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Cena do filme Parque dos dinossauros, I.
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Foi com um misto de júbilo e tristeza que li esta semana que o DNA de dinossauros não poderá ser recuperado. A ideia de que Michael Crichton se valeu para escrever o livro de suspense e aventura Jurassic Park, que nas mãos de Steven Spielberg se tornou um sucesso de bilheteria no cinema, não é viável. Minha alegria veio de saber que não passaremos pelos perigos possíveis de termos, nas mãos de governos ou companhias particulares inescrupulosos, a possibilidade de criação dessas feras. Mas tristeza porque tenho uma curiosidade imensa, que não conseguirá ser satisfeita, em relação a esses seres bestiais.
Tudo já indicava, no mundo científico, que a “reconstituição dos dinossauros” não seria possível. Mas na dúvida havia sempre uma pequena brecha, uma centelha de esperança, de vermos um dia um dinossauro vivo, até que cientistas na Nova Zelândia descobriram o tempo máximo de estocagem de material genético.
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Cena do filme Parque dos dinossauros, I.
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Depois que a célula morre, enzimas começam a desfazer os ligamentos entre os nucleotídeos que formam a estrutura do DNA. Micro-organismos ajudam então na decomposição. No entanto, a expectativa de manutenção das características de DNA são em geral dependentes da proximidade de água, que aumenta a rapidez da decomposição. Água na terra onde se encontra um osso de dinossauro, por exemplo, deveria poder estabelecer o ritmo de degradação do DNA.
Foi justamente essa determinação que se mostrou bastante difícil, principalmente porque há muitos fatores tais como temperatura, ataque de micróbios, condições do meio ambiente, oxigenação que podem alterar a velocidade do processo de decomposição. Comparando DNA de diferentes idades da mesma espécie assim como diferentes níveis de decomposição, os cientistas foram capazes de determinar que em 521 anos o DNA perde metade das conexões entre nucleotídeos.
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Mas ainda há muito que se descobrir. Os pesquisadores afirmaram que a idade do DNA afeta quase 38% da degradação – eles usaram ossos do moa, para o estudo. Outro fatores tais quais preservação, maneira de estocagem de produto escavado, a química do solo e até mesmo a época do ano em que o animal morreu podem contribuir como fatores que diferenciam os níveis de degradação, fatores que ainda precisam ser estudados.
E lá se vai a porta da esperança de se ver um desses animais do passado, talvez, um preso em âmbar, “renascido”. A porta se abre mais cautelosa, oferecendo só uma frestinha de esperança… Mas quem sabe? Talvez, num futuro longínquo possamos ainda reviver, ressoprar a centelha da vida num desses animais pré-históricos…
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