De grão em grão…

10 02 2009

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Depois que Barack Obama foi eleito presidente dos EUA fala-se de empregos verdes, de contribuição ao meio ambiente, com muito mais frequência naquele país do que durante os anos dedicados a George Bush. 

 

Soube de uma idéia interessante hoje, através do programa Morning Edition, da National Public Radio de Washignton DC, que revelou que a Virgin America, uma das companhias aéreas americanas, inaugurou uma nova maneira de fazer seu impacto positivo num mundo de equilíbrio ambiental.   Veja aqui o artigo de Ben Bergman no site da NPR.

 

Com a população mundial cada vez mais preocupada com a pegada de carbono que cada um de nós deixa no meio ambiente a linha aérea teve a boa idéia de oferecer aos passageiros, que usam seus vôos de um lado ao outro do país, a oportunidade de comprar créditos de carbono dali mesmo de seus lugares na aeronave.    A companhia aérea recebe o dinheiro e o passa para dois projetos ambientais na Califórnia.  Até agora, só 1% dos passageiros usaram esta maneira de desanuviar suas consciências.

 

Mas antes que os críticos venham dizer 1) que isso é só propaganda ou 2) que é muito pouco a ser feito quando se necessita de um esforço  muito maior, é bom lembrarmos que o programa da UNICEF —  Change for good, que se apóia num trocadilho muito bom baseado na palavra Change [ trocado e mudança],  Trocados para o bem, — é um grande sucesso.  Neste programa da UNICEF, nos vôos internacionais de certas companhias, o passageiro recebe um envelope onde, se quiser, deposita aquelas moedinhas que ficaram perdidas no bolso, nos últimos momentos de saída de um país, uma quantia em geral muito pequena para poder fazer câmbio; e um dinheiro que não poderá mais ser usado por aquele passageiro.  

 

 

 

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Este programa, que é uma parceria entre a UNICEF e a indústria aérea com vôos internacionais, foi criado em 1987.  Não tenho comigo os números totais de arrecadação, mas se virmos os números parciais, podemos ter uma idéia:

 

Cathay Pacific entrou para o programa só em 1991. Do início até 2008 esta linha aérea recolheu aproximadamente 17 milhões de Hong Kong dólares.   

 

British Airways recolheu 30 milhões de dólares em 10 anos entre 1994 e 2004;

 

Pode ainda parecer pouco dinheiro, mas vejamos o que eles consideram:

 

 

Um Trocado Que Faz Um Mundo De Diferença

 

Sobrevivência Infantil

$0.06

possibilita um sache de sais de re-hidratação oral para ajudar no combate à desidratação infantil, uma ameaça comum e mortal à vida das crianças, mas que pode ser facilmente evitada.

$6

garante um mosquiteiro de longa duração, que protege as famílias da malária, responsável pela morte de uma criança na África a cada 30 segundos.

$244

permite comprar um kit de saúde de emergência com medicação básica, suprimentos médicos e equipamentos para 1.000 pessoas por três meses.

Imunização

$2

permite imunizar 20 crianças contra a difteria, o tétano e a coqueluche

$5

é o que custa uma caixa de 100 seringas descartáveis, utilizadas durante as campanhas de imunização

Proteção Infantil em Emergências

$3

permite comprar um cobertor de lã grande para proteger a criança do frio durante uma emergência

$12

permite comprar 20 pacotes de biscoitos altamente energéticos, desenvolvidos especialmente para crianças subnutridas em situações de emergência

$101

atende a 10 famílias com kits de água básicos familiares, para uso em situações de emergências

Combate ao HIV/AIDS

$1

permite comprar um teste rápido de HIV para o diagnóstico individual para a prevenção à disseminação do vírus

$2

por dia, é o custo do atendimento a uma criança órfã devido ao HIV/AIDS com serviços essenciais, incluindo educação, saúde, comida e apoio psicológico.

$2.50

fornece cotrimoxazole para crianças expostas ao HIV por um ano, o que já se mostrou eficaz na redução da mortalidade em até 43%.

 

 

Então é para nos animarmos ao ver uma linha aérea se envolver na Troca de créditos de gás carbônico.  Pode parecer pouco, mas como nossos avós já diziam: De grão em grão a galinha enche o papo.





