7 de setembro!
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Sete de setembro, dia da Independência do Brasil!
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7 de setembro, Dia da Independência!
7 09 2014
Aldemir Martins (Brasil, 1922-2006)
óleo sobre tela, 122 x 103cm
7 de setembro, Independência do Brasil!
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7 de setembro — Dia da Independência do Brasil!!
7 09 2013–
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Djanira da Motta e Silva (Brasil, 1914 – 1979)
óleo sobre tela
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Orgulho de ser brasileira!
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Terras do Brasil, poesia de D. Pedro II, na Semana da Pátria
1 09 2013–
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Digerson Araújo (Brasil, 1952)
60 x 40 cm
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Terras do Brasil
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D. Pedro de Alcântara
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Espavorida agita-se a criança,
De noturnos fantasmas com receio.
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descansa.
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Perdida é para mim toda esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugilo de terra, e nesta, creio,
Brando será meu sono e sem tardança.
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Qual o infante a dormir em peito amigo,
Tristes sombras varrendo da Memória,
Ó doce Pátria, sonharei contigo!
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E entre visões de Paz, de Luz, de Glória,
Sereno aguardarei, no meu jazigo,
A Justiça de Deus na voz da História.
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Em: Poetas Cariocas em 400 anos, seleção de Frederico Trotta, Rio de Janeiro, Editora Vecchi:1965, pp.149-150
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Mapas do Brasil do século XVI para a Semana da Pátria
31 08 2013–
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Mapa do Brasil, século XVI.
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Mapa de Pero Fernandes, 1545.
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Mapa do Brasil, século XVI.
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Atlas de Sebastião Lopes, 1565.
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Mapa de Giàcomo Gastaldi, 1550.
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Mapa parcial do Brasil e vizinhos, 1585.
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Mapa de Luís Teixeira, 1574.
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Mapa Diego Homem, 1558.
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Mapa Piri Reis, 1513.
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Mapa, 1573.
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Que é o Brasil? texto de Viriato Corrêa, do livro infantil Cazuza (1938)
7 09 2011–
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Que é o Brasil?
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Viriato Corrêa
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“De pé, junto à mesa, olhos fixos no Floriano, o professor João Câncio prosseguiu:
— Pergunta você que é o Brasil? É tudo que temos feito em prol do progresso, da moral, da cultura, da liberdade e da fraternidade. O Brasil não é o solo, o mar, o céu que tanto cantamos. É a história, de que não fazemos caso nenhum.
O Brasil é obra de seus construtores, ou melhor, daqueles que o tiraram do nada selvagem e o fizeram terra civilizada.
E o trabalho dos jesuítas, de Nóbrega e de Anchieta, em plena floresta, transformando antropófagos em seres humanos.
O Brasil é a coragem dos defensores de seu solo. É Estácio de Sá, é Mem de Sá, é Araribóia, repelindo os franceses do Rio de Janeiro, é Jerônimo de Albuquerque expelindo os franceses do Maranhão. São os patriotas de Pernambuco, arrasando o domínio holandês do Norte. São os cariocas lutando com Duclerc e Duguay-Trouin.
O Brasil é a obra dos bandeirantes: Antônio Raposo, Fernão Dias Pais, Borba Gato, Bartolomeu Bueno, desbravando sertões à procura de ouro e de pedras preciosas.
O Brasil é o esforço da sua gente para tirar da terra os bens que a terra dá a quem trabalha. É a cana-de-açúcar que, já no século do descobrimento, era uma das maiores riquezas do país. É o esplendor das minas de ouro do século XVIII, que deixaram o mundo embasbacado.
É o café que engrandeceu São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Espírito Santo e que atualmente é a nossa maior riqueza. É o algodão, a riqueza do Nordeste; o cacau, a riqueza da Bahia, e a borracha, a riqueza da Amazônia.
O Brasil é a sua indústria pastoril. É a atividade dos paulistas e dos baianos, espalhando boiadas pelo território nacional desde os primeiros dias da nossa história.
O Brasil é o trabalho obscuro dos negros nos campos de criação e lavoura, nas minas, nos trapiches e nas fábricas.
