Um carpete? Um tapete? Não! É o super mosaico!

27 01 2024
Mosaico de aproximadamente 900 m², o maior mosaico conhecido da Antiguidade está na Turquia.

 

 

Em 2019 o maior mosaico conhecido, da Antiguidade foi aberto ao público.  Não o conheço.  Mas lembrei-me dele porque hoje recebi notícias de amigos que visitam a Turquia.  Não vão ver esse mosaico.  Talvez o interesse em mosaicos da antiguidade não seja tão popular quanto imaginei.   Claro que me lembrei desse belíssimo exemplar.  Ele cobre aproximadamente 900 m² contínuos e estava localizado na cidade de Antióquia, capital do Império Selêucida, que compreendia vasta região dominada anteriormente por Alexandre o Grande. 

Lembro, para os que não trabalham com história que Alexandre, o Grande, morreu sem deixar um sucessor para as terras por ele conquistadas.  Assim, a grande extensão de seu domínio se subdividiu e os generais de seu exército dividiram o colossal domínio, em numerosos territórios, criando fronteiras, abocanhando terras férteis ou de influência geográfica estratégica.  É impressionante como a humanidade é a mesma, apesar de milênios os separarem. 

 

 

 

Antioquia, hoje conhecida como Antaquia na Turquia, era a capital do Império, fundada nos finais do século IV a.C. por Seleuco I Nicátor.  Foi conquistada pelos romanos no ano 63 AC.  Logo se tornou a terceira maior cidade do Império Romano depois de Roma e Alexandria. Estima-se que tenha tido próximo a meio milhão de habitantes.  Para os romanos ela era a porta para o Oriente.

Este grande mosaico foi descoberto em 2010, durante a construção de um hotel. O desenho decorativo é geométrico em círculos decorados em rítmicos desenhos sem repetições.  Foi provavelmente colocado no pavimento térreo de uma construção para uso público. Surpreendente foi a extensão desse pavimento assim como a complexidade dos desenhos abstratos que o compunham.

 

 

 

O mosaico deve ter sido construído em meados do século V, no período romano tardio.  Sofreu ajustes no terreno e destruição em alguns lugares com os terremotos dos anos 526 e 528 DC.  O hotel que estava sendo construído, trocou seus planos arquitetônicos para incluir o mosaico, como ponto turístico.  Hoje o mosaico pode ser visto no Antakya Museum Hotel [Hotel Museu Antakya].





Resenha: “Entre cabras e ovelhas” de Joanna Cannon

13 02 2018

 

 

 

ravenna_santapollinaireJuízo final, século VI

Mosaico

Basílica de Santo Apolinário Novo, Ravena

 

 

Toda metrópole desenvolve áreas urbanas com sotaques, poder econômico, serviços que tornam bairros verdadeiras aldeias dentro de seu perímetro.   Elas facilitam a interação das pessoas, fazem de vizinhos, amigos e estabelecem regras de conduta nem sempre explícitas para os de fora, mas conhecidas pelos que ali moram. Não é a toa que há bairros tão famosos quanto as cidades onde se encontram: Nova York tem Queens, Brooklyn; Londres, East Side e Kensington Park;  Paris, Montmartre e Trocadéro;  São Paulo, Bexiga e Vila Mariana e Rio de Janeiro, Vila Isabel e Ipanema.  Nos bairros, similaridade de gostos e atitudes são grandes  e não é raro o comércio de sucesso em um local não ser bem sucedido em outra parte da cidade. A vila, de umas vinte casas,  descrita em Entre cabras e ovelhas tem esse perfil de comunidade bem tecida. Críticos da obra, dizem que é ‘mais uma história de vilarejo inglês’, tema muito explorado.  Mas o grupo de pessoas nesta obra forma uma sociedade preconceituosa que serve de  mecanismo central para o desenrolar da trama e solução de um mistério.

