Romance das matas no Rio de Janeiro, poema de Celina Ferreira

11 07 2012

Morro do Borel, Rio de Janeiro, 1971

Armando Vianna ( Brasil, 1897-1992)

óleo sobre tela, 81 x 65 cm

Romance das matas no Rio de Janeiro

Celina Ferreira

Navios vão-se atracando,

chegam noturnos mineiros,

andarilhos vêm andando

e em cavalos, cavaleiros

trocando o sul e os cavalos,

as colheitas e o dinheiro

por uma braça de um rio

de inexistente janeiro.

As casas vertiniginosas

na floresta de cimento

sobem doidas, caprichosas,

arranhando o firmamento.

As ruas crescem, comprimem

o corpo azul do gigante

que se levanta irrascível,

touro raivoso e espumante.

Medrosos troncos se abraçam

na floresta verdadeira.

Cipós covardes se enlaçam

pelo corpo das palmeiras.

Tudo debalde. O homem lança

um olhar de certeira flecha,

dardo de fogo que alcança

o coração da floresta.

Ai soluço ressequido,

pranto escuro de carvão!

Ai fundo e negro suspiro

que se eleva na amplidão!

Línguas de um fogo faminto

estralam gula e paixão.

Ai! Das matas sobe um grito,

descem lavas de um vulcão.

Os homens plantam sementes

de fogo e míseras casas,

crivam duros alfinetes

na renda verde das matas.

Nas grimpas nuas, as chagas,

ontem, rubras de clarão,

hoje são tendas plantadas

entre reboco e carvão.

E a miséria fecundada

no gineceu das taperas

rebenta nas densas matas

uma estranha primavera.

Em: Poesia Cúmplice, Celina Ferreira, Rio de Janeiro, Livraria São José Ed.: 1959

Celina Ferreira — nasceu em Cataguases, Minas Gerais, em 1928. Jornalista, dedicou-se também à literatura infantil.

Obras:

A princesa Flor-de-Lótus , 1958

Papagaio gaio: poeminhas, 1998

Obra poética:

Poesia de ninguém, 1954

Poesia cúmplice, 1959

Hoje poemas, 1967

Espelho convexo, 1973





Excursão Ecológica no Morro da Babilônia

16 09 2009

tucano

O reflorestamento do Morro da Babilônia no coração do bairro de Copacabana no Rio de Janeiro já conta com a presença do tucano de bico-preto, ave típica da região que havia sido extinta da cidade do Rio de Janeiro através do século XX.    Em 1970,  um projeto de reflorestamento do Maciço da Tijuca soltou 46 aves  no Parque Nacional da Tijuca.   O resultado é visto agora com a chegada de tucanos nas áreas de preservação ambiental da Babilônia-São João, Morro do Leme-Urubu-Catanduva e também no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.    Esse projeto de grande sucesso no reflorestamento  e na conservação ambiental nas comunidades do Rio de Janeiro é feito em conjunto com ONGs ambientalistas, o exército brasileiro, a Prefeitura do Rio de Janeiro, associações de moradores e o shopping Rio-Sul.

— 

No próximo dia 24 o CGA (Conselho Gestor das APAs) vai realizar uma caminhada ecológica nos Morro da Babilônia  e São João e no Morro do Leme e Catanduba. 

Para participar, entre em contato através do telefone:  (21) 2295-6649.

A caminhada tem dois pontos de saída:

Leme: contatos pelo email — coopbabilonia@yahoo.com.br

Botafogo: contatos pelo email — alma@centroin.com.br

Início previsto para 8:30, com encerramento às 14 horas.

A caminhada é suave e recomendada para crianças e idosos.

RECOMENDAÇÕES:

—  Usar calçado fechado, porém leve, com chapéu e boné.

— Levar uma garrafa d’água por pessoa para beber durante o percurso e alimentos leves e nutritivos.

— Em caso de chuva a caminhada será adiada para o domingo seguinte.

— Menores podem participar, desde que acompanhados ou com a autorização dos responsáveis.

 

Participe!  Prestigie!  Aplauda!





