Frasco com lados planos. China, Província Jiangxi, Jingdezhen, Dinastia Ming (1368– 1644), início do século XV. Porcelana com pigmento de óxido de cobalto sob esmalte transparente, 33.3 x 19.5 x 13.3cm. Kimbell Art Museum, Fort Worth, Tx.
Frasco com lados planos. China, Província Jiangxi, Jingdezhen, Dinastia Ming (1368– 1644), início do século XV. Porcelana com pigmento de óxido de cobalto sob esmalte transparente, 33.3 x 19.5 x 13.3cm. Kimbell Art Museum, Fort Worth, Tx.
Coleção cítrica dos Medici, 1715
Espécies de limões e laranjas,
Bartolomeu Bimbo (Itália, 1648-1723)
Óleo sobre tela
Hoje, Palácio Pitti, Florença
“Foram porem os portugueses que nas suas viagens, depois do Renascimento, vulgarizaram a laranja pelo Ocidente. A prova é que hindus maometanos e árabes modernos, no Oriente, chamam à laranja portughan, que lhes trouxeram, da China, os navegantes portugueses. A prova é que, no Mediterrâneo, em Itália, as laranjas são, ainda hoje, chamadas portogalli.
Os portugueses foram disseminadores das árvores prestadias, pelo mundo, universalizando a natureza, regional, pela ecologia ou afeiçoamento ao meio, e tornada mundial. Não será espirituosa senão etimológica esta frase: os portugueses tornaram católica (universal) a natureza. As autoridades francesas da Guiné confessam que todas as plantas do mundo aí cultivadas são da primitiva estação portuguesa, nessa África ocidental. Aliás, o mesmo aqui podemos ver: a fruta-pão é da Oceania; a lichia é da China; o dióspiro ou caqui é do Japão; o café é da Etiópia; a cana-de-açúcar peregrinou da Índia ao Egito, à Sicília, ao Algarve, à Madeira, ao Brasil; o cacau trouxeram-no do México. O Brasil produziu cravo, canela, anil, noz moscada, pimenta, chá, gengibre… A vida de Portugal pelo mundo, “a vida em pedaços repartida”, do Poeta, terá um sentido universal, reunindo todo o mundo, em todas as partes a que chegaram. E comunicar é civilizar…
Depois das viagens de D. João de Castro, em 1520, foram eles, os portugueses, fazendo de seu portos de escala, culturas e depósitos e assim já não precisariam trazer consigo o mundo, achando o mundo em toda parte. As laranjas foram trazidas à Guiné, às Ilhas de Cabo Verde, onde as naus, em caminho da Índia, se proviam delas, “refrescando a nutrição dos marujos — de peixe seco e bolachas — o que produzia o escorbuto, ou peste náutica, o flagelo das navegações. Pode-se sem exagero dizer que os portugueses descobriram as vitaminas, de tanto prestígio hoje em dia, pelo menos os seus providenciais efeitos. Na própria metrópole tentaram e conseguiram. ”
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[Grafia atualizada]
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Em: Breviário da Bahia, Afrânio Peixoto, Rio de Janeiro, Editora do MEC: 1980, p.122
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Nesse texto acima, Afrânio Peixoto cita um verso do Poeta. Este Poeta a que ele se refere com letra maiúscula é Luiz de Camões. E a passagem em verso é a seguinte:
Canção VII
[Trecho] *
. . . . . . . . . . . . . . . . .
Aqui, nesta remota, áspera e dura
parte do mundo, quis que a vida breve
também de si deixasse um breve espaço,
porque ficasse a vida
pelo mundo em pedaços repartida.
