Outono, s/d
Hendrick Goltzius (Holanda, 1558-1617)
Desenho preparatório para gravura em metal
Metropolitan, NY
Outono, s/d
Hendrick Goltzius (Holanda, 1558-1617)
Desenho preparatório para gravura em metal
Metropolitan, NY

Mapa de Amsterdã no século XVII. A cidade era capital dos Países Baixos e o maior porto no delta do Rio Amstel. O século XVII, também chamado de Século de Ouro, foi um período de grande prosperidade no país, fazendo de Amsterdã uma das cidades mais ricas do mundo. Mapa de 1652, do cartógrafo Joan Blau (1596-1673).
“Amsterdã era uma das maiores cidades do planeta, prodígio da civilização, epicentro do comércio mundial. As suas ruas estreitas, forradas por armazéns e cortadas por pontes, cheiravam a óleo de fritar, a cerveja e a tabaco felpudo, odores tão densos que se diria formarem uma neblina aromática. Todos os novos edifícios eram em tijolo, estreitos e de fachadas ornamentadas por um arenito claro, mas ainda se viam amiúde construções em madeira, vestígios dos tempos medievais. A maior parte das construções tinha dois andares acima do rés do chão, mas viam-se algumas de três e quatro andares e a mais alta chegava, para pasmo dos visitantes, aos sete. A riqueza da cidade atraíra imensa gente e a maior parte daqueles imóveis tinham sido retalhados em vários apartamentos para alugar por uma bela maquia ao crescente número de pessoas que por ali procuravam alojamento. Havia lojas por toda parte, decoradas com as mais variadas tabuletas; tão bonitas que a chamada uythangboord se tornara mesmo uma forma de arte. O movimento de carroças, fiacres e caleches nas ruas pavimentadas e de transeuntes nas bermas mostrava-se intenso, mas nem todos os que por ali deambulavam eram neerlandeses; viam-se muitos estrangeiros, sobretudo visitantes aliciados pela fama da prosperidade e da higiene da cidade. As maravilhas que se diziam de Amsterdã eram tantas e tão grandes que os forasteiros iam ali para se certificarem de que as descrições fabulosas que lhes haviam feito correspondiam mesmo à verdade, que era possível uma cidade ser limpa e bem-cheirosa, que existia mesmo uma urbe à face da Terra onde não havia mendigos a cada esquina e onde a prosperidade saltava à vista de todos, com estabelecimentos comerciais a venderem tudo de todo o mundo.
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Ao longo da Breestraat viam-se as lojas e os armazéns a exibirem os produtos mais variados; muitos provenientes de empresas neerlandesas como a Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais, outros de empresas portuguesas como a Carreira das Índias e a Companhia Geral do Comércio do Brasil, outros ainda de navios oriundos de Veneza, de Antuérpia, de Hamburgo ou de outros pontos, incluindo saques efetuados por corsários marroquinos. As prateleiras enchiam-se assim de porcelanas de Cantão e de Nuremberg, tapetes de Esmirna, tulipas de Constantinopla, sedas de Bombaim e de Lyon, pimenta das Molucas, sal de Setúbal, linho branco de Haarlem, lã de Málaga, faiança de Delft, sumagre do Porto, açúcar do Recife, madeira de Bjørgvin, tabaco de Curaçau, marfim de Mina, azeite de Faro. Havia ali de tudo e de toda a parte, como se o bairro português de Amsterdã fosse o bazar dos bazares, o mercado do mundo.
Em: O segredo de Espinosa, José Rodrigues dos Santos, Planeta: 2023.
Estatueta de ouro esmaltada, com base em lápis lazuli, representando Marte, c. 1700
Estúdio do joalheiro, ourives e esmaltador Johann Melchior Dinglinger (1664-1731)
Altura: 12 cm; largura: 4, 3 cm
Dresden
Vendida pela Sotheby’s, Monaco, em 1976
A equipe do ourives Johann Melchior Dinglinger incluía o ourives Georg Christoph (1668-1746) e o esmaltador Georg Friedrich (1666-1720), seus irmãos. Juntos eles dominaram o mercado de joias e de objetos de luxo, joias, pequenas esculturas curiosidades ornamentais, em Dresden, durante o governo de George, O Forte (1670-1733). Eles haviam sido aprendizes em Ulm, ao sul da Alemanha e também passaram algum tempo em ateliês de Viena. Em 1692 eles se estabeleceram em Dresden, na época, capital da Saxônia.
Foram responsáveis por belíssimas obras para o príncipe da Saxônia e rei da Polônia. Produziram peças para os gabinetes de curiosidades, com adicionando pérolas, marfim, pedras e metais preciosos, porcelana e esmalte. Os três irmãos e seus seguidores fizeram de Desden o principal centro de ourivesaria da Europa.


