Imagem de leitura — Paul Ledent

10 03 2009

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Lendo, 2006

Paul Ledent (Bélgica 1952)

óleo sobre tela

 

 

 

Pol Ledent nasceu na Bélgica em 1952.  Começou a pintar em 1989.  Primeiro usou aquarela, mas logo passou a pintar a óleo, que ele considera um melhor meio para o seu trabalho.  Autodidata, ele não tem fugido de cursos de desenho.





Fernão Dias Paes Leme, poema de Afonso Louzada

8 03 2009

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A morte de Fernão Dias Paes Leme, década de 40

Raphael Gaspar Falco ( Oran, 1885- São Paulo 1967)

Óleo sobre tela

 

 

 

 

 

 

 

Fernão Dias Paes Leme

 

 

                                              Afonso Louzada

 

 

Varando as regiões desconhecidas,

entre matas e rios e montanhas,

no calor das audácias e façanhas,

buscando as pedrarias escondidas.

 

 

as “bandeiras” rasgavam as entranhas

da terra virgem;  mil lutas renhidas,

desbravando paragens mal feridas,

no assombro das florestas mais estranhas.

 

 

Na braveza das serras misteriosas

atrás das esmeraldas, alma brava

que era de um povo o símbolo gigante,

 

 

as mãos crispadas apertando, ansiosas,

as suas pedras verdes, expirava

Fernão Dias Paes Leme, o bandeirante.  

 

 

Em:  Templo Abandonado, Afonso Louzada, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional:1945.

 

 

 

 

Affonso Montenegro Louzada – (RJ – 1904 — ?), poeta, ensaísta, crítico, jornalista, teatrólogo, advogado, membro da Sociedade Homens de Letras do Brasil.  Hoje seu nome pode ser escrito assim: Afonso Lousada,

 

 

Obras: 

 

Peço a palavra, (1934),  – fábulas em versos.

La Fontaine (1937) ensaios sobre fábulas.

Melo Matos, o apóstolo da infância, (1938 )

O cinema e a literatura na educação da criança (1939)

O problema da criança (1940)

Delinqüência infantil (1941)

A ação do Juízo de Menores (1944

Templo abandonado (1945) – versos

Notas sobre a assistência a menores (1945)

Noturnos (1947) – versos

Literatura infantil (1950)

Histórias dos bichos (1954) – fábulas em versos.

 

 

Fernão Dias Paes Leme (1608-1681) nasce provavelmente na vila de São Paulo do Piratininga, descendente dos primeiros povoadores da capitania de São Vicente. A partir de 1638 desbrava os sertões dos atuais estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, chegando ao Uruguai. Em 1661 fixa-se nas margens do rio Tietê, perto da vila de Parnaíba, e administra uma aldeia com cerca de 5 mil índios escravizados. Em julho de 1674 parte de São Paulo à frente da bandeira das esmeraldas, da qual Fazem parte o genro Manuel da Borba Gato e os filhos Garcia Rodrigues Pais e José Dias Pais. Este último conspira contra o pai, que manda enforcá-lo como exemplo. A expedição alcança o norte de Minas Gerais, e por mais de sete anos o bandeirante explora os vales dos rios das Mortes, Paraopeba, das Velhas, Aracuaí e Jequitinhonha. Encontra turmalinas, que pela cor verde confunde com esmeraldas. Morre de malária, ao retornar a São Paulo.





Imagem de leitura — Valentin Serov

7 03 2009

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Retrato de Adelaïde Simonovich, 1889

Valentin Serov (Rússia 1865 – 1911)

óleo sobre tela

Museu de Arte de São Petersburgo

Rússia

 

 

 

Valentin Alexandrovich Serov (Rússia 1865 – 1911) foi um dos mais importantes retratistas russos do século XIX, conhecido pelo retrato psicológico além das características físicas dos retratados.





Imagem de leitura — Noël Saunier

25 02 2009

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Cena de leitura numa clareira, 1871

Noël Saunier ( França, 1847-1890)

Óleo sobre tela





Imagem de leitura — Márcio Melo

22 02 2009

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A cortina de renda, 2008

Márcio Melo ( Brasil)

Acrílica sobre tela, 61cm x 76 cm

 

 

 

 

 

 

Márcio Melo é um pintor brasileiro, morando em Québec.  Radicado no Canadá desde 1987. 





Imagem de leitura — Kikugawa Eizan

10 02 2009

 

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A cortesã Hanashiba, da casa Tamaya, lendo um livro, 1816-1818

Kikugawa Eizan ( Japão 1787-1867)

Xilogravura

Museu Nacional de Etnologia, Leiden, Holanda.