Pátria brasileira, meu meninos, continuou ardentemente, é tudo que se fez para que tivéssemos liberdade. É a Inconfidência Mineira, com Tiradentes morrendo na forca. É o martírio de Domingos José Martins e do Padre Roma, na revolução de 1817. É o trabalho de José Bonifácio e de Joaquim Ledo, na Independência. É o sacrifício de Frei Caneca e do padre Mororó, na Confederação do Equador. É o verbo de Patrocínio e Nabuco, na Abolição. É Silva Jardim, Benjamim Constant e Deodoro, realizando a República.
Pátria brasileira é a obra dos patriotas da Regência. É a energia do padre Feijó, sufocando a desordem; é a espada de Caxias, impedindo que o país se desunisse.
O Brasil é a glória de seus grandes filhos. É o gênio de Bartolomeu de Gusmão produzindo a Passarola.
Em vez de exaltarmos os céus azuis, as montanhas verdes, os rios imensos, exaltemos os homens que realizaram as obras em favor da nossa indústria e do nosso comércio. Exaltemos Mauá e Mariano Procópio, que construíram as nossas primeiras estradas de ferro; Barbacena, que fez navegar, nos nossos rios, o primeiro barco a vapor.
O Brasil são os seus grandes vultos nas ciências, nas letras e nas artes. É Teixeira de Freitas. É Rui Barbosa. É Varnhagem. É a veia poética de Gonçalves Dias e de Castro Alves. O pincel de Pedro Américo e de Vítor Meireles. A inspiração musical de Carlos Gomes.
Num país, a beleza da paisagem, o fulgor do céu, a extensão dos rios, as próprias minas de ouro, são quase nada ao lado da inteligência, da energia, do trabalho, das virtudes morais de seus filhos.
E, com a voz inflamada pelo entusiasmo, concluiu.
— É essa energia, esse trabalho, essa inteligência, essas virtudes morais, que a nossa bandeira representa“.
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Em: Cazuza, de Viriato Corrêa, São Paulo, Cia Editora Nacional: 1966, 14ª edição. Originalmente publicado em 1938.
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Exercício para a sala de aula:
Esse texto do escritor Viriato Corrêa foi publicado em 1938. Por isso ele não lista outros grandes brasileiros que vieram depois dos anos 30 do século XX e que contribuíram para que o Brasil se tornasse o grande país que é. Liste outros grandes brasileiros que não estão nessa lista acima.
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Feliz Dia da Independência do Brasil!
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Manuel Viriato Correia Baima do Lago Filho (Pirapemas, MA 1884 — Rio de Janeiro, RJ 1967) – Pseudônimos: Viriato Correia, Pequeno Polegar, Tibúrcio da Anunciação. Diplomado em direito, jornalista, contista, romancista, teatrólogo, autor de literatura infantil e crônicas históricas, professor de teatro, membro da ABL e político brasileiro.
Obras:
Minaretes, contos, 1903
Era uma vez…, infanto-juvenil, 1908
Contos do sertão, contos, 1912
Sertaneja, teatro, 1915
Manjerona, teatro, 1916
Morena, teatro, 1917
Sol do sertão, teatro, 1918
Juriti, teatro, 1919
O Mistério, teatro, 1920
Sapequinha, teatro, 1920
Novelas doidas, contos, 1921
Contos da história do Brasil, infanto-juvenil, 1921
Terra de Santa Cruz, crônica histórica, 1921
Histórias da nossa história,crônica histórica, 1921
Nossa gente, teatro, 1924
Zuzú, teatro, 1924
Uma noite de baile, infanto-juvenil,1926
Balaiada, romance, 1927
Brasil dos meus avós, crônica histórica, 1927
Baú velho, crônica histórica, 1927
Pequetita, teatro, 1927
Histórias ásperas, contos, 1928
Varinha de condão, infanto-juvenil, 1928
A Arca de Noé, infanto-juvenil, 1930
A descoberta do Brasil, infanto-juvenil,1930
A macacada, infanto-juvenil, 1931
Bombonzinho, teatro, 1931
Os meus bichinhos, infanto-juvenil, 1931
No reino da bicharada, infanto-juvenil, 1931
Quando Jesus nasceu, infanto-juvenil, 1931
Gaveta de sapateiro, crônica histórica, 1932
Sansão, teatro, 1932
Maria, teatro, 1933
Alcovas da história, crônica histórica, 1934
História do Brasil para crianças, infanto-juvenil, 1934
Mata galego, crônica histórica, 1934
Meu torrão, infanto-juvenil,1935
Bicho papão, teatro, 1936
Casa de Belchior, crônica histórica, 1936
O homem da cabeça de ouro, teatro, 1936
Bichos e bichinhos, infanto-juvenil, 1938
Carneiro de batalhão, teatro, 1938
Cazuza, infanto-juvenil, 1938
A Marquesa de Santos, teatro, 1938
No país da bicharada, infanto-juvenil, 1938
História de Caramuru, infanto-juvenil, 1939
O país do pau de tinta, crônica histórica, 1939
O caçador de esmeraldas, teatro, 1940
Rei de papelão, teatro, 1941
Pobre diabo, teatro, 1942
O príncipe encantador, teatro, 1943
O gato comeu, teatro, 1943
À sombra dos laranjais, teatro, 1944
A bandeira das esmeraldas, infanto-juvenil, 1945
Estão cantando as cigarras, teatro, 1945
Venha a nós, teatro, 1946
As belas histórias da História do Brasil, infanto-juvenil, 1948
Dinheiro é dinheiro, teatro, 1949
Curiosidades da história do Brasil, crônica histórica, 1955
O grande amor de Gonçalves Dias, teatro, 1959.