Mais de 300 novas espécies no fundo do mar

19 01 2009
estrela do mar em cores brilhantes a 1 km de profundidade

Tasmânia: estrela do mar em cores brilhantes a 1 km de profundidade

Uma equipe de cientistas australianos e americanos descobriu quase 300 espécies de corais, anêmonas e aranhas marinhas em uma reserva marinha a sudoeste da ilha de Tasmânia, na Austrália.

A equipe fez duas expedições.  Cada uma de duas semanas.  Elas cobriram tanto a Reserva Marinha Tasman Fracture Commonwealth, reconhecendo o terreno  até 4 mil metros de profundidade com um submarino não-tripulado;  quanto a Reserva Marinha Huon Commonwealth, de aproximadamente  185km – ou  100 milhas náuticas – da costa da Tasmânia.

Estas reservas marinhas servem de abrigo a muitos recifes de coral.  Corais em geral se dão muito bem em montanhas submersas, em geral formadas por vulcões em baixo d’água, que se elevam algumas centenas de metros acima do fundo do mar.  Vastos fósseis de coral foram descobertos a menos de 1. 400 metros. Os cientistas acreditam que eles se formaram há mais de 10 mil anos.

Tasmânia, esponja gigante

Tasmânia, esponja gigante

A expedição, liderada pelos cientistas Jess Adkins do Instituto de Tecnologia da Califórnia e Ron Thresher, do CSIRO da Austrália, encontrou também registros de danos ao meio ambiente.

Nós também recolhemos dados para avaliar a ameaça representada pela acidificação do oceano e mudança climática nos recifes de coral únicos das profundezas característicos da Austrália“, disse Thresher.

Os pesquisadores afirmaram que há evidências de que recifes de coral mais novos estão morrendo.  Segundo Thresher, as causas ainda estão sendo analisadas, mas os fatores podem incluir o aumento da temperatura dos oceanos, o aumento da acidez das águas ou doenças.

Este projeto descobriu um leque enorme de novos seres marítimos que eram até hoje completamente desconhecidos.  Ficaram encantados com as novas imagens, principalmente com aquelas mandadas  por um submarino não tripulado.  Ele explorou   uma fenda geológica no fundo do mar, de quase 4 km de extensão, próximo à costa da Tasmânia.  Mas o programa só visitou duas das quatorze reservas marinhas da cadeia de reserva marinhas da região.  É óbvio que ainda há muito a ser descoberto.

Está mais do que na hora de formarmos no Brasil um maior número de cientistas dedicados às formas de vida do mar.





Meio-dia, poema de Olegário Mariano

11 01 2009

 

 

Edgard Oehlmeyer(1905-1967)Paisagem,1944osm, 35x44cmPaisagem, 1944

Edgard Oehlmeyer (Brasil, 1905-1967)

óleo sobre madeira, 35 x 44 cm

 

 

 
 Meio-dia

 

                    Olegário Mariano

 

 

Meio dia.  A abrasada calmaria

No amplo manto de fogo a mata esconde,

Na fornalha que envolve o meio-dia

O ouro do sol tempera o ouro da fronde.

 

Pesa o silêncio sobre a frondaria…

Desponta o rio não se sabe donde.

Só, com a voz da mata, em agonia,

Uma cigarra zine e outra responde…

 

É o grito humano que da natureza

Sobe ao tranquilo azul da imensidade,

Ungido de amargura e de incerteza…

 

Querem chorar as árvores sem pranto

E as cigarras ao sol clamam piedade

Para suas irmãs que sofrem tanto!

 

 

 

Do livro: Últimas Cigarras, 1920.

 

 

Olegário Mariano Carneiro da Cunha, (PE1889 —  RJ 1958). Poeta, político e diplomata brasileiro.

 

 Obras:

 

 Angelus (1911)

Sonetos (1921)

Evangelho da sombra e do silêncio (1913)

Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917)

Últimas cigarras (1920)

Castelos na areia (1922)

Cidade maravilhosa (1923)

Bataclan, crônicas em verso (1927)

Canto da minha terra (1931)

Destino (1931)

Poemas de amor e de saudade (1932)

Teatro (1932)

Antologia de tradutores (1932)

Poesias escolhidas (1932)

O amor na poesia brasileira (1933)

Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933)

 

O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937)

Abolição da escravatura e os homens do norte, conferência (1939)

Em louvor da língua portuguesa (1940)

A vida que já vivi, memórias (1945)

Quando vem baixando o crepúsculo (1945)

Cantigas de encurtar caminho (1949)

Tangará conta histórias, poesia infantil (1953)

Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)

—-

 





Malandragem não tem vez no formigueiro!

