Júbilo e tristeza: DNA de dinossauros não pode ser recuperado

18 10 2012

Cena do filme Parque dos dinossauros, I.

Foi com um misto de júbilo e tristeza que li esta semana que o DNA de dinossauros não poderá ser recuperado.  A ideia de que Michael Crichton se valeu para escrever o livro de suspense e aventura Jurassic Park, que nas mãos de Steven Spielberg se tornou um sucesso de bilheteria no cinema, não é viável.  Minha alegria veio de saber que não passaremos pelos perigos possíveis de termos, nas mãos de governos ou companhias particulares inescrupulosos, a possibilidade de criação dessas feras.  Mas tristeza porque tenho uma curiosidade imensa, que não conseguirá ser satisfeita, em relação a esses seres bestiais.

Tudo já indicava, no mundo científico, que a “reconstituição dos dinossauros” não seria possível.  Mas na dúvida havia sempre uma pequena brecha, uma centelha de esperança, de vermos um dia um dinossauro vivo, até que cientistas na Nova Zelândia descobriram o tempo máximo de estocagem de material genético.

Cena do filme Parque dos dinossauros, I.

Depois que a célula morre, enzimas começam a desfazer os ligamentos entre os nucleotídeos que formam a estrutura do DNA. Micro-organismos ajudam então na decomposição.  No entanto, a expectativa de manutenção das características de DNA são em geral dependentes da proximidade de água, que aumenta a rapidez da decomposição. Água na terra onde se encontra um osso de dinossauro, por exemplo, deveria poder estabelecer o ritmo de degradação do DNA.

Foi justamente essa determinação que se mostrou bastante difícil, principalmente porque há muitos fatores tais como temperatura, ataque de micróbios, condições do meio ambiente, oxigenação que podem alterar a velocidade do processo de decomposição. Comparando DNA de diferentes idades da mesma espécie assim como diferentes níveis de decomposição, os cientistas foram capazes de determinar que em 521 anos o DNA perde metade das conexões entre nucleotídeos.

Mas ainda há muito que se descobrir.  Os pesquisadores afirmaram que a idade do DNA afeta quase 38% da degradação – eles usaram ossos do moa, para o estudo.  Outro fatores tais quais preservação, maneira de estocagem de produto escavado, a química do solo e até mesmo a época do ano em que o animal morreu podem contribuir como fatores que diferenciam os níveis de degradação, fatores que ainda precisam ser estudados.

E lá se vai a porta da esperança de se ver um desses animais do passado, talvez, um preso em âmbar, “renascido”.  A porta se abre mais cautelosa, oferecendo só uma frestinha de esperança…  Mas quem sabe?  Talvez, num futuro longínquo possamos ainda reviver, ressoprar a centelha da vida num desses animais pré-históricos…

FONTES: Terra, Nature





Ninho de ovos de dinossauros descobertos na Chechênia

13 04 2012

Cientistas da república islâmica da Chechênia, no Cáucaso, que faz parte da Federação Russa, descobriram um “esconderijo” de ovos fossilizados de dinossauros em uma área montanhosa no sul da república. Uma equipe de geógrafos fez a descoberta em uma expedição para estudar duas cachoeiras até então desconhecidas numa área intocada no Sharoyski , Distrito da Chechênia.

Existem pedras nas encostas da montanha e entre eles notamos uma espécie de globos lisos e macios“, afirmou Magomed Dzhabrailov, geógrafo da Universidade do Estado da Chechênia. “Chegamos perto e vimos que não eram pedras. Concluímos, então, que eram ovos de dinossauro, por causa das cascas, claras e gemas que eram bem nítidas. O diâmetro do ovo varia entre 63 centímetros e um metro“, contou.  “A visão transversal [de um dos ovos] mostra que a sua casca, gema e albúmen são muito bem-circunscritos. Tiramos várias amostras para verificar a composição física e química dos fósseis.”

Um grupo de paleontologistas foi enviado a Moscou para estudar as amostras e conduzir testes de radiocarbono nas mesmas.  Os cientistas acreditam que os ovos – cerca de quarenta  — foram colocados por um dinossauro herbívoro que viveu cerca de 60 milhões de anos atrás, época de extinção dos dinossauros no planeta.