A literatura mundial está repleta de exemplos da moralidade circunscrita a aldeias ou comunidades, mantida pelo mexerico ou especulação sobre o comportamento de um ou mais habitantes.  Dar ouvidos a indiscrições, à maledicência é natural dos seres humanos. Yuval Noah Harari, no primeiro capítulo do livro Sapiens: uma breve história da humanidade  relaciona o mexerico, a fofoca, como ferramenta importante na evolução cognitiva da humanidade. Decisões tomadas em conjunto, por uma aldeia, defendendo território ou valores locais não são incomuns e o comportamento tribal nem sempre é judicioso. Pode ser arbitrário e com frequência infundado. Na literatura moderna há numerosos exemplos retratando o irracional de um grupo: o romance vencedor do Prêmio Goncourt O sol dos Scorta (2004) de Laurent Gaudé; o conto de Mark Twain, The Man That Corrupted Hadleyburg (1900), a peça teatral Assim é (se lhe parece), de Pirandello (1917) são variações no tema. É justamente esse comportamento insular que permite duas meninas, fascinadas pelo desaparecimento de uma senhora da vila, saírem por conta própria para resolver este enigma, no meio do caminho resolvem para si o mistério da onipresença de Deus, instigadas pelo sermão dominical na igreja que frequentam.

 

ENTRE_CABRAS_E_OVELHAS_1492459313671476SK1492459313B

 

O título do livro vem do evangelho de São Mateus (Mateus 25:31-46) e nos dá a diretriz da questão moral da trama.  No Juízo Final fiéis seriam divididos entre bons e maus, ovelhas e cabras. Não há como ficar em cima do muro, ou você é cabra ou ovelha. Aos poucos, à medida que conhecemos os habitantes da vila, através das aventuras de Grace e Tilly, duas meninas de dez anos, que investigam o desaparecimento da Sra. Creasy e procuram achar Deus no lugar em que moram já que acreditam que Ele manteria todos os moradores a salvo, descobrimos que nem sempre se é simplesmente ovelha ou cabra.  As duas meninas detetives, que traçam o caminho narrativo da trama, começam sua investigação no verão de 1976, um dos verões mais quentes da Inglaterra e para os moradores do local, aparentemente interminável. Intrigadas com o desaparecimento de alguém que conheciam, elas se mostram determinadas a descobrir o mistério. Mas suas perguntas acabam por explicar um acontecimento passado em 1967 que levou toda a comunidade a reagir de maneira inusitada.  Nove anos depois essas pessoas ainda se encontram controladas pelo passado que as prende a um voto de silêncio coletivo, levado a sério até o presente.

Parte do charme da história está na investigação das meninas.  Inocentes, elas vão de porta em porta,  fazendo perguntas que para os habitantes da vila são indiscretas e abrem fissuras na cortina de silêncio que mantêm. Por causa de sua ingenuidade, as meninas oferecem um ponto de vista novo, cândido e, por isso, colocam seus interlocutores em situações de inesperado melindre e grande humor.  Aliás, o humor prevalece nesta narrativa, com alguns momentos de riso espontâneo do leitor, o que dá um tom jovial e fino à história.  Além disso há a sátira bem desenvolvida sobre a crença em milagres, imagens milagrosas, comportamento religioso e cobertura sensacionalista da imprensa.

 

joanna-cannonJoanna Cannon

 

Ao final, é quase irrelevante se descobrimos as razões do desaparecimento da Sra. Creasy.  Narrado numa prosa pitoresca, com tradução de  Celina Portocarrero, este livro retrata paranoia coletiva, preconceitos numerosos e atitudes  arrogantes.  É uma história repleta de mistério, suspense, intriga, interpretações maliciosas de ações do dia a dia, maledicências repetidas sem pensar em consequências e segredos.  Tudo bem equilibrado pela ironia e humor.

Recomendo como um excelente entretenimento. A Semana Santa vêm aí, a pouco mais de um mês, este seria um ótimo companheiro para dias de lazer.  De no máximo cinco estrelas, dou-lhe quatro, por dois motivos: primeiro, um muito pessoal, acho que a história poderia ser mais curta (mas esta tem sido uma objeção tão comum nas minhas leituras que me pergunto se não ando impaciente demais) e  segundo, eu gostaria de ter tido no início do texto um pequeno mapa da vila e de suas casas.  Li este livro em um dos meus grupos de leitura e todos os participantes acabaram por fazer anotações tentando localizar melhor as casas, para não ter que voltar a capítulos anteriores à procura de quem se falava. Mesmo assim uma leitura muito agradável.