11 01 2009

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Ilustração Chris Shafer.

 

O formigueiro tem muitos diferentes tipos de formigas.  As trabalhadoras em geral não se reproduzem para poderem cuidar dos filhotes da rainha.  Um grupo de pesquisadores da Alemanha e dos EUA descobriu que algumas matérias químicas produzidas por algumas formigas “trapaceiras” deixavam estas formigas férteis.  

 

Eles estudaram a espécie Aphaenogaster cockerelli aplicando um produto sintético (típico das formigas férteis) em formigas trabalhadoras.  Nas colônias em que a rainha estava presente, as formigas com o químico da fertilidade foram atacadas, mordidas, puxadas e aprisionadas por suas colegas.  Mas, o mesmo não aconteceu nas colônias em que não havia nenhuma rainha.  

 

As formigas que não obedecem às regras sociais são punidas.  A restrição à reprodução afeta diretamente na harmonia social do grupo.  Dr. Jürgen Liebid, da Universidade de Arizona, lembrou que o sistema social harmônico depende sobretudo da prevenção e da punição daqueles que queiram burlar o sistema, uma regra que pode ser aplicada às sociedades bem sucedidas.

 

BBC

 

Outros textos neste blog sobre formigas:

 

Olavo Bilac;





Você já ouviu falar de um mamífero venenoso?

9 01 2009

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Você já ouviu falar de um mamífero venenoso?  Ah! Mas ele existe!  E recentemente o Hispaniolan solenodon, [ Musaranho Solenodon] foi filmado no seu habitat.  Veja a fotografia.  Ele parece uma grande toupeira ou musaranho; a diferença é que ele injeta um veneno na sua presa quando morde.  O veneno sai através de dentes especializados.   Pouco se conhece deste animal que tem um nariz comprido, habita algumas ilhas do Caribe e que está entre os animais com perigo de desaparecerem por causa do tombamento de florestas, pela caça e também pela introdução de novas espécies na ilha.  

 

O musaranho foi visto e filmado por pesquisadores da Durrell Wildlife Conservation Trust  e a Ornitological Society of Hispaniola no verão de 2008 na Republica Dominicana.   Os pesquisadores foram capazes de tirar suas medidas e seu DNA antes de retornarem o bichinho ao mato.  Ele é um animal notívago que come insetos. 

 

 

solenodon

 

 

Baseado no artigo de Rebecca Morelle, jornalista de ciências da BBC.  Para o vídeo e o artigo integral, clique AQUI.





Peixes têm memória!

8 01 2009

peixinhos-blanche-wrightIlustração: Blanche Wright

Depois de quase um ano de uma pequena descoberta feita por um aluno australiano de 15 anos sobre a memória dos peixes, sua descoberta ganha finalmente maior peso, com pesquisa adicional que acabou de ser anunciada ontem.  Esta notícia dos pesquisadores do Instituto de Tecnologia Technion, em Israel, veio corroborar as observações feitas por Rory Stokes e noticiadas no mundo de língua inglesa em fevereiro de 2008.  

 

Este adolescente, que fez pequenos experimentos num aquário caseiro, conseguiu demonstrar na época que os peixes kinguios  têm muito mais do que três segundos de memória.  Este era, até então, o número que se acreditava verdadeiro para a duração da memória nestes  peixinhos vermelhos de aquário, também chamados no Brasil de véu de noiva.

 

Aluno da Escola de Matemática e Ciências, em Adelaide, Austrália, Rory Stokes, foi inspirado pelo professor de ciências Dr. Culum Brown, que apresenta um programa na televisão australiana.  Dono de um aquário, seu experimento se baseou em colocar uma pequena luz no aquário e depois alimentava o peixe, que logo aprendeu a associar a luz à comida e conseguiu guardar esta informação por pelo menos seis dias.

 

Ontem, no entanto, as pesquisas sobre a memória dos peixes deram um grande passo à frente quando pesquisadores em Israel, anunciaram que haviam treinado peixes jovens, associando um som reproduzido por um alto-falante com o momento da alimentação. Cada vez que o som específico era reproduzido, os animais retornavam para a alimentação.  Após um mês de treinamento, os peixes foram liberados para o mar, onde foram deixados à sua própria sorte.

