O pintor em seu estúdio
Auguste Leveque (Bélgica, 1864-1921)
óleo sobre tela, 61 x 86 cm
O pintor em seu estúdio
Auguste Leveque (Bélgica, 1864-1921)
óleo sobre tela, 61 x 86 cm
O lugar de Tenniers, Antuérpia
Henri de Braekeleer (Bélgica, 1840-1888)
óleo sobre tela
Camille Lemonnier no ateliê do pintor, 1880
Alfred Stevens (Bélgica, 1823 -1906)
óleo sobre tela
Terraço da casa do pintor, à rua Chaussée de Wavre, em Bruxelas, 1909
Auguste Oleffe (Bélgica, 1867-1931)
óleo sobre tela,
200 x 200 cm
Museu Real de Belas Artes, Bruxelas
Hora da Leitura, 1858
Charles Baugniet (Bélgica, 1814 – 1886)
óleo sobre tela
O quarto azul
Carole Rabe, (EUA, contemporânea)
óleo sobre tela, 60 x 45 cm
Georges Simenon escreveu mais de quatrocentas obras tanto em seu nome quanto sob dezoito pseudônimos. Mais de cem pertencem ao que se denomina romances duros. Diferente dos livros em que figura o inspetor chefe da polícia francesa, Maigret, os romances duros, publicados através da vida do autor, tratam com cuidado do drama psicológico de seus personagens. O quarto azul é um deles.
Conheci os livros de Simenon ainda na adolescência, nas longas férias de verão, com mistérios e resolução de crimes. Só recentemente dei atenção aos romances duros, através da publicação de mais de um título pela Cia das Letras. [Em francês há a publicação da obra completa dos romances duros,compilados por décadas de publicação, diversos volumes]. E me apaixonei por essa faceta de Simenon que considerava sua produção subdividida: romances policiais, como os que têm Maigret como chefe de polícia; e as obras que considerava não serem comerciais, os romances duros, onde não precisava ter um fundo moral ou atender ao gosto do público.
O quarto azul trata da aventura amorosa fora do casamento de dois personagens que se encontram regularmente — oito vezes em onze meses — no quarto azul de um hotel, na pequena Triant, aldeia francesa nas redondezas de Paris. Enquanto para Tony, naturalmente lacônico em seu diálogo com a amante, essa aventura parecia não criar raízes profundas, para Andrée as poucas palavras enunciadas pelo homem com quem acabara de ter um encontro fogoso vinham carregadas de potente significado. Essa diferença de interpretação de uma situação fora dos parâmetros morais, acaba com surpreendente desfecho de mortes e problemas para Tony. É no questionamento policial de Tony que então entendemos a complexidade dos personagens envolvidos.
Um romance com meras cento e trinta e seis páginas não deveria ser capaz de detalhar fortes emoções criando empatia pelos personagens, nem fornecer ao leitor detalhes da vida pregressa de cada elemento da trama fazendo-os tridimensionais de maneira sucinta. Aí está a arte de Georges Simenon, que não acreditava na narrativa longa, nem em frases bonitas. Sabe-se que sua maneira de editar era retirar tudo que fosse bonito, deixando apenas o essencial. Esta narrativa dá impacto a uma trama simples, esparsamente descrita com palavras carregadas de significado. Gostei imensamente do livro e recomendo. Mas não espere um mistério do gênero do Inspetor Maigret.
NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.
Moça com chapéu azul, lendo jornal
Georges van Houten (Bélgica, 1888 – 1964)
Examination Schools, University of Oxford
Autorretrato, c. 1621
Anthony van Dyck (Bélgica, 1599–1641)
óleo sobre tela
The Metropolitan Museum of Art, Nova York
A clarividência, 1936
[La clairvoyance]
René Magritte (Bélgica, 1898-1967)
óleo sobre tela, 54 x 64 cm
Art Institute of Chicago
“Magritte esclarece-nos: “L’art de peindre — tel que je le conçois — se borne à la description de la pensée que unit — dans l’ordre qui évoque le mystère — ce qui le monde manifeste de visible“. Mais ainda: “Les figures vagues ont une signification aussi nécessaire, aussi parfaite que les précises“.
Uma de suas tarefas principais consiste portanto em dar forma concreta ao impreciso, onde ele se encontraria com um seu antípoda, Max Bense, que aconselha o artista a elaborar os pensamentos como formas. As perigosas fronteiras entre poesia e pintura foram de há muito estreitadas por Magritte, ao enquadrar elementos alógicos ou arbitrários numa trama plástica, pelo que poderia ser também aparentadoao Max Ernst dos grandes momentos. Já se disse que Magritte combate a razão com as armas desta.Mas alguém imaginaria justapor Lautréamont à Descartes? A obra de Magritte, que sabe domesticar o absurdo, leva-nos a crer nesta possibilidade”.
Em: Transístor, Murilo Mendes, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1980,p.189-190.
O narrador, 1937
[Autorretrato]
Paul Delvaux (Bélgica, 1897-1994)
óleo sobre tela, 70 x 80 cm
Académie Royale des Beaux-Arts, Bruxelas