferreira da Veiga, poesia   

Folhetins de Silvanos, poesia, 1891  

Lenda e Canções Populares, poesia, 1865  

Lira Cearense, poesia, 1972  

Medicina caseira, 1897  

Novas canções populares, s/d  

O eleitor, s/d

O Peregrino, 1862  

Porangaba, poesia, 1961  

Prelúdios Poéticos, poesia, 1856  

Quem com Ferro Fere, com Ferro Será Ferido,teatro, 1861

 

 

 

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NOTA:  Em 1920 este poema  mais longo, com alguns versos a mais,  foi usado como letra para a música JANGADA de Alberto Nepomuceno.  Segue,

 

 

 

JANGADA

(1920)

 

Composição: Alberto Nepomuceno

Letra: Juvenal Galeno
 

 

Minha jangada de vela

Que vento queres levar?

Tu queres vento de terra

Ou queres vento do mar?

Minha jangada de vela

Que vento queres levar?

Aqui no meio das ondas

Das verdes ondas do mar

És como que pensativa

Duvidosa a bordejar!

 

Minha jangada de vela

Que vento queres levar?

 

Saudade tens lá das praias

Queres n’areia encalhar?

Ou no meio do oceano

Apraz-te as ondas sulcar?

Minha jangada de vela

Que vento queres levar?

Sobre as vagas, como a garça

Gosto de ver-te adejar

Ou qual donzela no prado

Resvalando a meditar

 

Ah! Minha jangada de vela

Que vento queres levar?





Imagem de leitura — May Vale

26 03 2009

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Menina lendo, s/d

May Vale (Austrália, 1862-1945)

 

 

 

 

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May Vale  (1862-1945), nasceu em 18 de Novembro de 1862 em Ballarat, no estado de Victoria, na Austrália.  Durante a sua nomeação de seu pai para cargo em  Londres, em 1874-78, May Vale cursou naquela cidade a Real Escola de Arte em South Kensington. De volta a Melbourne, estudou na National Gallery (1879-86, 1888-89), sob a orientação de George Folingsby e Frederick McCubbin.

 

Em 1890 ela voltou para Londres e estudou com Sir James Linton por dois anos seguindo para Académie Julian, em Paris, onde permaneceu por seis meses. De volta à Austrália galgou um carreira importante nas artes plásticas daquele país.