 

 

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem qualquer incentivo para a promoção de livros.





6 de Janeiro, dia dos Reis Magos

6 01 2018

 

 

OLYMPUS DIGITAL CAMERATrês Reis Magos, século VI

Mosaico

Basílica de Santo Apolinário Novo, Ravena

 

 

Mosaic_Adoration_of_Magi_c526_Ravenna_Left_Wall_550wMosaico na parede da basílica (parcial)




Constantinopla no século VI

3 07 2017

 

 

Constantine_I_Hagia_SophiaImperador Constantino I, cujo reinado foi dos anos 310 a 337, oferece uma representação da cidade de Constantinopla em homenagem à Virgem Maria e Menino Jesus, c. 1000

[Detalhe da entrada sudoeste da antiga basílica de Santa Sofia em Constantinopla, hoje Istambul, Turquia]

Mosaico

Basílica de Santa Sofia

 

 

Uma das coisas que me fascina a respeito das obras do historiador francês Francis Fèvre é a reconstituição imaginária de um ambiente, de uma realidade, que às vezes parece próxima, ainda que ele esteja descrevendo algo que se passou há mais de mil anos. Sua habilidade de usar dados existentes, como historiador que é, e recriar o mundo antigo é inigualável, quer o leiamos em francês ou em tradução para o português. Não é à toa que pertence à Academia Francesa de Letras. Seu livro, Teodora, a imperatriz de Bizâncio, publicado em 1991 (Nova Fronteira), é uma das obra à qual retorno de vez em quando para degustar as descrições de um império surgido há mais de 1.500 anos. Aqui fica um exemplo de sua prosa… estamos no primeiro capítulo. A tradução é de Léa Novaes.

“… As muralhas de Teodósio acompanham a orla da Propôntida e continuam ao longo de um grande vale fluvial, o Corno de Ouro, que contribui para isolar a região rochosa em que está situada a cidade. É um vasto triângulo em que dois lados limitam-se com a água, dando a essa antiga colônia de marinheiros gregos uma vocação portuária. No mesmo nível das ondas da Propôntida, agitadas pelo frio vento do norte, os altos muros de pedra constituem a base de um quadro  impressionante que se espelha na água azulada. Apoiada nas colinas, a cidade imperial ergue casas e palácios em direção ao céu, e a primeira impressão é de uma confusão anárquica. Patamares em diferentes planos sustentam os edifícios e os jardins da cidade, o conjunto formando um relevo ondulado. Nos bairros populares acumulam-se as pequenas construções de habitações pobres. Mas os tetos de madeira e as primeiras cúpulas das igrejas dominam a paisagem urbana. Apesar de sua enorme população, a capital conserva uma presença etérea, diluída na atmosfera inconstante dos confins do Mar Negro. O marinheiro que navega nas grandes barcas que cruzam as águas da Propôntida conhece uma a uma as espessas folhagens dos parques imperiais, que abrem no espaço urbano grandes espaços verdes. Os edifícios do Palácio Sagrado, assim chamado devido à presença de seus habitantes imperiais quase divinizados, assentam-se sobre patamares que se abrem sobre a Propôntida (atual Mar de Mármara) e para o calor do sul. De uma maneira geral, os inúmeros edifícios públicos e religiosos destacam-se nitidamente das ruelas sombrias onde se comprime a população cosmopolita em Constantinopla.”

 

Em: Teodora, a imperatriz de Bizâncio, Francis Fèvre, tradução de Léa Novaes, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1991, p. 14.

 

 

Mosaïques de l'entrée sud-ouest de Sainte-Sophie (Istanbul, Turquie)Mosaico da antiga Basílica de Santa Sofia em Constantinopla (Istambul, Turquia).

