Parati: lembrança do passado, 1958
Armando Viana (RJ 1897- RJ 1992)
óleo sobre tela, Coleção Particular
POEMA
Ó sino de minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que tanjas perto,
Quando passo sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto saudade de perto.
Fernando Pessoa
Vocabulário:
dolente – triste
me tanjas – me toques
errante – sem destino
Em:
Poemas para a infância: antologia escolar, Henriqueta Lisboa, Edições de Ouro:s/d, Rio de Janeiro
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
bommmmmmmmmmmmmmmmm de mais
lindooooooooooooooo