Cochilo Darwiniano: a teoria da evolução em Star Trek

26 09 2010

Nada como um fim de semana chuvoso, um excelente livro de umas 500 páginas – cuja leitura precisa de algumas pausas para não cansar.  E a minha mente vagueia pelo espaço…  Com essa combinação sempre acho a desculpa de “realmente não posso fazer mais nada” para flanar pelos locais mais extravagantes da rede com uma displicência convincente, uma pausa justificada como bem-merecida.   Hoje foi o dia de me perguntar sobre ficção científica e acabar num artigo delicioso na revista MAD SCIENCE, sobre que ficção científica mais se aproxima da realidade intelectual dos cientistas [ Six scientists tell us about the most accurate science fiction in their fields] e mais tarde na mesma revista um artigo também fascinante sobre os mais estranhos conceitos de evolução na ficção cientíca [The most ludicrous depictions of evolution in science fiction history] cujo primeiro parágrafo traduzo livremente, porque me levou a chorar de rir, depois que refleti sobre o assunto.

Há um monte de exemplos em Star Trek, sobre a duvidosa compreensão dos princípios básicos da biologia, da genética e da evolução.  Mas provavelmente o problema mais generalizado se apresenta na explicação de todos os híbridos alienígenas. Há o meio-vulcano: Spock;  a meia-Betazed: Deanna Troi;  a meia-Klingon: B’Elanna Torres … e isso é apenas a partir das principais castas. Quase toda espécie de humanóide alienígena foi capaz de cruzamento, e até mesmo os híbridos puderam se acasalar sem problemas, principalmente quando Worf e o meio-humano/ meio-Klingon K’Ehleyr se tornaram pais do filho Alexander, que era 75% Klingon. Nada disso deveria ser remotamente possível, e no mínimo todos os híbridos deveriam ter sido estéreis.

Claro, tecnicamente tudo isso tem mais a ver com genética do que com evolução.  O problema aparece mais claramente no episódio Da Próxima GeraçãoThe Chase“, que procurou explicar por que todos os diferentes alienígenas pareciam serem praticamente o mesmo (e, por extensão, porque é possível manter o cruzamento com tamanho sucesso). O episódio apresenta uma antiga raça de humanóides que foi extinta bilhões de anos atrás, mas não antes de semearem a galáxia inteira com seu DNA, fazendo com que todas as raças atuais — de seus descendentes– e, portanto, uns primos distantes de outros. Agora, poderia até explicar por que todas as espécies inteligentes são humanóides – embora deva ser salientado que, se os precursores tentavam orientar a evolução da Terra para a criação de uma raça semelhante a eles próprios, a sua intromissão foi incrivelmente sutil. Deveríamos imaginar, para início de conversa, que eles gerenciariam a evolução de tal maneira que não se perdesse tantos milhões de anos com dinossauros dominando do planeta.

Mesmo assim o problema dos híbridos não é resolvido.  A raça precursora explica que eles semearam os oceanos primordiais de mundos onde a vida estava apenas começando a emergir, o que significa que os seres humanos, Klingons, os Vulcanos, e todo o resto deles haviam tido caminhos totalmente separados até então,  já que eram organismos unicelulares. (E, a julgar pela explicação dos precursores, os cientistas só deram mesmo uns petelecos em  alguns genes das foromas nativas do planeta). Isso significaria que os seres humanos seriam muito mais relacionados aos cavalos, lagartos, formigas … e até  mesmo bananas seriam muito mais próximas geneticamente aos seres humanos do que os Vulcanos, e, no entanto, ainda estamos à espera de um meio-humano, banana-meia Sr. Spock.

Para outras considerações sobre a ciência da evolução em outras conhecidas ficções leia o artigo no link abaixo.

FONTE:  MAD SCIENCE





Duas moléculas estão associadas à fala humana

13 11 2009

falatório

Ilustração, Maurício de Sousa.

 

 

Uma simples diferença de duas moléculas em um gene idêntico no homem e no chimpanzé pode estar na origem da faculdade de falar dos humanos, segundo a revista Nature.

