Natividade, 1980
Fúlvio Pennacchi (Itália/Brasil, 1905-1992)
Óleo sobre placa, 20 X 30 cm
Natividade, 1980
Fúlvio Pennacchi (Itália/Brasil, 1905-1992)
Óleo sobre placa, 20 X 30 cm
Rosina Becker do Valle (Brasil, 1914-2000)
óleo sobre tela, 24 x 41 cm
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Adoração dos pastores, c. 1535
Il Bronzino, [Agnolo Bronzino], (Itália, 1503-1572)
óleo sobre madeira, 77 x 65cm
Museu de Belas Artes de Budapeste
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Arcebispo Fulton J. Sheen
tradução de Marta de Mesquita Câmara
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Os Pastores representavam, ali, no Presépio, todas as almas simples que nada entendem das intrigas políticas do mundo, das suas artes, das suas ciências, das suas literaturas. Nem um só dentre eles todos era capaz de recitar um só verso de Virgílio, cujos poemas eram conhecidos de toda a gente na vastidão do Império Romano. Aos campos, onde pastoreavam as suas ovelhas, jamais chegara o mais pequeno eco dos escândalos da voluptuosa corte do rei Herodes ou das lições do sábio Gamaliel. E por seu lado a opinião pública, desconhecia até a própria existência desses humildes e rudes pastores, que para ela seriam ainda menos que grãos de pó, sem a mínima importância para o progresso dos povos e das nações.
E, todavia, esses humildes e simples pastores sabiam duas coisas importantíssimas: que havia no Céu um Deus e que havia na Terra as suas ovelhas. Nada mais precisavam aquelas almas simples de saber, e naquela noite em que os Céus se iluminaram só para eles so esplendor dos anjos, foram eles que lhes ouviram o anúncio de que havia nascido de pais pobres, num pobre estábulo, à beira do pobre povoado de belém, aquele que deveria salvar os homens.
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Em: A Estrela dos Reis Magos, Malba Tahan, São Paulo, Saraiva: s/d
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“O nosso pequeno presépio tinha um jeito de coisa antiga, como se viesse mesmo do tempo em que Jesus nasceu. O estábulo com o telhadinho de palha, as figuras da Virgem e de São José totalmente absorvidos na contemplação, o menino que abria os braços na manjedoura e mais o boi e o burro, dois pastores, três carneiros. Tudo o que o nosso presépio tinha em pequeno, surgia num tamanho quase natural no da Igreja Nossa Senhora da Paz, onde havia ainda grutas, riachos, plantas, camelos e outros bichos. Nos domingos de dezembro, eu o via povoar-se mais e mais, até a missa triunfal do dia vinte e cinco, quando o Menino Jesus ocupava seu lugar na manjedoura e só ficavam faltando os Reis Magos, que iam surgir em cena no dia seis de janeiro.”
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Em: Maria Quitéria, 32 de Miriam Mambrini [Míriam Backheuser Mambrini], crônicas, Rio de Janeiro, Bom Texto:2008.
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Os que me seguem neste blog sabem que gosto imensamente de ler diários ou livros de memórias, principalmente aqueles de pessoas comuns, sem celebridade, livros que mostram hábitos e curiosidades de comportamento de uma época, de uma sociedade. Sempre que encontro essas preciosidades faço questão de comprá-las. Sei que tanto os diários como os livros de memórias são um tipo de ficção; que a realidade é diferente para cada um de nós e que cada pessoa escolhe lembrar-se de coisas diferentes. Mesmo assim esses relatos, quer diários, quer memórias, trazem de volta uma versão da realidade do passado que não pode ser ignorada.
