Natureza maravilhosa: Trachyandra sp

17 03 2019

 

 

 

TrachyandraTrachyandra sp.

 

Trachyandra é um género botânico pertencente à família Asphodelaceae. Descrita pela primeira vez como gênero em 1843. É uma suculenta, nativa do leste e do sul da África, assim como do Iêmen e Madagascar . Muitas das espécies são endêmicas da África do Sul. 

 

Trachyandra2Trachyandra sp.

 

As instruções abaixo são válidas para todas as suculentas.  A Trachyandra sp é bastante rara por aqui e não achei maneira específica de manutenção desta planta.

Suculentas são plantas resistentes à seca. Armazenam água em suas folhas, caules e raízes. O armazenamento de água lhes dá uma aparência carnuda, conhecida como suculência. Você não pode esquecer dessas plantas completamente.  Mas elas precisam de pouca atenção. Para precisar de pouca manutenção, é melhor fazer um investimento de cuidados no início. Certifique-se de que as plantas tenham boa drenagem. Você pode comprar solo de cactos ou adicionar areia ou cascalho ao solo comum.  É preciso que seu contêiner tenha um orifício na parte inferior para drenagem.

 

PP-Albuca-ConcordianaTrachyandra sp.

 

Suculentas são plantas de crescimento lento.  Coloque-as firmemente juntas no recipiente. Após o plantio, regar bem, então deixe o solo secar entre regas.  Suculentas não gostam de se enraizar na água. Eles precisam de mais água na primavera e no verão, mas menos no inverno, quando entram em uma fase inativa.





Uma mulher botânica no século XVII

8 03 2019

 

 

 

Mary_Capel_(1630–1715),_Later_Duchess_of_Beaufort,_and_Her_Sister_Elizabeth_(1633–1678),_Countess_of_Carnarvon (2)DETALHE — Lady Mary Capell, Duquesa de Beaufort

Peter Lely (Holanda-Inglaterra, 1618 – 1680)

óleo sobre tela, 130 x 170 cm

Metropolitan Museum of Art, Nova York

 

 

Lady Mary Somerset [Capell], primeira Duquesa de Beaufort na Inglaterra, (1630 -1715) manteve um grande complexo de jardins na sua propriedade em Badminton.  Foi muito mais do que uma pessoa dedicada ao canteiros e jardins, foi uma séria estudiosa e investigadora de plantas.  Seus jardins não eram um hobby para ela, suas observações e experimentos documentam interesse científico sério que trouxe ao conhecimento da época muitas novidades.

Ativa em se corresponder com botânicos conhecidos como Southwell e Sir Hans Sloane e também com Sir Robert Southwell, Presidente da Royal Society, ela manteve notas preciosas sobre plantas, observações sobre a manutenção delas, germinação de sementes, poda e alimentação de plantas raras.

Selecionou folhas e flores colocando-os em livro. Desenhou com cuidado plantas de seu interesse que ainda podem ser vistos hoje nos 12 volumes que formam o seu Herbário.  Infelizmente sua obra nunca foi publicada.  Mas sobreviveu por mais de 300 anos e hoje se encontra na Biblioteca Botânica do Natural History Museum, Londres.

 

duchess-of-beauforts-hortusSpecimens from the Duchess of Beaufort’s Hortus Siccus, Natural History Museum, London.Espécimes do Hortus Siccus,  da Duquesa de Beaufort, no Museu de História Natural de Londres.

 

A propriedade em Badminton no século XIX

BadmintonMorris_edited

Hoje

Badminton_House

 

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Abaixo a obra completa dos retratos das irmãs Capell

 

Mary_Capel_(1630–1715),_Later_Duchess_of_Beaufort,_and_Her_Sister_Elizabeth_(1633–1678),_Countess_of_Carnarvon (3)Lady Mary Capell, Duquesa de Beaufort e sua irmã Elizabeth Capell, Condessa de Carnarvon




Natureza maravilhosa: Bengala doce Sorrel

9 07 2018

 

 

florrara10Flor Bengala Doce Sorrel (Oxalis versicolor )

 

 

Bengala doce Sorrel (em referência à bala de Natal vermelha e branca em forma de uma bengala), a Oxalis versicolor  é uma  planta que pertence à família Oxalidaceae, encontrada na África do Sul.