A Virgem Maria no centro segura o Menino Jesus em seu colo. À sua direita o imperador Justiniano I, oferece um modelo da basílica.  À esquerda, o Imperador Constantino apresenta para ela um modelo da cidade.

 

Map_of_Constantinople_(1422)_by_Florentine_cartographer_Cristoforo_BuondelmonteMapa de Constantinopla de 1422 [900 anos após a descrição acima]

Cartógrafo Cristoforo Buondelmonti (Florença, 1386-c. 1430)

Este é o mapa da cidade mais antigo que se conhece e o único que trata de Constantinopla antes da invasão turca em 1453.

Liber insularum Archipelagi (1824), versão na  Bibliothèque nationale de France, Paris

 





Na tradição clássica: Teseu e o Minotauro

6 04 2017

 

 

b1e2b62db38cc97fbe8d0660c97d85f7Teseu e o minotauro, Séculos II-III

Mosaico romano

Província Récia, Império Romano

Bibliothek der Universität Fribourg, Suíça

 

 

Teseu foi um grande herói grego, filho de Egeu.  Governou Atenas por 30 anos, de 1234 a 1204 a. E. C. É um herói porque entre outros feitos, conseguiu matar o Minotauro, que se encontrava no centro de um labirinto.  O Minotauro, um ser fantástico, metade touro, metade homem, era filho do rei Minos.

Um acordo de guerra depois que Minos derrotou Egeu, pai de Teseu, fez com que Minos cobrasse uma recompensa: de nove em nove anos, sete rapazes e sete moças de Atenas iriam a Creta.  Lá, entrariam no labirinto onde seriam devorados pelo Minotauro, um ser monstruoso.

Na terceira vez que a seleção de jovens para o sacrifício foi feita, Teseu decidiu que isso era demais. Substituiu um dos jovens rapazes indicados para morrer no labirinto e rumou para Creta. Teve, no entanto, ajuda de Ariadne, filha do rei Minos, que enamorada por Teseu, sugeriu ao jovem que entrasse no labirinto segurando um novelo de lã, cuja ponta ela estaria segurando na porta de entrada.   Teseu desenrolaria o fio de Ariadne até chegar ao centro do Labirinto onde, encontraria o Minotauro.  Depois de enfrentá-lo, e matá-lo, bastava enrolar o fio de onde estava, seguindo o caminho de volta até a porta de entrada onde ela o esperava.  E assim foi feito, Teseu matou o Minotauro e voltou vitorioso para o lado de Ariadne.

Salvar





Tomie Ohtake, (1913-2015) nossa grande dama!

12 02 2015

 

metro_TOP.jpgPainel “Quatro Estações”, de Tomie Otake, na estação Consolação.OUTONO, painel da série QUATRO ESTAÇÕES, 1990-1992

Tomie Ohtake (Japão/Brasil, 1913-2015)

Mosaicos, téssaras de vidro, 4 painéis de 2 x 15,4 m

Estação do Metrô da Consolação

Acervo da Cia do Metropolitano de São Paulo

 

tomie007.jpg.w560h420

 

As cores introduzidas por Tomie Ohtake  representam:

Verde, primavera; amarelo, o sol do verão; azul, o outono e vermelho, o inverno.

 

Tomie Othake

 

tomie011.jpg.w560h420





Imagem de leitura — Ralph Heimans

18 04 2014

 

 

Ralph HeimansChão de mosaico

Ralph Heimans (Austrália, 1970)

óleo sobre tela

www.ralphheimans.com





Painel de Aluísio Carvão, no Rio de Janeiro, restaurado!

5 09 2011

Painel de azulejos,  1996 [ vista da Avenida Visconde de Albuquerque]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon,  entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

Foi com muito prazer que acompanhei nas minhas caminhadas o processo de restauração do longo e colorido mosaico de Aluísio Carvão.    A restauração levou muito tempo para quem queria vê-lo intacto de novo, mas valeu a pena a espera.