Estas moléculas, aminoácidos, estão na base da formação das proteínas. A proteína do gene estudado (FOXP2), que comanda um grupo de outros genes ligados à linguagem, tem inúmeras centenas de aminoácidos, dos quais somente dois são diferentes no homem e no chimpanzé.

Colocamos em evidência genes cujas ações diferem em função da mutação destes dois aminoácidos e, inclusive, alguns genes cujo funcionamento é essencial ao sistema nervoso central, afirmam os pesquisadores.

Estudos anteriores sobre a evolução já haviam sugerido uma variação deste gene entre o homem e o chimpanzé por causa destes dois aminoácidos, e o impacto possível desta diferença sobre a possível desta diferença sobre a faculdade de falar.

Nosso estudo fez a demonstração experimental desta diferença,  disse Daniel Geschwind, da Universidade da Califórnia (UCLA), coautor do estudo.

Os pesquisadores utilizaram para isso tecidos cerebrais humanos e dos chimpanzés assim como células em cultura para comparar os efeitos das variações, entre o homem e o macaco, do gene FOXP2 sobre o grupo de genes responsáveis da linguagem.  E  constataram que o FOXP2 do chimpanzé tem efeitos diferentes dos do FOXP2 humano.

Apontando os genes influenciados pelo FOXP2, identificamos um conjunto de novas ferramentas para estudar como a linguagem humana pode ser regulada a nível molecular, declarou Geneviève Konopka, coautora deste estudo, em comunicado da UCLA.

Processos moleculares que poderiam também permitir, em casos de autismo ou de esquizofrenia, melhor compreender como estas patologias causam impacto à capacidade do cérebro de utilizar a linguagem, segundo a cientista.

O papel desempenhado por estas duas moléculas abre igualmente novos caminhos de pesquisa sobre a evolução do gênero humano.

Não sabemos quando a mutação destes dois aminoácidos apareceu, explicou Geschwind.   O homem e o chimpanzé se separaram há quase 5 milhões de anos, enquanto os paleoantropólogos situam o surgimento da linguagem humana a menos de 100 mil anos, quase 70 mil anos.

Por isso, será muito interessante ver a diferença com o homem de Neandertal, cuja divergência com os ancestrais do Homo sapiens é mais recente.

Mas, além do cérebro, o desenvolvimento da linguagem humana está igualmente ligado a características morfológicas que o distinguem dos grandes macacos.

Não sabemos o que aconteceria se colocássemos um cérebro humano em um chimpanzé –será que ele conseguiria falar? A maioria das pessoas acha que não, porque, no homem, a língua e as vias respiratórias superiores oferecem uma estrutura muito mais adaptada à palavra, concluiu Geschwind.

BORIS CABRELENG, da France Presse, em Paris.

Fonte:  Folha Online





Lua, sem ela nós não seriamos nós. Sabe por que?

21 06 2009

luaGetty images.

 

Sabe-se que a vida na terra deve muito a existência da lua.

 

A lua estabiliza a rotação da terra, impedindo que haja movimentos bruscos dos pólos terrestres que poderiam gerar mudanças climáticas enormes.  Se estas mudanças houvessem acontecido os cientistas acredita, que elas teriam prevenido qualquer possibilidade de forma de vida ou da evolução de vida.

A lua também tem sua influencia das marés dos oceanos, que os cientistas acreditam ter sido o lugar perfeito para o aparecimento da vida na Terra. 

Apesar da terra ter os ingredientes necessários para gerar vida, ainda não sabemos se o aparecimento da vida aqui não foi um evento único ou se é alguma coisa que acontece mais ou menos em todo o lugar que tenha condições especificas e certas para o aparecimento da vida.

Sabe-se que a vida na terra deve muito a existência da lua.

 A lua estabiliza a rotação da terra, impedindo que haja movimentos bruscos dos pólos terrestres que poderiam gerar mudanças climáticas enormes.  Se estas mudanças houvessem acontecido os cientistas acredita, que elas teriam prevenido qualquer possibilidade de forma de vida ou da evolução de vida.

