Ilustração Maurício de Sousa
DO ALFABETO E DOS NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS E SEUS DERIVADOS
1º ) O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:
Iremos adicionar 3 novas letras ao alfabeto:
k K (capa ou cá)
w W (dáblio)
y Y (ípsilon)
As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados:
Exemplos: Franklin, frankliniano;
Kant, kantinismo;
Darwin, darwinismo;
Wagner, wagneriano;
Byron, byroniano;
Taylor, taylorista;
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados:
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano;
Malawi, malawiano;
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional:
Exemplos:
TWA,
KLM;
K-potássio (de kalium),
W-oeste (West);
kg-quilograma,
km-quilômetro,
kW-kilowatt,
yd-jarda (yard);
Watt.
3º ) Em congruência com o número anterior, mantém-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes:
Exemplos: comtista, de Comte;
garrettiano, de Garrett;
jeffersônia, de Jefferson;
mülleriano, de Müller;
shakesperiano, de Shakespeare.
Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem.
Exemplos: de fúcsia/ fúchsia
bungavília/ bunganvílea/ bougainvíllea.
4º ) Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica.
Exemplos: Baruch, Loth, Moloch, Ziph
Ou podemos simplificá-los: Baruc, Lot, Moloc, Zif.
Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-se:
Exemplos: José, em vez de Joseph,
Nazaré, em vez de Nazareth;
e se algum deles, por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica:
Judite, em vez de Judith.
5º ) As consoantes finais grafadas b, c, d, g e h mantêm-se, quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomásticas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropônimos e topônimos da tradição bíblica.
Exemplos: Jacob, Job, Moab, Isaac; David, Gad; Gog, Magog; Bensabat, Josafat.
Integram-se também nesta forma:
Cid. em que o d é sempre pronunciado;
Madrid
Valhadolid, em que o d ora é pronunciado, ora não
Calcem ou Calicut, em que o t se encontra nas mesmas condições.
Nada impede, entretanto, que dos antropônimos em apreço sejam usados sem a consoante final Jó, Davi e Jacó.
6º ) Recomenda-se que os topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente.
Exemplo: Anvers, substituíndo por Antuérpia;
Cherbourg, por Cherburgo;
Garonne, por Garona;
Genève, por Genebra;
Justland, por Jutlândia;
Milano, por Milão;
München, por Munique;
Torino, por Turim;
Zürich, por Zurique, etc.