2012 — um ano esperado com ansiedade?

31 12 2011

— “Eu só tive espaço para fazer até 2012.”

— “Ha!  Isso vai dar um susto em alguém algum dia!”

Devo deixar claro que não acredito que o mundo vá acabar em 2012.  Portanto a minha tentação é brincar com essa profecia.  Desculpem-me aqueles que acreditam no calendário Maia.  Se vocês estiverem corretos não terei tempo de me arrepender.  Ficam aqui, já de antemão, as minhas desculpas acompanhadas de algumas charges de pessoas que pensam como eu.  Boas entradas!

“– Então, por que acaba em 2012?”

“– Acabou o espaço.”

Finalmente, revelado o mistério do calendário Maia.

–” Já imaginou algum bobo confundindo o fim desse calendário com o fim do mundo?”

“– O cacique disse para fazer até 2012.  É aí que mudamos para o calendário Dilbert.”

Coisas com que nos preocuparmos no século XXI.

Falta de moradias, Fome, Poluição, Crime, Fim do mundo

— “Uai, vamos nos preocupar com a coisa mais emocionante!”

— “De acordo com o calendário Maia o mundo acabará em 21 de dezembro de 2012”.

— “De acordo com o calendário político, a maioria gostaria que o ano acabasse bem antes disso!”

— “Vovó, aqui falam de uma profecia maia que diz que o mundo se acaba em 2012…”

—  “Netinha, não é possível…  Estes aspargus só vencem em 2015.”

“Francamente, eles poderiam ter previsto o fim do mundo para o mês de agosto!”

— “Isso é tudo? No ano passado o senhor deu muito mais!”

— ” Eu não quis dar tanto por um calendário que se acaba em 21 de dezembro de 2012.”

— “Aqui diz que o mundo vai acabar em 2012.”

— “Vai ser televisionado?”

— ” 18/12/2012, 19/12/2012, 20/12/2012, 21/12/2012 … !!@•◊§!!  Tô sem espaço!

–“Ôpa…  Esperem!  O departamento de marketing decidiu mudar para calendários de mesa…”

Porque o calendário maia acabou em 2012.

— “Eu estou gastando todo o meu dinheiro e se o mundo não acabar em 2012, eu vou ter tudo de volta abrindo processo contra os maias.”

— “Uh Oh…  É 2012!  Comemore como se fosse 2013”.




Feliz Ano Novo! — Um brinde! Viva o “apimentado” de meados do séc. XX

30 12 2011

Brinde ao Ano Novo, artista desconhecido, 1946.





A natureza do morcego, conto africano

28 12 2011

Ilustração anônima.

A natureza do morcego

Era uma vez um reino onde os animais mamíferos e os pássaros entraram em guerra.  Nessa ocasião, abriu-se um grande debate sobre em que grupo o morcego deveria lutar, já que ele, um grande esperto, teimava em se manter afastado de ambos os lados.

Vencendo a guerra, os pássaros mantiveram o poder sobre os mamíferos, por quarenta anos seguidos.  Observando esse poderio das aves, o  morcego  juntou-se a elas, desfrutando o que lhe cabia dos benefícios de pertencer aos dominadores.

Mas um dia, o leão e o tigre, desesperados por reverter aquela situação insuportável, decidiram que algumas novas medidas teriam que ser tomadas para trazer paz ao reino.  As coisas não podiam continuar como estavam.  Mas essa decisão foi plenamente ignorada por todos os animais que já acreditavam que a sorte estava lançada.  Assim, as hostilidades entre pássaros e animais recomeçaram, sem dar trégua.

Na discussão que se seguiu,  os animais resolveram espionar os movimentos do morcego, pois perceberam que ele permanecia neutro, sem escolher qualquer lado.  Os animais pediram à raposa que prendesse o morcego e o trouxesse para inquérito junto aos líderes dos animais.  O morcego foi condenado por pretender ser leal a ambos os lados, e os animais exigiram uma explicação.  O morcego disse que havia seguido o conselho de sua esposa que o havia convencido a ficar pronto para aderir a qualquer um dos lados que vencesse, com a intenção de receber recompensa do lado vencedor.

O morcego foi severamente repreendido, considerado desleal e por isso acabou na prisão esperando julgamento ao final da guerra.  Por dez longos anos ele permaneceu encarcerado, até que a guerra acabou.  As aves haviam sido derrotadas.