 

Kikugawa Eizan – Japão – Edo — 1787-1867

 

Eizan estudou primeiro com seu pai, Kikugawa Eiji,  pintor do estilo Kano e também um fabricante de leques.  Mais tarde estudou com Suzuki Nanrei um pintor de Shijo e foi aluno também de Hokkei.  Eizan foi um dos mais prolíficos artistas japoneses da xilogravura.  Também teve uma longa vida. Considerado um dos melhores seguidores de Utamaro, cujo estilo ele tentou continuar depois da morte do artista em 1806.

 

O trabalho que Eizan  desenvolveu a partir do estilo Utamaro, seguindo perto as técnicas do mestre, como era hábito entre os artista ukiyo-e, é elegante e gracioso.   Sua obra pode ser vista desde a grande semelhança de estilo com o mestre, à uma estudada independência.  Aos poucos, à medida que se desvencilha das técnicas anteriores seus trabalhos ganham uma beleza singular.

 

 

 

 





Imagem de leitura — Paul-Émile Félix Raissiguier

15 01 2009

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O livro secreto, 1924

Paul-Émile Félix Raissiguier

França, (1851-1932)

Gravura

 

 

Paul-Émile Félix Raissiguier nasceu em Oran, na Argélia, quando a Argélia ainda contribuía para o território francês com três estados, também chamados de a dispensa de França.  Pintor versátil de paisagens, pertencendo à última geração do século XIX / XX de pintores orientalistas.  Também se dedicou a outros meios de expressão inclusive a gravura Art Déco como a que ilustramos acima.  





Os 6 melhores livros publicados na Espanha

12 01 2009

 

alfredo-roldan-madrid-espanha-1965-la-lectura-2005A leitura, 2005

Alfredo Roldán (Espanha, 1965)

 

O portal espanhol Lomás compilou a lista dos melhores 6 livros publicados na Espanha em 2008.

Em primeiro lugar:

La Hermandad de la Buena Suerte do espanhol Fernando Savater

Fernando Fernández-Savater Martín (São Sebastião, 21 de Junho de 1947) é um escritor e filósofo espanhol, catedrático de Ética na Universidade do País Basco.  Muitos de seus livros de filosofia estão traduzidos para o portugês e publicados no Brasil.

 

2        Fiebre Negra do escritor argentino Miguel Rosenzvit

3        La maravillosa vida breve de Óscar Wao do dominicano Junot Diaz

4       Syngué Sabour  de Atiq Rahimi, escritor afegão

5       — La Soledad de los Números primos, do italiano Paolo Giordano, já traduzido e publicado no Brasil como, A Solidão dos Números Primos: Bertrand

6        — Muerte entre poetas da espanhola Angela Vallvey





Os melhores livros de 2008 na França

12 01 2009

 

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Jovem mulher lendo, sd

Marcel Dyf  (França, 1899 – 1985)

Óleo sobre tela 53 x 65cm

 

 

 

 

 

É melhor ficar de olho!  2009 é o ano da França no Brasil. O primeiro ministro francês estará visitando o Brasil ainda uma vez, para comemorar.  É possível que as nossas editoras se empolguem e publiquem alguns dos livros que vêm movimentando a cena literária na França.  Poderemos, portanto, ficar na expectativa de alguns dos títulos listados abaixo;  pelo menos os que foram escritos originalmente em francês

 

 

Os melhores livros de 2008 na França de acordo com a revista LIRE.

 

1 – O Melhor do ano

 

France: ce que le jour doit à la nuit  de Yasmina Khadra  — ao que eu saiba, este título ainda não está traduzido para o português do Brasil, mas imagino que seja publicado pela Sa Editora que publicou por aqui outros títulos do mesmo autor: O atentado, As andorinhas de Cabul e As sirenas de Bagdá.   Yasmina Khadra é o pseudônimo do escritor argelino, Mohammed Moulessehoul um official do exército da Argélia que adotou um nome de mulher para escapar da censura militar.  Apesar de ter tido sucesso com diversos livros na Argélia, Moulessehoul só veio a revelar sua identidade em 2001, quando deixou o exército e partiu para exílio e reclusão na França. an officer in the Algerian army, adopted a woman’s pseudonym to avoid military censorship. Despite the publication of many successful novels in Algeria, Moulessehoul only revealed his true identity in 2001 after leaving the army and going into exile and seclusion in France.

 

 

2 –  La Route de Cormac McCarthy  — original em inglês; este já se encontra publicado no Brasil,  pela Alfaguara Brasil: A estrada.

 

3 —  Le déferlantes de Claudie Gallay  — original em francês, ainda não traduzido.

