O cheiro do medo: ratos e peixes na berlinda.

31 08 2008

 

De acordo com o resultado de uma pesquisa feita na Suíça e noticiada no programa da rádio NPR nos EUA:  All Things Considered  (21-8-2008 )  pelo jornalista Christopher Joyce,  sabemos  hoje que o medo tem o seu próprio cheiro e também que ele vem do feromônio do  alarme, que animais produzem quando sob influência do estresse.  

 

Os cientistas ainda não sabem como tudo funciona.  Sabem que há um órgão no nariz dos ratos que detecta o feromônio do alarme.  Isto quer dizer que de fato existe o tal cheiro do medo.   O órgão que sente este cheiro é chamado de gânglio de Grueneberg, que são uma trouxinha de células próximas a ponta do focinho do rato.

 

Na Universidade de Lausanne, a bióloga, Marie-Christine Broillet separou quantidades de ar de gaiolas em que ratos envelhecidos foram submetidos à eutanásia.   Quando os pesquisadores expuseram ratos jovens e saudáveis a este ar, os neurônios do gânglio de Grueneberg se modificaram.  E o comportamento dos ratos também se modificou: correram para o lado oposto da gaiola e viraram estátuas, não se mexiam.

 

Para a confirmação da descoberta, submeteram ratos a outro teste, desta vez, removendo as células de percepção do glânglio.  Estes ratos, por sua vez, não demonstraram nenhum alarme quando expostos ao feromônio do medo.  Não houve reação alguma. 

 

É interessante notar que há um outro ser vivo que parece usar constantemente sua habilidade de detectar através de um feromônio, situações de alarme.   São os peixes.  Quando atacados por um peixe maior, eles secretam uma substância pela pele, a que se deu o nome em alemão de schreckstoff, que significa “coisa de grito”.

 

O alarme dado pelos peixes de perigo à vista, está sendo estudado pelo zoólogo Nathaniel Scholz, que tem se dedicado ao estudo de quanto a poluição das águas afeta a abilidade dos peixes de perceber uma situação de alarme, de sentir o schreckstoff.  Até o momento sua pesquisa descobriu que o cobre presente nos elementos urbanos poluidores da água proíbe os peixes de perceberem quando estão correndo perigo.  Em outras palavras,  eles não conseguem cheirar o feromônio do medo.  


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