Ilídio Salteiro, arte brasileira, nossa homenagem à Copa do Mundo

27 06 2010

Futebol, 1977

Ilídio Salteiro ( Portugal)

Políptico, 6 painéis.

Técnica mista: acrílica e óleo sobre madeira

260 x 145 cm





O vagalume, poesia, uso escolar, de Fagundes Varela

27 06 2010

Vagalumes, ilustração de Paige Keiser.

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O Vagalume

(Cantiga)

Fagundes Varela

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Quem és tu, pobre vivente,

Que vagas triste e sozinho,

Que tens os raios da estrela,

E as asas do passarinho?

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A noite é negra;  raivosos

Os ventos correm do sul;

Não temes que eles te apaguem

A tua lanterna azul?

Quando tu passas, o lago

De estranhos fogos esplende,

Dobra-se a clícia amorosa,

E a fronte mimosa pende.

As folhas brilham, lustrosas,

Como espelhos de esmeralda;

Fulge o iris nas torrentes

Da serrania na fralda.

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O grilo salta das sarças;

Piam aves nos palmares;

Começa o baile dos silfos

No seio dos nenufares.

A tribo das mariposas,

Das mariposas azuis,

Segue teus giros no espaço,

Mimosa gota de luz!

São elas flores sem  haste;

Tu és estrela sem céu;

Procuram elas as chamas;

Tu amas da sombra o véu!

Quem és tu, pobre vivente,

Que vagueias tão sozinho,

Que tens os raios da estrela,

E as asas do passarinho?

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Vocabulário:

Clícia — inseto de duas asas

Sarça — matagal

Silfo — gênio das florestas ( mitologia celta)

Nenúfar — planta aquática

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Fagundes Varela

Luís Nicolau Fagundes Varella, (RJ 1841 – RJ 1871) ou Fagundes Varela, poeta brasileiro e um dos patronos na Academia Brasileira de Letras.

Obras:

  • Noturnas – 1861
  • Vozes da América – 1864
  • Pendão Auri-verde – poemas patrióticos, acerca da Questão Christie.
  • Cantos e Fantasias – 1865
  • Cantos Meridionais – 1869
  • Cantos do Ermo e da Cidade – 1869
  • Anchieta ou O Evangelho nas Selvas – 1875 (publicação póstuma)
  • Diário de Lázaro – 1880