Os lados e a tampa dessa caixa em ouro são cobertos por cento e três esmeraldas, perfeitamente combinadas e ajustadas ao lugar. Todas são esculpidas em baixo-relevo mostrando ciprestes e bordas de folhas estilizadas. O alto nível artesanal sugere ter sido produzida para a corte Mughal.
No ponto mais alto e central da tampa há um diamante, cortado de maneira rasa em cima e vinte e quatro facetas na cintura. O fundo da caixa é decorado com esmalte verde-esmeralda, sobre decoração cinzelada. O desenho mostra uma roseta central rodeada por dois níveis de hastes com folhas de acanto formando dupla voluta.
Fonte: Alain Truong

São Jerônimo, século XVII
Escola Genovesa
óleo sobre tela, 64 x 52 cm
DETALHE — Lady Mary Capell, Duquesa de Beaufort
Peter Lely (Holanda-Inglaterra, 1618 – 1680)
óleo sobre tela, 130 x 170 cm
Metropolitan Museum of Art, Nova York
Lady Mary Somerset [Capell], primeira Duquesa de Beaufort na Inglaterra, (1630 -1715) manteve um grande complexo de jardins na sua propriedade em Badminton. Foi muito mais do que uma pessoa dedicada ao canteiros e jardins, foi uma séria estudiosa e investigadora de plantas. Seus jardins não eram um hobby para ela, suas observações e experimentos documentam interesse científico sério que trouxe ao conhecimento da época muitas novidades.
Ativa em se corresponder com botânicos conhecidos como Southwell e Sir Hans Sloane e também com Sir Robert Southwell, Presidente da Royal Society, ela manteve notas preciosas sobre plantas, observações sobre a manutenção delas, germinação de sementes, poda e alimentação de plantas raras.
Selecionou folhas e flores colocando-os em livro. Desenhou com cuidado plantas de seu interesse que ainda podem ser vistos hoje nos 12 volumes que formam o seu Herbário. Infelizmente sua obra nunca foi publicada. Mas sobreviveu por mais de 300 anos e hoje se encontra na Biblioteca Botânica do Natural History Museum, Londres.
Espécimes do Hortus Siccus, da Duquesa de Beaufort, no Museu de História Natural de Londres.
A propriedade em Badminton no século XIX

Hoje


Abaixo a obra completa dos retratos das irmãs Capell
Lady Mary Capell, Duquesa de Beaufort e sua irmã Elizabeth Capell, Condessa de Carnarvon
Autorretrato com símbolos de Vanitas, 1651
David Bailly (Holanda, 1584 – 1657)
óleo sobre madeira, 65 x 97 cm
Stedelijk Museum De Lakenhal, Leiden, Holanda
Autorretrato com símbolos de vanitas, 1651
David Bailly (Holanda, 1584 — 1657)
óleo sobre madeira, 65 x 97 cm
Stedelijk Museum De Lakenhal, Leiden

Jovem cigana [Zingarella], 1612
Nicolas Cordier (França, 1567 – 1612)
Mármores branco e cinza, bronze, 140 cm de altura
Galeria Borghese, Roma
Senhora lendo carta, 1662
Gerard Terborch ou ter Borch (Holanda, 1617 – 1681)
óleo sobre tela, 45 x 33 cm
Wallace Collection, Londres
Jean-Baptiste Say