Ilustração Maurício de Sousa.
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Na semana passada o jornal The New York Times publicou um artigo interessante sobre Robert K. Wittman, um agente do FBI especializado na investigação e recuperação de objetos de art e antiguidades roubados. Tendo se aposentado, o antigo X-9, está no momento correndo livrarias em noites de autógrafo desde o lançamento de seu livro Priceless: How I Went Undercover to Rescue the World’s Stolen Treasures [Não tem preço: como me tornei um agente secreto para recuperar os tesouros roubados do mundo]. Vindo de uma família de classe média em Baltimore, no estado de Maryland, filho de sargento da aeronáutica que se casou com uma jovem coreana durante a Guerra da Coréia, Robert Wittman não havia pensado em se tornar um detetive de arte, e ao que tudo indica ele conta em seu livro não só como isso aconteceu como diversas de suas maiores capturas e aventuras no mundo do crime da arte e da antiguidade.
Mas o que me leva a fazer esse registro no blog, além de estar interessada em ler o seu livro, foi a citação do New York Times, de uma observação do Sr. Wittman, que traduzo aqui livremente.
” Ladrões de arte roubam mais do que belos objetos; eles roubam memórias e identidade. Eles roubam a história“. [“Art thieves steal more than beautiful objects; they steal memories and identity. They steal history.” ]
Concordo com essa afirmação e vou ampliá-la. O descuido com o patrimônio cultural — como vemos nos nossos prédios desabando, mesmo que “protegidos”, a falta de cuidado e identificação do que temos — como mostrei nas observações que fiz sobre as esculturaas dos jardins do Palácio do Catete, aqui mesmo nesse blog, – tudo isso funciona da mesma forma, como um roubo das nossas memórias, da nossa identidade e da nossa história.





amei
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