Imagem de leitura — Nicolas Maes

7 10 2008

Mãe lendo para bebe dormir, 1657, Nicolas Maes (Holanda 1634-1693)

 

Nicolaes Maes, também chamado de  Nicolaes Maas nasceu em Dordrecht em 1634 e morreu em 24/11/ 1693 em Amsterdã.  Foi um pintor do época barroca na Holanda e se especializou em cenas do dia a dia assim como em retratos.   Filho de um próspero comerciante, Gerrit Maes, foi em 1648 para Amsterdã estudar com Rembrandt.

 

Só a partir de 1655, no entanto encontra seu próprio estilo, deixando de lado a influencia de seu mestre.  Pelos próximos dez anos ele desenvolve o estilo que o faria famoso, especializando-se em cenas do dia a dia, também chamada pintura de gênero, onde sua habilidade para coordenar cores e reproduzi-las colocou-o entre os mais importantes pintores da Holanda.





Depois da engorda pinguins voltam para casa!

7 10 2008

 

Depois de 3 meses de engorda e recuperação 31 pinguins dos mais de 560 que chegaram às costas do Estado do Rio de Janeiro, começam hoje, sua longa viagem de volta.   Eles vão viajar em condições de luxo para o Rio Grande do Sul, como convidados especiais da Marinha brasileira.  Vão a bordo no navio Ary Rangel — conhecido como O Gigante Vermelho –e desfrutarão de duas piscinas com água salinizada.  Acostumados aos bons tratos farão quatro refeições por dia de corvinha.  A viagem para o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) no estado mais ao sul do Brasil, levará do Rio de Janeiro um total de 3 dias, ou, em termos pinguinescos:  180 kg de peixe.  O navio comandado pelo capitão-de-mar-e-guerra Arlindo Serrado está a caminho da Antártida, onde já estava escalado para missão no mês de outubro.

Hoje, com aproximadamente 2 Kg cada, estes pinguins apresentam boa saúde e total recuperação do mau estado de saúde que apresentavam ao chegar.  Hoje já podem ser levados de volta ao seu habitat natural, sem comprometer sua saúde.  A chegada de pinguins à costa do estado do Rio de Janeiro não é incomum.  Correntes marítimas vindas do Polo Sul que não encontram obstáculos entre o sul e a costa do Rio de Janeiro sempre facilitaram a chegada aqui de animais perdidos, cansados ou até mesmo doentes.  Principalmente entre os meses de junho a setembro quando estas correntes marítimas se tornam muito mais fortes.  No entanto, o número de animais fazendo uma passagem pelo Rio de Janeiro está cada vez maior.

 

                              Ilustração do New York Times

O aumento de pinguins nas nossas costas deve-se a muitos fatores diferentes, todos eles causados pelo homem:  problemas com o aquecimento global — o rápido degelo de muitos icebergs tornando correntes marítimas mais fortes;  a poluição ambiental e a falta de peixe, que pode ser atribuída tanto à poluição ambiental quanto à pesca desordenada.   Estes pinguins em geral habitam o Estreito de Magalhães, na Patagônia. Por isso também são conhecidos como Pinguins Magalhães.  E chegam aqui muuito enfraquecidos.  Para dar um exemplo:  dos 500 pinguins que chegaram às nossas costas este ano, 280 chegaram mortos.   Outros 170 pinguins morreram durante o tratamento de recuperação no Zoológico de Niterói, que inclui soro, vitaminas e alimentos.   Dos que puderam se salvar e se submeter à campanha de “engorda” — a maioria chegou aqui pesando 900 gramas– só 31 dos aproximadamente 90 pinguins, começam hoje a viagem de volta.  60 continuam em Niterói, sendo submetidos a tratamento de reabilitação.

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É sempre uma tentação acharmos que o pinguim perdido em mares tropicais, fraquinho, como são os pinguins  encontrados nas nossas praias precisa ser colocado próximo ao gelo ou dentro de uma geladeira….

NÃO, NÃO, NÃO!!!

Pinguim e geladeira só se combinam no adereço de cozinha popular nos anos quarenta, feito de louça.  Quando o pinguim chega ao Rio de Janeiro deve ser abrigado com um cobertor e levado imediatamente para tratamento de recuperação.  O pinguim está em geral muito fraco, vem boiando e sendo puxado pela corrente marítima e em geral sofre de hipotermia.  Ele precisa de agasalho e não de geladeira. 

Pinguim e geladeira, só de enfeite, na casa da vovó!





Vingança, o filme de Paulo Pons no Festival do Rio

7 10 2008

 

Não tenho podido assistir aos filmes do Festival do Rio de Janeiro com a freqüência costumeira. Mas na quinta-feira passada, para minha satisfação, pude ver o filme Vingança cujas críticas desde o Festival de Gramado haviam despertado a minha curiosidade: era uma filme de qualidade, feito com um orçamento casto;  era um filme com um roteiro que escapava aos clichês brasileiros de favelas e pobreza;  tinha uma excelente fotografia e fundo musical. 