História da liberdade do Brasil, crônica histórica, 1962
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José Bonifácio de Andrada e Silva, texto de Gilberto Freyre
6 09 2011José Bonifácio de Andrada e Silva
Oscar Pereira da Silva ( Brasil, 1867-1939)
Museu do Ipiranga, São Paulo
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Ainda a propósito de José Bonifácio
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Gilberto Freyre
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O Serviço que José Bonifácio prestou ao Brasil, dando à independência da Colônia de Portugal um sentido de todo diferente das independências das colônias da Espanha, foi imenso. Sua grandeza cresce com o tempo.
Haveria, o Brasil, tal como existe hoje, tão plural e tão uno, se no momento justo não tivesse agido, máscula e decisivamente, sutil, e quase femininamente, juntando a arte dos grandes políticos à firmeza de ânimo dos grandes homens, contra os radicais de sua época, contra os desvairados “nacionalistas” do seu tempo, contra os furiosos antieuropeus dos seus dias, esse brasileiro tão da sua Província, tão do seu burgo sem que tais apegos o impedissem de considerar o futuro nacional, considerando, em seu vasto conjunto, a nova pátria, por ele organizada?
Para assegurar-se a unidade desse conjunto, impunha-se a solução monárquica; e o sagaz Andrada, mais desdenhoso do que ninguém, de títulos e de comendas, foi a solução porque se bateu. Soube fugir à tentação das popularidades fáceis, entre os radicais mais ruidosos, que o cercavam: radicais então simplistamente republicanos, sem se aperceberem que o seu simplismo ideológico de imitadores dos vizinhos da já fragmentada América Espanhola, era para o perigo que nos conduzia: o da fragmentação. O da desunião: brasileiros contra brasileiros. O do separatismo: em vez de um Brasil só, vários Brasis Estados. Uma América Portuguesa ainda mais dividida que a Espanhola em repúblicas inimigas umas das outras.
Houvesse educação cívica no Brasil de hoje, e o culto a José Bonifácio seria o maior culto nacional. Pois deveria haver no Brasil um dia de J. Bonifácio tão civicamente significativo como o dia da Independência ou o dia da Bandeira. Ou antes: o dia da Comemoração da Independência deveria ser principalmente no Brasil o dia de José Bonifácio.
Não se compreende que a sua vida não esteja dramatizada num filme que ao valor artístico juntasse o cívico e através do qual crianças, adolescentes, adultos se inteirassem do que houve de mais expressivo nessa vida de autêntico grande homem, tão a serviço do Brasil. Não se compreende que suas idéias, suas iniciativas, seus projetos inspirados num lúcido amor pela pátria que organizou sem repudiar Portugal, nem aguçar-se em detrator dos portugueses não sejam temas mais freqüentes para composições escolares, teses universitárias, ensaios que as universidades, as academias, os institutos consagrassem com seus melhores lauréis. Tão pouco se compreende que o Itamarati deixe de projetar no estrangeiro figura tão completa de estadista, salientando-se, em publicações em várias línguas, ter sido o patriarca da Nação brasileira, como só depois dele o da República Chinesa, o da Tchecoslováquia, o da União Indiana, um homem de ciência, um humanista, um sábio, um “scholar”, embora, em dias difíceis, soldado. Mas como homem público eminentemente civil. Como homem público, a negação do caudilho. Também a negação, do politiqueiro, do demagogo, do adulador, quer de ricos, quer de multidões com sacrifício da “sã política”. Aquela “sã política” que só se sente comprometida com os grandes interesses gerais; nunca com os simplesmente privados ou de facção.
