Tartarugas se esquentam ao sol de fim de tarde, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Foto: Ladyce West.
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Moro no Rio de Janeiro e como qualquer um de seus habitantes tenho aquele instinto de sair de casa no verão e respirar o ar fresco, me inspirar nos verdes das montanhas, no gosto de sal da maresia matutina. Cariocas estão em constante contato com a natureza e não sou diferente. Mas confesso que neste verão, as coisas andam muito difíceis para essa carioca: o calor reina supremo. Minha caminhada pelas manhãs de verão ou é feita de seis da manhã às oito ou não pode ser feita. Recentemente sai de casa às oito e meia da manhã e não consegui caminhar mais do que 2 km. Voltei rapidinho para casa, sentindo que o calor naquele dia seria um inimigo letal. A máxima naquele dia chegou a 39º Celsius. Por isso mesmo, tenho tentado caminhar no Jardim Botânico esse meu velho conhecido… Mas ali, tenho outro problema: distraio-me. As mesmas paisagens são tão diferentes que, sem querer, os meus passos se desaceleram para observar um lagarto ao sol, o voo de uma arara, ou me sento para ouvir o regato borbulhante num fim de tarde. Recentemente tirei algumas fotos desse paraíso urbano. Era tardinha e já havia muita sombra, mas acredito que vocês talvez possam gozar desse passeio comigo através dessas fotos.
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Chafariz Central do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Foto: Ladyce West.
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A aléa principal chama-se Barbosa Rodrigues, honrando João Barbosa Rodrigues, antigo diretor do Jardim Botânico (1890-1909) e tem aproximadamente 128 palmeiras reais ladeando sua extensão. Mais ou menos a meio caminho, vemos este belo chafariz, de ferro, de origem inglesa. Seu autor foi o inglês Herbert W. Hogg. Este chafariz, que passou por restauração em 2005, já esteve no Largo da Lapa no Rio de Janeiro por 10 anos 1895-1905 e depois foi trazido para o Jardim Botânico. O chafariz é conhecido como Chafariz das Musas, porque além diversas alegorias, tem quatro figuras, as musas: Música, Arte, Poesia e Ciência.
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Lago da Vitória Régia, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Foto: Ladyce West.
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O Lago da Vitória Régia tem na verdade um outro nome, pelo qual não é conhecido: Lago Frei Leandro do Sacramento, homenageando o primeiro diretor do Jardim Botânico, nomeado por D. João VI, e quem construiu este lago. No entanto, por causa do grande número de vitórias régias em suas águas, passou a ser conhecido como o Lago da Vitória Régia. É um dos meus locais favoritos no jardim. Na foto, à direita, vemos a estátua da nereida Tétis, a mais conhecida das nereidas e a amada de Adamastor. É uma estátua em ferro fundido, de 1862, obra do escultor francês Louis Sauvageau (1822- ?, depois de 1874).
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Córrego no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Foto: Ladyce West.
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A área do Jardim Botânico — 1.370.000 m² — é entrecortada por inúmeros córregos, regatos, regueiros, feitos para manutenção da flora, vindos das duas principais fontes de água fresca que atravessam o terreno: o Rio dos Macacos e o Riacho Iglésias. Esses canaletos de água, borburinham constantemente causando imenso prazer a quem por eles passa. Com frequência suas margens são desenhadas de tal maneira que, por entre a vegetação, há clareiras com bancos convidadivos ao devaneio.
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Rendado de folhas de encontro ao céu, Jardim Botânicio do Rio de Janeiro, Foto: Ladyce West.
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Este é um lugar a que sempre volto com prazer. Quando criança vínhamos com frequência ao Jardim Botânico. Morávamos próximo e era um excelente passeio em qualquer época do ano. Continua sendo.