Painel de azulejos, 1996  [ vista da esquina de Visconde de Albuquerque com rua Mário Ribeiro]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

O painel foi instalado no muro do quartel 23º Batalhão da Polícia Militar.  Quando a prefeitura do Rio de Janeiro uniu a Rua Mário Ribeiro à Avenida Padre Leonel Franca, dando acesso ao tunel Lagoa-Barra, foi feito o projeto de embelezamento desse muro no bairro do Leblon.  Isso deu origem a este grande mosaico em azulejos coloridos.

Painel de azulejos, 1996 [ vista do sinal da esquina de Visconde de Albuquerque com o sinal fechado, domingo de manhã]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

A melhor hora de se apreciar este painel por inteiro como nas fotos é de manhã, num domingo.  O trânsito nessa avenida é incessante.  Mesmo com carros parando no sinal para a travessia de pedestres, o painel fica encoberto. 

 

Painel de azulejos, 1996  [vista da calçada adjacente ao painel na rua Mário Ribeiro]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

É  charmoso vermos que a árvore, mais antiga que os projetos urbanísticos,  foi mantida, apesar do muro e do painel.  A vista acima é próxima à avenida Bartolomeu Mitre  e Largo da Memória.  

Painel de azulejos, 1996 [ vista parcial]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

Trecho final do painel que se destaca pelas cores vibrantes, próximo à Avenida Bartolomeu Mitre. 

Painel de azulejos, 1996 [ vista parcial]

Aluísio Carvão (Brasil, 1920-2001)

100x 3 metros

Localização: Rua Mário Ribeiro, ( por extensão chamada popularmente de Estrada Lagoa-Barra), Leblon, entre as ruas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque.

Vista de um pedacinho — por trás das duas pistas da Rua Mário Ribeiro — do mosaico,  na ponta oposta à foto acima.  O painel começa [ ou termina] ao lado do edifício retratatado que está localizado na esquina da Avenida Visconde de Albuquerque com a rua Mário Ribeiro.

Saída do Túnel Zuzu Angel.

O painel acima, serve na verdade de boas vindas a quem vem da Barra da Tijuca para a Lagoa, ou a quem sai da Lagoa em direção à Pontifícia Universidade Católica.  O mosaico de Aluísio Carvão está à esquerda no quarteirão anterior ao fotografado.  Esse local no Rio de Janeiro pode ser chamado por dois nomes.  A parte elevada, que vai em direção ao Tunel Zuzu Angel, chama-se Estrada Lagoa-Barra.   À direita temos a Avenida Padre Leonel Franca, que leva à entrada da PUC-Rio.  O grande edifício arredondado, [na verdade ele tem uma forma sinuosa, da qual só vemos uma parte aqui] é um dos marcos da arquitetura moderna do século XX,  no Rio de Janeiro.  Leva a alcunha de “Minhocão”  e foi projetado Arquiteto Afonso Eduardo Reidy.





O mosaico de Orfeu, réplica, vai a leilão dia 24 de junho.

23 06 2010

Réplica do mosaico de Orfeu.  EFE

—-

Vai a leilão esta semana a réplica do grande mosaico de Orfeu, encontrado em Gloucestershire, no Reino Unido.   Dois irmãos, pesquisadores, levaram 10 anos e utilizaram mais de 1 milhão de peças de argila recortadas a mão para construir a peça, que será vendida.    A reconstrução – uma cópia detalhada —  do maior mosaico romano maior já encontrado na Grã-Bretanha foi feita utilizando 1.600.000 peças .  O mosaico de Orfeu, descoberto em Woodchester, Gloucestershire, irá à venda, dia 24 de junho.   O trabalho está atualmente em exibição no Prinknash Abbey, perto de Stroud, mas o contrato chegou ao fim e seu dono – que não quer ser identificado – decidiu vender.