Aqui me achei gastando uns tristes dias,
tristes, forçados, maus e solitários,
trabalhosos, de dor e de ira cheios,
não tendo tão-somente por contrários
a vida, o sal ardente e águas frias,
os ares grossos, férvidos e feios;
mas os meus pensamentos, que são meios
para enganar a própria Natureza,
também vi contra mi,
trazendo-me à memória
algũa já passada e breve glória,
que eu já no mundo vi, quando vivi,
por me dobrar dos males a aspereza,
por me mostrar que havia
no mundo muitas horas de alegria.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
* Você pode encontrar as canções de Camões facilmente na internet. Vale a pena. Você vai se encantar…
Cidade velha de Lijiang
A Cidade Velha de Lijiang data do século XIII e se mostra completamente adaptada à topografia irregular em que foi construída. Localizada estrategicamente em uma encosta de montanha, de frente para um rio profundo, Lijiang se tornou um grande centro comercial mantendo a paisagem urbana histórica de alta qualidade e autenticidade. Sua arquitetura é notável pela mistura de elementos de várias culturas que se uniram ao longo de muitos séculos. Lijiang também possui um antigo sistema de abastecimento de água, muito complexo e de grande engenhosidade, que ainda funciona de forma eficaz nos dias de hoje. Ele se utiliza os diferentes níveis de dois rios para lavar as ruas, uma forma única de saneamento municipal. Para o abastecimento de água corrente a cidade foi entrecortada por uma rede de canais e bueiros que abastecem todas as casas da cidade. Há um total de 354 diferentes pontes. É a partir dessas estruturas que Lijiang deriva seu nome, a “Cidade das Pontes”.
Caixa de escrita, em laca vermelha, Dinastia Ming, século XV
Caixa retangular lembrando um qin, com a tampa esculpida, com incisões atravessando diversas camadas de laca vermelha até o fundo ocre, mostrando dois pássaros com longas caudas que voam por entre flores de peônias de encontro folhagem profusa com botões de flores, e plumas dos pássaros delicadamente incisos com estrias. Os lados esculpidos com folhagem ruyi que parecem semelhantes aos lados da caixa. A caixa esconde pedra de tinta na forma de um qin, almofada de tinta com inscrição de um poema imperial e dois pincéis em seus receptáculos de bambu. O interior da caixa em laca negra. 33 cm. Coleção particular japonesa, à venda na Casa de leilão Southeby’s em outubro de 2012.
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Emilio Sala y Frances (Espanha, 1850-1910)
óleo sobre tela, 56 x 39 cm
Coleção Particular
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Um chuvisco no palácio dos sonhos, ilustração de L. Kristoff.
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A palavra China, que descreve o país do Extremo Oriente, provavelmente deriva do nome de uma dinastia, a dinastia Qin, cuja pronúncia seria “chin”. O primeiro imperador dessa dinastia foi Qin Shi Huang (260-210 a.C.). Foi durante esta dinastia que a China foi unificada pela primeira vez em 221 a.C. e foi aí que começou o período imperial chinês que durou até o ano 1912 da nossa era; ou 2100 anos.
