Ontem, na minha postagem da série Imagem de Leitura, coloquei aqui uma tela do pintor holandês Gerard ter Borch, cuja especialidade foi a pintura de gênero. Ele atuou no século XVII, mesmo período em que os holandeses, seus conterrâneos, invadiram o Brasil e dominaram a vida cultural do nordeste.
É justamente através da pintura de gênero (cenas do dia a dia) que se tem uma melhor idéia de como era a vida, como ela era percebida, na época. E ainda temos uma noção de como seus contemporâneos queriam deixar suas vidas registradas, como gostariam de ser lembrados pelas gerações subsequentes. A pintura de gênero, estilo que só apareceu depois da Renascença, ajuda bastante nessa reconstrução de época.
Assim, coloco aqui um vídeo com as pinturas de Gerard ter Borch para que tenhamos uma melhor idéia de como viviam os holandeses da classe média e de classe média alta, ou melhor dizendo da classe mercantil, na época em que Maurício de Nassau construía seus sonhos de uma Holanda Meridional no Brasil.
Uma das grandes diferenças está, é claro, na alfabetização de todos, tanto homens quanto mulheres, um feito oposto ao encontrado aqui no Brasil no século XVII. Divirtam-se. Há quadros muito bonitos. O primeiro, é o retrato do pintor.
Gerard ter Borch (1617-1681) nasceu em Zwolle, nos Países Baixos e aprendeu a pintar com seu pai, o conhecido pintor Gerard ter Borch, o Velho. Em 1633, o jovem ter Borch se mudou para o Harlem para estudar com o pintor Pieter de Molijn. Lá o trabalho de ter Borch era de adicionar figuras humanas às paisagens de seu mestre. Na década de 1650 ter Borch começou a se estabelecer como pintor de gênero. Seu trabalho tem semelhanças com as pinturas dos artistas de Delft do mesmo período, incluindo o trabalho de Pieter de Hooch. Ter Borch visitou Delft em 1653 e isso pode ter sido a razão dessa influência. O pintor foi particularmente reconhecido pelo seu trabalho como retratista e cenas destacando pessoas elegantes e bem vestidas em aposentos quase indefinidos.