A lua também tem sua influencia das marés dos oceanos, que os cientistas acreditam ter sido o lugar perfeito para o aparecimento da vida na Terra. 

Apesar de a terra ter os ingredientes necessários para gerar vida, ainda não sabemos se o aparecimento da vida aqui não foi um evento único ou se é alguma coisa que acontece mais ou menos em todo o lugar que tenha condições especificas e certas para o aparecimento da vida.

O portal Live Science publicou uma lista dos 10 fatos mais interessantes a respeito da lua.  Estou aqui usando a tradução do artigo, publicado em português no portal Terra.

Praia ao luar-2 copy

Luar na praia de Copacabana, foto: Ladyce West

 

Confira abaixo os dez fatos incríveis registrados no satélite da Terra, conforme o site científico Live Science:

10 – O Grande impacto
A teoria mais aceita sobre a origem da Lua é a de que o satélite terrestre é o resultado de uma grande colisão conhecida como Impacto Gigante (Big Whack, em inglês). Conforme os cientistas, a Lua nasceu da colisão entre um planeta do tamanho de Marte, chamado Theia, com a Terra há 4,6 bilhões de anos, pouco tempo depois do Sol e do Sistema Solar existirem. O impacto fez com que uma nuvem de poeira e rochas, composta por parte do núcleo condensado da Terra, se juntasse sobre o planeta e entrasse em órbita.

9 – Terra controla nascer da Lua
Mesmo não sendo ao mesmo tempo, a Lua diariamente surge no leste e se põe no Oeste, assim como o Sol e outras estrelas, também pela mesma razão: A Terra gira em torno do seu eixo em direção ao Leste, puxando objetos celestes no caminho e, em seguida, os empurra para fora. A Lua tambpem realiza uma viagem orbital ao redor do planeta uma vez a cada 29,5 dias.

No céu, o movimento é gradual ao leste, mas não é perceptível durante uma observação. O motivo explica porque o satélite terrestre fica maior cada dia mais tarde, em média, por cerca de 50 minutos. Por isso também a Lua aparece as vezes no anoitecer ou durante a noite, enquanto em outros momentos ela pode ser vista de dia.

8 – Sem “lado negro”
Contrariando o que muitos acreditam, cientistas explicam que a Lua não possui um “lado negro”, e sim, um “outro lado” que não pode ser visto da Terra. Há muito tempo, os efeitos gravitacionais terrestres diminuíram a rotação da Lua em torno do seu eixo. Assim que o satélite desacelerou o suficiente para corresponder ao seu período orbital – o tempo que leva para a Lua viajar ao redor da Terra -, os efeitos se estabilizaram.

Por causa disso, a Lua dá uma volta na Terra e gira em torno de si uma vez e na mesma quantidade de tempo, mostrando apenas um lado em tempo integral.

7 – Gravidade muito menor
A lua é muito menos massiva do que a Terra, tendo 27% do tamanho do planeta azul. A gravidade em sua superfície também é muito menor, sendo apenas um sexto da encontrada na Terra. Ou seja, se uma pessoa pesa 150 kg aqui no chão, lá em solo lunar ela vai pesar 25 kg. Uma pedra jogada para cima também caíra de forma bem mais lenta.

6 – Lua mais ou menos cheia
A órbita da Lua em torno da Terra possui forma oval, e não de um círculo, de modo que a distância entre o centro da Terra e do centro lunar varia ao longo de cada percurso. No perigeu, quando a Lua está mais próxima da Terra, a distância é de 363,3 mil km. No apogeu, quando está mais longe, a distância é de 405,5 mil km. Quando a Lua cheia surge durante o apogeu, o disco visível da Terra pode ser entre 14% e 30% mais brilhante que outras fases lunares.

Quando a lua está nascendo, ela parece ser maior, mas isso é uma ilusão que ainda os astrônomos não sabem explicar. Se alguém quiser testá-la, deve segurar um objeto pequeno, como uma borracha, com o braço esticado próximo à lua, e depois fazer a mesma experiência quando a lua estiver mais alta e parecer menor. Próxima ao objeto pequeno, a Lua fica com o mesmo tamanho nos dois testes.

