Primavera II, poesia de Augusto Frederico Schmidt

13 12 2023

Primavera no campo, 1967

Zé Inácio (Brasil, 1911-2007)

[José Inácio Alves de Oliveira]

óleo sobre tela, 33 x 41 cm

 

 

Primavera II

 

Augusto Frederico Schmidt

 

Dia para quem ama

Dia límpido e claro!

O azul do céu, o azul da terra, o azul do mar!

Dia para quem é feliz e sem tormento

Dia para quem ama e não sofre de amor!   

Dia para as  felicidades inocentes!

 

Em mim a mocidade acordou violentamente

Porque o sol expulsou as trevas e inundou-me!

Uma pulsação de vida enche meu ser doentio e incerto.

 

Veja as água correndo

Vejo a vida e o espaço

Vejo as matas e as grandes cidades líricas

Vejo os vergéis em flor!

É a primavera! É a primavera!

Desejo de tudo abandonar e sair cantando pelos caminhos!

 

 

Em: Eu te direi as grandes palavras, Augusto Frederico Schmidt, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, Rio de Janeiro: 1977, p. 56

 





Outono: P. D. James

2 06 2023

Outono em Cornwall, 1925

Walter Elmer Schofield (EUA, 1866-1944)

óleo sobre tela

 

 

 

“Era um daqueles dias ingleses de outono perfeitos que acontecem com mais frequência na memória do que na vida.”

 

P.D. James (A Taste for Death (Adam Dalgliesh, #7))

 

Tradução: Ladyce West

 

-.-.-.

“It was one of those perfect English autumnal days which occur more frequently in memory than in life.”
P.D. James (A Taste for Death (Adam Dalgliesh, #7))

 





Outono: Helen Bevington

1 06 2023

Uma estrada do interior no outono, 1918

Edward Wilkins Waite (Grã-Bretanha, 1854-1924)

óleo sobre tela

 

 

 

“O estímulo sazonal é forte entre poetas. Milton escrevia sobretudo no inverno.  Keats esperava que a primavera o acordasse (como havia feito anteriormente nos meses de abril e maio de 1819). Burns escolheu o outono.  Longfellow gostava do mês de setembro. Shelley brilhava nos meses quentes.  Alguns poetas, como Wordsworth,  trabalhavam ao ar livre. Outros, como Auden, permaneciam em lugares com cortinas fechadas. Schiller precisava do perfume de maçãs apodrecidas  à sua volta para escrever um poema.  Tennyson e Walter de la Mare tinham que fumar.  Auden bebia muito chá, Spencer café; Hart Crane álcool. Pope, Byron e William Morris eram criativos às altas horas.  E assim por diante.”

 

Helen Bevington (When Found, Make a Verse of)

 

Tradução: Ladyce West

 

-.-.-.

“The seasonal urge is strong in poets. Milton wrote chiefly in winter. Keats looked for spring to wake him up (as it did in the miraculous months of April and May, 1819). Burns chose autumn. Longfellow liked the month of September. Shelley flourished in the hot months. Some poets, like Wordsworth, have gone outdoors to work. Others, like Auden, keep to the curtained room. Schiller needed the smell of rotten apples about him to make a poem. Tennyson and Walter de la Mare had to smoke. Auden drinks lots of tea, Spender coffee; Hart Crane drank alcohol. Pope, Byron, and William Morris were creative late at night. And so it goes.”

— Helen Bevington (When Found, Make a Verse of)

 





Outono: Mário Quintana

22 04 2023

Hai-Kai de Outono

.

Uma borboleta amarela?

Ou uma folha seca

Que se desprendeu e não quis pousar?

.

Mário Quintana





Outono: John Donne

10 04 2023
Ilustração George Barbier, 1927.

“Nenhuma beleza primaveril ou de verão tem tanta graça como vi em uma face outonal.”

John Donne





Outono: Álvaro de Campos

30 03 2023
Ilustração, Marcel Marlier

Caem folhas no chão regularmente, mas o fato é que é sempre outono no outono, e o inverno vem depois fatalmente, e há só um caminho para a vida, que é a vida…

Álvaro de Campos





Outono: Yosa Buson

26 03 2023
Ilustração Paul Branson.

Partem os barcos –

Como ficam distantes

Os dias de outono!

Yosa Buson





Outono: Olga Tokarczuk

23 03 2023

Autumn At Le Maris Park Paris Landscape French Post Impressionist Signed  Oil (#0022) on Mar 22, 2023 | Jasper52 in NY

Outono no parque Le Maris em Paris

Josine Vignon (França, 1922-2022)

óleo sobre tela, 53 x 64 cm

“O inverno começa logo depois do Dia de Todos os Santos. As coisas aqui funcionam assim, o outono retira todas as suas ferramentas e os seus brinquedos, sacode as folhas, pois já não serão necessárias, varre-as para debaixo das divisas dos campos, retira as cores das gramas até ficarem cinzentas e desbotadas. Depois, tudo ganha nitidez e se torna branco e negro: a neve cai sobre os campos lavrados.”

Em: Sobre os ossos dos mortos, Olga Tokarczuk, tradução de Olga Baginska-Shinzato, São Paulo, Todavia: 2019, p.213.





Outono: Albert Camus

21 03 2023
Outono é outra primavera, cada folha uma flor.

 

Albert Camus





Minuto de sabedoria — Albert Camus

20 03 2014

outono, Clarence Coles PhillipsIlustração Clarence Coles Phillips.

“Outono é outra primavera, cada folha uma flor”.

Albert CamusCamusAlbert