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O Circo chinês, publicação póstuma, c. 1820-30
Gaetano Zancon (Itália, 1771-1816)
gravura
Publicada em: Le Costume Ancien et Moderne
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Eça de Queirós
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Fomos até as entradas das pontes sobre os canais, onde saltimbancos seminus, com máscaras simulando demônios pavorosos, fazem destrezas dum picaresco bárbaro e sutil; e muito tempo estive a admirar os astrólogos de longas túnicas, com dragões de papel colocados às costas, vendendo ruidosamente horóscopos e consultas de astros. Oh! cidade fabulosa e singular! De repente ergue-se uma gritaria! Corremos: era um bando de presos, que um soldado, de grandes óculos, iam impelindo com o guarda-sol, amarrados uns aos outros pelo rabicho! Foi aí nessa avenida que em vi o estrepitoso cortejo de um funeral de Mandarim, todo ornado de auriflamas e de bandeirolas; grupos de sujeitos fúnebres vinham queimando papéis em fogareiros portáteis; mulheres esfarrapadas uivavam de dor, espojando-se sobre tapetes; depois erguiam-se, galhofavam e um cule vestido de luto branco servia-lhes logo chá, de um longo bule em forma de ave. Ao passar junto ao Templo do Céu, vejo apinhada num largo uma multidão de mendigos, as mulheres com os cabelos entremeados de velhas flores de papel, roíam ossos tranquilamente; e cadáveres de crianças apodreciam ao lado, sob o vôo dos moscardos. Adiante topamos com uma jaula de grades, onde um condenado estendia, através das grades, as mãos descarnadas à esmola… Depois Sá-Tó mostrou-me respeitosamente uma praça estreita; aí sobre pilares de pedra, repousavam pequenas gaiolas contendo cabeças decapitadas; e, gota a gota, ia pingando deles um sangue espesso e negro…
– Uf! – exclamei, fatigado e aturdido. – Sá-Tó, agora quero o repouso, o silêncio, e um charuto caro…
Ele curvou-se: e, por uma escadaria de granito, levou-me às altas muralhas da cidade, formando uma esplanada que quatro carros de guerra a par podem percorrer durante léguas.
E enquanto Sá-Tó, sentado num vão de ameia, bocejava, num desafogo de cicerone enfastiado, eu fumando contemplei muito tempo aos meus pés a vasta Pequim…
É como uma formidável cidade da Bíblia, Babel ou Nínive, que o profeta Jonas levou três dias a atravessar. O grandioso muro quadrado limita os quatro pontos do horizonte, com as suas portas de torres monumentais, que o ar azulado, àquela distância, faz parecer transparentes. E na imensidão do seu recinto aglomeram-se confusamente verduras de bosques, lagos artificiais, canais cintilantes como aço, pontes de mármore, terrenos alastrados de ruínas, telhados envernizados reluzindo ao sol; por toda a parte são pagodes heráldicos, brancos terraços de templos, arcos triunfais, milhares de quiosques saindo de entre as folhagens dos jardins; depois espaços que parecem um montão de porcelanas, outros que se assemelham a monturos de lama; e sempre a intervalos regulares o olhar encontra algum dos bastiões, de um aspecto heróico e fabuloso…
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Imperador Ch’Ien Lung carregado em triunfo, publicação póstuma, c. 1820-1830
Gaetano Zancon (Itália, 1771-1816)
gravura
Publicada em: Le Costume Ancien et Moderne
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A multidão, junto a essas edificações grandiosas, é apenas como grãos de areia negra que um vento brando vai trazendo e levando…
Aqui está o vasto palácio imperial, entre arvoredos misteriosos, com os seus telhados de um amarelo de ouro vivo! Como eu desejaria penetrar-lhe os segredos, e ver desenrolar-se pelas galerias sobrepostas, a magnificência bárbara dessas dinastias seculares!