Fontes: RIA NOVOSTI e Terra





Grande dinossauro com penas descoberto na China

4 04 2012

Desenho que ilustra como seriam os Yutyrannus huali.

Paleontólogos chineses e canadenses descobriram um fóssil do maior dinossauro com penas encontrado até hoje. O tiranossauro chamado de Yutyrannus huali, que significa” belo tirano com penas”, media nove metros e pesava cerca de 1400 quilos. Embora fosse muito menor que o Tiranossauro rex, o peso do novo dinossauro era 40 vezes mais elevado do que o maior dinossauro com penas conhecido até hoje, o Beipiaosaurus.

Apesar de contar com penas de 15 centímetros estes dinossauros que viveram na Terra há 125 milhões de anos eram incapazes de voar. Além de serem muito pesados para saírem do chão, havia uma questão aerodinâmica nas penas que impedia o voo. “As penas eram filamentosas eram estruturalmente mais parecidas com cabelos ou cerdas do que as plumas das aves modernas, portanto não formavam superfície aerodinâmica para o voo“, disse Corwin Sullivan, paleontólogo canadense que participou do estudo publicado no periódico científico Nature.

Os pesquisadores acreditam que as penas tinham a função de isolamento térmico. “Os grandes animais geralmente conseguem conservar o calor mais facilmente. Eu suspeito que que o Y. huali era um animal de sangue quente para que pudesse se beneficiar deste mecanismo de retenção de calor“, disse ao iG Sullivan.

A descoberta foi feita a partir da análise de três esqueletos completos do Yutyrannus huali. Os três esqueletos – um exemplar adulto e dois filhotes -, foram encontrados na província de Liaoning, na China.   Os paleontólogos tinham conhecimento, há mais de uma década, que alguns pequenos dinossauros tiveram plumas semelhantes às dos pássaros, com tamanhos semelhantes às de uma galinha,  graças às descobertas de vários fósseis nesta região chinesa. Mas esse achado mostra que existiu pelo menos uma grande espécie que também tinha penas.

Enquanto os dois filhotes deveriam pesar cerca de meia tonelada, o exemplar adulto teria alcançado 1.400 quilos e nove metros de comprimento, dimensões que o transformam no maior animal com penas que já existiu.  Seu tamanho era consideravelmente menor do que seu primo Tiranossauro Rex, mas quarenta vezes maior do que as espécies com penas anteriormente descobertas.

Engana-se, porém, quem pensa que as penas do “Yutyrannus” eram belas como as de alguns pássaros atuais. Sua plumagem era feita de “simples filamentos e se pareciam com as de um pintinho“, explicou Xu Xing, principal autor do artigo e pesquisador do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados de Pequim.

O caso do Yutyrannus, cujo corpo era apenas parcialmente coberto com penas, pode refletir uma adaptação a um ambiente frio incomum, afirma o estudo. Ao contrário de seu parente, o tiranossauro, que viveu numa época quente, o “Yutyrannus” habitou a Terra em meados do Cretáceo Inferior, um período que se estendeu de 145 milhões de anos a 98 milhões de anos atrás, e no qual as temperaturas caíram. Por isso suas penas devem ter servido para proteção contra o frio, já que supõe-se que esse período tenha sido muito mais frio do que o resto do Cretáceo, 10°C contra 18°C em média.

O estudo revela mais um novo elemento sobre a evolução dos primeiros animais com penas. É possível que a dimensão e a natureza da plumagem “evoluiu de acordo com as mudanças de massa corporal e da temperatura do ambiente“, acreditam os pesquisadores.

Pode-se até considerar, de acordo com o estudo, que o Tiranossauro e seus parentes tiveram penas em partes do corpo.  A descoberta pode ser uma prova de que “as penas estavam muito mais disseminadas do que os cientistas pensavam até poucos anos, pelo menos entre os dinossauros carnívoros“, disse o autor do estudo.

Fonte: Terra, Le Temps





Camelos de longos focinhos antecessores das lhamas?

20 03 2012

A descoberta de fósseis de duas espécies de camelos com focinhos alongados, no Panamá, amplia a distribuição de mamíferos no ponto mais austral da América Central.  Esses animais, que viveram há 20 milhões de anos, podem ter sido antecessores da alpaca e da lhama da América do Sul. “Nunca antes haviam sido encontrados na América Central camelos dessa antiguidade“, disse nesta quinta-feira Bruce MacFadden, curador de Paleontologia de Vertebrados do Museu de História Natural da Flórida, nos Estados Unidos.  “Estamos descobrindo uma diversidade fabulosa de novos animais que viveram na América Central, que nós nem sequer conhecíamos antes”.