Cresce de um bulbo, chega a ter de 8 a 15 cm  de altura.  Forma, assim, uma cama de folhas verdes, cada folha composta de três folhetos alongados. No final do verão e início do outono, brotos tubulares brancos estreitos se formam na ponta de caules finos. Um rebordo escarlate curvo para cada pétala dá a aparência de uma bengala doce. As flores se abrem em plena luz do sol, mas permanecem enroscadas em outros momentos.

Candy_Cane_icon





Natureza maravilhosa: Geissorhiza Radians

25 10 2015

 

Geissorhiza_radians_Denis_Barthel_3Foto, Geissorhiza,© Denis Barthel.

 

A Geissorhiza Radians é um gênero botânico pertencente à família Iridaceae. Natural da África do Sul, ela tem o nome vulgar de Taça de Vinho (Wine Cup) em inglês. É uma flor pequena, de aproximadamente 2,5 cm, mas com cores deslumbrantes que ajudam seus agentes polinizadores a encontrá-la.





Natureza maravilhosa! Flor-bonequinha

28 06 2015

 

Calceolaria uniflora-Pete Morris-1285Foto: Pete Morris

 

Essas flores, (Calceolaria uniflora), naturais da América do Sul, especificamente da Terra do Fogo, são comumente chamadas de FLOR BONEQUINHA, porque se assemelham a uma boneca com uma bandeja na mão. Elas são miudinhas, atingindo até 10 cm. Tem coloração amarela, branca e vermelho amarronzada. Sua pétalas parecem formar uma bandejinha para atrair insetos polinizadores. Há duas sub-espécies dessa flor. É ou não é sensacional?





Gravuras de Redouté: herança de Josefina de Beauharnais

12 11 2013

Josephine bonaparte, firmin massot, ostJosephine de Beauharnais, 1812

Firmin Massot (França, 1766-1849)

óleo sobre tela, 32 x 28 cm

Coleção Particular

Josefina de Beauharnais teve só dez anos para deixar uma bela herança cultural para as gerações futuras.  Durante os seis anos em que foi Imperatriz da França adquiriu, renovou e cuidou do Castelo de Malmaison, no meio de um imenso parque em Paris.  Lá plantou uma grande variedade de plantas exóticas, que o marido mandava dos lugares que conquistava. Josefina continuou residindo em Malmaison e cuidando dos jardins, mesmo depois do divórcio.  Conseguiu manter o parque com todas as plantas exóticas até sua morte quatro anos mais tarde.  De todas as plantas que cultivava a ex-esposa de Napoleão Bonaparte preferia as rosas. E não só se dedicava a cultivá-las como a desenvolver novos exemplares.

Redoute_-_Rosa_gallica_flore_giganteo_brighter-1000pxRosa Gallica flore giganteo

Redoute - Rose TricoloreRosa Tricolore

Redoute --  Rosa BengaleRosa Bengale Thé Hyménée

Em 1798 Josefina de Beauharnais se tornou patrocinadora do pintor Pierre-Joseph Redouté, que havia sido pintor da corte de Maria Antonieta.  Redouté era não só um excelente aquarelista mas também um botânico.  Foram sua competência e arte as qualidades que o levaram a sobreviver o período de turbulência na França durante a Revolução Francesa e também ao Reino do Terror, para então, ser reconhecido também pela imperatriz Josefina.

Rosa_sulfurea_1000pxRosa Sulfurea

Rosa_Damascena_Celsiana_1000pxRosa Damascena Celsiana

Redoute_-_Rosa_gallica_purpuro-violacea_magnaRosa gallica purpuro violacea magna

Redouté, nascido na Bélgica, havia aprendido a arte da pintura em casa:  seu pai e avô haviam sido pintores também.  Uma vez em Paris, começou a trabalhar com o irmão na decoração de interiores, mas a carreira como ilustrador botânico acabou o seduzindo quando, em 1786, foi orientado pelo botânico Charles Louis L’Héritier de Brutelle e René Desfontaines, encantados com suas aquarelas, a se dedicar a este ramo emergente que combinava a arte com a ciência.