Além ergue-se a torre do Templo do Céu, semelhando três guarda-sóis sobrepostos: depois a grande Coluna dos Princípios, hierática e seca como o gênio mesmo da raça: e adiante branquejam numa meia-tinta sobrenatural os terraços de jaspe do Santuário da Purificação…
Então interrogo Sá-Tó: e o seu dedo respeitoso vai-me mostrando o Templo dos Antepassados, o Palácio da Soberana Concórdia, o Pavilhão das Flores das Letras, o Quiosque dos Historiadores, fazendo brilhar, entre os bosques sagrados que os cercam, os seus telhados lustrosos de faianças azuis, verdes, escarlates e cor de limão. Eu devorava, de olho ávido, esses monumentos da Antiguidade asiática, numa curiosidade de conhecer as impenetráveis classes que os habitam, o princípio das instituições, a significação dos cultos, o espírito das suas letras, a gramática, o dogma, a estranha vida interior de um cérebro de letrado chinês… Mas esse mundo é inviolável como um santuário…
Sentei-me na muralha, e os meus olhos perderam-se pela planície arenosa que se estira para além das portas até aos contrafortes dos montes mongólicos; aí incessantemente redemoinham ondas infindáveis de poeira; a toda a hora negrejam filas vagarosas de caravanas… Então invadiu-me a alma uma melancolia, que o silêncio daquelas alturas, envolvendo Pequim, tornava de um vago mais desolado: era como uma saudade de mim mesmo, um longo pesar de me sentir ali isolado, absorvido naquele mundo duro e bárbaro: lembrei-me, com os olhos umedecidos, da minha aldeia do Minho, do seu adro assombreado de carvalheiras, a venda com um ramo de louro à porta, o alpendre do ferrador, e os ribeiros tão frescos quando verdejam os linhos…
Aquela era a época em que as pombas emigram de Pequim para o Sul. Eu via-as reunirem-se em bandos por cima de mim, partindo dos bosques dos templos e dos pavilhões imperiais; cada uma traz, para a livrar dos milhafres, um leve tubo de bambu que o ar faz silvar; e aquelas nuvens brancas passavam como impelidas de uma aragem mole, deixando no silêncio um lento e melancólico suspiro, uma ondulação eólica, que se perdia nos ares pálidos…
Voltei para casa, pesado e pensativo.
Ao jantar, Camilloff, desdobrando o seu guardanapo, pediu-me com bonomia as minhas impressões de Pequim.
– Pequim faz-me sentir bem, general, os versos de um poeta nosso:
Sôbolos (*) rios que vão
Por Babilônia me achei …
– Pequim é um monstro! – disse Camilloff oscilando refletidamente a calva. – E agora considere que a esta capital, à classe tártara e conquistadora que a possui, obedecem trezentos milhões de homens, uma raça subtil, laboriosa, sofredora, prolífica, invasora… Estudam as nossas ciências… Um cálice de Médoc, Teodoro!… Têm uma marinha formidável! O exército, que outrora julgava destroçar o estrangeiro com dragões de papelão donde saíam bichas de fogo, tem agora táctica prussiana e espingarda de agulha! Grave!
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Em: O Mandarim, Eça de Queirós, publicado em 1880, em domínio público.
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(*) Nota da peregrina: sôbolos é uma contração de ‘sobre os’, encontrada em Camões, de onde são estes versos citados por Eça de Queirós – mas a palavra também aparece mais recentemente no título do livro de Antônio Lobo Antunes, Sôbolos rios que vão, publicado em 2010, que é uma citação direta dessa redondilha de Camões (**).
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(**) A redondilha de Camões:
“Sobolos rios que vão
Por Babilônia m’achei,
Onde sentado chorei
As lembranças de Sião,
E quanto nela passei.
Ali o rio corrente
De meus olhos foi manado;
E tudo bem comparado,,
Babilônia ao mal presente
Sião ao tempo passado.”
(Versos 1-10)
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Fragmentos de cerâmica foram encontrados em uma caverna no sul China. E foi confirmado terem 20.000 anos de idade, tornando-os, como um todo, a mais antiga cerâmica conhecida no mundo, dizem arqueólogos.
Essas descobertas juntam-se aos esforços recentes em que foram datadas pilhas de cerâmicas no leste da Ásia, mostrando idades superiores a 15.000 anos. Essa descoberta refuta as teorias convencionais de que a invenção da cerâmica se correlaciona ao período de cerca de 10.000 anos atrás, quando os seres humanos deixaram a caça para se tornarem agricultores.
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A pesquisa, feita por uma equipe de cientistas chineses e americanos, também mostra que o surgimento da cerâmica é mais antigo do que o que se acreditava, demonstrando sua existência entre os homens já na última idade do gelo.
