Cartilhas medievais desde 787

30 03 2014

schoolbookCartilha escolar do século X [dos anos 900 — a 999].

Hoje, chamamos os anos preenchendo os séculos VIII e IX de Renascença Carolíngia. É o período da primeira unificação europeia depois do Império Romano, sob a tutela de Carlos Magno anos 768-814 e sob o reinado de seu sucessor, rei Luís, o Pio, 814-840. Para poder unificar uma área tão grande, Carlos Magno dedicou-se à estandardização do ensino do latim, língua corrente, numa época em que as próprias língua latinas se formavam e a cada geração mais se distinguiam entre si e se distanciavam umas das outras. Era um problema: estudiosos de um lado do império não conseguiam se comunicar com outros do outro lado. A língua comum era o latim, como havia sido no tempo dos romanos, 400 anos antes, mas o latim estava agora tomando as características dos dialetos locais. Até mesmo os padres, responsáveis e mantenedores nessa época de todo o conhecimento na Europa ocidental, já não estavam mais fluentes no latim padrão. Usavam as bíblias no latim vulgar que já mostrava o perfil, ainda que seminal, das novas línguas latinas.

400px-Frankish_Empire_481_to_814-pt.svgEuropa Carolíngia.


Havia outro problema: falta de escribas qualificados que pudessem fazer cópias confiáveis dos livros clássicos do pensamento latino. Além disso, era muito pequeno número de pessoas alfabetizadas que pudessem ser treinadas como escribas. Foi assim que surgiu a Carta do Pensamento Moderno, em 787. Que ainda mostra algumas das características do ensino encontrado no século XX, mil e quatrocentos anos mais tarde. Dentre os esforços culturais de Carlos Magno estavam a padronização dos currículos e da língua latina.  Foram feitas também as primeiras cartilhas em latim, quando as letras minúsculas próximas das que usamos hoje foram utilizadas.





Uma Teoria do Big Bang já no século XIII

16 03 2014

dn25223-1_300Retrato de Roberto Grosseteste, século XIII

Iluminura em manuscrito na Biblioteca Britânica.

Um texto do século XIII produziu um modelo matemático do universo que antecipa problemas com a nossa melhor compreensão do Big Bang. Quando físicos traduziram o texto De luce do latim descobriram que em 1225, o teólogo Grosseteste,  enquanto estudava a luz,  havia esbarrado na idéia do multiverso.  Nessa época os texto de Aristóteles tinham acabado de ser redescobertos e Grosseteste propôs um universo de nove esferas concêntricas que teriam se iniciado com um relâmpago de luz, empurrando tudo para fora a partir de um ponto em uma grande esfera.

É claro que ele não percebeu que poderia haver muitos multiversos”, disse Tom McLeish, um físico na Universidade de Durham, na Grã-Bretranha.  “Mas o que as pessoas daqui a 800 anos irão pensar também das nossas teorias?  É com um pouco de humildade que se nota que estamos limitados pelo que podemos e o que não podemos ver.

Para mais informações veja o artigo no NEW SCIENTIST.