Terrorismo? , texto de Yuval Noah Harari

29 01 2018

 

 

Copacabana, praia, turismo, Jack PotterIlustração de Jack Potter, anúncio da Coca-cola, Praia de Copacabana, RJ, ao fundo, 1960.

 

 

“… O terrorismo é uma estratégia de fraqueza adotada por aqueles que carecem de acesso ao poder de fato. Ao menos no passado, seu funcionamento era resultado mais da disseminação do medo do que de danos materiais significativos. Terroristas normalmente não têm o poder de derrotar qualquer exército, de ocupar um país ou de destruir cidades inteiras. Em 2010, enquanto a obesidade e doenças relacionadas a esse mal mataram cerca de 3 milhões de pessoas, terroristas mataram 7.697 indivíduos em todo o mundo, a maioria deles em países em desenvolvimento. Para um estadunidense ou europeu mediano, a Coca-cola representa um perigo muito mais letal do que a Al-Qaeda.

Como, então, terroristas conseguem dominar as manchetes e mudar a situação política em todo o mundo?  Provocando nos inimigos uma reação desmedida. Na essência, o terrorismo é um show. Os terroristas encenam um tenebroso espetáculo de violência que captura nossa imaginação e nos transmite a sensação de estar escorregando de volta ao caos medieval. Em consequência, os Estados frequentemente se sentem obrigados a reagir ao teatro do terrorismo com um show de segurança, orquestrando imensas exibições de força, como a perseguição a populações inteiras ou a invasão de países estrangeiros. Na maioria dos casos, essa reação exacerbada representa um perigo muito maior a nossa segurança do que aquele decorrente de atentados terroristas.”

 

 

Em: Homo Deus, Yuval Noah Harari, tradução de Paulo Geiger,  Cia das Letras: 2016, pp 27- 28.





Guerra e paz, texto de Yuval Noah Harari

27 01 2018

 

 

Rene_Magritte_(1898-1967)_La_Promesse_1950_(36_3_by_45_cm)__1_205_568A promessa, 1950

René Magritte (Bélgica, 1898-1967)

guache e lápis sobre papel, 36 x 45 cm

 

 

« …Pela primeira vez na História, quando governos, corporações e indivíduos privados avaliam o futuro imediato, muitos não pensam na guerra como um acontecimento provável. As armas nucleares tornaram  uma guerra entre superpotências um ato louco de suicídio coletivo e com isso forçaram as nações mais poderosas da Terra a encontrar meios alternativos e pacíficos de resolver conflitos. Simultaneamente, a economia global abandonou as bases materiais para se assentar no conhecimento. Antes, as principais fontes de riqueza eram os recursos materiais, como minas de ouro, campos de trigo e poços de petróleo. Hoje, a principal fonte de riqueza é o conhecimento. E, embora se possam conquistar poços de petróleo na guerra, não se pode conquistar conhecimento  dessa maneira. Desde que o conhecimento se tornou o mais importante recurso econômico, a rentabilidade da guerra declinou e as guerras tornaram-se cada vez mais restritas àquelas regiões do mundo – como o Oriente Médio e a África Central – nas quais as economias ainda são antiquadas, baseadas em recursos materiais.”

 

 

Em: Homo Deus, Yuval Noah Harari, tradução de Paulo Geiger,  Cia das Letras: 2016, pp 24-25





Cuidado, quebra! Azulejo sírio de 1420-1450

10 11 2016

 

 

2006bg0356_jpg_lAzulejo hexagonal, 1420-1450

Policromia em cerâmica vidrada hexagonal

18 cm de largura

Damasco, Síria

Victoria & Albert Museum, Londres

Salvar





O vendedor de cocadas, texto de Marques Rebelo

7 05 2013

artigos.imagens.A0110.I00173 O vendedor de cocada

Darcy Cruz (Brasil, 1931)

óleo sobre tela, 50 x 70 cm

Ibac

9 de fevereiro [1941]

Cavalete ao ombro, grande baú pintado no cocuruto da cabeça pixaim, com uma folha de laranjeira contra os lábios, o doceiro emitia esperadíssimos sons anunciando-se à freguesia. Cocada brancas e pretas, quindins, bons-bocados, papos-de-anjo, pastéis de nata, bolinhos de cará, beijus, balas de ovo, de leite de coco, de guaco – ótimas para a tosse! Um universo de açúcar.