1949: a natureza em MG, Francisco de Barros Júnior

21 06 2009

minasgerais, mineraçãodomanganês,eucalol

Estampa Eucalol: Mineração do manganês em Minas Gerais

          No meio do debate sobre desmatamento versus preservação, a semana que passou foi pontuada por palavras do presidente Lula, favorecendo o desmatamento em função de um possível progresso.  Os resultados de planos como esse infelizmente não trazem as benfeitorias sociais de longo prazo tão anunciadas.  Isso já foi demonstrado dezenas de vezes por estudiosos do assunto.  Hoje, esses são discursos difíceis de serem aceitos por qualquer um de nós,  brasileiros, que se importa com o meio ambiente.  É quase inacreditável que mesmo com as conseqüências já bastante conhecidas e  prejudiciais ao planeta, haja líderes eleitos, como os nossos, que ainda defendam o desmatamento.  É um discurso antigo.

          Vale lembrar algumas mudanças que já se fizeram notar no nosso meio ambiente, mudanças que ocorreram através da exploração de minerais, de minério de ferro, de manganês, de ouro, que contribuíram para alguns dos problemas do meio ambiente enfrentados no  Brasil, nos dias de hoje.  Não especifico, aqui, mudanças no meio ambiente através de séculos de exploração, mas das mudanças que ocorreram, nos últimos 50, 60 anos. 

 Transcrevo a seguir, um pequeno texto, publicado em 1949, de Francisco de Barros Júnior para consideração.  

alberto da veiga guignard,Sabará, 1949,osm 38x47,

Sabará, 1949

Guignard (Brasil 1896-1962)

Óleo sobre madeira, 38 x 47 cm

          De um lado, o Paraíba demandando, em saltos e corredeiras através das gargantas da serra, as planícies campistas.  Do outro, a majestosa Mantiqueira coberta de pastagens que substituíram as matas, de onde saíram as caviúnas e jacarandás para as preciosas arcas, mesas e camas entalhadas, que adornavam os lares de nossos maiores, e que nos mesmos lugares há mais de cem anos devem ainda estar nas salas , quartos e alpendres daquela fazenda da margem esquerda, situada a meia encosta.  Com seu pomar onde avultam as enormes mangueiras, com a grande casa senhorial assobradada, ostentando portais e janelas em arco, discretamente velada pelo renque de altíssimas palmeiras imperiais, com os muros do “quadrado” em que viviam os escravos, com as grandes cocheiras e estábulos, os quartos de arreios, os galpões onde talvez ainda durmam poeirentos, os banguês e berlindas ricamente decorados e os amplos terreiros de largas lajes, são um testemunho do fausto em que viviam seus orgulhosos senhores.

          Usando do privilégio de narrador, vamos prosseguir de dia, pois se continuássemos pelo mesmo trem, nada veríamos da terra mineira.  Façamos de conta que, vindos pelo noturno paulista, tomamos em Barra do Piraí o primeiro rápido mineiro, ruma a Belo Horizonte.

          A locomotiva galga lerda e resfolegante os aclives máximos, fazendo-nos mergulhar com freqüência nas trevas de curtos túneis.  A terra é montanhosa, dificilmente se vê uma planície, e o coração dos que pela primeira vez viajam por essas paragens fica constantemente apertado, quando o desengonçado comboio passa em vertiginosa velocidade a cavaleiro de insondáveis abismos…

          Passamos pela linda Juiz de Fora a que seus filhos chamam orgulhosamente de “Manchester Mineira”, e que julgam rival da Capital, pelo seu comércio e convívio social selecionado…  Depois, Palmira, hoje Santos Dumont, em homenagem ao genial patrício nascido em fazenda de seu município.  Cidade pequena e graciosamente espalhada por duas colinas, o que lhe dá um aspecto de mimoso presépio.  È o refúgio das vítimas do cruel bacilo de Koch, graças ao ameno clima de seus novecentos metros de altitude.

          Agora, Barbacena, alcandorada no tope da montanha, e que nos aparece de grande distância, vestida de branco.  À chegada, passamos pelos imponentes edifícios do Patronato Agrícola, de administração federal, onde os barbacenenses vão buscar ótimos legumes, figos, uvas, ameixas, e saborosos caquis.

          Até aqui, a zona pastoril, terra do leite, manteiga e queijos deliciosos.  A seguir mergulhamos no domínio das matérias-primas, por cuja porta – Lafaiete – sai o manganês puríssimo de suas inesgotáveis jazidas.  Intermináveis comboios estão nos desvios, abarrotados desse precioso minério, esperando linha para descer até o Rio, e de lá no bojo de transatlânticos, irão para a América do Norte, endurecer o aço dos canhões e das couraças…  Sobre diversas colinas íngremes, à nossa direita, está Congonhas do Campo, em cujas igrejas se perpetuou o gênio do Aleijadinho, essa tosca encarnação de Miguel Ângelo, arquiteto, pintor e escultor.