                     Paulo Pons, diretor de Vingança, na apresentação.

De fato o filme é tudo aquilo de que se falava.  A história é intrigante, bem desenvolvida.  Paulo Pons assina o roteiro assim como a direção.   A trilha sonora para qual dou todas as cinco estrelas possíveis do julgamento é de Dado Villa-Lobos.  Excelente fotografia de Thiago Lima e Silva e um desempenho dramático surpreendente de Erom Cordeiro, que consegue dizer muito com um simples olhar.

Erom Cordeiro

O enredo do filme centralizado no estupro de uma jovem, filha de um fazendeiro gaúcho, é sedutor e envolvente.  À procura do malfeitor, o noivo da moça chega ao Rio de Janeiro onde faz contato com a irmã do estrupador.  Há um final surpreendente. 

Não conheço o primeiro filme do gaúcho Paulo Pons, O Dono do Jogo.  Sei simplesmente que este é seu segundo longa, com o qual fiquei encantada.  Acredito que os outros quatro projetos do diretor, alguns em estado avançado de desenvolvimento, já mostrem maturação de idéias e projetos.

Não sou uma crítica de cinema.  Sou uma pessoa que vê filmes com gosto.  Com este ponto de  vista acredito que meus senões ao filme são poucos: 116 minutos hoje em dia fazem um filme parecer mais longo do que o normal, já que as platéias estão mais acostumadas aos 90 minutos (isto é valido para o cinema assim como para o teatro, no teatro até algumas companhias já eliminaram qualquer intervalo);  a beleza das cenas e dos ângulos das cenas filmadas não precisava ser feita na sua maioria de close-ups, a não ser que a intenção fosse sufocar o espectador.  Neste filme acredito que se a editoração pudesse ser um pouco mais concisa, a história ainda teria maior impacto.  A fotografia é extraoriordinarimente bela, e o Rio de Janeiro — onde o filme é passado — é uma cidade que se presta à exploração das belezas, mas me pareceu que a editoração poderia ter sido menos indulgente: se perdesse alguns belos enfoques, ganharia em mais poder na missão de transmitir emoções.  Mas estas são observações de uma mera espectadora.

De qualquer maneira, este filme deveria ter sua chance no circuito comercial.  Mostra uma outra estética, uma nova realidade brasileira que é muito bem-vinda para espectadores como eu que já estão cansados com a temática brasileira de sempre, favorita dos cursinhos de cinema, que com frequência se entregam mais aos estudos sociológicos do que ao entretenimento — mesmo que sério — de quem paga para ir ao cinema.

Paulo Pons e sua Pax Filmes estão de parabéns.  Espero com ansiedade suas próximas produções.





Anjo bom, poema de Martins d’Alvarez para o dia do Mestre! 15 de outubro

7 10 2008
Ilustração Mauricio de Sousa

Ilustração Maurício de Sousa

 

 Anjo Bom

 

Martins d’Alvarez

 

 

Minha mestra mora aqui

dentro do meu coração.

Foi este anjo bom que, um dia,

vendo que eu nada sabia,

que tudo olhava e não via,

me conduziu pela mão.

 

Linda fada, com ternura,

pôs-se o mundo a me mostrar:

— a terra, — os espinhos e flores,

— o céu ardendo em fulgores;

— a vida cheia de amores;

— todo o mistério do mar.

 

Santa, ensinou-me a ser boa,

a ser alegre e feliz:

— a praticar a virtude;

— a cultivar a saúde;

— a enfeitar a juventude

com meus sonhos infantis.

 

— Minha mestra, minha amiga,

a ti, minha gratidão.

Pelo bem que me tens feito,

terás meu culto e respeito

no templo do amor-perfeito

que guardo no coração.

 

 

Vocabulário:

 

Ternura – carinho

Fulgores – brilhos, clarões

Juventude – mocidade

Mistério – segredo

 

Encontrado em:

 

Leituras Infantis, 2° livro, Theobaldo Miranda Santos, Agir: 1962, Rio de Janeiro

 

José Martins D’Alvarez   (CE 1904)  Poeta, romancista, jornalista, diplomado em Farmacia e Odontologia, professor, membro da Academia Cearense de Letras.

 

 

Obras:

 

“Choro verde: a ronda das horas verdes”, 1930 (versos).

“Quarta-feira de cinzas”, 1932 (novela).

 “Vitral”, 1934 (poemas).

“Morro do moinho” 1937 (romance)

“0 Norte Canta”, 1941 (poesia popular).

“No Mundo da Lua”, 1942 (poesia para crianças).

“Chama infinita, 1949 (poesias)

“O nordeste que o sul não conhece 1953 (ensaio)

“Ritmos e legendas” 1959 (poesias escolhidas)

“Roteiro sentimental: geopolítica do Brasil” 1967 (poesias escolhidas)

“Poesia do cotidiano”, 1977 (poesias)

Outros poemas de Martins d’Alvarez neste blog:

 

JOÃO e MARIA ; AMIGOS ; SÚPLICA