Era velho o preto, chamava mamãe de Iaiá, tinha sempre uma bala de quebra para Cristinha. Sua hora era pelo meio do dia, quando o sol ia a pino. Três vezes passava o padeiro empurrando a barulhenta carrocinha aprovisonadora. Deixava-se entregue à vigilância de um moleque e lá ia, peludo e bigodudo, de casa em casa, a cesta coberta com um pano braço que já fora saco de farinha. Pão francês, pão alemão, pão italiano (um pouco massudo), pão-de-provença, de milho, de forma, de ovo, pão trançado, pão-cacete e periquitos – a três por um tostão, obrigatórios nas merendas escolares – e roscas de barão, rosquinhas de manteiga, caramujos, tarecos, cavacos, joelhinhos, bolachas de água e sal. Tudo quente, cheiroso, estalando – a vida abundante, solícita, módica, vida provinciana para sempre extinta”.

Em: A mudança, Marques Rebelo, 2º volume de O Espelho Partido, São Paulo, Martins: 1962





O labirinto em Serena, de Ian McEwan

4 10 2012

Relatividade, 1953

M. C. Escher (Holanda, 1898-1972)

Litografia

Inicialmente pensei que a imagem mais apropriada para ilustrar o livro Serena de Ian McEwan fosse uma das paisagens de Estaque do pintor francês e fundador do cubismo, Georges Braque, tal como Viaduto de Estaque ilustrado abaixo.   Nesta tela vemos uma paisagem com algumas casas rodeadas de vegetação e um viaduto romano ao fundo.  Nós compreendemos a cena, e ainda a vemos mais completa, porque somos instruídos — através da criativa maneira de pintar desenvolvida pelos cubistas, inspirados por Cézanne —  sobre as demais facetas da paisagem que revela diversos elementos vistos por diferentes ângulos, que não estariam dentro das nossas possibilidades entrever.  Com o  uso de múltiplas perspectivas Georges Braque neste caso permite que  conheçamos “o outro lado da lua”, ou seja: os dois lados de um telhado que nossa visão não permitiria perceber, ou a fachada de uma casa,  que ele levanta  ligeiramente,  por cima das casas na frente, para que vejamos a série de janelas paralelas corridas.  Essa visão compreensiva, giroscópica,  do tema, dos objetos ou pessoas retratadas, explorada pelos cubistas constitui em grande parte a maneira narrativa de Ian McEwan.

Viaduto de Estaque, 1908

Georges Braque (França, 1882-1963)

óleo sobre tela, 72 x 59 cm

Museu de Arte Moderna, Centro Pompidou, Paris

Mas à medida que o texto avançou e certamente depois que cheguei ao fim do romance,  a visão cubista, ainda que interessante,  não me satisfez.  Porque é um texto que se renova, que se reencontra e que recomeça.  É um labirinto com alguns becos, algumas passagens em múltiplos níveis, com algumas realidades paralelas, como se estivéssemos num jogo digital e uma vez ou outra achássemos a porta que nos leva direto até o próximo nível, sem termos que lutar com o dragão ou algum inimigo inesperado.  Esta é uma história que vai e volta e se aprofunda em diversos níveis sem que saibamos por que estamos sendo levados por aquele caminho e de repente, parecemos voltar ao ponto inicial como em um rondó musical ou em uma fita de Möebius.  E foi pensando nela que acabei selecionando uma das muitas gravuras de M. C. Escher para dar o tom visual do que acontece com o leitor de Serena.  Escolhi a gravura Relatividade, uma litografia cuja primeira tiragem foi feita em 1953, porque esse artista holandês é quem, nas artes plásticas, de meu conhecimento, melhor exemplifica a minha experiência ao terminar esse texto.

