Os lambeossauros – dinossauros com bicos semelhantes aos dos patos viveram entre 85 milhões e 65 milhões de anos atrás, no que chamamos de Período Cretáceo, tardio. Conhecidos por terem uma crista, feita de ossos, e às vezes bastante complexas, bem em cima de suas cabeças como se fossem coroas, estes dinossauros sempre atraíram a curiosidade dos estudiosos, que já imaginaram todo tipo de função para tal apêndice. A imaginação de paleontólogos parecia não ter limites quando ainda considerava que nestas cristas haviam longas e tortuosas passagens nasais. Inicialmente pensou-se que fizessem parte de um sistema de refrigeração do cérebro. Ou talvez uma maneira dos dinossauros respirarem debaixo d’água. Talvez eles tivessem a capacidade de melhorar o faro desses animais?
Recentemente, no entanto, exames de tomografia computadorizada das passagens nasais desses dinossauros sugerem que os dinossauros tinham a capacidade de reconhecer indivíduos da espécie com base apenas em suas vozes. Cientistas de três universidades canadenses e norte-americanas criaram reconstruções digitais dos fósseis de cérebros e das cavidades das cristas de quatro espécies diferentes de lamebossaurídeos. Chegaram à conclusão de que estas cristas ósseas faziam com que os dinossauros pudessem reconhecer outros dinossauros de sua espécie com base apenas em suas vozes. As vozes desses animais provavelmente mudavam à medida que eles envelheciam, assim como mudavam os tamanhos de suas cristas.
O estudo revelou que uma porção, em forma de tubo, no ouvido interno dos dinossauros, a que se dá o nome de cóclea, era sensível o suficiente para detectar os sons em freqüências graves que as cristas produziam. E como as cristas cresciam com a idade, as cócleas tomavam formas diferentes, mudando muito entre cada indivíduos.
Isto indica que as cavidades nasais podem ter sido tão únicas quanto as impressões digitais humanas.
“Os jovens têm apenas o começo de uma crista e passagens de ar ligeiramente expandidas”, disse Lawrence Witner, paleontologista da Universidade do Ohio que participou do estudo. “À medida que envelhecem, começam a desenvolver passagens de ar muito mais tortuosas e cristas mais altas”.
Como resultado, os lambeossaurídeos podem ter tido maneiras únicas de se identificarem a ponto de permitir que seus chamados fossem distinguidos por outros animais.
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