As descobertas parecem apontar para uma nova direção na investigação das sociedades humanas mais antigas. Ainda se precisa ter uma compreensão da mudança do desenvolvimento humano passando dos hábitos de caça e pesca para o uso da agricultura. É uma mudança sócio-econômica que aconteceu entre 25.000 a 19.000 anos atrás levando ao aparecimento de sociedades sedentárias agrícolas.
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Wu Xiaohong, professor de arqueologia e museologia na Universidade de Pequim, enquanto explicava os esforços de datação por radiocarbono, salientou a importância desse achado, lembrando que até agora só se pensava que a cerâmica fora inventada após a transição para a agricultura. A partir dessa descoberta e com a certeza de que a datação está correta e fartamente corroborada, chega-se a um momento de rever os conceitos do desenvolvimento humano até agora preconizados.
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FONTE: The Guardian
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Paleontólogos chineses e canadenses descobriram um fóssil do maior dinossauro com penas encontrado até hoje. O tiranossauro chamado de Yutyrannus huali, que significa” belo tirano com penas”, media nove metros e pesava cerca de 1400 quilos. Embora fosse muito menor que o Tiranossauro rex, o peso do novo dinossauro era 40 vezes mais elevado do que o maior dinossauro com penas conhecido até hoje, o Beipiaosaurus.
Apesar de contar com penas de 15 centímetros estes dinossauros que viveram na Terra há 125 milhões de anos eram incapazes de voar. Além de serem muito pesados para saírem do chão, havia uma questão aerodinâmica nas penas que impedia o voo. “As penas eram filamentosas eram estruturalmente mais parecidas com cabelos ou cerdas do que as plumas das aves modernas, portanto não formavam superfície aerodinâmica para o voo“, disse Corwin Sullivan, paleontólogo canadense que participou do estudo publicado no periódico científico Nature.
Os pesquisadores acreditam que as penas tinham a função de isolamento térmico. “Os grandes animais geralmente conseguem conservar o calor mais facilmente. Eu suspeito que que o Y. huali era um animal de sangue quente para que pudesse se beneficiar deste mecanismo de retenção de calor“, disse ao iG Sullivan.
A descoberta foi feita a partir da análise de três esqueletos completos do Yutyrannus huali. Os três esqueletos – um exemplar adulto e dois filhotes -, foram encontrados na província de Liaoning, na China. Os paleontólogos tinham conhecimento, há mais de uma década, que alguns pequenos dinossauros tiveram plumas semelhantes às dos pássaros, com tamanhos semelhantes às de uma galinha, graças às descobertas de vários fósseis nesta região chinesa. Mas esse achado mostra que existiu pelo menos uma grande espécie que também tinha penas.
Enquanto os dois filhotes deveriam pesar cerca de meia tonelada, o exemplar adulto teria alcançado 1.400 quilos e nove metros de comprimento, dimensões que o transformam no maior animal com penas que já existiu. Seu tamanho era consideravelmente menor do que seu primo Tiranossauro Rex, mas quarenta vezes maior do que as espécies com penas anteriormente descobertas.
Engana-se, porém, quem pensa que as penas do “Yutyrannus” eram belas como as de alguns pássaros atuais. Sua plumagem era feita de “simples filamentos e se pareciam com as de um pintinho“, explicou Xu Xing, principal autor do artigo e pesquisador do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados de Pequim.
O caso do Yutyrannus, cujo corpo era apenas parcialmente coberto com penas, pode refletir uma adaptação a um ambiente frio incomum, afirma o estudo. Ao contrário de seu parente, o tiranossauro, que viveu numa época quente, o “Yutyrannus” habitou a Terra em meados do Cretáceo Inferior, um período que se estendeu de 145 milhões de anos a 98 milhões de anos atrás, e no qual as temperaturas caíram. Por isso suas penas devem ter servido para proteção contra o frio, já que supõe-se que esse período tenha sido muito mais frio do que o resto do Cretáceo, 10°C contra 18°C em média.