É a habilidade narrativa de McEwan que permite que se chegue ao final da trama capaz de entender os diversos níveis em que ela se desenvolve. E ser surpreendido.  Totalmente surpreendido.  Este é um romance, um thriller, que aparenta tratar de espionagem na década de 60 do século passado. Espionagem envolvendo o fabuloso serviço inglês MI5 já bastante caracterizado na literatura, no cinema e em programas televisivos pela sua invencibilidade.   Não há nenhum James Bond, mesmo em se tratando de Londres, cidade onde Serena,  que acabou de terminar o curso superior numa excelente universidade inglesa, arranja seu primeiro emprego.  A jovem é a nossa porta de entrada para esta aventura literária que insiste em parecer simples e direta.  Até que, em certo momento, temos a sensação de que talvez não estejamos lendo coma atenção necessária.  No meu caso foi lá pela página 140, quando parei e voltei ao início.  Mas tive relatos de outros leitores, talvez mais sensíveis, mais perceptíveis, que o fizeram umas 50 páginas antes.  De qualquer modo, o leitor sente que  há algo no ar mas não sabe onde, nem o quê, nem o porquê. E assim se desenrola a narrativa.

Ian McEwan

Mais do que um thriller, Serena é um livro sobre ficção.  Sobre diversos níveis de ficção. Sobre a ficção que encontramos no dia a dia, na fabricação de quem somos, no contar e recontar de nossos movimentos de nossas ações.  Temos a ficção de espiões e a ficção de quem escreve ficção.  Este é um   romance baseado no ato de simular, na habilidade do fingimento.  Ian McEwan explora aqui  a tênua linha que define realidade.  Este romance é uma ode à imaginação.  À nossa habilidade, à capacidade humana de iludir e de aceitar ser iludida.  A narrativa é um quebra-cabeça, um Cubo de Rubik com faces de espelhos, onde tudo se encaixa, a qualquer momento em qualquer hora,  porque tudo, absolutamente tudo não passa de ficção.  Uma narrativa brilhante.

Minha objeção está na personagem que achei o menos crível dos elementos.  Mas como acreditar em um personagem que nos ajuda a construir o ficcional?  Como julgar aquele que nos faz crer e que nos ajuda a descrer. Este é o impasse a que chegamos.  E a mensagem é simples: não creia, não acredite.  Tudo não passa de ficção.  Nem mesmo eu, nem você que me lê, nem Serena.





Imagem de leitura — Caspar Ritter

5 08 2012

Moça jovem lendo, 1904

Caspar Ritter (Alemanha, 1861-1923)

óleo sobre madeira, 47 x 55 cm

Caspar Ritter nasceu Carlsruhe na Alemanha em 1861. Estudou na Academia de Munique, onde mais tarde foi professor.  Tornou-se um dos favoritos pintores de temas românticos de seu país.  Faleceu em 1923.





Tédio: que fazer com ele?

25 08 2011

Cascão entediado, ilustração Maurício de Sousa.

As férias de julho acabaram, mas ainda escutamos os ecos das reclamações dos filhos, sobrinhos ou crianças e adolescentes da família nesse período:  “Não tem nada pra fazer…”   O tédio que parecia ser impossível de aparecer nas férias quando as olhávamos das salas de aula, de repente, se instala em casa e as crianças que se voltam  para a TV, passam o dia no sofá, trocando os olhos de sono e sem entusiasmo.  Hoje me lembrei dessas expressões de fastio, pois venho de ler um artigo O tédio pode ser bom para você [Boredom is good for you, study claims], que enumera as boas conseqüências do enfado.  Sim, elas existem. 

O enfado, fastio, tédio, aborrecimento acontece com todas as pessoas, quer elas sejam idosas ou adolescentes, crianças ou adultos.  E contrário ao que muitos pensam o tédio não é uma conseqüência da solidão.  É comum, numa crise de enfado, invejarmos as pessoas que têm muitos amigos, porque parece que ela conseguem evitar o fastio.  Mas as relações superficiais, que podemos desenvolver em grandes números freqüêntemente levam a uma sensação de vazio, e acabamos por questionar se aqueles que têm muitos amigos não são de fato amigos de ninguém, como bem demonstra o médico francês Gilles R. Lapointe, no artigo Truques para combater o tédio [Des trucs pour vaincre l’ennui], que lembra também que a solidão não tem efeitos negativos.   Há diversas maneiras de reagirmos ao tédio.  Podemos chorar, comer, dormir, beber, gritar.  Mas podemos também: ler, estudar, trabalhar, escrever.  É importante aprender desde cedo, desde criança, a lidar com o enfado, para construir maneiras positivas de  encará-lo, maneiras que poderemos levar à nossa fase adulta.