 

 

Em um período entre quatro e cinco meses após a liberação, quando os peixes tinham se tornado adultos e prontos para a comercialização, o som foi tocado novamente e os animais retornaram.

 

Os efeitos desta descoberta da memória dos peixes poder ser mantida por pelo menos cinco meses são de grande valia para baixar os custos da piscicultura.  

 

Para maiores informações veja o artigo no portal Terra.





O que o Brasil tem a ver com as mudanças climáticas?

4 01 2009

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Por mais que eu quisesse começar este ano com uma nota sobre os livros que li e estou lendo, com alguma coisa sobre as artes, sinto-me, em vista das chuvas de hoje em Santa Catarina, na obrigação de voltar a falar da imperiosa necessidade que temos de fazer alguma coisa pra diminuir o aquecimento global.  

Qualquer carioca notou que esta primavera que passou foi mais para inverno do que para primavera, com chuvas constantes e muito poucos dias de sol.  Estas mudanças já estavam previstas.  É só darmos uma olhadela no portal da FIOCRUZ, chamado Museu da Vida, para vermos como não houve nenhuma surpresa para aqueles que estão envolvidos diretamente com as ciências do meio ambiente.  Assim sendo, copio e colo aqui o que li no Museu da Vida.

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O que o Brasil tem a ver com as mudanças climáticas?

O Brasil tem tudo a ver com as mudanças climáticas. Apesar de não estarmos entre os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, contribuímos significativamente com o total das emissões mundiais.

Além disso, somos donos da maior floresta tropical do mundo, a floresta amazônica. Viva, ela é uma importante “seqüestradora” de carbono e, portanto, uma grande aliada no combate às mudanças climáticas.

Derrubada, ela pode vir a ser uma grande inimiga, liberando grande quantidade de carbono na atmosfera. Cabe a nós decidir o que fazer dela!

E ainda, como dependemos fortemente de recursos naturais diretamente ligados ao clima, como na agricultura e na geração de energia hidrelétrica, podemos ser duramente atingidos pelas mudanças climáticas.

Conclusão: nós brasileiros temos muito o que refletir, debater e fazer para enfrentar as mudanças climáticas. Nesta seção, vamos ver como o Brasil tem contribuído para as mudanças climáticas, os impactos que elas podem ter no país e o que podemos fazer para evitar conseqüências mais drásticas. 

 

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– Contribuição brasileira para as mudanças climáticas


O Brasil é responsável por algo em torno de 4% das emissões globais de gás carbônico. É pouco em comparação com os principais países emissores desse gás – Estados Unidos, Rússia, China e Japão –, mas é uma quantidade expressiva diante dos desafios atuais.

As queimadas e o desmatamento na Amazônia respondem por mais da metade das emissões totais brasileiras de gás carbônico.

O uso de combustíveis fósseis nos setores energético e de transporte também contribui bastante para a intensificação do efeito estufa. Por causa dele, o Brasil libera por ano de 80 a 90 milhões de toneladas de carbono.

As hidrelétricas e as usinas de carvão também estão entre as contribuições negativas do Brasil.

As hidrelétricas emitem quantidades expressivas de metano. Já as usinas a carvão mineral causam grande impacto ambiental, não só pelas emissões de gás carbônico, mas também pelos resíduos e pela a poluição resultante de suas atividades. 

 

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– O impacto das mudanças climáticas no Brasil  


Algumas pessoas acreditam que o furacão Catarina, que atingiu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina em 2004, e a seca na Amazônia em 2005 sejam conseqüências das mudanças climáticas. Mas não há provas de que isso é verdade.

Por outro lado, relatórios divulgados pelo IPCC em 2007 apontam impactos preocupantes das mudanças climáticas em lugares como a Amazônia, o semi-árido nordestino e as regiões litorâneas do Brasil.

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Amazônia


Até agora, a temperatura não tem aumentado de forma preocupante na floresta amazônica. Mas alguns modelos de previsão do clima mostram que a temperatura poderá subir, até 2100, de 4 a 8º C nessa região, e a quantidade de chuvas poderá diminuir, levando a um processo chamado de savanização da Amazônia.

Um dos possíveis impactos desse aumento de temperatura no bioma amazônico é o aumento na freqüência de secas na Amazônia Oriental, com perdas nos ecossistemas, na floresta e na biodiversidade local.