Fóssil de camelo gigante do Panamá.

A descoberta lança nova luz na história dos trópicos, uma região que contém mais da metade da biodiversidade do mundo e alguns dos mais importantes ecossistemas. Aldo Rincón, geólogo que dirigiu o relatório elaborado sobre esta descoberta, ressaltou que os fósseis representam o primeiro achado destes “pequenos e estranhos” camelos na região.  “Por sua vez, confirmariam uma conexão terrestre entre a parte sul da América Central, México, Texas e Flórida no Mioceno” (há 20 milhões de anos), indicou Rincón.

Esses fósseis são os mais antigos fósseis de mamíferos encontrados no Panamá: Aguascalietia panamaensis e Aguascalientia minuta. Distinguidos um do outro, principalmente por seu tamanho, os camelos pertencem a um ramo evolutivo da família do camelo separada da que deu origem aos camelos modernos, baseados em diferentes proporções de dentes e maxilares alongados.

O cientista encontrou os fósseis na região de escavações das Cascatas durante as pesquisas paleontológicas e geológicas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian e pelo Museu de História Natural da Flórida em colaboração com a Autoridade do Canal do Panamá. “Além de agregar uma peça muito importante na evolução desta subfamília, os novos fósseis oferecem a oportunidade de entender a relação entre esses estranhos fósseis e os camelos atuais e as lhamas”, destacou.

Desenho de como esses camelos poderiam ter sido.

Os trópicos contêm alguns dos ecossistemas mais importantes do mundo, incluindo florestas tropicais que regulam os sistemas climáticos e servem como uma fonte vital de comida e remédios, ainda pouco se sabe da sua história, porque uma vegetação exuberante impede escavações paleontológicas.

Essa família se originou cerca de 30 milhões de anos atrás e eles são encontrados difundido na América do Norte, mas antes desta descoberta, eram desconhecidas sul do México.” disse Aldo Rincon.  O estudo mostra que, “apesar proximidade da América Central à América do Sul, não houve conexão entre os continentes porque os mamíferos na área de 20 milhões de anos atrás, todos,  tiveram origens norte-americanas. O istmo do Panamá, foi formado por volta de 15 milhões de anos depois e  a fauna cruzou a América do Sul 2,5 a 3 milhões de anos atrás”, MacFadden disse.  “As pessoas pensam de camelos como sendo no Velho Mundo, mas a sua distribuição no passado é diferente do que conhecemos hoje“, disse MacFadden. “Os ancestrais de lhamas origem na América do Norte e, em seguida, quando a ponte de terra formado cerca de 4 a 5 milhões de anos, eles se dispersaram na América do Sul e evoluiu para o, lhama alpaca, guanaco e vicunha.”

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Fontes: Terra, e Universidade da Florida





As florestas 300 milhões de anos atrás… Como seriam?

24 02 2012

Desenho de como seriam as florestas de 300.000.000 de anos, ilust. Ren Yugao.

Uma descoberta na China, nos dá uma idéia da vida no passado longínquo da Terra.  Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, o  paleobotânico [paleontólogo-botânico] Hermann Pfefferkorn e seus colegas de trabalho  anunciaram, no início da semana,  a descoberta de uma floresta fossilizada que ficou enterrada sob uma mina de carvão há 300 milhões de anos.  A floresta foi preservada pelas cinzas de um vulcão, numa área que faz parte hoje do norte da China.   Os pesquisadores apresentaram uma reconstrução da floresta fossilizada, dando idéia sobre a ecologia e clima da época, e a ilustração acima nos ajuda a imaginar como seria a Natureza de então.

O impressionante é que com essa descoberta pode-se agora ter um olhar mais preciso sobre a vida vegetal, o clima e a ecologia de aproximadamente 298 milhões de anos atrás. A floresta, descoberta perto de uma mina de carvão na cidade de Wuda, na China, foi coberta por cinzas vulcânicas durante um período de poucos dias e assim se preservou praticamente intacta, de uma maneira semelhante a que preservou a cidade de Pompéia, na Itália em 79 dC.  Esse evento dá um instantâneo de um momento preciso no passado longínquo: plantas foram preservadas como caíram, em muitos casos nos locais exatos onde cresciam.