O estudo revela mais um novo elemento sobre a evolução dos primeiros animais com penas. É possível que a dimensão e a natureza da plumagem “evoluiu de acordo com as mudanças de massa corporal e da temperatura do ambiente“, acreditam os pesquisadores.
Pode-se até considerar, de acordo com o estudo, que o Tiranossauro e seus parentes tiveram penas em partes do corpo. A descoberta pode ser uma prova de que “as penas estavam muito mais disseminadas do que os cientistas pensavam até poucos anos, pelo menos entre os dinossauros carnívoros“, disse o autor do estudo.
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Samurais japoneses invadindo barcos Yuan.–
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Os restos de um navio que teria participado da fracassada tentativa do rei mongol, Kublai Khan (1215-1294), de conquistar o Japão, no século XIII, foram encontrados em relativamente bom estado, na costa do país. Até então só antigas pedras de âncora e balas de canhão haviam sido encontradas aqui e ali datando da investida de esquadras mongóis dessa época. Os pesquisadores agora acreditam que têm material para melhor entender a tecnologia de navegação do século XIII. Encontraram um pedaço de 12 m do casco da embarcação, que era feito de tábuas de madeira de 10 cm de espessura e de 15 a 25 cm de largura. O casco foi descoberto enterrado a 1 metro de profundidade do fundo do mar, próximo da ilha Takashima em Matsuura, no distrito de Nagasaki. Foi a primeira vez que o casco de um barco usado na invasão mongol foi recuperado.
Os pesquisadores da universidade de Ryukus, em Okinawa, sob a supervisão do Prof. Yoshifumi Ikeda usaram equipamento ultrasônico para detectar os restos do navio. Os ataques frustrados contra o Japão foram uma das poucas vezes em que os mongóis foram derrotados durante o século XIII. O casco que parece ter tido 20 metros de comprimento havia sido todo pintado de cinza e ligado por pregos. Tijolos e armas chineses da dinastia Yuan também foram encontrados a bordo.
Os pesquisadores dizem esperar que a descoberta os ajude a entender os motivos da vitória japonesa. Registros históricos sugerem o número de 4.400 navios, levando 140,000 soldados mongóis desceram no Japão em 1281 e lutaram Cintra os samurais da região ao norte de Kyushu. Mas que depois de voltarem para os seus navios a esquadra foi dizimada por um tufão devastador que acabou com os planos de invasão dos soldados mongóis. Os japoneses costumam atribuir a vitória a esses ventos e tempestades que destroçaram as embarcações mongóis durante as tentativas de invasões de 1274 e 1281.
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Descobertas sob a areia de partes de embarcação mongol do século XIII.–
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A estrutura do navio lembra a das embarcações chinesas da mesma época. Os mongóis chegaram a desembarcar e ter algum sucesso contra os japoneses, que tinham menos habilidade no arco e flecha. Mas em ambas as ocasiões, os mongóis e as tropas chinesas e coreanas sob seu comando tiveram que bater em retirada por causa de tufões que se aproximavam, impedindo seus planos.
As águas próximas à ilha Takashima são o local onde, historicamente, se assumiu a devastação da esquadra em 1281, pelos “ventos divinos”. O “vento divino” kamikaze, em japonês, foi a palavra que serviu de inspiração para os pilotos japoneses que se lançaram em ataques suicidas na Segunda Guerra Mundial.
Como nômades da Ásia Central, os mongóis tinham pouca experiência no mar e usaram chineses e coreanos subjugados para construir seus navios. “Acredito que iremos entender mais sobre a construção de navios da época assim como sobre a troca de mercadorias na Ásia Ocidental”, disse o prof. Ikeda. Ele ainda lembrou que o casco da embarcação deve ter-se mantido em bom estado porque estava enterrado na areia. Enquanto a estrutura da embarcação, semelhante às usadas pelos chineses do século XII, levou os pesquisadores a fazerem a associação à frota Yuan.
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Fontes: The Telegraph, Terra