Soldados nas trincheiras, Revolução Constitucionalista de 1932
8 de agosto de 1932
30° dia de luta. O povo se mostra entusiasmado. Fala-se em breve do reconhecimento do estado de beligerância para São Paulo. Nota-se mais coragem nos soldados, cuja correspondência é mais aguerrida deixando transparecer certa bravura espartana.
Quer tenha havido ou não precipitação de São Paulo nesta peleja começada em 9 de julho, o fato é que São Paulo se empolgou todo pela causa que defende e se convenceu de que deve lutar até o fim. Nota-se esse pensamento nas cartas dos soldados, e nos rostos dos combatentes seja na hora do recuo como na hora do avanço. Parece-me que estou vivendo na antiga Sparta quando as mães mandavam os filhos para a guerra orgulhosas deles derramarem seu sangue pela pátria. Se a espartana dizia aos soldados que voltavam da guerra: “eu não quero saber se meu filho morreu; eu estou perguntando é se Sparta venceu”, — as paulistas também dizem: “meu filho, bata-se por São Paulo e pelo Brasil”. “Meu filho, vá para a trincheira defender a honra de São Paulo”.
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Transcrição do Diário de Gessner Pompílio Pompêo de Barros (MT 1896 – RJ 1960), Itapetininga, SP, página 134-135, em referência à Revolução Constitucionalista de 1932.
Todo o apoio das mulheres paulistas.
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