Anjo Bom
Martins d’Alvarez
Minha mestra mora aqui
dentro do meu coração.
Foi este anjo bom que, um dia,
vendo que eu nada sabia,
que tudo olhava e não via,
me conduziu pela mão.
Linda fada, com ternura,
pôs-se o mundo a me mostrar:
— a terra, — os espinhos e flores,
— o céu ardendo em fulgores;
— a vida cheia de amores;
— todo o mistério do mar.
Santa, ensinou-me a ser boa,
a ser alegre e feliz:
— a praticar a virtude;
— a cultivar a saúde;
— a enfeitar a juventude
com meus sonhos infantis.
— Minha mestra, minha amiga,
a ti, minha gratidão.
Pelo bem que me tens feito,
terás meu culto e respeito
no templo do amor-perfeito
que guardo no coração.
Vocabulário:
Ternura – carinho
Fulgores – brilhos, clarões
Juventude – mocidade
Mistério – segredo
Encontrado em:
Leituras Infantis, 2° livro, Theobaldo Miranda Santos, Agir: 1962, Rio de Janeiro
José Martins D’Alvarez (CE 1904) Poeta, romancista, jornalista, diplomado em Farmacia e Odontologia, professor, membro da Academia Cearense de Letras.
Obras:
“Choro verde: a ronda das horas verdes”, 1930 (versos).
“Quarta-feira de cinzas”, 1932 (novela).
“Vitral”, 1934 (poemas).
“Morro do moinho” 1937 (romance)
“0 Norte Canta”, 1941 (poesia popular).
“No Mundo da Lua”, 1942 (poesia para crianças).
“Chama infinita, 1949 (poesias)
“O nordeste que o sul não conhece 1953 (ensaio)
“Ritmos e legendas” 1959 (poesias escolhidas)
“Roteiro sentimental: geopolítica do Brasil” 1967 (poesias escolhidas)
“Poesia do cotidiano”, 1977 (poesias)
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Lindo! Lindo! Bravo!!
Desde os meus 7 anos guardo no coração esse poema maravilhoso. Hoje tenho 51 anos e sempre que lembro dos meus professores ele vem automaticamente à minha mente.
Sinto-me muito feliz de poder ter participado dessa sua experiência… É tão bom relembrar aqueles professores que nos marcaram, não é mesmo? Um abraço!
Minha mãe declamou esse poema para sua professora quando bem jovem, em Caruaru-PE, anos 1950. Ensinou-me de cor e eu também o declamei em homenagem a minha professora, no Recife-PE, em outubro de 1980 ou 1981, não lembro bem, quando eu tinha dez ou onze anos de idade. Muito bom reencontrá-lo aqui após esses anos. Vou tentar ensiná-lo a meus filhos.
Faça isso Henrique, coisas boas merecem ser passadas de geração em geração. É assim que se substancia a cultura de um povo.
Que prazer sua mensagem. Obrigada. Um abraço.