Z - Redoute -rosa-noisettiana-pierre-joseph-redoute

Rosa noisettiana

Redoute - rosa-lumila-pierre-joseph-redouteRosa lumila

Rosa_alba_Regalis_1000pxRosa alba regalis

Foi durante o patrocínio da imperatriz Josefina que Redouté pintou algumas  das mais belas aquarelas de plantas e flores exóticas.  E depois da morte de sua patrocinadora, Redouté publicou diversos livros de gravuras baseados em suas aquarelas.  A precisão dos detalhes que retratava na pintura, a delicadeza e quase transparência das pétalas desenhadas com cuidado, o colorido muitas vezes em degradé na mesma pétala, tudo contribuiu para que suas gravuras fossem apreciadas até os dias de hoje. Elas são também preciosos documentos de algumas plantas que hoje se tornaram raras.  Redouté morreu em 1840.  Juntos Josefina de Beauharnais e Redouté deixaram uma grande contribuição para as gerações futuras.  Ela, por ter-se dedicado ao desenvolvimento e plantio de plantas exóticas. Ele por tê-las documentado com suas aquarelas e distribuído seu conhecimento com suas gravuras. Hoje Malmaison é a sede do Senado francês e seus jardins são uma pequena percentagem daqueles tratados por Josefina.

Pierre-Joseph_Redouté_-_Rosa_Bifera_Macrocarpa_-_WGA19030Rosa bífera macrocarpa

Redoute_-_Rosa_gallica_pontiana-1000pxRosa gallica pontiana

Rosa_indica_fragrans_1000px RedoutéRosa indica fragrans

Redoute_-_Rosa_centifolia_foliacea-1000pxRosa centifolia foliace





As florestas 300 milhões de anos atrás… Como seriam?

24 02 2012

Desenho de como seriam as florestas de 300.000.000 de anos, ilust. Ren Yugao.

Uma descoberta na China, nos dá uma idéia da vida no passado longínquo da Terra.  Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, o  paleobotânico [paleontólogo-botânico] Hermann Pfefferkorn e seus colegas de trabalho  anunciaram, no início da semana,  a descoberta de uma floresta fossilizada que ficou enterrada sob uma mina de carvão há 300 milhões de anos.  A floresta foi preservada pelas cinzas de um vulcão, numa área que faz parte hoje do norte da China.   Os pesquisadores apresentaram uma reconstrução da floresta fossilizada, dando idéia sobre a ecologia e clima da época, e a ilustração acima nos ajuda a imaginar como seria a Natureza de então.

O impressionante é que com essa descoberta pode-se agora ter um olhar mais preciso sobre a vida vegetal, o clima e a ecologia de aproximadamente 298 milhões de anos atrás. A floresta, descoberta perto de uma mina de carvão na cidade de Wuda, na China, foi coberta por cinzas vulcânicas durante um período de poucos dias e assim se preservou praticamente intacta, de uma maneira semelhante a que preservou a cidade de Pompéia, na Itália em 79 dC.  Esse evento dá um instantâneo de um momento preciso no passado longínquo: plantas foram preservadas como caíram, em muitos casos nos locais exatos onde cresciam.

Asterophyllites longifolius (A) e associado Paleostachya tipo estróbilos (B); Sphenophyllum oblongifolius (C) e associado estróbilos (D); Sigillaria cf. ichthyolepis folha (E)

Samambaias: (A) Pecopteris cf. candolleana; (B) feminaeformis Nemejcopteris; (C) Pecopteris orientalis; (D) Pecopteris sp

Terra no período Permiano.

Talvez seja interessante lembrar que estamos falando de uma era anterior à dos dinossauros na Terra.  O nosso planeta ainda não tinha os continentes de hoje.  Nem Pangeia ainda existia.  A Terra estava no início de um período geológico chamado Permiano, durante o qual as placas continentais ainda estavam se movendo em direção umas  às outras para formar o supercontinente Pangeia, onde se formou numa única massa continental circundada por um único oceano, a que chamamos Pantalassa.   Veja a ilustração abaixo de Pangeia, que em grego quer dizer toda a Terra, depois da junção da América do Norte e da Europa.  Enquanto que na China existiam dois continentes menores. Tudo sobreposto ao Equador e, portanto, uma área com clima tropical.

A formação dos continentes como eles existem hoje.

Ilustração de provável aparência da floresta de 300.000.000 de anos. Ilust. Ren Yugao.

Tudo está maravilhosamente preservado,” disse Pferfferkorn, “podemos encontrar um ramo com folhas presas e então, encontrar o ramo seguinte, e o próximo galho e o próximo.  E depois encontramos o toco da mesma árvore.  É impressionante.