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[Texto publicado originalmente no Jornal do Comércio (Recife) em 17/01/1965].
Em: Pessoas, coisas e animais, Gilberto Freyre, coletânea de Edson Nery da Fonseca, São Paulo, MPM Proganda: 1979.
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Ipiranga, poesia para o Dia da Independência, Bastos Tigre
5 09 2011–
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Paisagem do Campo do Ipiranga, 1893
Antônio Parreiras (Brasil, 1860-1937)
Óleo sobre tela, 100 x 147 cm
Museu do Ipiranga, USP
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Ipiranga
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7 de setembro
Proclamação da Independência
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Era arroio humilde e pequenino,
A deslizar, tranquilo e mansamente
Sem ideais e sem destino,
Sem ambições no coração de água corrente.
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Boiadeiros, tangendo, nas estradas,
Cansadas reses, em jornadas lentas,
Buscavam-te por vezes. E as boiadas
Bebiam, ávidas, sedentas,
Tuas águas barrentas.
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Ipiranga, outro préstimo não tinhas.
Riacho, ribeiro, córrego, regato…
Jamais se soube de onde vinhas,
A serpentear dentro do agreste mato.
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Jamais se soube aonde ias,
Rolando molemente nos calhaus,
A tua vida sempre igual, todos os dias,
Sem dias bons, sem dias maus.
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No teu sono de rio preguiçoso
Não pensaste, jamais, que, num surto triunfal,
Chegarias a ter neste apogeu glorioso
Os fidalgos brasões de nobrreza fluvial.
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E em radiosa manhã de setembro, eis que, ousado,
A tua timidez de córrego abandonas
E penetras na história audaz, transfigurado
Em possante caudal, desafiando o Amazonas.
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E do teu curso, então, muda-se a trajetória;
E demarcas com ela, heril e sobranceiro,
Nos novos mapas da brasileira história.
A linha divisória
Entre Brasil-colônia e o Brasil brasileiro.
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Ipiranga! Que importa, acaso, a procedência
A origem do teu nome? Ipiranga, em verdade,
No idioma do Brasil traduz Independência,
Na língua nacional quer dizer: Liberdade!
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Rio imenso, o Brasil cortas de sul a norte
E entram pelos sertões teus afluentes, aos mil.
Na voz d’água clamando. Independência ou Morte.
Nas cachoeiras cantando o nome do Brasil.
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Em: Antologia Poética, Bastos Tigre, 2 vols, Rio de Janeiro, Ed. Francisco Alves: 1982.
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Manoel Bastos Tigre nasceu no Recife em 1882. Formou-se em engenheiro pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Mas dedicou-se às letras. Estreou na imprensa carioca em 1902, no Correio da Manhã, onde manteve uma coluna humorística diária: Pingos e Respingos, até a sua morte em 1957. Foi o primeiro bibliotecário brasileiro por concurso o que lhe valeu o título e Patrono dos Bibliotecários do Brasil.
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Céu azul, poema de Roberto de Almeida Júnior, para a Semana da Pátria
2 09 2011Cartão postal, 1928
Tarsila do Amaral (Brasil, 1886-1973)
óleo sobre tela, 127 x 42 cm
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Céu azul
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Roberto de Almeida Júnior
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Céu azul de minha terra,
de minha terra natal
que eu amo e estremeço tanto…
Com tua beleza e encanto,
que tanta grandeza encerra,
não há no mundo outro igual!
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Céu azul de minha terra,
da terra de Santa Cruz
que a alma estrangeira encanta,
onde o Cruzeiro do Sul,
como um diadema de luz,
é uma bênção sacrossanta!
–
E ao ver este céu sem par
— azul da cor da pureza,
tão cehios de encantos mil
que nenhum outro suplanta,
— a gente fica a cismar:
–
Com certeza
o manto da Virgem Santa
foi talhado de um retalho
do lindo céu do Brasil!
–
–
Em: Criança Brasileira: quarto livro de leitura, Theobaldo Miranda Santos, Rio de Janeiro, Agir: 1949
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