Com a chegada do dia do julgamento, o morcego, achando que o caso era muito complicado para se defender por conta própria, decidiu contratar um esperto advogado para sua defesa, que argüiu que seu cliente tinha pleno direito de se alinhar com qualquer um dos lados, de acordo com sua vontade. Sua opinião estava baseada na anatomia do morcego.   Não era uma pássaro apesar de ter asas e ser capaz de voar.  No entanto, insistiu que quando o morcego estava no ar não invadia o território de ninguém.  Tinham de admitir que voar era o seu elemento.   Por outro lado, coberto por pelo, o morcego tinha dentes e grandes orelhas que nenhum pássaro apresentava. Levando tudo isso em consideração não parecia haver dúvidas: o morcego tinha qualidades que o permitiam ser considerado tanto um animal mamífero quanto um pássaro ou ambos. E estava, assim, livre para se juntar a qualquer um dos grupos do reino.

Tradução e adaptação: Ladyce West

Em:  African Myths and Tales, Susan Feldmann, Nova York, Dell Publishing Company: 1963

———

Encontrei uma versão semelhante a esse conto folclórico no portal do professor do MEC.  Lá o conto de Rogério Andrade Barbosa, chamado de “Por que será que o morcego só voa de noite?” tem um outro final, mas os pontos de semelhança são muitos, vale a pena checar, inclusive porque há mais diálogos e parece mais “contável” para pequenos leitores, ainda que a conclusão final seja bastante diferente.





Quadrinha do Natal pobre

22 12 2011

Jogou, perdeu, e hoje sabe,

passando um Natal sombrio,

que a consciência não cabe

num sapatinho vazio.

(Hegel Pontes)





Agatha Christie, seus livros mais cotados

22 12 2011

Ilustração Walt Disney.

Agatha Christie, a dama da literatura de mistério, é ainda hoje uma das escritoras mais lidas no mundo!  Devo a ela grande parte da minha proficiência em inglês, pelo menos no início da minha estadia nos Estados Unidos.  Quando cheguei naquele país meu inglês era fraquíssimo.  Eu tinha uma boa base de gramática, tendo aprendido por anos aqueles detalhes que não servem para diálogos:  “gerúndio”, “particípio passado” de cada verbo.  Havia sido um processo de decorar sem fim que não fazia o menor sentido no dia a dia, no viver numa cidade, muito menos quando eu sabiaque a minha estadia lá seria de pelo menos, no mínimo dos mínimos, quatro anos.   Foi aí que me interessei em ler Agatha Christie.

Eu sempre gostara de livros de mistério e achei, corretamente, que o interesse que eu tinha iria servir de impulso para que eventualmente eu procurasse algumas palavras no dicionário.  Acertei em cheio. Foi ótimo.  Os livros dela se encontravam em qualquer canto, em formato de bolso, baratíssimos e acabei lendo bem mais que 25 de seus títulos, alguns dos quais comprei em sebos, pois já estavam fora de circucação.  Foi a melhor coisa, além de assistir muita televisão, que pude fazer naquela época para melhorar a minha qualidade de vida no país.  Portanto, é com prazer que vejo que os livros de Agatha Christie, a Dama do Mistério Inglês, continuam populares e atraindo milhares de leitores no Brasil.   De todos os personagens  de seus livros a minha favorita é, sem sombra de dúvida, Miss Marple.  Mas no início foi Poirrot mesmo.  Só vim a apreciar as nuances das observações de Miss Marple com o passar dos anos e tomada de conhecimento sobre a vida na Inglaterra dos pequenos vilarejos.

Na semana passada, por causa de outro assunto, acabei podendo relacionar os títulos mais populares e de maior apreciação no Brasil escritos pela rainha do mistério inglês.  Passo aqui para vocês, caso ainda precisem presentear alguém nesse fim de ano, os títulos favoritos do leitor brasileiro em ordem de preferência.

1 ) O caso dos dez negrinhos

Dez pessoas são convidadas pelo misterioso U.N. Owen para passar alguns dias numa ilha perto de uma aldeia pouco movimentada. Os convidados aceitam o convite e de igual maneira embarcam num barco local para a ilha. Na primeira noite, quando todos já se conheciam razoavelmente bem e conviviam animadamente na sala, ouve-se uma voz vinda das paredes da sala, acusando cada um dos dez presentes de ter cometido um crime, crime esse que apesar de ser despropositado ou inevitável, levou à morte de outras pessoas. O pânico instala-se e mortes inexplicáveis se sucedem, tendo por única pista uma trova infantil.