Cascão farto de tédio, ilustração Maurício de Sousa.

Para salvar as nossas consciências de qualquer culpa que possamos ter tido vendo nossas crianças aborrecidas com a “falta do que fazer”,  vou ajudar relembrando pontos positivos desse comportamento:

1 – O tédio estimula a mente para dentro de si mesma.  A conseqüência é a reflexão.  Pensar em causas e conseqüências,  encontrar seus próprios valores.

2 – O tédio também aumenta a criatividade.  Inovações em geral são conseqüência de alguém achar que há de haver uma “solução melhor” para uma tarefa específica.

3 – O tédio é um dos elementos essenciais para o adormecimento da mente e em conseqüência, para o sono.

4 – O tédio pode levar as pessoas a desempenharem tarefas em prol da sociedade em geral.  Um exemplo: doar sangue, ser voluntário num abrigo para idosos.

5 – O tédio também ensina a paciência.  E explorar esse sentimento ajuda a construir caráter.  Além de ensinar que nem tudo na vida é divertimento.

6 – O tédio ensina a fazermos bons amigos de nós mesmo ou seja, aprendemos que estar só não significa estar entediado. 

Cascão não se aguenta de tédio, ilustração Maurício de Sousa.

O tédio acontece com todas as pessoas, quer sejam idosas ou adolescentes, crianças ou adultos.  Mas se o enfado se instala na sua vida, troca a sua rotina, faz com que você esteja constantemente triste, se ele atrapalha,  pode ser resultado de um estado psicológico depressivo, talvez causado por uma perda de um ente querido, por ansiedade, angústia.  Quando você passa a achar que sua vida perdei o sentido e o tédio se instalou, aí sim, é um caso mais sério, mais delicado.  Esse tédio, quando parece instalado no dia a dia deve ser controlado, combatido mesmo, de uma forma positiva:  procurar os amigos, lembrar-se de que você não está sozinho é o início de uma solução a longo prazo.  Rever amigos é uma excelente maneira de combater o fastio.  Saia de casa, do seu ambiente familiar, faça um esforço para tomar um caminho diferente para o mercado, tomar um ônibus e vá até o fim da linha.  Veja coisas novas e diferentes, sem precisar fazer muito esforço.   Redescubra alguns interesses, explore um hobby deixado de lado. 

Comece por Identificar as causas de seu tédio e faça uma lista das pequenas mudanças em sua vida que poderão tirá-lo desse predicamento.  “A inércia leva à morte psicológica”, diz Gilles R. Lapointe.   Mova-se, crie, invente,  produza, visite pessoas, faça uma boa ação, mas acima de tudo:  MOVA-SE.

É importante organizar o seu tempo, principalmente para ter uma vida bem equilibrada entre lazer e trabalho.   Separe dentre as pessoas que você conhece aqueles que são os verdadeiros amigos e aqueles que são conhecidos.  Os amigos sinceros em geral são poucos.   Dedique-se a eles.

Mas lembre-se de que é normal ficar entediado.  E muita coisa boa, mudanças positivas podem vir das pequenas atitudes que tomamos para enfrentá-lo.  O tédio é quase sempre essencial à criatividade.

FONTES:

VIRAGE, The Guardian 





Banhos Romanos descobertos em Israel datam do século II

10 02 2011
  Banhos romanos em Jerusalem.

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No final de 2010  uma descoberta importante tanto para os estudos judaicos quanto para os estudos da Roma antiga, quase passa desapercebido por mim.  E me apresso em postar a notícia:   arqueólogos israelenses escavando na velha Jerusalém para deixar espaço para a construção de um moderno Mikbe (banho ritual judaico), descobriram uma casa de banhos romana construída há mais de  1.800 anos e que foi  provavelmente utilizada por soldados da Décima Legião, a mesma legião  que conquistou  Jerusalém no século II a.C.