Nos meus Natais de antigamente também tínhamos um presépio, com um estábulo de madeira com meio telhado de palha que dava mesmo só para abrigar os três elementos principais das festas, a Virgem Maria, São José e o Menino Jesus. Diferente da memória acima relatada, no nosso presépio todas as figuras estavam presentes desde que era armado, invariavelmente no dia 8 de dezembro, dia de N. Sra. da Conceição. Tínhamos um boi, um burro, um anjo de braços abertos e dois tocando cornetas um de roupa azul e um de camisolão rosa, alguns pastores, carneirinhos, os três Reis Magos. Pelo menos era assim inicialmente. Mas a medida que os anos foram se passando e meus irmãos foram adicionados à família, o presépio assim como a família foi crescendo. Isso porque qualquer bichinho pequenino que nos aparecesse durante o ano era guardado para fazer parte do presépio. Havia uma caixinha de madeira de jacarandá com as quinas de prata trabalhadas, bem ao estilo português, que morava na estante de papai. Ali eram guardados os bichinhos pequeninos para que fossem colocados no presépio no final do ano.
Sempre armado no topo do aparador da sala de jantar, o nosso presépio aos poucos foi ocupando mais do que o lado esquerdo do móvel. Havia que dar espaço para a famíia de galináceos que encontráramos nos ovos da Páscoa; que dar abrigo a três patinhos de madeira colorida que vieram de dentro de um brinquedo que se quebrara… Quando meu irmão Marcus, o caçula, finalmente completou 13 anos, nosso presépio passou para minha tia Yedda, que recebeu tudo: alguns camelos comprados que colocávamos em fila como numa caravana, comprados por papai na Casa Mattos; alguns animais de celuloide, de variados tamanhos, alguns um pouco desproporcionais ao estábulo, o laguinho feito de espelho cujas bordas eram rodeadas por florezinhas secas e coloridas que mamãe colora a toda volta e os patinhos que pousavámos na superfície espelhada. Havia além do anjo anunciando a novidade aos pastores, o galo no telhado do estábulo; e tínhamos pastores diversos, um ou outro carregando um carneirinho nos ombros. Havia um papagaio diminutivo com penas sedosas que amarrávamos com arame fino num pequeno galho seco, pintado de branco, de qualquer árvore do jardim. Para essa “árvore de presépio” também foram um apito em forma de tucano, e um outro pássaro que fazia um clique se apertássemos seus pés, tesouro adquirido de um camelô no centro da cidade por papai. A cada ano, mais e mais animais pequeninos foram adicionados: um tamanduá e o cavalo do Zorro, além de pequenas bonequinhas que também faziam parte da população para quem o anjo anunciava o nascimento do Menino Jesus. Mas a última coisa a ser colocada no nosso presépio sempre foi a estrela, que tinha tripé próprio porque era feita por mamãe. Era sempre de papelão e tinha uma cauda comprida, brilhava por causa do pó de purpurina colado em toda sua superfície. Aumentava de tamanho a cada ano. Ela e a lona verde que protegia o tampo do aparador eram as únicas peças que sabíamos sempre maiores. Armar o presépio era um momento mágico para nós. Desarmá-lo, no entanto, no dia 7 de janeiro, era uma tarefa árdua, que tínhamos prazer em deixar aos cuidados de mamãe: as novas adições requeriam mais caixas de sapatos, onde os recém integrados elementos do presépio ficariam guardados pelos 11 meses vindouros.
Natal, década 1960-70
Di Cavalcanti (Brasil 1897 – 1976)
óleo sobre tela
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João Saraiva
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Numas palhinhas deitado,
abrindo os olhos à luz,
loiro, gordinho, rosado,
nasce o Menino Jesus.
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Uma vaquinha bafeja
seu lindo corpo divino,
de mansinho, que a não veja
e não se assuste o Menino.
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Meia-noite. Canta o galo.
Por essa Judéia além
dormem os que hão de matá-lo
quando for homem também.