2) O assassinato de Roger Ackroyd

O assassinato do rico Roger Ackroyd, morto a punhaladas com uma adaga tunisiana, é a terceira de uma série de estranhas mortes, que despertam a atenção da solteirona e sagaz Caroline Sheppard, irmã do médico da cidade e narrador deste romance. Intrigada, Caroline resolve investigar o caso e descobrir se as três mortes têm alguma ligação. Para isso, ela conta com a ajuda de seu novo e excêntrico vizinho: o detetive belga Hercule Poirot. Escrita em 1926.  O Assassinato de Roger Ackroyd é uma das mais famosas histórias da rainha do mistério.

3) Assassinato no Expresso do Oriente

Pouco depois da meia-noite, uma tempestade de neve pára o Expresso do Oriente nos trilhos. O luxuoso trem está surpreendentemente cheio para essa época do ano. Mas, na manhã seguinte, há um passageiro a menos. Uma americano é encontrado morto em sua cabina, com doze facadas, e a porta estava trancada por dentro. Pistas falsas são colocadas no caminho de Hercule Poirot para tentar mantê-lo fora de cena, mas, num dramático desenlace, ele apresenta não uma, mas duas soluções para o crime.

4 ) Cai o Pano: o último caso de Poirot

Para resolver o último caso de sua carreira, o detetive belga Hercule Poirot volta ao local onde solucionou os primeiros crimes. Neste livro, o último de um ciclo de romances de Agatha Christie, o talento da escritora inglesa junta-se à primorosa tradução de Clarice Lispector.

5) O Natal de Poirot

Véspera de Natal. A reunião da família Lee é arruinada pelo barulho ensurdecedor de móveis sendo destroçados, seguido de um grito agudo e sofrido. No andar de cima, o tirânico Simeon Lee está morto, numa poça de sangue, com a garganta degolada. Mas quando Hercule Poirot, que está no vilarejo para passar o Natal com um amigo, se oferece para ajudar, depara-se com uma atmosfera não de luto, mas de suspeitas mútuas. Parece que todos tinham suas próprias razões para detestar o velho…

6) A casa torta

O octogenário Aristide Leonides, dono de grande fortuna, é envenenado em sua mansão, onde vivia com toda a família — sua esposa, cinqüenta anos mais jovem, dois filhos, duas noras, três netos e uma cunhada. Qualquer um poderia tê-lo matado. O único motivo evidente é a fortuna deixada como herança. Mas parece pouco provável que alguém se dispusesse a sujar as mãos por causa do testamento de um velho em idade já tão avançada. Charles Hayward não tem como não se envolver na história: Sir Arthur Hayward, seu pai, é o comissário-assistente da Scotland Yard responsável pelo caso; e Sophia, com quem pretende se casar, é uma das netas da vítima. Portanto, Charles tem seus motivos para tentar solucionar o mistério.

7) A morte no Nilo

A parte principal deste romance desenvolve-se a bordo de um barco, que navega pelas águas do Nilo, em cujas margens se levantam ruínas milenárias, restos de uma civilização dedicada ao culto dos mortos; e lá nesse ambiente fúnebre, uma deslumbrante garota, que tinha tudo – juventude, beleza, riqueza e felicidade —, perde tudo, num repente, ao ser assassinada na sua cabine. O assassinato foi cuidadosamente planejado, para que seja impossível descobrir o assassino, quem teve a má sorte de que Hercule Poirot estivesse de férias no Egito, e pudesse investigar seu crime – aliás, seus crimes, porque há mais de um — com uma maior atenção da que se tinha empregado em cometê-los. Para aumentar a intriga e o suspense, sabemos que entre os passageiros do Karnack, se encontra um famoso assassino profissional, que é perseguido pelo Coronel Race, amigo de Poirot e sagaz agente do Serviço Secreto inglês.

8 ) O misterioso caso de Styles

[O 1º romance publicado d a autora (1920)]

O primeiro e um dos mais famosos mistérios solucionados por Hercule Poirot, o caso Styles começa quando uma aristocrata inglesa morre trancada em seu quarto, vítima de um aparente ataque cardíaco. A coisa ficaria por aí, não fosse a suspeita de envenenamento levantada pelo médico da família.

