Canto de Natal — poesia de Manuel Bandeira

18 12 2008

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Natividade, 1746, 1754

Painel de azulejos portugueses

Igreja Basílica do Senhor do Bonfim

São Salvador, Bahia.

 

 

Canto de Natal

 

                                                  Manuel Bandeira

 

 

O nosso menino

Nasceu em Belém.

Nasceu tão-somente

Para querer bem.

 

Nasceu sobre as palhas

O nosso menino.

Mas a mãe sabia

Que ele era divino.

 

Vem para sofrer

A morte na cruz,

O nosso menino.

Seu nome é Jesus.

 

Por nós ele aceita

O humano destino:

Louvemos a glória

De Jesus menino.

 

 

Em: Antologia Poética, Manuel Bandeira, José Olympio: 1978, Rio de Janeiro.

 

Manuel Bandeira (Recife PE, 1884 – Rio de Janeiro RJ, 1968) foi poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Teve seu primeiro poema publicado aos 8 anos de idade, um soneto em alexandrinos, na primeira página do Correio da Manhã, em 1902, no Rio de Janeiro. Cursou Arquitetura, na Escola Politécnica, e Desenho de Ornato, no Liceu de Artes e Ofícios, entre 1903 e 1904; precisou abandonar os cursos, no entanto, devido à tuberculose. Nos anos seguintes, passou longos períodos em estações climáticas, no Brasil e na Europa.

 

Obras:

 

 

Poesia

 

 

A cinza das horas, 1917

Carnaval, 1919

O ritmo dissoluto, 1924

Libertinagem, 1930

Estrela da manhã, 1936

Lira dos cinquent’anos, 1940

Belo, belo, 1948

Mafuá do malungo, 1948

Opus 10, 1952

Estrela da tarde, 1960

Estrela da vida inteira, 1966

 

Prosa

 

 

Crônicas da Província do Brasil – Rio de Janeiro, 1936

Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938

Noções de História das Literaturas – Rio de Janeiro, 1940

Autoria das Cartas Chilenas – Rio de Janeiro, 1940

Apresentação da Poesia Brasileira – Rio de Janeiro, 1946

Literatura Hispano-Americana – Rio de Janeiro, 1949

Gonçalves Dias, Biografia – Rio de Janeiro, 1952

Itinerário de Pasárgada – Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954

De Poetas e de Poesia – Rio de Janeiro, 1954

A Flauta de Papel – Rio de Janeiro, 1957

Itinerário de Pasárgada – Livraria São José – Rio de Janeiro, 1957

Andorinha, Andorinha – José Olympio – Rio de Janeiro, 1966

Itinerário de Pasárgada – Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966

Colóquio Unilateralmente Sentimental – Editora Record – RJ, 1968

Seleta de Prosa – Nova Fronteira – RJ

Berimbau e Outros Poemas – Nova Fronteira – RJ

 

 

IGREJA DE NOSSO SENHOR DO BONFIM é um dos principais cartões-postais da cidade.  A Igreja Basílica do Senhor Bom Jesus do Bonfim, ou Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é um símbolo da religiosidade baiana. Sua construção teve início em 1740 com a chegada na Bahia do Capitão de Mar e Guerra, Theodósio de Faria.  Devoto do Senhor do Bonfim, em Setubal, Portugal,  trouxe de Lisboa uma imagem semelhante aquela,  esculpida em pinho de riga, medindo 1,06m de altura.  Conta-se que o Capitão português trouxe a imagem como agradecimento por haver sobrevivido a uma tempestade em alto-mar, tendo prometido construir uma igreja no ponto mais alto que avistasse, de onde pudesse acompanhar a entrada da Baía de Todos os Santos.

 

Em 1745, a imagem foi guardada na Igreja da Penha de França de Itapagipe, onde permaneceu até a construção do templo de Nosso Senhor do Bonfim. Nesse mesmo ano, foi fundada uma irmandade de devotos leigos que foi denominada “Devoção do Senhor do Bonfim”.   A construção levou vinte-seis anos de 1746 a 1772.  A imagem do santo foi passada para a nova igreja, em 1754, em uma procissão que contou com a presença de grande parte da população da cidade e do então Governador da Bahia. A imagem de Nossa Senhora da Guia, também trazida de Portugal por Theodósio de Faria, foi também colocada na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim e passou a ser venerada junto com o santo.

 

 

 

 

 

 

 


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