 

4 —  La montagne volante de Christoph Ransmayr – original em alemão; ainda não traduzido.

 

5    Les anées de Annie Ernaux – original em francês, nenhum dos livros dela traduzidos para o português.

 

6    Zone de Mathias Enard – original em francês, nenhum dos livros dele traduzidos para o português

 

7 —  La vie em sourdine de David Lodge, original em inglês;  muitos de seus livros já foram traduzidos, mas não este.

 

8 —  Beautiful people. Saint Laurent Leggerfeld.  Splendeurs et misères de la mode   de Alicia Drake – original em inglês, sem tradução

 

9 —  Le soldat et le gramophone de Sasa Stanisic, original em servo-croata, ainda não traduzido no Brasil.  Já publicado em Portugal, Como o soldado conserta o gramofone: Círculo de leitores.

 

10 – La meilleur part des hommes de  Tristan Garcia – original em francês, sem tradução.





Museus nos EUA passam por mudanças

11 01 2009

 

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O Arquiduque Leopold Wilhelm na sua galeria de quadros em Bruxelas, 1651

David Teniers  ( Países Baixos, 1610-1690)

Óleo sobre tela,  127 x 162 cm

Petworth House

 

 

Hoje cedo dei uma lida rápida num artigo do New York Times, em que Holland Cotter explica que os maiores e melhores museus dos EUA passam no momento por dificuldades em continuar abertos.  Já que não haverá auxilio do governo para seus problemas financeiros.  O Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles por exemplo já acabou não só com todo o dinheiro que tinha investido como precisou recorrer ao apoio de um dos patronos do museu, o bilionário e colecionador, Eli Broad.

 

Para a maioria dos museus esta é a hora de agir.  Eles não podem ficar passivos principalmente  quando suas economias estão desaparecendo; quando seus patronos perdem muitos investimentos. Numa época de incerteza financeira as pessoas responsáveis como patronos esquecem dos museus.  Essas instituições precisam então fazer alguma coisa ou fecham.

 

Já há algum tempo muitos dos museus americanos andam afrouxando suas regras; modificando os modelos de templos da arte, tornando-se mais populares.  Trocam os antigos modelos por um que está cada vez mais popular: o “museu dos cidadãos”. Esse museu tem acima de tudo uma atmosfera mais fluida, mais informal e certamente mais popular em gosto e em acervo.

 

Essa reformulação em geral passa por uma  re-organização das coleções permanentes.  O Instituto de Artes de Detroit, por exemplo, trouxe para frente do seu imponente edifício a belíssima coleção de arte africana de seu acervo permanente, que hoje serve como sala de apresentação do museu.

 

Outra parte da reformulação é a popularização dos gostos e dos objetos a serem mostrados.  Exemplos das diferentes exposições, definitivamente mais populares nos museus:

 

1.                  O Museu do Brooklin já teve duas exposições bem mais populares que atraíram um bocado da população mais jovem e com menos cultura artística: objetos comerciais do hip-hop e outra exposição da parafernália de Star Wars.

 

2.         A Guggenheim por sua vez, teve a exposição da “ extravaganza de

            motorcicletas”.

 

 

 

Não tenho nada contra esforços para a popularização dos museus.  Por exemplo, acredito que para incentivar a leitura devemos dar todo apoio a quem queira ler mesmo que seja uma obra comercial.  O mesmo é claro acredito que possa ser aplicado aos museus.  Mas é preciso vermos se realmente cabe este grande número de museus ou se não estamos hoje em dia com uma tendência de tratarmos museus como pontos turísticos e assim sempre bem-vindos pelos governos municipais em qualquer lugar no mundo.  

 

Penso principalmente num absurdo carioca: toda casa com mais de 50 anos, num bairro populoso, passa a ser “tombada” depois de uma grita em geral que quem mora próximo e vai perder “ a vista” de seu apartamento se mais um edifício fosse construído no local.  Então temos mais uma casa que se transforma em centro cultural, como se esse fosse o único fim possível para alguma construção de dois ou três pavimentos.  Francamente, mesmo que se ainda fôssemos o centro cultural do Brasil, o que deixamos de ser há algum tempo, não teríamos cultura suficiente para enchermos significativamente todas as casas hoje transformadas em centros culturais.   O resultado é um nível muito baixo do que é apresentado lá, quando há alguma coisa apresentada.  Uma pena.

 

A popularização de uma instituição como um museu ou um centro cultural não é ruim desde que sirva de apresentação e que atraia, como um ímã,  um  público que se sente curioso o suficiente para ir ver, procurar e se instruir no que há de mais sério e mais complexo, nas outras exposições…