Cavaleiro do cavalo de pau, poema de Afonso Lopes Vieira

24 08 2008
O cavalinho de pau, ilustração Kate Greenaway

O cavalinho de pau, ilustração Kate Greenaway

CAVALEIRO DO CAVALO DE PAU

 

Afonso Lopes Vieira

 

 

Vai a galope o cavaleiro e sem cessar

Galopando no ar sem mudar de lugar.

 

E galopa e galopa e galopa, parado,

E galopa sem fim nas tábuas do sobrado.

 

Oh!, que brabo corcel, que doídas galopadas,

—  Crinas de estopa ao vento e as narinas pintadas!

 

Em curvas pelo ar, em velozes carreiras,

O cavalo de pau é o terror das cadeiras!

 

E o cavaleiro nunca muda de lugar,

A galopar, a galopar a galopar!…

 

 

Afonso Lopes Vieira — ( Portugal 1878-1946) advogado formado  pela Universidade de Coimbra, além de poeta e escritor foi redator da Câmara dos Deputados.

 

Obras:

 

Para quê? (1897)

Náufragos, Versos Lusitanos (1898 )

O Meu Adeus (1900)

O Encoberto (1905)

Canções do vento e do Sol (1911)

Bartolomeu Marinheiro (1912)

Arte Portuguesa (1916)

Ilhas de Bruma (1917)

País Lilás, Desterro Azul (1922)

Onde a Terra Acaba e o Mar Começa (1940)

 

 

 

Do livro: Antologia poética para a infância e juventude, Ed. Henriqueta Lisboa, Rio de Janeiro, INL:1961


Ações

Information

Uma resposta

24 01 2010
Avatar de josep josep

Muito obrigado pelo seu blog. Parabéns. Eu sou um professor de cultura brasileira em Valência (Espanha). Eu fiz uma investigação sobre O Romance de Amadis de Afonso Lopes Vieira no ano 2007 e agora começo aulas na Universidade. Acho que o seu weblog vai ser uma grande ajuda para mim. Muito obrigado mais uma vez.

JOSEP

Deixar mensagem para josep Cancelar resposta