          Pelas estradas marginais, trotam em fila dezenas de cargueiros carregados de carvão vegetal para alimento dos altos fornos de Itabirito, que, na penumbra da tarde, lançam para o céu o fogacho rubro de suas entranhas, de onde escorre o ferro moldando-se em lingotes, que irão para a insaciável indústria paulista.

          As necessidades da siderurgia vêm devastando as matas há muitos anos, e de longe deve estar chegando esse carvão.  Os caçadores dessa zona têm de ir a grandes distâncias para encontrar codornas e perdizes, afugentadas com as plantações de capim gordura, em cujo meio não podem viver.

          É noite fechada, e a poderosa iluminação da capital projeta-se contra nuvens baixas, localizando-a a muitos quilômetros.

          Os apressados despem o guarda-pó ainda muito em uso nesse Estado, reúnem embrulhos e malas que arrumam sobre os bancos, e muito antes de chegar à plataforma, já estão com meio corpo fora da janela chamando pelos carregadores, na ânsia de serem os primeiros a desembarcar.  Demoro-me bastante para retirar a bagagem despachada, e minha atenção vai para um carrinho que roda em direção a um vagão de bagagem, especial, ligado ao noturno, já pronto para descer rumo ao Rio.  Cercam-no cinco ou seis soldados e vários sujeitos carrancudos com ares de ferrabrazes de opereta.  Nele, vão quatro ou cinco caixotes fortemente arqueados e lacrados, e sou rudemente afastado por um dos referidos capangas, quando pretendo aproximar-me do misterioso cortejo…  È meia tonelada de ouro puro em lingotes, produto de todo um mês de trabalho nas minas de Morro Velho, destinados aos cofres do Banco do Brasil.  Deixa o ilustre itinerante sua obscura morada onde viveu milhões de anos a três mil e seiscentos metros abaixo da superfície do mar, na mais profunda mina do mundo, para um palácio confortável, onde terá uma corte vigilante e respeitosa.

          Começa o reinado de sua majestade o Ouro!

          Terra Brasileira!

          Nossa terra!…

 

***

Em: Caçando e pescando por todo o Brasil, 3ª série: Planalto Mineiro, O São Francisco e Bahia, Francisco de Barros Júnior, São Paulo, Melhoramentos: 1949, 2ª edição, páginas 25-28.

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Mina de Manganês em Conselheiro Lafaiete, MG.

Francisco Carvalho de Barros Júnior (Campinas, 14 de dezembro de 1883 — 1969) foi um escritor e naturalista brasileiro que ganhou em 1961 o Prêmio Jabuti de Literatura, na categorua de literatura infanto-juvenil.

Francisco Carvalho de Barros Júnior, patrono da cadeira n° 16 da Academia Jundiaiense de Letras, colaborou em vários jornais e revistas e é o autor da série Caçando e Pescando Por Todo o Brasil, um relato de viagens pelo Brasil na primeira metade do século XX, descrevendo diversos aspectos das regiões visitadas (entre outros botânica, animais e populações caboclas e indígenas).

Obras:

Série Caçando e Pescando Por Todo o Brasil

Primeira série: Brasil-Sul, 1945

Segunda Série: Mato Grosso Goiás, 1947

Terceira Série: Planalto Mineiro – o São Francisco e a Bahia, 1949

Quarta Série: Norte,  Nordeste,  Marajó, Grandes Lagos, o Madeira, o Mamoré, 1950

Quinta Série: Purus e Acre, 1952

Sexta Série: Araguaia e Tocantins, 1952

Tragédias Caboclas, 1955, contos  

Três Garotos em Férias no Rio Tietê, 1951, infanto-juvenil

Três Escoteiros em Férias no Rio Paraná, infanto-juvenil

Três Escoteiros em Férias no Rio Paraguai, infanto-juvenil

Três Escoteiros em Férias no Rio Aquidauana, infanto-juvenil

guignardAlberto da Veiga Guignard

 

Alberto da Veiga Guignard (Nova Friburgo, 25 de fevereiro de 1896Belo Horizonte, 25 de junho de 1962) foi pintor, professor, desenhista, ilustrador e gravador mas acima de tudo um famoso pintor brasileiro, conhecido principalmente por retratar paisagens mineiras. Fluminense por nascimento, mas mineiro por opção, registrou, na maioria dos seus quadros, as belezas naturais de Minas Gerais, em especial de Ouro Preto: «Ouro Preto é a sua cidade, amor, inspiração.»  É o próprio pintor que faz, por escrito, nesta singela frase, sua declaração de amor à histórica cidade mineira, antiga capital do Estado, berço de Aleijadinho e inspiração de tantos outros artistas. Guignard participou dos Salões de 1924, 1929, 1939 e 1942, no Rio de Janeiro; realizou algumas exposições individuais dentro e fora do país; marcou presença na 1ª Bienal de São Paulo. Houve, ainda, várias exposições após sua morte, a maioria delas em Belo Horizonte.