Centenas de telhas de barro foram encontradas no chão da piscina, indicando que esta  era uma estrutura coberta.  As telhas, tijolos e azulejos da casa de banho tinham impressos o símbolo da Décima Legião Fretensis  ” XFR-LEG “, o que revela serem da cidade  Colonia Aelia Capitolina,  mais conhecida como Aelia Capitolina —  cidade construída pelo Imperador Adriano, sobre as ruínas de Jerusalém, entre  131-135 dC, como resultado da conquista sobre a  revolta judia de Bar Kokhbano que fracassou culminando na destruição do Segundo Templo em 70 dC.

A marca dos soldados da Décima Legião, na forma das impressões estampadas sobre as telhas e tijolos de barro nesse  local, demonstra que eles foram os construtores dessa  estrutura“, disse Ofer Sion, diretor da excavação.  “Durante a escavação encontramos várias banheiras dentro de uma piscina, com um encanamento lateral para encher com água, no fundo da piscina há um chão de mosaico branco e azulejos que também apresentam símbolos impressos da Décima Legião romana“.    Um destacamento da Décima Legião era responsável por guardar a cidade romana dos judeus que haviam sido proibidos de morar lá.   Esses legionários asseguravam que a Aelia Capitolina não tivesse nenhum judeu residente. 

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Localização no mapa da  velha Jerusalem.
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A descoberta  é muito importante, ressalta no comunicado o professor Yuval Baruch, da AAI, porque “ainda não se tinha encontrado no bairro judaico (da Cidade Antiga) nada que pertencesse à legião romana, o que tinha levado à conclusão que a cidade fundada na época romana após a destruição de Jerusalém, era pequena e com uma área limitada“.   Essas  ruínas indicam que a cidade romana “era consideravelmente maior do que se tinha imaginado previamente“.    Sabe-se que o plano urbano da cidade era  típico romano, com uma avenida central [ Cardo maximus] e outras  grandes avenidas transversais.

As ruínas dos antigos banhos romanos serão integradas à nova construção do  Mikbe, banho ritual judaico,  que será construído no bairro judeu.  

Fontes:  Terra, IMEMCApostolic News.





Boas novas para as tartarugas-de-couro

22 05 2009

Tartaruga de couro (Dermochelys_coriacea)

 

Um grupo internacional de cientistas identificou a maior população no mundo de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), também conhecida como tartaruga-gigante. A espécie, que atinge mais de 500 kg, corre sério risco de extinção. Os pesquisadores estimam que existam entre 15.730 e 41.373 fêmeas em praias do Gabão, na África, em áreas onde são feitos trabalhos de conservação da espécie marinha, a maior entre as tartarugas atuais e a quarta maior entre os répteis, depois de três crocodilianos.

 

A espécie também está na lista de espécies ameaçadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Cinco espécies habitam e se reproduzem no Brasil. Todas estão ameaçadas de extinção e são protegidas por leis nacionais e internacionais. Segundo o projeto Tamar, a estimativa mundial era de 34 mil fêmeas em idade reprodutiva. Ou seja, com o novo estudo, a população aumenta consideravelmente.

 

Mapa do Gabão, na costa oeste do continente africano.

Mapa do Gabão, na costa oeste do continente africano.

 

O estudo, publicado na edição de maio da Biological Conservation, destaca a importância dos esforços de conservação da biodiversidade. A tartaruga-de-couro teve suas populações nos oceanos Pacífico e Índico reduzidas em mais de 90% nas décadas de 1980 e 1990. A União Internacional para Conservação da Natureza lista a espécie como ‘criticamente ameaçada’, mas há carência de registros populacionais no Atlântico, especialmente na África.