5 – Histórico de violência
Os cientistas acreditam que as crateras lunares confirmam um passado violento no histórico lunar. Apesar de quase não haver atmosfera e atividade em seu interior, a Lua bateu recordes de quedas de corpos espaciais há bilhões de anos.

A Terra também sofreu com o bombardeio, mas as crateras foram desaparecendo com o tempo devido aos efeitos climáticos. De acordo com um estudo, os impactos podem ter ajudado no desenvolvimento das formas de vida existentes na Terra na época, em vez de destruí-las.

4 – Formato semelhante a um ovo
A Lua possui o formato oval e não arredondado ou esférico como alguns pensam. Se uma pessoa sair na rua para observá-la, uma de suas pequenas extremidades da direita estará virada para ela. Por causa desse efeito é que ela parece redonda.

3 – Cuidado! Terremotos lunares
Se engana quem pensa que a superfície lunar é sempre um mar de tranquilidade. Durante as visitas ao satélite munidos de sismógrafos, os astronautas descobriram que a estrutura geológica é bastante hostil.

Pequenos terremotos acontecem com frequência, provavelmente devido à força gravitacional liberada pela Terra, causando rachaduras no solo e liberando gases. Segundo os cientistas, a Lua possui um centro quente semelhante ao do planeta azul.

2 – Atração nos mares
Por incrível que pareça, as marés na Terra são causadas pela gravidade da Lua (o Sol em menor intensidade), que “puxa” os oceanos. Durante a rotação da Terra, as marés altas se alinham com a Lua. Do outro lado do planeta, a maré também fica alta pelo fato de que a gravidade “puxa” a Terra em direção ao seu satélite mais do que atrai a água.

O resultado de todos esses efeitos é interessante: conforme os cientistas, parte da energia rotacional da Terra é “roubada” pela Lua, fazendo com que o planeta fique mais lento em aproximadamente 1,5 milissegundos por século.

1 – Tchau, Lua!
Infelizmente, a Lua está se afastando da Terra gradativamente e, a cada ano, a distância aumenta 4 cm. Os pesquisadores explicam que, há 4,6 bilhões de anos, quando a Lua se formou, ela estava a 22 mil km da Terra. Atualmente, a distância evoluiu para 450 mil km.

Um estudo informa que a taxa de rotação da Terra está diminuindo, o que deixa os dias cada vez maiores. Os cientistas acreditam que se este efeito prosseguir, em bilhões de anos um dia terrestre poderá durar cerca de um mês.





Hahahaha!!!!! Riso surgiu de ancestral comum…

9 06 2009

gargalhada 11

Quando os cientistas se dispuseram a encontrar as raízes do riso, alguns gorilas e chimpanzés sentiram cócegas para ajudar. Literalmente.

 Foi assim que pesquisadores fizeram uma variedade de macacos, e alguns bebês humanos, rirem. Depois de analisar os sons, concluíram que pessoas e grandes símios herdaram a risada de um ancestral comum, que viveu há mais de 10 milhões de anos.

Especialistas elogiaram o trabalho. Ele oferece evidências muito fortes de que o riso humano e o símio estão ligados pela evolução, disse Frans de Waal, do Centro Nacional Yerkes de Pesquisa com Primatas.

 

Desde o tempo de Charles Darwin que cientistas notam que macacos fazem sons característicos enquanto brincam ou quando recebem cócegas, aparentemente num sinal de interesse na brincadeira.

Já havia sido sugerido que o riso humano teria raízes nos primatas. Mas a risada primata não soa como riso humano. Ela pode ser um arfar rápido, uma respiração ruidosa ou uma curta série de grunhidos.

 risinho, eloise wilkin

Risinho, ilustração de Eloise Wilkin.

Então, o que isso teria a ver com gargalhada humana?

 

Para investigar a questão, Marina Davila Ross, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, e colegas realizaram uma detalhada análise  dos sons evocados quando se faz cócegas em três bebês humanos e 21 orangotangos, gorilas, chimpanzés e Bonobos.