Asterophyllites longifolius (A) e associado Paleostachya tipo estróbilos (B); Sphenophyllum oblongifolius (C) e associado estróbilos (D); Sigillaria cf. ichthyolepis folha (E)

Samambaias: (A) Pecopteris cf. candolleana; (B) feminaeformis Nemejcopteris; (C) Pecopteris orientalis; (D) Pecopteris sp

Terra no período Permiano.

Talvez seja interessante lembrar que estamos falando de uma era anterior à dos dinossauros na Terra.  O nosso planeta ainda não tinha os continentes de hoje.  Nem Pangeia ainda existia.  A Terra estava no início de um período geológico chamado Permiano, durante o qual as placas continentais ainda estavam se movendo em direção umas  às outras para formar o supercontinente Pangeia, onde se formou numa única massa continental circundada por um único oceano, a que chamamos Pantalassa.   Veja a ilustração abaixo de Pangeia, que em grego quer dizer toda a Terra, depois da junção da América do Norte e da Europa.  Enquanto que na China existiam dois continentes menores. Tudo sobreposto ao Equador e, portanto, uma área com clima tropical.

A formação dos continentes como eles existem hoje.

Ilustração de provável aparência da floresta de 300.000.000 de anos. Ilust. Ren Yugao.

Tudo está maravilhosamente preservado,” disse Pferfferkorn, “podemos encontrar um ramo com folhas presas e então, encontrar o ramo seguinte, e o próximo galho e o próximo.  E depois encontramos o toco da mesma árvore.  É impressionante.

O local têm extensa atividade de mineração de carvão próxima. Isso propiciou a descoberta de grandes extensões de rocha, que mostraram sinais da floresta.  Por causa disso, os pesquisadores foram capazes de examinar 1.000 m² da camada de cinzas vulcânicas, em três locais diferentes, próximos entre si.  Isso permitiu que se caracterizasse o ecossistema de maneira bastante precisa.

(A e B) Pecopteris sp. com esporângios do tipo Asterotheca; hemitelioides (C e D) Pecopteris com esporângios do tipo Eoangiopteris; (E e JK) Sphenopteris (Oligocarpia) gothanii

A base de tronco de árvore grande, após a escavação.

Pfefferkorn disse que “esta será agora a linha de base. Quaisquer outros achados, que são normalmente muito menos completos, terão que ser avaliados com base no que foi determinado aqui …. Esta é a reconstrução da primeira floresta, na Ásia,  em qualquer espaço de tempo, é a primeira com Noeggerathiales como um grupo dominante. ” A descoberta será apresentada na próxima semana na publicação a Academia Nacional das Ciências.

[NOTA: Noeggerathiales é uma ordem de plantas vasculares, extinta.  A faixa geológica dessa ordem se estende desde o Carbonífero Superior ao Triássico.  Até hoje, um grupo mal conhecido com  seu lugar na taxonomia e posição no reino vegetal incertos].

Naquela época, o clima da Terra era comparável ao que é hoje.  Isso é de especial interesse para interesse para pesquisadores como Pfefferkorn que olham para os padrões climáticos antigos na tentativa de ajudar a entender variações climáticas que temos hoje.

(E) Pecopteris lativenosa; (F) Pecopteris arborescens com anormal pinna (Aphlebia) na base

Ao todo, foram identificados seis grupos de árvores. Samambaias formavam a cobertura vegetal de menor altura,  enquanto as árvores altas – Sigillaria e Cordaites –  muito altas, subiam até 80 metros acima do solo.  Além do Professor Pfefferkorn,  do Departamento de Terra e Ciências Ambientais, da Universidade da Pensilvânia, colaboraram nas pesquisas três colegas chineses: Jun Wang, da Academia Chinesa de Ciências, Yi Zhang, da Universidade Normal de Shenyang e Zhuo Feng Universidade de Yunnan.

Localização da floresta no mapa da China, na Mogólia, próximo a Wuda.

Fonte e mais fotos: The Daily Mail.





Dinossauro gaúcho tem penas!