O aumento de temperatura e redução da umidade devem ter impacto no transporte de umidade e de chuvas para o sudeste brasileiro, afetando a geração de energia hidrelétrica nessa região.

Além disso, com a savanização da Amazônia, as condições serão mais favoráveis para o alastramento de queimadas, devido a redução da umidade da floresta.

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Nordeste


Parte da região do semi-árido nordestino poderá se tornar árida, devido a redução das chuvas e do aumento da temperatura da região.

A recarga dos lençóis freáticos locais poderá ficar comprometida, sofrendo uma redução grande em sua capacidade de armazenamento.

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Sudeste


No Sudeste, o aumento das chuvas previsto deverá ter impacto direto na agricultura, dando origem a inundações e deslizamentos de terra. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo deverão ser afetadas.

Em longo prazo, a savanização da Amazônia ( quer dizer, a mudança de floresta para savana)   poderá diminuir a capacidade da floresta em fornecer umidade ao Sudeste, afetando o regime de chuvas na região.

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– Como o Brasil pode ajudar no combate às mudanças drásticas no clima?


Ainda que o Brasil não tenha uma meta definida de redução de emissões de gases de efeito estufa, como os países desenvolvidos signatários do Protocolo de Quioto, estamos comprometidos com a estabilização dos gases de efeito estufa em níveis que assegurem a vida no planeta.

Há claras possibilidades de redução das emissões brasileiras. Uma delas é a simples aplicação e o cumprimento das leis ambientais do país, que proíbem muitas das atividades que levam hoje a queimadas e ao desmatamento. Só isso já teria um grande efeito, reduzindo a área desmatada e, assim, diminuindo muito as emissões brasileiras. 

O reflorestamento também tem grande potencial na redução das emissões brasileiras. Para isso, bastaria promover o replantio em áreas degradas e marginais abundantes no território brasileiro.

As florestas em crescimento absorveriam, através da fotossíntese, o gás carbônico da atmosfera, contribuindo para a redução do efeito estufa.

O Brasil pode contribuir ainda investindo em energia renovável. Apesar de ter quase metade de sua energia baseada em fontes renováveis, ainda há como avançar no uso da energia dos ventos e do Sol.

Deve-se também estimular o uso do álcool e do biodiesel como combustível e investir em sistemas mais eficientes e mais baratos de transporte coletivo, como ônibus e metrô, e na construção de ciclovias seguras. 

Na agricultura, é preciso desenvolver e disseminar entre os agricultores técnicas menos nocivas ao meio ambiente. Além disso, novos cultivos devem ocupar áreas degradadas recuperadas e não biomas que estão ameaçados.

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O Vaticano vai de verde!

14 12 2008

 

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          Árvore no Vaticano (Foto: Reuters, Alessandro Bianchi)

 

No mês passado o Vaticano ativou um grande sistema de painéis solares no telhado do salão de audiências. Na ocasião a administração da cidade anunciou um plano ambicioso de conservação de energia que poderá num futuro próximo fazer com que o Vaticano seja um exportador de energia alternativa.

 

Agora, na semana passada, quando deu início às comemorações natalinas com a inauguração da tradicional árvore de Natal na Praça de São Pedro em Roma, o Vaticano anunciou que esta árvore, a maior que já tiveram para esta comemoração, terá sua madeira reciclada: virará brinquedos para crianças carentes e móveis como bancos, para jardins e salas de aulas.  Todos decorados por crianças italianas.  Esta é uma iniciativa inspirada na consciência de que a madeira é uma riqueza que «não deve ser desperdiçada, e mais, deve-se voltar a utilizar para o próprio benefício e o das novas gerações do planeta», como divulgou o L’Osservatore Romano, diário da Santa Sé. 

 

O pinheiro tem 33 metros de altura, 45 cm de diâmetro e pesa aproximadamente 3 toneladas.  Com 120 anos de vida, veio das florestas ao sul da Áustria, doada pelo município de Gutestain, próximo de Sankt Poelten, na região da Baixa Áustria, cuja principal igreja comemora 500 anos de existência.  A cerimônia de inauguração da gigantesca árvore de Natal, foi acompanhada de chuva por toda tarde.  Este ano a árvore terá duas mil bolas amarelas e brancas e será encimada por uma grande estrela.  Um novo sistema de iluminação composto por 1500 luzes faz parte das inovações deste ano. O rio Tibre, que passa ali perto, estava parecendo que poderia transbordar, tendo atingido a maior altura de suas águas em décadas.  Mas isso não deteve os visitantes que vieram desfrutar da magia do momento: peregrinos de diversas partes do mundo participaram desta inauguração na presença do Cardeal Giovanni Lajolo, governador da cidade do Vaticano.