Após medir 11 características no som de cada espécie, eles mapearam possíveis relações entre cada um. O resultado parece uma árvore genealógica. Significativamente, a árvore combina com o modo pelo qual as espécies de relacionam, informam os cientistas na edição online da revista Current Biology.

Eles também concluíram que, embora o riso humano soe muito diferente das versões simiescas, suas características peculiares podem ter surgido a partir de peculiaridades partilhadas com as outras espécies e herdadas de ancestrais.

FONTE:  O Estado de São Paulo, Online





A evolução da espécie em mosquitos nas ilhas Galápagos

5 06 2009

iguana marinho, foto Penelope Curtis, NYT, AP

Iguana marinho, foto Penelope Curtis, AP.

 

Os animais das ilhas Galápagos têm sido amplamente estudados desde o tempo de Darwin, exceto os insetos, incluindo os mosquitos.  Agora, um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, baseando-se no mosquito  Aedes taeniorhynchus, uma das três espécies de mosquitos habitando o arquipélago, revela que esta espécie, que não foi introduzida  pelo homem, mas que habita as ilhas há mais de 200.000 anos, tem evoluído muito, tornando-se quase uma variedade distinta. 

Uma das descobertas  é a de que esse mosquito foi se adaptando ao sangue dos lagartos, tartarugas e outros répteis, e não se limita a alimentar-se do sangue de mamíferos como acontece com o mesmo mosquito no continente.  

Este poderia ser um problema preocupante se um vírus como o do Nilo Ocidental [West Nile vírus] chegasse às ilhas.  Pois o vírus poderia se propagar com uma rapidez inimaginável.  Os pesquisadores sugeriram então que todos os aviões e barcos que chegassem ao arquipélago fossem tratados com pesticidas, para evitar quaisquer  conseqüências de um eminente desastre ecológico.  

Fonte: New York Times





Descoberto “elo perdido” entre foca e antepassado terrestre

23 04 2009

eloDesenho de como seria o animal…

 

 

 

 

 

 

 

O fóssil de um tipo de “foca de quatro patas”, apresentado como o elo perdido na evolução de alguns mamíferos terrestres para os animais marinhos carnívoros atuais, foi encontrado no Ártico canadense, anunciou nesta quarta-feira uma equipe de cientistas do Canadá.

 

O esqueleto deste animal, de 110 cm de largura do focinho à calda, foi descoberto no local de um antigo lago formado em uma cratera de meteorito na ilha Devon, no território canadense de Nunavut, a 1,5 mil km do Pólo Norte. A descoberta, de cerca de 20 a 24 milhões de anos, é o fóssil mais antigo de um pinípede (mamíferos marinhos de vida anfíbia, como as focas, os leões marinhos e as morsas), indicaram os cientistas. O relatório será divulgado nesta quinta-feira na revista científica Science.

 

Os cientistas recuperaram 65% do esqueleto desse animal, de crânio parecido com o de uma foca e corpo similar ao de uma nútria, e cuja conservação foi favorecida pelos sedimentos do antigo lago de água doce. Esta descoberta “mudou nosso conhecimento de como e onde ocorreu a evolução desse animal“, disse Natália Rybczynski, paleontóloga do Museu da Natureza canadense e chefe da equipe de cientistas.

 

Sabíamos que os pinípedes descendiam de um antepassado terrestre, mas não tínhamos idéia de como havia ocorrido essa transição da terra para o mar“, indicou. Segundo a cientista, a descoberta, realizada em 2007, refuta a teoria que prevalecia até agora, segundo a qual as focas eram originárias da costa noroeste da América do Norte.

 

Também leva a crer que as focas possuem grandes olhos para caçar na escuridão do inverno ártico, e não para enxergar melhor nas profundezas do mar, como se pensava. A “foca de quatro patas” foi batizada Puijila darwini, com a associação de uma palavra que significa jovem mamífero marinho em inuktitut, língua dos esquimós, com o nome do pai da teoria da evolução, Charles Darwin.

 

Darwin havia mencionado a existência de “uma forma animal de transição entre a terra firme e o mar” em seu livro “A origem das espécies”, publicado há 150 anos, destacou a equipe científica em um comunicado.