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E, pensativa, a Mãe Pura
ouve, fitando Jesus,
os rouxinóis na espessura
de um cedro que há de ser cruz!…
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Extraído de “O Natal na Poesia”, artigo de Dom Marcos Barbosa publicado no Jornal do Brasil de 24/12/81
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João Baptista Pinto Saraiva (1866-1948), pseudôniomo: Belonaria, poeta português, nascido na cidade do Porto.
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Obras:
Serenatas: primeiros versos, poesia, 1886
Sátiras, poesia, 1905
Líricas e sátiras, poesia, 1916
Máscaras: tríptico em versos, poesia, 1925
O grêmio literário: figuras e episódios de outros tempos, prosa, 1934
Sinfaníadas, poesia, 1938
Natividade, 1947
Fúlvio Penacchi (Brasil 1905-1992)
óleo sobre cartão 19 x 23 cm
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Bastos Tigre
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Natal! Vocábulo sonoro,
Com ressonâncias de cristal!
Amo o Natal; amo e adoro
O doce nome de “Natal”.
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Ouvi-lo é ter no ouvido, ecoando
A voz dos sinos, no arraial,
Alegremente repicando
A excelsitude do Natal!
—
Missa do galo. Espouca e brilha
O foguetório, a salva real…
Fulge o painel. Que maravilha!
Jesus nasceu: — Natal! Natal!
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Ding-din! Ding-don! — repicam os sinos!
Vozes elevam-se em coral,
Desafinando ingênuos hinos
Em honra a Cristo e ao seu Natal.
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Dança, presépios, pastorinhas
No pastoril de João de tal —
E, entre vizinhos e vizinhas,
Os namoricos de Natal.
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Castanhas, nozes, rabanadas,
Do velho tom tradicional,
De fino açúcar polvilhadas
Tendo a doçura do Natal.
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E da família o quadro lindo
Da vasta mesa patriarcal
E a avó velhinha, repartindo
O imenso bolo de Natal.
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Mudou o Natal. Que há que não mude
Neste vaivém universal?
Foi-se a simpleza ingênua e rude
Das idas festas de Natal.
—
Hoje, entre as luzes da cidade
Cosmopolita e colossal
A luz da Light a noite invade
E nem se vê vir o Natal.
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Há o reveillon, francês em nome,
Yankee no fundo comercial;
Faga-se quanto se consome
A preços próprios do Natal.
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Em vez da viola e da sanfona,
Em tom menor, sentimental,
Uma “ortofônica” ortofona
Um feroz fox infernal.
—
Há nos hotéis e clubs chics
Festas de um tom convencional
Sem foguetório e sem repiques —
Que nem são festas de Natal!
—
Corre champagne, em vez do verde,
Do carrascão de Portugal.
(Sem o verdasco o que há de ser de
Ti, ó consoada de Natal).
—-
E até há gaitas, serpentinas,
Como se fora um carnaval!
Vocês, rapazes e meninas,
Não têm idéia do Natal!
—-
Chego a pensar que o próprio Cristo,
O de Belém, o do curral,
Lá do alto, olhando para isto,
Não reconhece o seu Natal.
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E, então, fechando a azul esfera,
Se esconde além do último “astral”
E, por castigo, delibera
Não nascer mais pelo Natal.
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Em: Antologia poética de Bastos Tigre, vol 2, Rio de Janeiro, Francisco Alves: 1982.
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Milhares de turistas visitam os presépios de areia, na praia de Las Canteras em Las Palmas na Espanha nesse mes de dezembro. A exposição que reúne trabalhos de sete artistas de cinco países: Karen Fralich (Canadá), Peter Busch (Dinamarca), Fergus Mulvany (Irlanda), Vladimir Kuraev e Alexey Dyakov (Rússia), e Andrei Vazhnyskyv e Iryna Kalyuzhna (Ucrânia). As esculturas em areia incluem cenas do Antigo e do Novo Testamento. Cerca de 180.000 pessoas visitaram a área que ocupa uma área de 600 m². Os artistas responsáveis pelas obras são do Canadá, EUA, Holanda, Irlanda e Rússia.
