Estudo para vitral, 1917
Eliseu Visconti (Brasil, 1866-1944)
Continuando a postagem anterior comemorativa do Dia Nacional da Música Clássica, coloco aqui seleções do artigo de Márcia Erthal três páginas publicado hoje, dia 6 de março de 2009 no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro [páginas C-4,5 e 6]; Neste artigo diversas perguntas foram feitas a maestros brasileiros. As mesmas perguntas. Todas tinham como protagonista Heitor Villa-Lobos. Escolhi uma pergunta sobre a força do compositor no exterior.
Pergunta:
Qual a força da obra de Villa na Europa hoje, em especial na França, aonde o senhor vem regendo a Orchestre National des Pays de La Loire (ONPL)?
ISAAC KARABTCHEVSKY – Quando fui convidado para ser titular da ONPL, impus logo uma condição – queria ver executada pela minha orquestra francesa o ciclo integral das Bachianas Brasileiras. O resultado foi surpreendente, em parte porque os franceses reconhecem em Villa não apenas o gênio brasileiro, mas principalmente o reflexo das influências e da cultura francesa.
Qual é a força da obra de Villa no exterior hoje em dia? Até onde o senhor observou há interesse no conhecimento e na execução da obra dele na Europa e nos EUA?
JOHN NESCHILING — A força de Villa ainda não foi compreendida em toda a sua extensão. Sinto que muitas orquestras estrangeiras pedem que eu reja Villa e depois se surpreendem com as obras que proponho. Esperam sempre os mesmo títulos e não conhecem nem de longe a imensidão de sua criação. É muito difícil imergir na obra de Villa. Às vezes quem fica na superfície pode tachá-lo de vulgar ou pouco profundo, mas isso é exclusivamente devido à ignorância dos elementos que compõem a estrutura villalobiana.
Qual a força da obra de Villa no exterior hoje?
LUIZ PAULO HORTA — Ele está sendo mais conhecido porque apareceram muitas gravações boas, como as das Bachianas e dos Choros feitas pela Orquestra Sinfônica de São Paulo (OSESP).
Qual a força da obra de Villa no exterior hoje?
TURÍBIO SANTOS – Hoje temos uma visão de Villa-Lobos sendo tocado em todo canto. Na Alemanha, por exemplo, gravaram todas as sinfonias, todos os quartetos, e tudo muito bem tocado. Aqui no Brasil, as orquestras se programaram para tocar intensamente, projetos como Música no Museu estão fazendo mais de 60 concertos, é maravilhoso. Por que Villa saiu do Brasil na juventude? Porque aqui não tinha o instrumento dele, a orquestra. Agora temos. É portentoso o trabalho da OSESP. É preciso gravar, gravar, espalhar.
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