 

Fonte: Portal Terra





Tornozelo separa os hominídeos dos macacos

14 04 2009

hominidio

 

 

Um estudo publicado nesta semana afirma que os ancestrais humanos não eram tão parecidos com os macacos e tinham dificuldades em subir em árvores. A pesquisa foi feita com a análise do tornozelo de hominídeos que viveram há mais de quatro milhões de anos, depois que humanos e chipanzés começaram a evoluir separadamente.

 

Alguns especialistas acreditavam que o hominídeo e os primeiros humanos eram bastante semelhantes aos chimpanzés, mas o novo estudo contradiz esta tese.

 

O pesquisador Jeremy DeSilva, da Universidade de Michigan em Ann Arbor, comparou a estrutura de ossos dos hominídeos com a de chimpanzés da Uganda.

 

Tornozelos

O estudo mostrou que o tornozelo dos chimpanzés é muito mais flexível do que o dos humanos e dos hominídeos. Os chimpanzés conseguem dobrar o tornozelo em um ângulo de até 45 graus, comparado com apenas 20 dos hominídeos.

 

DeSilva também analisou a parte inferior da tíbia, o osso da perna. Nos chimpanzés, a tíbia está adaptada para dar mais flexibilidade ao tornozelo. Nos hominídeos, esse tipo de adaptação não ocorre, o que indicaria que eles não conseguiriam subir em árvores com a mesma agilidade dos macacos. O pesquisador estudou 15 fósseis de hominídeos.

 

“Este estudo conclui que se os hominídeos incluíam a escalada de árvores no repertório de movimentos, eles provavelmente estavam realizando esta tarefa de forma muito diferente dos chimpanzés modernos”, escreveu DeSilva na sua pesquisa.

 

O resultado do estudo foi publicado no artigo Morfologia funcional do tornozelo e a probabilidade de se escalar em hominídeosna revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences.

 

Fonte: Portal Terra





Um novo dinossauro homenageia Confúcio

19 03 2009

tianyulong-confuciusi

 

 

 

Uma equipe de cientistas chineses e americanos anunciaram a descoberta do fóssil de um dinossauro do grupo dos ornitópodos (herbívoros), encontrado na província de Liaoning, na China. O fóssil indica que o animal teria tido algo parecido com plumas, o que modificaria a teoria sobre a origem da plumagem dos animais pré-históricos.

 

A descoberta do animal que teria vivido no período Cretáceo Inferior, entre 144 e 99 milhões de anos, foi publicada na revista científica britânica Nature.

 

Batizado como Tianyulong confuciusi, o fóssil tem em várias partes do corpo estruturas filamentosas externas parecidas com plumas, afirmam os cientistas.

 

Essas estruturas, que não apresentam sinais de ramificações, têm o mesmo tamanho e estão agrupadas em três zonas, mais uma quarta, na cauda, onde são mais longas, de até 6 centímetros.

 

Até agora, os especialistas acreditavam que os pássaros atuais, que vêm a ser dinossauros com plumas, descendiam dos terópodes, dinossauros carnívoros bípedes do grupo dos saurísquios que viveram desde o Triásico superior até o Cretáceo superior (há entre 228 e 65 milhões de anos).

 

No entanto, o fóssil descoberto por Hai-Lu You, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, e Lawrence Witmer, da Universidade Americana de Ohio, desafiaria a teoria, pois apresenta indícios de plumas, mas, por outro lado, pertence à família dos pequenos heterodontossauros, do grupo dos ornitópodes (fitófagos).

 

Artigo baseado no portal Terra.





Nós e a comida cozida

22 02 2009

cook

 

Neste último número da revista The Economist, há um artigo muito interessante sobre a evolução do ser humano.  Nele o professor da Universidade de Harvard, Richard Wrangham considera a probabilidade dos seres humanos terem se desenvolvido em humanos principalmente pelo descobrimento e manutenção do hábito de se comer alimentos cozidos.  Ou seja, depois que aprendemos a cozinhar os alimentos encontrados na natureza, depois que aprendemos a assar a carne dos animais que caçávamos, o desenvolvimento do ser humano  se modificou  muito e facilitou o crescimento dos nossos cérebros da maneira que conhecemos.

