Vagalumes, ilustração de Paige Keiser.
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O Vagalume
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(Cantiga)
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Fagundes Varela
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Quem és tu, pobre vivente,
Que vagas triste e sozinho,
Que tens os raios da estrela,
E as asas do passarinho?
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A noite é negra; raivosos
Os ventos correm do sul;
Não temes que eles te apaguem
A tua lanterna azul?
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Quando tu passas, o lago
De estranhos fogos esplende,
Dobra-se a clícia amorosa,
E a fronte mimosa pende.
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As folhas brilham, lustrosas,
Como espelhos de esmeralda;
Fulge o iris nas torrentes
Da serrania na fralda.
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O grilo salta das sarças;
Piam aves nos palmares;
Começa o baile dos silfos
No seio dos nenufares.
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A tribo das mariposas,
Das mariposas azuis,
Segue teus giros no espaço,
Mimosa gota de luz!
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São elas flores sem haste;
Tu és estrela sem céu;
Procuram elas as chamas;
Tu amas da sombra o véu!
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Quem és tu, pobre vivente,
Que vagueias tão sozinho,
Que tens os raios da estrela,
E as asas do passarinho?
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Vocabulário:
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Clícia — inseto de duas asas
Sarça — matagal
Silfo — gênio das florestas ( mitologia celta)
Nenúfar — planta aquática
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Fagundes Varela
Luís Nicolau Fagundes Varella, (RJ 1841 – RJ 1871) ou Fagundes Varela, poeta brasileiro e um dos patronos na Academia Brasileira de Letras.
Obras:
- Noturnas – 1861
- Vozes da América – 1864
- Pendão Auri-verde – poemas patrióticos, acerca da Questão Christie.
- Cantos e Fantasias – 1865
- Cantos Meridionais – 1869
- Cantos do Ermo e da Cidade – 1869
- Anchieta ou O Evangelho nas Selvas – 1875 (publicação póstuma)
- Diário de Lázaro – 1880







Olá, Boa tarde !
Gostaria que se possível vocês me mandassem mensalmente ou semanalmente poesias e versos.
beigs, fiquem com DEUS. ♥
Bom dia Anne, olha eu até gostaria… Mas é mais fácil você apertar no botão de Subscrever, e receber aviso por email do que está sendo postado. Eu explico: sou uma única pessoa, que trabalha normalmente durante o dia e posto no blog ou a noite ou faço ordenamento de postagens para serem publicadas mesmo quando não estou trabalhando no blog, automaticamente. Aí vai ficar muito difícil, ficar mandando para quem queira. Você não é a única pessoa a pedir, mas tenho uma média de 3500 visitas ao blog por dia. Acho mais fácil fazer assim, você assina a a subscrição, não custa nada e avisada por email. OK? Obrigada pela visita e um bom domingo!
adorei rever a poesia (o vagalume) realmente é do meu tempo de escola e bota tempo nisso,gostaria de ver outras, como ‘veludo’, BARBARA BELA AUTO
R TOMAS ANTONIO GONZAGA
,JOANA
Vou achar para postar por aqui. Não acreditei quando procurei pelas obras dele online — e não achei. Já estão há muito tempo em domínio público. Estamos comendo mosca!
Obrigada pela visita e pela resposta!
Sou autor de Confidências, poemas. Desde criança leio Fagundes Varela…
Napoleão, Não te esqueças de mim, O vagalume e outras maravilhas…
Eu também gosto muito de fagundes Varella. conhecimento que você tem dele já o deve ter
inspirado ou servido de base para a poesia. É sempre importante conhecermos bons poetas, escritores, precursores da arte a que nos dedicamos.
Parabéns pela publicação,
Um grande abraço,
Que gostoso achar este poema!
Saudades da minha infancia!
Que bom que ele trouxe boas memórias… 😉
A mim também…eu li e reli muitas vezes quando tinha 8 anos de idade, quanta diferença para os livros didáticos de hoje. Por isso estão chegando na universidade e não sabem ler nem escrever corretamente, muito menos fazer uma redação, não possuem vocabulário… Para os jovens de hoje, as palavras contidas no poema, estão escritos em grego e não em português, pois não sabem os seus significados…
Nunca o havia lido antes, mas ao ler me encantei faz com que nós, leitores, sintamos a entonação com a qual o poema foi escrito e quais os sentimentos que Fagundes Varela quis expressar através deste.
Sim, Bruna, você tem razão.
como disse a Cida, acima, “QUE SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA”. JOUBER
🙂
Obrigado pela fugaz lembrança de meus tempos de escola. O amor, afinal, ainda não morreu. Ainda há como aquecer as almas menos áridas. Forte abraço de alguém que, apesar de seus 73 anos, ainda acredita na vida. Fique em paz, com alegria.
Jovem. Ainda é jovem. 🙂
Olá! Boa tarde! Hj me peguei falando comigo mesma a primeira estrofe dessa poesia. Isto enquanto passava as primeiras roupinhas de meu netinho Davi. ( nasce em janeiro/24 ) aprendi na escola qdo estava na terceira série do ensino primário. Deu uma saudade da minha professora. Ela era tão linda. Mas no meio do ano, saiu da escola e foi ser freira. 😢.
Helena, fico muito feliz de poder ter reacendido esta memória do carinho e amor que você teve todo esse tempo sobre sua professora. Resta a esperança de que ela tenha sido tão feliz com a escolha do hábito quanto você parece ter sido na sua infância. Um grande abraço e obrigada por compartilhar.