Cândido Portinari ( Brasil, 1903-1962)
Óleo sobre tela, 65 x 80 cm
Cândido Portinari ( Brasil, 1903-1962)
Óleo sobre tela, 65 x 80 cm
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Eugênio de Andrade
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São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
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Eugênio de Andrade
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Eugênio de Andrade, (Portugal, 1923[1] — 2005), pseudônimo de José Fontinhas. Poeta, escritor e ensaísta português.
Obras:
Poesia:
Adolescente, 1942
Pureza, 1945
As Mãos e os Frutos, 1948
Os Amantes sem Dinheiro, 1950
As Palavras Interditas, 1951
Até Amanhã, 1956, 13ª edição, 2002.
Coração do Dia, 1958
Mar de Setembro, 1961
Ostinato Rigore, 1964
Obscuro Domínio, 1971
Véspera de Água, 1973
Escrita da Terra, 1974
Homenagens e outros Epitáfios, 1974
Limiar dos pássaros, 1976
Primeiros Poemas, 1977
Memória Doutro Rio, 1978
Matéria Solar, 1980
O Peso da Sombra, 1982
Branco no Branco, 1984
Vertentes do Olhar, 1987
O Outro Nome da Terra, 1988
Contra a Obscuridade, 1988
Rente ao Dizer, 1992
Ofício de Paciência, 1994.
O Sal da Língua, 1995
Pequeno Formato, 1997
Os Lugares do Lume, 1998
Os Sulcos da Sede, 2001
Prosa
Os Afluentes do Silêncio, 1968
Rosto Precário, 1979
À Sombra da Memória,1993
Literatura Infantil
História da Égua Branca, 1977
Aquela Nuvem e Outras, 1986