Cândido Portinari, arte brasileira, nossa homenagem à Copa do Mundo

22 06 2010

Futebol, 1958

Cândido Portinari ( Brasil, 1903-1962)

Óleo sobre tela, 65 x 80 cm





As palavras, poema para uso escolar de Eugênio de Andrade

22 06 2010
Homem escrevendo, ilustração, Oliver Ray.

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As palavras

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                                                                       Eugênio de Andrade

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São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

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Eugênio de Andrade

Eugênio de Andrade, (Portugal, 1923[1] — 2005), pseudônimo de José Fontinhas.  Poeta, escritor e ensaísta português.

Obras:

Poesia:

Adolescente, 1942

Pureza, 1945

As Mãos e os Frutos, 1948

Os Amantes sem Dinheiro, 1950

As Palavras Interditas, 1951

Até Amanhã, 1956, 13ª edição, 2002.

Coração do Dia, 1958

Mar de Setembro, 1961

Ostinato Rigore, 1964

Obscuro Domínio, 1971

Véspera de Água, 1973

Escrita da Terra, 1974

Homenagens e outros Epitáfios, 1974

Limiar dos pássaros, 1976

Primeiros Poemas, 1977

Memória Doutro Rio, 1978

Matéria Solar, 1980

O Peso da Sombra, 1982

Branco no Branco, 1984

Vertentes do Olhar, 1987

O Outro Nome da Terra, 1988

Contra a Obscuridade, 1988

Rente ao Dizer, 1992

Ofício de Paciência, 1994.

O Sal da Língua, 1995

Pequeno Formato, 1997

Os Lugares do Lume, 1998

Os Sulcos da Sede, 2001

Prosa

Os Afluentes do Silêncio, 1968

Rosto Precário, 1979

À Sombra da Memória,1993

Literatura Infantil

História da Égua Branca, 1977

Aquela Nuvem e Outras, 1986