 

 

Cozinhar é universal para todos os seres humanos.  Não há uma única cultura, um único grupo humano que não dependa da preparação da comida no fogo.    E há ainda um outro detalhe de grande importância de acordo com a pesquisa de Wrangham:  o consumo de uma refeição em que o alimento é cozido no início da noite, em grupo, com família e amigos, é padrão, é o normal em todas as sociedades conhecidas.  E que sem cozinhar seu alimento o cérebro humano – que consome de 20 a 25% da energia do corpo – não poderia trabalhar o tempo todo.  Ele ainda advoga que a humanidade e a comida cozida nasceram simultaneamente.

 

Com o cozimento dos alimentos há 3 grandes mudanças que favoreceram o desenvolvimento de seres humanos como os conhecemos: 1)  moléculas nos alimentos são quebradas em fragmentos de mais fácil digestão.  2)  As moléculas de proteína quando quebradas revelam cadeias de aminoácidos em que as enzimas digestivas  podem ser mais facilmente processadas.  3) O calor amacia os alimentos.  Isto os faz mais fáceis de digerir.  Assim o corpo usa menos calorias para ingerir e digerir o alimento cozido do que o faz com o alimento cru.

 

Para a defesa de sua tese, Dr. Wrangham, usou de pesquisas em diversos outros campos. Para maior detalhamento do que ele fez, por favor, clique aqui:  THE ECONOMIST.   É importante, no entanto, lembrar que a contribuição que ele faz ao estudo da evolução do ser humano é a ligação entre a comida cozida e a humanidade.





A baleia e suas pernas, novo passo para entender a evolução.

21 09 2008
Esqueleto da Baleia Georgiacetus

Esqueleto da Baleia Georgiacetus

 

Mark Uhen, paleontologista do Museu de História Natural, em Tuscaloosa, do estado de Alabama nos Estados Unidos encontrou evidência de que antigas espécies da baleia Georgiacetus nadavam usando duas pernas traseiras.  Como mostra a ilustração do Instituto Smithsonian.  Uhen começou analisando ossos fósseis encontrados por arqueólogos amadores.  As amostras que lhe trouxeram haviam sido encontradas nas margens de rios nos estados do Alabama e do Mississipi e eram de ossos da antiga baleia Georgiacetus cujo habitat havia sido próximo ao Golfo do México, há 40 milhões de anos, na época em que o estado americano da Flórida ainda estava quase totalmente submerso.  Estas baleias atingiam aproximadamente 4 metros de comprimento e tinham dentes muito pontiagudos.

 

Sabe-se que os ancestrais das baleias andavam sobre quatro pernas, assim como outros mamíferos e eram animais semi-aquáticos. Com o tempo eles vieram a ser animais aquáticos e as pernas da frente viraram nadadeiras, enquanto perderam as ancas e pernas de trás.  Os vertebrados conhecidos do homem hoje são capazes de nadar usando uma grande variedade de técnicas.  As mais conhecidas são: o pedalar com os quatro membros, pedalar só com os membros traseiros, ondular os quadris, ondular a cauda e oscilar com a cauda.  Tudo indica que estes novos fósseis possam explicar melhor a evolução da maneira de nadar das baleias.  

 

 

Ilustração de Mary Parrish

Ilustração de Mary Parrish

 

Este ainda é um dos grandes mistérios no estudo e na compreensão da anatomia e evolução do maior mamífero aquático.  Descobrir quando as baleias se transformaram para se adaptarem melhor à água está sempre presente nos estudos sobre evolução da vida no nosso planeta.  Muitas baleias de hoje ainda mostram traços de uma pélvis e há algumas baleias, que nascendo com algumas características recessivas, nascem com vestígios de pernas traseiras.  Com os estudos de Mark Uhen a baleia Georgiacetus parece ser um passo na evolução: mostra indício de ter nadado com a oscilação dos quadris.

Fontes: Newswise, Physorg