9) Os crimes ABC

Já aposentado, Hercule Poirot aceita o desafio de desvendar um assassinato cometido por um criminoso que se anuncia com cartas anônimas cheias de menosprezo. O assassino deixa junto de suas vítimas um guia ferroviário. Talvez seja um maníaco por estradas de ferro. Poirot persegue de pista em pista, de letra em letra, o rastro sempre alfabético do inimigo.

10) Assassinato no campo de golfe

Aos campos de golfe normalmente se vai para praticar o esporte. Mas em um romance de Agatha Christie, a dama do crime, o gramado também pode se transformar no lugar onde acontece o assassinato de um jogador desavisado.

Nota: A ordem de popularidade foi calculada na média ponderada de pontos por título encontrados nos portais de leitores de livros brasileiros.





Cartões de Natal: Papai Noel chega de maneiras inusitadas!

21 12 2011

Asa Delta puxada a renas.

Como já vimos em duas outras postagens neste mês, sobre os meios de transporte de Papai Noel, voltamos ao assunto, deslumbrados que estamos com a sua criatividade para chegar a todas as crianças do mundo.  Mostramos, então, alguns outras maneiras de viajar de que o bom velhinho se utiliza.

Foguete, cartão da USRR.

Barco sobre esquis para os canais congelados da Holanda, cartão holandês.

Ônibus de dois andares, Inglaterra.

Ele também usa o trem, veja este cheio de brinquedos.

Snowmobile, em cartão da Rússia.

Ele também vem de triciclo.

Chega de helicóptero.

De bicileta ajudado por crianças…

Também faz entregas de caminhão.

Cartão da Finlândia.
Além de motocicleta voadora…

E de lambreta…

De sleigh motorizado…

E, é claro, de tapete mágico pelos céus da antiga União Soviética.

Além de poder usar seu paraquedas a qualquer momento.





Gatinhos, cartões de Natal com esses felinos fofíssimos!

17 12 2011

Essa postagem é dedicada à minha cunhada que trabalha incessantemente para a proteção dos animais abandonados e que tem um fraco por gatinhos.

Há pouco o que dizer sobre os animais no Natal, exceto que eles aparecem em centenas e centenas de cartões, em cartões postais, todos com as carinhas mais deliciosas.

A minha escolha foi feita, pelos mais bonitos e tentei também colocar os menos conhecidos.

Este é um achado!  Dentro da bota vermelha!

Mais moderno, gosto de ver os três gatinhos de cachecol olhando para a árvore de Natal ao fundo. Uma simetria tranquila, apesar de sabermos que logo logo esses bichanos irão embora, afinal, onde está o quentinho nesse monte de neve?

Os cartões franceses tem a tendência de mostrar nossos gatinhos fazendo as travessuras de sempre parecendo nos perguntar: não sou engraçadinho?

Gosto do lustro do pelo desse gatinho laranja!

São muito poucos os gatinhos interagindo com alguém, nos cartões de Natal.  E quando aparecem com um ser humano em geral é uma menina.  Fato é que não tenho um único cartão de Natal, ou postal em que um menino esteja brincando com um gatinho.  Isso, entre 3128 imagens de cartões de Natal.  Interessante, não é mesmo?

Sim, eles aparecem em cestas.  Uma coisa natural não é mesmo?  Eles que gostam de se meter em caixas, em sacos de papel…

E aparecem fazendo aquilo de que mais gostam: descansando…

Na maior parte das vezes, eles aparecem aos pares. São inúmeros os cartões com dois gatinhos.

Mas gostam muito de brincar com Papai Noel e com os enfeites de Natal.

——–

NOTA:  Na minha coleção de imagens de cartões de Natal e postais, um pouco mais de 3000 imagens, hoje, há mais cartões franceses com gatinhos do que de qulauqer outro país.  Mas há uma curiosidade que não abordei aqui e que ficará para a próxima oportunidade: os franceses são adeptos da personificação do gato, ou seja eles representam os gatinhos como humanos, fazendo coisas humanas, como namorar, jogar bola de neve, etc.  Essa personificação acontece em todos os países, mas os franceses se destacam.   É uma avenida interessante para se explorar no estudo da iconografia.  Aqui fica um exemplo:





Papai Noel viaja de carro! — cartões postais de Natal!

14 12 2011

Papai Noel com o carro estacionado.

Quando os carros se tornaram um pouquinho mais populares, Papai Noel viu a chance de entregar seus presentes com maior rapidez e aderiu ao carro, dirigindo-o por terra e pelo ar.