 

O novo estudo foi coordenado por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, em parceria com a Wildlife Conservation Society, por meio da Gabon Sea Turtle Partnership, uma rede de organizações que atua na proteção de tartarugas marinhas. Os pesquisadores colheram dados durante três estações de assentamento, entre 2002 e 2007. O levantamento envolveu a produção de registros aéreos por 600 km, cobrindo toda a costa do país no oeste africano. Além de fotos e vídeos para análise, foi feita o monitoramento detalhado em solo por toda a área.

 

Tartaruga de couro, desenho esquemático de sua carapaça.

Tartaruga de couro, desenho esquemático de sua carapaça.

 

Ao cobrir toda a costa, os cientistas puderam estimar não apenas o número de ninhos e de fêmeas poedeiras, mas também identificar os principais pontos de assentamento, dado fundamental para o desenvolvimento de trabalhos de conservação da espécie. O levantamento apontou que 79% das áreas de assentamento identificadas estão dentro de parques nacionais e outros locais protegidos.

 

 

 

 tartaruga 1

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A tartaruga-de-couro é a maior de todas as tartarugas marinhas.  Mas sua característica mais marcante é a consistência de sua carapaça. Seu casco não é constituído de placas ósseas, mas coberto por uma pele grossa e sem escama, tendo a aparência de couro. A sua carapaça é preta com manchas brancas ou azuladas espalhadas ao longo das quilhas.  No pescoço nas axilas e virilha tem pontos rosado. Suas grandes nadadeiras frontais lhes permitem nadar longas distâncias. Vivem sempre em alto-mar, aproximando-se do litoral apenas para desova.  Um animal adulto chega a atingir 2 metros de comprimento e mais de 500 kg de peso. São grandes mergulhadoras, podendo descer aos 1000 m de profundidade. E se aproximam da costa só para se reproduzir.  As tartarugas-de-couro passam a maior parte do seu ciclo de vida no mar, alimentando-se de organismos flutuantes tais como águas-vivas e têm grande dificuldade de se deslocarem na areia.   Por isso cavam seus ninhos um pouco acima da linha da maré-alta.   

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Por que está em perigo de extinção?  Pela caça e destruição do habitat. Por causa do hábito alimentar, freqüentemente confundem sacos plásticos ou celofane com águas-vivas e correm o risco de morrerem por indigestão. Adultos são capturados em redes flutuantes para pesca e  por linhas longas (Long-Lines) usadas para pesca de atum. Não há pesca comercial para esta tartaruga, mas em alguns lugares sua carne é usada como isca na pesca de tubarões.

 

 

Com informações do JB Online e do PROJETO TAMAR

 





Plante uma árvore pela campanha da ONU!

21 05 2009

plantando, rega

Ilustração:  Maurício de Sousa

 

Hoje, graças a um comentário do jornalista Rogério Pacheco Jordão, cujo blog,  Entrementes,  aqui no wordpress é cheio de curiosas informações e algumas boas reflexões, fui alertada para um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o plantio de 7 milhões de árvores até o final deste ano.  

 

Este é um programa dependerá da participação ativa da população mundial, como maneira de incentivar líderes mundiais a construírem mais e novos acordos, com objetivo o combate efetivo da mudança climática no planeta.  Para alcançar a meta de árvores plantadas, precisamos do apoio de escolas, governos, empresário e cidadãos”, afirmou o Diretor Executivo do PNUMA [ Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], Achim Steiner.

 

Se você está interessado em participar, ou se acredita que sua escola, sua companhia, sua igreja, grupo escoteiro ou academia de ginástica, enfim que as pessoas de seu círculo social devam se interessar e participar,  o site da campanha: PLANT FOR THE PLANET é aqui.    Há um link para o site em português: Plantemos para o planeta.

 

Eu já me inscrevi, para a modesta soma de 5 árvores para serem plantadas em setembro de 2009.  Este é um número pequeno, mas que sei que poderei plantá-las sem grande sacrifício.  Se eu vier a plantar mais, será melhor para todos nós.  

 

Quando me inscrevi notei a participação não só de grandes companhias como de organizações pequenas e centenas de pessoas como eu e você, participando pela consciência de que é preciso que se faça algo o mais rápido possível.   Vá lá,  ponha o seu nome na lista, seja responsável e realmente plante esta árvore.  Ah, sim,  leve a idéia adiante!