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Este é o quarto ano seguido que o Comitê de Turismo da Prefeitura das Grandes Canárias reúne alguns dos mais conhecidos e laureados escultures em areia do mundo para representarem cenas religiosas de preferência relacionadas ao Natal. Presépios, ou como os espanhóis chamam “belenes” têm uma grande tradição nesse país ibérico.
Grandes Horas de Ana da Bretanha
Bibliothèque nationale de France
Cota: Lat. 9474
Data: c. 1503-1508
Tamanho: 305 x 200 mm
476 páginas iluminadas com 49 miniaturas a toda página
337 iluminuras marginais com plantas, insectos e pequenos mamíferos
Pintor: Jean Bourdichon
Lugar de origem: Tours
Escrito em Latim
Natal
Mauro Mota
Natal antes e agora
imutável. Feliz
noite branca sem hora
no pátio da Matriz.
Natal: os mesmos sinos
de repiques iguais.
Brinquedos e meninos,
Natal de outros natais.
A Banda, vozes, passos
da multidão fiel.
Tudo nos seus espaços,
o mundo e o carrossel.
Tudo, menos o andejo
homem que se conclui.
Olho-me e não me vejo,
não sei para onde fui.
Em: Antologia Poética, Mauro Mota, Editora Leitura: 1968, Rio de Janeiro
Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (Nazaré da Mata, 16 de agosto de 1911 — Recife, 22 de novembro de 1984) foi um jornalista, professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista brasileiro.
Obras:
Elegias (1952)
A tecelã (1956)
Os epitáfios (1959)
Capitão de Fandango (1960, crônica)
O galo e o cata-vento, (1962)
Canto ao meio (1964)
O Pátio vermelho: crônica de uma pensão de estudantes (1968, crônica)
Poemas inéditos (1970)
Itinerário (1975)
Pernambucânia ou cantos da comarca e da memória (1979)
Pernambucânia dois (1980)
Mauro Mota, poesia (2001)
Antologia poética, 1968
Antologia em verso e prosa, 1982.
Natividade, sd
Anita Malfatti, Brasil (1889-1964)
Óleo sobre tela 65 x 81cm
MENSAGEM DE NATAL
Afonso Louzada
Glória a Deus nas alturas, meus irmãos,
e paz na terra aos homens que são bons.
Todos se dêem fraternalmente as mãos,
abrindo para o amor os corações.
Da concórdia os clarins, pelos desvãos,
estão cantando os sacrossantos sons
e se ilumina o mundo dos cristãos
na apoteose triunfal de seus clarões.
Glória a Deus nas alturas, paz na terra.
Brilhe a estrela do amor, gloriosamente,
depois da horrenda maldição da guerra.
E para sempre a fé que nos irmana
abençoe este mundo impenitente,
para a imortalidade da alma humana.
Do livro:
SONETOS, Affonso Louzada, Rio de Janeiro, 1956, 2ª edição-aumentada.
Affonso Montenegro Louzada – (RJ – 1904 — ?), poeta, ensaísta, crítico, jornalista, teatrólogo, advogado, membro da Sociedade Homens de Letras do Brasil. Hoje em diversos livros de referencia seu nome é encontrado assim: Afonso Lousada.
Obras:
Peço a palavra, (1934), – fábulas me versos.
La Fontaine (1937) ensaios sobre fábulas.
Melo Matos, o apóstolo da infância, (1938 )
O cinema e a literatura na educação da criança (1939)
O problema da criança (1940)
Delinqüência infantil (1941)
A ação do Juízo de Menores (1944
Tempo abandonado ( 1945) – versos
Notas sobre a assistência a menores (1945)
Noturnos (1947) – versos
Literatura infantil (1950)
Histórias dos bichos (1954) – fábulas em versos.