O local têm extensa atividade de mineração de carvão próxima. Isso propiciou a descoberta de grandes extensões de rocha, que mostraram sinais da floresta.  Por causa disso, os pesquisadores foram capazes de examinar 1.000 m² da camada de cinzas vulcânicas, em três locais diferentes, próximos entre si.  Isso permitiu que se caracterizasse o ecossistema de maneira bastante precisa.

(A e B) Pecopteris sp. com esporângios do tipo Asterotheca; hemitelioides (C e D) Pecopteris com esporângios do tipo Eoangiopteris; (E e JK) Sphenopteris (Oligocarpia) gothanii

A base de tronco de árvore grande, após a escavação.

Pfefferkorn disse que “esta será agora a linha de base. Quaisquer outros achados, que são normalmente muito menos completos, terão que ser avaliados com base no que foi determinado aqui …. Esta é a reconstrução da primeira floresta, na Ásia,  em qualquer espaço de tempo, é a primeira com Noeggerathiales como um grupo dominante. ” A descoberta será apresentada na próxima semana na publicação a Academia Nacional das Ciências.

[NOTA: Noeggerathiales é uma ordem de plantas vasculares, extinta.  A faixa geológica dessa ordem se estende desde o Carbonífero Superior ao Triássico.  Até hoje, um grupo mal conhecido com  seu lugar na taxonomia e posição no reino vegetal incertos].

Naquela época, o clima da Terra era comparável ao que é hoje.  Isso é de especial interesse para interesse para pesquisadores como Pfefferkorn que olham para os padrões climáticos antigos na tentativa de ajudar a entender variações climáticas que temos hoje.

(E) Pecopteris lativenosa; (F) Pecopteris arborescens com anormal pinna (Aphlebia) na base

Ao todo, foram identificados seis grupos de árvores. Samambaias formavam a cobertura vegetal de menor altura,  enquanto as árvores altas – Sigillaria e Cordaites –  muito altas, subiam até 80 metros acima do solo.  Além do Professor Pfefferkorn,  do Departamento de Terra e Ciências Ambientais, da Universidade da Pensilvânia, colaboraram nas pesquisas três colegas chineses: Jun Wang, da Academia Chinesa de Ciências, Yi Zhang, da Universidade Normal de Shenyang e Zhuo Feng Universidade de Yunnan.

Localização da floresta no mapa da China, na Mogólia, próximo a Wuda.

Fonte e mais fotos: The Daily Mail.





Árvores não resistem ao aquecimento…

15 04 2009

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A mais recente e triste revelação sobre o aquecimento global traz à luz um aspecto ainda muito pouco discutido pela população em geral: o desaparecimento das árvores  por causa do aumento das temperaturas locais.  Esta é a conclusão a que chegaram cientistas da Universidade do Arizona, nos EUA.  Eles descobriram que árvores expostas a temperaturas mais quentes do que as existentes no seu ambiente nativo foram menos capazes de tolerar a seca.  

 

Os cientistas fizeram uma pergunta simples: Será que as temperaturas mais altas fariam com que as árvores ficassem mais suscetíveis à seca?

 

Para estudar a tolerância das árvores a um aumento de temperatura, o biólogo David Breshears da Universidade do Arizona transportou 20 árvores maduras [pinheiros Pinyon] de um sítio em  Ojitos Frios, New Mexico, e mandou-as para Biosfera 2, aproximadamente 960 km de distância, para o deserto do Arizona, na região de Tucson.   

 

A Biosfera 2 foi construída para provar que seres humanos poderiam viver num ambiente fechado organizado em volta de um ecossistema fechado.  Mas o projeto teve seus problemas e hoje não é nada mais nada menos do que uma gigantesca estufa com micro zonas climáticas internas.  

 

 

 

 

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Biosfera 2, pinheiro pinyon.  Foto: Joe Martinez

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Henry Adams, que trabalhou com Breshears nesta pesquisa disse que eles colocaram as arvores em duas áreas:  uma, onde as condições climática lembravam as do Novo México,  e a outra onde a temperatura local era 5 ° C mais quente.  

 

Depois eles pararam de dar água para as árvores em ambos os locais.  “ O que vimos é que as árvores em locais mais quentes morreram  30% mais rapidamente do que as árvores que permaneceram em ambientes semelhantes ao seus originais,” disse Adams.

 

Essas descobertas estão publicadas no numero mais recente da publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

 

 

Este artigo foi livremente traduzido do portal da National Public Radio.  Para ver o artigo na sua totalidade, clique AQUI.