25 11 2011

Cientistas de quatro universidades brasileiras apresentaram nesta quinta-feira em Canoas (RS) o resultado do estudo de uma espécie de dinossauro descoberta em 2004 em Agudo (RS). Após a classificação, o predador plumado ganhou o nome de Pampadromaeus barberenai. A pesquisa foi coordenada pelo professor Sergio Cabreira, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), e contou com cientistas das universidades de São Paulo (USP), Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e de Minas Gerais (UFMG).

Segundo os paleontólogos, o primeiro nome faz referência ao pampa, os campos característicos do Rio Grande do Sul, e o sufixo grego “dromaeus” à palavra grega para “corredor”. Já o segundo nome homenageia o pesquisador e paleontólogo brasileiro Mario Costa Barberena, um dos fundadores do Programa de Pós-graduação em Paleontologia do Instituto de Geociências da Ufrgs.

O fóssil descoberto tem 228 milhões de anos e, destacam os pesquisadores, possui muitas características do grupo dos terópodos – famosos carnívoros como Tyrannosaurus rex e Velociraptor mongoliensis -, em especial ser bípede. Apesar disso, estes predadores existiram apenas 75 milhões atrás, muito depois do corredor dos pampas.

Contudo, o Pampadromaeus é um dos mais antigos representantes da linhagem dos sauropodomorfos, no qual se destacavam dinossauros de pescoço longo, geralmente herbívoros e grandes – como os titanossauros. O dinossauro gaúcho, apesar de pertencer ao grupo, era bem diferente – tinha apenas 1,2 m e era onívoro (comeria pequenos animais, inclusive insetos, e vegetais).

A descoberta indicaria que os primeiros sauropodomorfos e terópodos eram muito semelhantes, mas acabaram gerando dinossauros bem diferentes, o primeiro os saurópodos (herbívoros), enquanto os terópodos continurariam com “monstros” como os tiranossauros.

O estudo foi coordenado pelo paleontólogo Sergio Cabreira (Ulbra) e contou com os pesquisadores Cesar Leandro Schultz e Marina Bento Soares (Ufrgs), Max Cardoso Langer e Jonathas Bittencourt (USP) e Daniel Fortier (UFMG), além do biólogo e mestrando Lúcio Roberto da Silva (Ulbra).

Fonte: Terra





Pegadas revelam 12 tipos de dinossauros em serra peruana

4 09 2011

Ornithomimus, na figura, é um terópodo.

A província de Huari, perto da Cordilheira Blanca, na serra central do Peru, foi habitada há 125 milhões de anos por pelo menos 12 tipos de dinossauros, cujas pegadas ficaram impregnadas a 4,8 mil m de altitude, explicou o paleontólogo Carlos Vildoso em entrevista publicada neste sábado em Lima.

Todos falam da extinção dos dinossauros, mas também houve fatos ao longo da era Mesozoica que foram determinando a vida no planeta“, declarou Vildoso ao jornal El Comercio. Segundo o encarregado destas descobertas, ali foram “encontradas mostras que há um período no Cretácio no qual o oxigênio desaparece“.

Em Huari se encontraram desde 2005, quando se descobriram as primeiras, pelo menos 12 formas diferentes de pegadas, entre as quais há dinossauros carnívoros (terópodos, carnossauros e celurossauros), além de herbívoros com pescoço longo e os que eram dotados de bico, segundo o jornal.

O estudo se centrou em 40 km da estrada Conococha a Yanacancha e só nessa região já foram encontrados restos valiosos”, acrescentou Vildoso. O especialista explicou que essa região peruana rodeada por neve era, segundo as evidências, uma floresta tropical e queao percorrerem (os dinossauros) este terreno de barro, as pegadas ficaram gravadas e se fossilizaram

Vildoso, que trabalhou em estudos similares em outras partes do país, disse que os restos poderiam estar inclusive no campo nevado de Pastoruri, muito visitado por turistas, e que por motivos de mudança climática está perdendo seu volume de gelo. “Agora que a neve está retrocedendo, podem ser observadas com maior clareza, embora ainda seja cedo para afirmá-las“, declarou.