O mosaico original, que data de 325 dC,  é remanescente da época em que o Império Romano esteve na Grã-Bretanha. Hoje, ainda podem ser vistas marcas da passagem dos romanos, como a vila de Woodchester, que inclui 60 habitações da época romana. Foi nessa vila que foi encontrado o mosaico que representa Orfeu, uma das mais conhecidas figuras da mitologia grega, domando bestas.   Este mosaico foi totalmente escavado em 1793 e só ocasionalmente exposto, desde então.  Para sua proteção arqueólogos voltam a cobri-lo com terra e só o trazem à luz do dia de tempos em tempos.  Durante a sua mais recente exposição mais de 150.000 visitantes foram vê-lo.   Foi nessa ocasião que os irmãos Bob e John Woodward, encantados com o chão de mosaico romano, decidiram fazer uma reconstrução completa.   A réplica que eles criaram é agora reconhecida como um dos projetos arqueológicos mais significativos dos últimos tempos.

—-

—–

Bob Woodward com o mosaico.

—-

—-

A vila romana de Woodchester, perto de Stroud, onde o mosaico foi originalmente usado deve ter pertencido a alguém de enorme riqueza e influência.  A construção tinha 60 quartos, 20 deles com pisos de mosaico, incluindo o grande salão onde se encontrava o chão de Orfeu,  circundado pelas figuras mais importantes da mitologia grega.   Considerado o pai da música e da poesia, Orfeu foi presenteado neste mosaico com a lira de seu pai, o deus Apolo. 

O mosaico retrata Orfeu com sua lira pousada sobre o joelho esquerdo.  Ao lado dele seu fiel cão de caça e um grande número de animais ao redor, incluindo um tigre, um leopardo, um leão, um elefante, um urso, um grifo, um veado, um cavalo, javalis e aves: faisões, pavões e pombas. Duas ninfas da água são representadas em cada tímpano.

—-

—-

Detalhe do mosaico

—-

—-

Um dos primeiros relatos sobre este mosaico é de 1693, quando o pesquisador celta Edward Llwyd  fez o registro de ter visto “os pássaros e os animais no chão”.   Para essa reconstrução foi necessário fazer  uma cuidadosa pesquisa sobre outros conhecidos mosaicos Orfeu para ajudar a substituir as seções em falta com a maior precisão possível.  De interesse especial foi o mosaico da Barton Farm, em Cirencester, que tinha vários animais semelhantes.  A grande diferença entre o original e a réplica está no material utilizado.  Uma réplica com o calcário original teria sido muito pesada e extremamente cara.  Os irmãos  Woodward então percorreram a Inglaterra para encontrar argilas, cujas cores naturais, fossem naturalmente adequadas ao trabalho.

O trabalho dos irmãos Woodward aparece atualmente no Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior mosaico do mundo.

—-

—-

FONTES:

  BBC — TERRA This is Gloucestershire





Difícil Escolha

16 06 2008

Recepção de inauguração    

 

Este não é o meu primeiro blog.  Considerando o pretendo fazer aqui foi difícil escolher o primeiro assunto.  Foi um obstáculo que eu mesma coloquei, numa fantasia de que deveria ser uma notícia importante.  Que arapuca!  Então começamos logo.

Inauguração da Galeria de Arte Fátima Mourão

Na quarta-feira passada o conhecido ateliê de artes plásticas Fátima Mourão, localizado na rua Saturnnino Brito, 67, no Jardim Botânico, mostrou a bela transformação por que passou a caminho de se transformar também numa galeria de arte.  Paredes chapiscadas em branco ou preto, acompanhadas de excelente iluminação, deram um novo visual ao que antes eram salas de trabalho de diversos artistas plásticos.

A exposição inaugural levou o nome de Obrigado D. João!  uma referência à comemoração dos  200 anos da chegada de D. João VI no Brasil.  Localizada próximo ao Jardim Botânico, uma das obras mais lembradas da herança legada pelo príncipe regente ao Brasil.  Vizinhos do jardim, os artistas deste ateliê fizeram uma bela homenagem ao legado do príncipe regente.  Dez artistas se reunem nesta coletiva:  Anna Luiza Trancoso, Aulio Sayão Romita, Carla Reis, Cláudio Roberto Castilho, Cristina Orensztajn, Fátima Mourão, Lia Belart, Lúcia Maria, Lucia de Lima e Marília Brandão.