Anita Catarina Malfatti (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 — São Paulo, 6 de novembro de 1964) foi uma pintora, desenhista, gravadora e professora brasileira.
Natividade, 1746, 1754
Painel de azulejos portugueses
Igreja Basílica do Senhor do Bonfim
São Salvador, Bahia.
Canto de Natal
Manuel Bandeira
O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.
Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.
Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.
Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.
Em: Antologia Poética, Manuel Bandeira, José Olympio: 1978, Rio de Janeiro.
Manuel Bandeira (Recife PE, 1884 – Rio de Janeiro RJ, 1968) foi poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Teve seu primeiro poema publicado aos 8 anos de idade, um soneto em alexandrinos, na primeira página do Correio da Manhã, em 1902, no Rio de Janeiro. Cursou Arquitetura, na Escola Politécnica, e Desenho de Ornato, no Liceu de Artes e Ofícios, entre 1903 e 1904; precisou abandonar os cursos, no entanto, devido à tuberculose. Nos anos seguintes, passou longos períodos em estações climáticas, no Brasil e na Europa.
Obras:
Poesia
A cinza das horas, 1917
Carnaval, 1919
O ritmo dissoluto, 1924
Libertinagem, 1930
Estrela da manhã, 1936
Lira dos cinquent’anos, 1940
Belo, belo, 1948
Mafuá do malungo, 1948
Opus 10, 1952
Estrela da tarde, 1960
Estrela da vida inteira, 1966
Prosa
Crônicas da Província do Brasil – Rio de Janeiro, 1936
Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938
Noções de História das Literaturas – Rio de Janeiro, 1940
Autoria das Cartas Chilenas – Rio de Janeiro, 1940
Apresentação da Poesia Brasileira – Rio de Janeiro, 1946
Literatura Hispano-Americana – Rio de Janeiro, 1949
Gonçalves Dias, Biografia – Rio de Janeiro, 1952
Itinerário de Pasárgada – Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954
De Poetas e de Poesia – Rio de Janeiro, 1954
A Flauta de Papel – Rio de Janeiro, 1957
Itinerário de Pasárgada – Livraria São José – Rio de Janeiro, 1957
Andorinha, Andorinha – José Olympio – Rio de Janeiro, 1966
Itinerário de Pasárgada – Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966
Colóquio Unilateralmente Sentimental – Editora Record – RJ, 1968
Seleta de Prosa – Nova Fronteira – RJ
Berimbau e Outros Poemas – Nova Fronteira – RJ
IGREJA DE NOSSO SENHOR DO BONFIM é um dos principais cartões-postais da cidade. A Igreja Basílica do Senhor Bom Jesus do Bonfim, ou Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é um símbolo da religiosidade baiana. Sua construção teve início em 1740 com a chegada na Bahia do Capitão de Mar e Guerra, Theodósio de Faria. Devoto do Senhor do Bonfim, em Setubal, Portugal, trouxe de Lisboa uma imagem semelhante aquela, esculpida em pinho de riga, medindo 1,06m de altura. Conta-se que o Capitão português trouxe a imagem como agradecimento por haver sobrevivido a uma tempestade em alto-mar, tendo prometido construir uma igreja no ponto mais alto que avistasse, de onde pudesse acompanhar a entrada da Baía de Todos os Santos.
Em 1745, a imagem foi guardada na Igreja da Penha de França de Itapagipe, onde permaneceu até a construção do templo de Nosso Senhor do Bonfim. Nesse mesmo ano, foi fundada uma irmandade de devotos leigos que foi denominada “Devoção do Senhor do Bonfim”. A construção levou vinte-seis anos de 1746 a 1772. A imagem do santo foi passada para a nova igreja, em 1754, em uma procissão que contou com a presença de grande parte da população da cidade e do então Governador da Bahia. A imagem de Nossa Senhora da Guia, também trazida de Portugal por Theodósio de Faria, foi também colocada na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim e passou a ser venerada junto com o santo.