 

Como habitualmente, para além da gigantesca árvore, outros 50 pinheiros serão colocados em diversos locais do Vaticano, desde a sala Paulo VI aos Museus. Cinco deles são colocados no apartamento do Papa.  A tradição de colocar uma árvore junto do obelisco, iniciada por João Paulo II em 1982, tem sido mantida por Bento XVI. Ser escolhido para oferecer a árvore de Natal ao Vaticano é considerado uma honra e, para os próximos anos, esse privilégio já está reservado. É a oitava vez que a árvore do Vaticano vem da Áustria.

 

 





O número de ovos em um ninho depende do clima!

11 12 2008

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Hoje, um artigo de Jennifer Viegas, para o MSNBC, revelou que a pesquisa realizada por uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego descobriu a interessante relação do número de ovos em um ninho de pássaros com as condições climáticas do local de reprodução.  

 

O resultado da pesquisa é tão preciso que hoje cientistas podem prever com precisão o número de ovos em um ninho, para qualquer espécie de pássaro.  A ciência da previsão do número de ovos em um ninho leva em consideração o tipo de ninho construído, e a distância precisa que cada espécie dos pólos da Terra.  Pássaros tropicais, por incrível que pareça, são mais descansados, e põem um menor número de ovos de cada vez.  

 

Por muitos anos pensou-se que a grande abundância meios de sobrevivência nos trópicos se traduzisse em um maior numero de ovos, “ mas determinamos que isso não é verdade”, disse Walter Jetz, o autor da pesquisa e professor de biologia da universidade.   

 

Quanto mais próximos dos pólos, mais as estações do ano chegam a extremos.  Espécies de pássaros nessas localidades têm um grau de mortalidade muito maior.  É vantajoso para estas espécies, então, colocar um maior número de ovos, aumentando as possibilidades de sobrevivência.   Com  estações do ano bem definidas, a natureza contribui com dias e locais perfeitos para a reprodução por causa da abundância de alimentos e de locais para construção de ninhos.  São períodos curtos – poucos dias — mas com grande escolha de alimentos e variedade de locais para habitação.  

 

Pássaros migratórios tendem a por mais ovos.

 

É importante observar que por causa da importância do clima para os pássaros, para contagem de ovos no mundo inteiro, as mudanças climáticas que se prenunciam podem ter severas conseqüências para a população das aves no planeta.

 

 

Para ler o artigo na íntegra, clique AQUI.





Enxurrada — poema de Miguel Reale, para uso escolar

27 11 2008

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A Cidade dos Livros, 1983

François Schuiten (Bélgica, 1956)

Artista de história em quadrinhos

Esta ilustração de: As Cidades Obscuras.

 

Enxurrada

                       

 

                                   Miguel Reale

 

 

 

Batendo e espumejando na calçada,

Celeremente desce em remoinho

Ladeira abaixo a túrbida enxurrada.

 

Negra, arrastando os ramos encontrados,

Cada vez mais se engrossa encapelada

Arremessando aos bueiros com violência

Folhas e areia.  Sobre tal esteira

Cruza e prossegue em grande desalinho.

 

Assim os fortes levam na carreira

Os fracos, folhas mortas da existência

Que os preservam dos bueiros do caminho.

 

 

Miguel Reale (São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de 1910 — São Paulo, 14 de abril de 2006) foi um filósofo, jurista, educador e poeta brasileiro.

 

São muitas as suas obras publicadas.  Vamos nos limitar a mencionar aqui suas obras literárias de poesia e prosa.

 

Obras:

 

Poemas do Amor e do Tempo (1965)

Poemas da Noite (1980)

Figuras da Inteligência Brasileira (1984)

Tempo Brasileiro (1997)

Sonetos da Verdade (1984)

Vida Oculta (1990)

Face Oculta de Euclides da Cunha (1993)

Das Letras à Filosofia (1998)