Batalha de Roncesvales, em 778: morte de Roland. c. 1455-1460
Jean Fouquet (França, ? – 1481)
Iluminura das Grandes Crônicas da França
Biblioteca Nacional da França, Paris
A Canção de Roland é um poema do século XI, talvez a mais antiga canção épica, que dá início à literatura francesa, mesmo tendo sido, na sua forma original, escrita em uma língua românica. A obra inspirou muitas outras criações sobre a França e circulou por toda a Europa. Ela narra a morte heroica de Roland, no campo de batalha de Roncesvales. A batalha aconteceu no dia 15 de agosto de 778, e Roland, que era sobrinho de Carlos Magno, comandava o exército da retaguarda, formado pelos Doze Pares de França, um grupo lendário de cavaleiros associados a Carlos Magno. Na tropa liderada por Roland os cavaleiros são: Roland, Olivier, Gérin, Gérier, Bérenger, Otto, Samson, Engelier, Ivon, Ivory, Anséïs e Girart de Roussillon. Mas em outros poemas e lendas da época, esses cavaleiros poderiam ser outros. Como há muitas versões da Canção de Roland, todas em manuscritos que deram por sua vez origem a outras tantas lendas, é difícil de precisar exatamente quem fazia parte desse exército ou aqueles cuja existência são pura lenda.
Roland morreu numa batalha na região basca da França. A tropa vinha da Península Ibérica onde lutava contra os sarracenos. Dependendo da versão os autores do massacre de Roncesvales, podem ser tanto bascos quanto muçulmanos. Sabe-se que essa batalha realmente ocorreu, está historicamente comprovada e em espírito pertence ao contexto das Cruzadas e da Reconquista cristã da Península Ibérica.
A morte de Roland, 1462
Iluminura em de manuscrito
Autor desconhecido
Bruges, Flandres [Bélgica]
Uma coisa interessante é que a Canção de Roland teve grande popularidade no Brasil no século XIX. Isso graças a um livro de um médico português, Jerónimo de Moreira Carvalho, que escreveu em 1737, portanto no século XVIII, uma continuação da Canção de Roland: Segunda parte da História do Imperador Carlos Magno e dos doze pares de França. Esse romance de cavalaria se tornou leitura de grande sucesso no Brasil do século XIX. Aliás, esse é um de dois portugueses que escreveram uma continuação de história de Carlos Magno. O outro, História nova do Imperador Carlos Magno, e dos doze pares de França de José Alberto Rodrigues, impressa em Lisboa em 1742. Essa no entanto, não foi popular no Brasil.
















