Recentemente a Associated Press, noticiou que uma pesquisa financiada pelas National Science Foundation e pelos National Institutes of Health nos EUA, descobriu que “cantar ao pé do ouvido” é um comportamento de conquista sexual usado não só por seres humanos, batráquios e mamíferos. Surpreendentemente, os peixes podem, agora, ser incluídos nesta lista. Tudo indica que os sons que os peixes produzem não cheguem a ser um canto tal como associamos aos dos pássaros, ou até mesmo aos assobios das baleias ou ao coaxar dos sapos. Parece mais um murmúrio musical, um “cantar de boca fechada” registrado entre os peixes-balão na hora de atrair o sexo oposto.
A equipe do neurobiólogo Andrew H. Bass, da Universidade de Cornell, se concentrou no estudo dos peixes-balão. Observaram o animal desde larva por já se saberem de antemão que eles produziam mais de um som. Mas o Professor Bass, rapidamente explica que não se trata de um uso mais sofisticado, refinado de um cérebro de peixe. A melodia, ou melhor, o murmúrio emitido pelos peixes-balão está longe das melodias dos pássaros ou dos sons produzidos por mamíferos. Mesmo assim, trata-se de um sistema complexo de neurônios engajado na produção destes sons, um sistema antigo, que remonta às centenas de milhões de anos em que a evolução da vida no planeta, como a conhecemos, se formou.
São dois os sons produzidos pelo peixe-balão:
1) um murmúrio, como se fosse o zumbir de uma abelha. Este é o canto Donjuanesco que atrai a fêmea para o macho.
2) o outro é um som ameaçador, usado quando o peixe sente a necessidade de proteger seu território de reprodução.
A localização dos nervos vocais descritos na pesquisa corresponde a sistemas semelhantes encontrados nos sapos, pássaros e mamíferos. Mas muito mais pesquisas como esta ainda serão necessárias para podermos ter uma melhor idéia da evolução da comunicação entre os animais.