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  1. Terópodes — eram grandes dinossauros bípedes e em sua maioria carnívoros, como o Tiranossauro rex.
  1. Carnossauro — definição criada para dinossauros carnívoros como o Alossauro e o Giganotossauro, dois dos maiores dinossauros conhecidos.
  1. Celurossauro — eram terápodes menores que podiam ter penas e tinham ossos ocos. As aves modernas descendem dos celurossauros, embora fosse mais corretodizer que as aves são os últimos celurossauros vivos

 

Fonte: Revista Veja Online





Plessiossauros davam luz a seus bebês!

13 08 2011

Ilustração de um nascimento de Plessiossauro.

Novas pesquisas apontam para répteis marinhos pré-históricos – Plesiossauros – que poderiam ter sido ótimos pais, ou seja poderiam formar um núcleo familiar, porque diferente de outros répteis que se procriavam através de ovos, estes davam luz a filhotes vivos. 

F. Robin O’Keefe  da Universidade of Marshall, em Huntington, no estado da West Virginia, ao preparar um fóssil Plessiossauro para uma exposição no Museu de História Natural de Los Angeles County, na Califórnia descobriu que limpava o fóssil de uma fêmea adulta com um feto dentro dela.   A espécie, Polycotylus latippinus, que vivia a 78 milhões de anos e que pode ser facilmente identificada por um osso no membro anterior muito distinto, mostrava claramente que havia um feto dentro dessa fêmea e que não poderia ser, como havia sido sugerido, um Plesiossauro adulto que houvesse comido um bebê. Não há nenhuma evidência que leve a esta conclusão.

A evidência de gravidez é “absolutamente convincente“, disse o especialista em Plessiossauros Adam Smith , curador de ciências naturais em do Museu de Ciências em Birmingham na Grã Bretanha.   O’Keefe lembrou não ser surpreendente que répteis marinhos gestassem um embrião, porque os ovos de répteis têm casca grossa e precisam ser colocados em terra firme.  Mas isso seria muito difícil para os Plesiossauros, que além de estarem entre os principais predadores dos mares do mundo, eram animais muito grandes para subir pelas areias da praia até chegar a um local seguro para depositar seus ovos.

O surpreendente foi o achado de um único grande feto.   Levando-se em consideração o fóssil e o estágio de desenvolvimento do feto, a mãe teria 4,70 m de comprimento enquanto que o bebê teria atingido pelo menos 1,60 m, se tivesse nascido a termo. “All other Mesozoic marine reptiles had several small babies,” O’Keefe says. “Todos os outros répteis marinhos do Mesozóico tinham vários bebês pequenos“, disse O’Keefe.

Fontes: New Scientist  e Portal Terra





Mastodontes, antigos habitantes de Minas Gerais

20 04 2011
 
Mastodonte, ilustração de Jorge Blanco, 2005.

Há muito tempo, digamos há 60.000 anos atrás, uma parte de Minas Gerais era habitada por uma considerável população de mastodontes.  Mastodontes eram antepassados dos elefantes que conhecemos nos dias de hoje.  Eles viviam tanto na América do Norte como na América do Sul, e deixaram de existir há 10.000 anos atrás. 

Os mastodontes tinham aproximadamente 3 metros de altura e pesavam próximo de 7 toneladas, eram herbívoros, comiam folhas e ramos de árvores, gramíneas e frutos. Por causa disso, seus dentes eram adaptados à digestão de folhas macias. 

O nome científico dos mastodontes brasileiros é Stegomastodon waringi .  Seu tamanho era semelhante ao do elefante asiático e um pouco menor do que mastodontes encontrados em outros lugares das Américas.

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Os fósseis de um grande grupo de mastodontes, com  indivíduos de todas as idades, de bebês a idosos  – quase 40 animais , o maior grupo das Américas – foram descoberto na cidade de Araxá em Minas Gerais.  A morte desses paquidermes  pode ter sido causada por uma grande enchente que enterrou todos os membros dessa mesma “tribo” ao mesmo tempo.  

O mastodonte não habitava só a área de Minas Gerais.  Era na verdade um animal bastante comum no território brasileiro;  vestígios de sua existência aparecem em 23 dos nossos estados.  Sendo animais tão interessantes é uma pena que tenham ficado sem estudo por muito tempo.  Mas eis que alguém com boa visão e espírito empreendedor, o paleontólogo Leonardo Avilla da Unirio, decidiu há alguns anos estudar os ossos desses mastodontes que haviam ficado esquecidos nas gavetas do Museu de Ciência da Terra.  Financiada pela Faperj sua pesquisa rende ótimas informações sobre a vida na pré-história brasileira e conhecimento do hábitos e costumes desses antigos animais. 