Cartão de Natal de 1910, carro de Papai Noel, genérico.

Quando dirige sua barba voa.  Isso me diz que para cumprir com suas obrigações de visitar as casas de todas as crianças do mundo ele tem que colocar o pé na tábua!

Cartão de Natal francês.

Nesse período — final do século XIX e início do XX — quando os carros começavam a fascinar a população, não importava se Papai Noel estivesse na Inglaterra, na França, na Alemanha, nos Estado Unidos, ele era um velhinho sábio que usava um carro eficiente e genérico.

Cartão de Natal, alemão.

Seus carros parecem frágeis, este por exemplo tem treliça!

Papai Noel e anjo passeiam de carro para enttregar presentes.

Às vezes seu carro é tão genérico que nem parece ter motor, mas o guidão e os faróis estão ali para trazerem conforto nas curvas e nas viagens noturnas.

Carro de Papai Noel, entulhado, cartão postal da 1ª década do século XX.

Reparem que Papai Noel confia no seu carrinho, com velocidade suficiente para o gorro e as fitas da guirlanda na mala do carro voarem, ele atravessa o caminho de neve, já ao escurecer, quando as casas já acenderam as luzes.

Papai Noel viaja na neve, cartão de 2009.

Mesmo com um carrinho que parece um trator, Papai Noel viaja até por cima dos pinheiros e acaba parando nos telhados das casas que visita.

Papai Noel no telhado de uma casa, jogando brinquedos pela chaminé.

Frequentemente ele precisa da ajuda de um elfo, um anjo ou às vezes até mesmo de uma menina ou um menino para a viagem noturna.

Papai Noel e seu ajudante, com a lanterna na mão, quase voando.  Faróis acesos.

Tudo indica que seus mais alegres auxiliares são alguns anjinhos franceses, como os dois postais seguintes refletem.

Às vezes ele dá uma caroninha para crianças bem comportadas…

Que será que essas crianças pensam de passear com Papai Noel?

Raramente Papai Noel é visto simplesmentes dirigindo com calma, como nos cartões acima.

Em geral ele está correndo contra o tempo …

De tal maneira que seu gorro de arminho, não consegue ficar preso à cabeça…

E ele passa chispando pela nossa casa, só tem tempo mesmo de acenar para o boneco de neve…

E quanto mais brinquedos ele distribui, mais brinquedos enchem o seu carro”

São bonecas. de todos os tamanhos, cavalinhos de madeira,

Tambores, ursinhos, bolas, marionetes…

Às vezes os presentes vêm embrulhados com laçarotes vistosos, que até os animais param para ver…

A medida que as horas passam, Papai Noel fica um pouquinho cansado.

Só nos tempos modernos ele passou a dirigir alguns carros de marca:

Ele e os elfos ajudantes gostam de um carro conversível…

E na Finlândia ele até para para colocar gasolina Polar, com elfos ajudantes calibrando o pneu….

Papai Noel é capaz de dirigir também muitos outros tipos de veículos que veremos em futuras postagens…  Até a próxima!





O presépio: lembranças de infância, minhas e de Miriam Mambrini

10 12 2011

“O nosso pequeno presépio tinha um jeito de coisa antiga, como se viesse mesmo do tempo em que Jesus nasceu.  O estábulo com o telhadinho de palha, as figuras da Virgem e de São José totalmente absorvidos na contemplação, o menino que abria os braços na manjedoura e mais o boi e o burro, dois pastores, três carneiros.  Tudo o que o nosso presépio tinha em pequeno, surgia num tamanho quase natural no da Igreja Nossa Senhora da Paz, onde havia ainda grutas, riachos, plantas, camelos e outros bichos.  Nos domingos de dezembro, eu o via povoar-se mais e mais, até a missa triunfal do dia vinte e cinco, quando o Menino Jesus ocupava seu lugar na manjedoura e só ficavam faltando os Reis Magos, que iam surgir em cena no dia seis de janeiro.”

Em: Maria Quitéria, 32 de Miriam Mambrini [Míriam Backheuser Mambrini], crônicas, Rio de Janeiro, Bom Texto:2008.

