D. Pedro, documento da independência

1 09 2009

Pedro I, Araujo Porto Alegre, MHN

O Imperador D. Pedro I, 1826

Manuel de Araújo Porto-alegre (Brasil, 1806-1879)

Óleo sobre tela

Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro

—-

 

 

PROCLAMAÇÃO – DE 8 DE SETEMBRO DE 1822

Sobre a divisa do Brasil – Independência ou Morte.

HONRADOS PAULISTANOS

        O amor que Eu consagro ao Brazil em geral, e à vossa Provincia em particular, por ser aquella, que perante Mim e o Mundo inteiro fez conhecer primeiro que todos o systema machiavelico, desorganisador e faccioso das Côrtes de Lisboa, Me obrigou a vir entre vós fazer consolidar a fraternal união e tranquilidade, que vacillava e era ameaçada por desorganizadores, que em breve conhecereis, fechada que seja a Devassa, a que Mandei proceder. Quando Eu mais que contente estava junto de vós, chegam noticias, que de Lisboa os traidores da Nação, os infames Deputados pretendem fazer atacar ao Brazil, e tirar-lhe do seu seio seu Defensor: Cumpre-Me como tal tomar todas as medidas, que Minha Imaginação Me suggerir; e para que estas sejam tomadas com aquella madureza, que em taes crises se requer, Sou obrigado para servir ao Meu Idolo, o Brazil, a separar-Me de vós (o que muito Sinto), indo para o Rio ouvir Meus Conselheiros, e Providenciar sobre negocios de tão alta monta. Eu vos Asseguro que cousa nenhuma Me poderia ser mais sensivel do que o golpe que Minha Alma soffre, separando-Me de Meus Amigos Paulistanos, a quem o Brazil e Eu Devemos os bens, que gozamos, e Esperamos gozar de uma Constituição liberal e judiciosa, Agora, paulistanos, só vos resta conservardes união entre vós, não só por ser esse o dever de todos os bons Brazileiros, mas tambem porque a Nossa Patria está ameaçada de soffrer uma guerra, que não só nos ha de ser feita pelas Tropas, que de Portugal forem mandadas, mas igualmente pelos seus servis partidistas, e vis emissarios, que entre Nós existem atraiçoando-Nos. Quando as Autoridades vos não administrarem aquella Justiça imparcial, que dellas deve ser inseparavel, representai-Me, que eu Providenciarei. A Divisa do Brazil deve ser – INDEPENDENCIA OU MORTE – Sabei que, quando Trato da Causa Publica, não tenho amigos, e validos em occasião alguma.

        Existi tranquillos: acautelai-vos dos facciosos sectarios das Côrtes de Lisboa; e contai em toda a occasião com o vosso Defensor Perpetuo. – Paço, em 8 de Setembro de 1822.

PRINCIPE REGENTE´

 

——-

Manuel José de Araújo Porto-alegre, primeiro e único barão de Santo Ângelo (Rio Pardo, 2 de novembro de 1806 — Lisboa, 29 de dezembro de 1879), escritor, pintor, caricaturista, arquiteto, crítico e historiador de arte, professor e diplomata brasileiro.





Imagem de leitura: Jean-Honoré Fragonard

1 09 2009

Jean-Honore-Fragonard, Retrato de jovem, tb conhecido como O estudo, 1769, ost,82x66 Louvre

Retrato de jovem, ou O estudo, 1769

Jean-Honoré Fragonard  (França, 1732-1806)

Óleo sobre tela, 82 x 66 cm

Museu do Louvre, Paris

 

Jean-Honoré Fragonard,  (França, 1732-1806),  estudou com François Boucher, que o ajudou a desenvolver o estilo predileto da corte francesa.   Infelizmente com a Revolução Francesa de 1789, Fragonard perdeu toda sua clientela, toda a nobreza que o apoiava.  Juntou todos os seus quadros, saiu de Paris, e voltou para Grasse, sua terra natal, onde foi recebido com carinho.  Aos poucos desenvolveu uma clientela mais modesta mas patriótica.  Passou para a história mais conhecido por suas cenas românticas, cenas frívolas e felizes, representantes do gosto da corte no século XVIII na França, também chamado de período Rococó.  Fragonard foi um excelente pintor, preso numa época de grandes reviravoltas políticas.