No próximo mês de maio dos dias 11 a 13 acontecerá a terceira edição da JORNADA de ZOOLOGIA DA UNIRIO, onde trabalhos relacionados aos grandes animais como preguiças de 6m de altura, estarão sendo apresentados.

FONTES: GLOBO, Jornal da Ciência,





Descobertas e mais descobertas paleontológicas no RS e na Espanha…

25 03 2011

 

Tiajudens eccentricus, no Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul

Uma equipe de paleontólogos das Universidades Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Federal do Piauí (UFPI) e de Witwatersrand (África do Sul) descobriu fósseis de um vertebrado herbívoro com dentes de sabre em Tiarajú, na região central do Rio Grande do Sul.

Segundo a UFRGS, o animal era um terápsido (antiga linhagem de vertebrados que deu origem aos mamíferos) que viveu no Período Permiano da Era Paleozoica – pelo menos 260 milhões de anos atrás.  Este período foi sucedido pelo Mesozóico, quando os dinossauros apareceram.

Apesar de não ser muito grande (tinha o tamanho de uma anta), o espécime chama a tenção por seus dentes de 12 cm.  Os pesquisadores chegaram à conclusão de que era uma nova – e estranha – espécie e a nomearam de Tiarajudens eccentricus.  Seu nome se refere a Tiaraju,  distrito de São Gabriel no estado do Rio Grande do Sul.   Além da arcada dentária o Tiajudens contava com 26 dentes largos, semelhantes aos nossos molares, no céu da boca.  Acredita-se que eles servissem para mastigar folhas.

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— “Os incisivos, posicionados na maxila, tinham serrilha para arrancar as plantas, muito parecidos com os que encontramos hoje nos ruminantes.  Os dentes do palato mastigavam, o que era uma novidade, porque proporcionava melhor digestão” — disse Juan Carlos Cisneros, paleontólogo da Univerdidade do Piauí.

Os pesquisadores destacam também que é o mais antigo registro de terápsido que tinha a capacidade de mastigar e o mais antigo de um herbívoro com dentes de sabre – característica comum em alguns carnívoros extintos, como o famoso tigre dentes de sabre, mas rara em herbívoros.

Os cientistas acreditam que os longos dentes eram usados em lutas entre membros da mesma espécie ou como defesa contra predadores. A descoberta está publicada na revista científica Science.

— ” Alguns estudos já haviam encontrado fósseis do Paleozóico no Pampas.  Por isso, resolvemos intensificar a pesquisa naquela região.  Foi assim que chegamoso ao Tiarajudens.  Além do crânio, encontramos vestígios de uma pata e de outras partes do corpo, que ainda estão sendo estudadas, e que permitirão, em breve, outras descobertas sobre a espécie.   Por enquanto sabemos que era um animal adulto, e provavelmente macho.  As fêmeas não deviam ter dentes de sabre ou então eles eram mais curtos.” — esclareceu Cisneros.

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Enquanto isso, na Espanha….

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Narulagus Rex
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Pesquisadores do Instituto Catalão de Paleontologia (ICP) descobriram fósseis de um coelho gigante na ilha de Minorca, na Espanha. A descoberta foi publicada no Journal of Vertebrate Paleontology. O coelho, de nome científico Nuralagus rex, viveu há cerca de 5 milhões de anos e pesava entre 12 e 15 kg, cerca de 10 vezes o peso de um coelho nos dias de hoje.

A pesquisa indica que o mais curioso deste coelho gigante é o fato de ele não poder pular e se mover com as mãos e os pés colocados ao chão – característica de animais como ursos e capivaras. O estudo aponta que a existência deste mamífero roedor pode ser entendida pelo motivo de o ecossistema da ilha de Minorca não ter predadores para esta espécie.

A pressão seletiva sobre os ecossistemas insulares gera a limitação de recursos, o que implica a ausência de predadores. Não podemos comparar com o que acontece hoje, porque a atividade humana levou à introdução de novas espécies e à caça“, disse Meike Köhler, co-autora do artigo e chefe do grupo de pesquisa de Paleontologia do ICP.

FONTES: Portal Terra e O Globo, edição impressa.