Os que me seguem neste blog sabem que gosto imensamente de ler diários ou livros de memórias, principalmente aqueles de pessoas comuns, sem celebridade, livros que mostram hábitos e curiosidades de comportamento de uma época, de uma sociedade.  Sempre que encontro essas preciosidades faço questão de comprá-las.  Sei que tanto os diários como os livros de memórias são um tipo de ficção; que a realidade é diferente para cada um de nós e que cada pessoa escolhe lembrar-se de coisas diferentes.  Mesmo assim esses relatos, quer diários, quer memórias, trazem de volta uma versão da realidade do passado que não pode ser ignorada.

Nos meus Natais de antigamente também tínhamos um presépio, com um estábulo de madeira com meio telhado de palha que dava mesmo só para abrigar os três elementos principais das festas, a Virgem Maria, São José e o Menino Jesus.  Diferente da memória acima relatada, no nosso presépio todas as figuras estavam presentes desde que era armado, invariavelmente no dia 8 de dezembro, dia de N. Sra. da Conceição. Tínhamos um boi, um burro, um anjo de braços abertos e dois tocando cornetas um de roupa azul e um de camisolão rosa, alguns pastores, carneirinhos, os três Reis Magos.  Pelo menos era assim inicialmente.  Mas a medida que os anos foram se passando e meus irmãos foram adicionados à família, o presépio assim como a família foi crescendo.  Isso porque qualquer bichinho pequenino que nos aparecesse durante o ano era guardado para fazer parte do presépio.  Havia uma caixinha de madeira de jacarandá com as quinas de prata trabalhadas, bem ao estilo português, que morava na estante de papai.  Ali eram guardados os bichinhos pequeninos para que fossem colocados no presépio no final do ano.

Sempre armado no topo do aparador da sala de jantar, o nosso presépio aos poucos foi ocupando mais do que o lado esquerdo do móvel.  Havia que dar espaço para a famíia de galináceos que encontráramos nos ovos da Páscoa; que dar abrigo a três patinhos de madeira colorida que vieram de dentro de um brinquedo que se quebrara…  Quando meu irmão Marcus, o caçula, finalmente completou 13 anos, nosso presépio passou para minha tia Yedda,  que recebeu tudo: alguns camelos comprados que colocávamos em fila como numa caravana, comprados por papai na Casa Mattos; alguns animais de celuloide, de variados tamanhos, alguns um pouco desproporcionais ao estábulo,  o laguinho feito de espelho cujas bordas eram rodeadas por florezinhas secas e  coloridas que mamãe colora a toda volta e os patinhos que pousavámos na superfície espelhada.  Havia além do anjo anunciando a novidade aos pastores, o galo no telhado do estábulo; e tínhamos pastores diversos, um ou outro carregando um carneirinho nos ombros.  Havia um papagaio diminutivo com penas sedosas que amarrávamos com arame fino num pequeno galho seco, pintado de branco, de qualquer árvore do jardim.  Para essa “árvore de presépio” também foram um apito em forma de tucano, e um outro pássaro que fazia um clique se apertássemos seus pés, tesouro adquirido de um camelô no centro da cidade por papai.  A cada ano, mais e mais animais pequeninos foram adicionados: um tamanduá e o cavalo do Zorro, além de pequenas bonequinhas que também faziam parte da população para quem o anjo anunciava o nascimento do Menino Jesus.   Mas a última coisa a ser colocada no nosso presépio sempre foi a estrela, que tinha tripé próprio porque era feita por mamãe.  Era sempre de papelão e tinha uma cauda comprida, brilhava por causa do pó de purpurina colado em toda sua superfície.  Aumentava de tamanho a cada ano.  Ela e a lona verde que protegia o tampo do aparador eram as únicas peças que sabíamos sempre maiores.  Armar o presépio era um momento mágico para nós.  Desarmá-lo, no entanto, no dia 7 de janeiro, era uma tarefa árdua, que tínhamos prazer em deixar aos cuidados de mamãe: as novas adições requeriam mais caixas de sapatos, onde os recém integrados elementos do presépio ficariam guardados pelos 11 meses vindouros.





Três variações do mesmo tema: Santa Claus is coming to town

6 12 2011

Ontem fiz uma longa postagem sobre Krampus e como essa tradição alemã está refletida numa das mais populares músicas de Natal dos Estados Unidos.  Não houve espaço para  todas as imagens de Krampus que eu tenho assim como não houve espaço para que eu colocasse pelo menos um vídeo com a música que mencionei.  Mas não seja por isso, hoje venho com três versões, três vídeos que demonstram a popularidade da canção assim como sua adaptação a diferentes ritmos e vozes.  Bom proveito.