Texto: Pitoresco





Você conhece o jequitibá?

10 06 2009

jequitiba_2, UFF

Foto: UFF

 

OS JEQUITIBÁS

Nomes científicos:

Cariniana legalis (Mart.) Kuntze) –  JEQUITIBÁ ROSA

Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze – JEQUITIBÁ BRANCO

Couratari pyramidata – espécie da família em perigo de extinção (RJ e MG)

Cariniana rubra – JEQUITIBÁ VERMELHO

Cariniana ianeirensis, conhecida apenas como JEQUITIBÁ

Cariniana parvifolia – JEQUITIBÁ CRAVINHO

Família: Lecythidaceae

 

Os jequitibás são árvores fascinantes nativas da Mata Atlântica.

O Jequitibá é considerado a maior árvore deste bioma, podendo alcançar 60m de altura!!!!!  Isto é equivalente a um edifício de 20 andares!!!! 

Em tupi-guarani, seu nome significa:  Gigante da Floresta.

De porte majestoso, o jequitibá se destaca das demais árvores ao seu redor, ultrapassando o dossel da mata.

jequitibá-rosa

Jequitibá-rosa

 

JEQUITIBÁ ROSA

Arvore símbolo do Estado de São Paulo.

Outros nomes: congolo-de-porco, estopa, jequitibá-de-agulheiro, jequitibá-branco, jequitibá-cedro, jequitibá-grande, jequitibá-vermelho, pau-carga, pau-caixão, sapucaia-de-apito.

Nativa: ES, RJ, SP, MG, MS, AL, PB, BA, PE.

O maior e mais antigo espécime vivo do jequitibá-rosa se encontra no Parque Estadual do Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro, SP, e possui mais de 3.000 anos de idade, considerado dessa forma um dos seres vivos mais antigos do planeta, e a mais velha árvore do Brasil. Sua altura é 40 m e seu diâmetro 3 m. Outro espécime importante fica no Parque Estadual dos Três Picos, RJ, e tem cerca de 1.000 anos.

Suas sementes são muito apreciadas por macacos.

É planta medicinal, sua casca é usada em extrato fluido.

A madeira é própria para construção civil, obras internas para contraplacados, folhas faqueadas, móveis, para confecção de brinquedos, salto de calçados, lápis, cabos de vassouras, etc.

A árvore é exuberante e muito ornamental, podendo ser empregada no paisagismo de parques e praças públicas e áreas rurais.  Esta árvore é tão monumental e admirada que emprestou seu nome a cidades, ruas, palácios, parques, etc.

Como planta tolerante à luz direta é excelente para plantios mistos, por isso pode ser usada na revegetação de áreas desmatadas.O que tem sido feito para preservá-los.

jequitiba-branco

Jequitibá-branco

JEQUITIBÁ BRANCO

Está na lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo.

Outros nomes: jequitibá, estopa, jequitibá-rei, jequitibá-vermelho, jequitibá-rosa, cachimbeiro, jequitibá vermelho, pau-de-cachimbo, pau-estopa, mussambê, coatinga.

Nativa: Sul da BA, ES, RJ, SP, MG, GO, PR, SC, RS e AC.  Bolívia, Paraguai e Peru.

Chega a altura de 45 m, com tronco de até 120 cm de diâmetro.

Há no Rio de Janeiro um exemplar com 60 m de altura e mais de 6 m de diâmetro. Outro exemplar com 50 m de altura tem 7,10 m de diâmetro.

Suas sementes são muito apreciadas por macacos.

A madeira, leve, é usada na construção civil apenas em obras internas, pois é pouco resistente ao tempo.

Ornamental e de porte monumental, pode ser usada no paisagismo de parques, praças e áreas rurais.

Indispensável na revegetação de áreas desmatadas.

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Fruto do jequitibá, Foto: UFF

JEQUITIBÁ

Cariniana ianeirensis é uma espécie de planta lenhosa da família Lecythidaceae, cujo nome popular é jequitibá.

Nativa:Mata Atlântica do Rio de Janeiro, nas florestas da Tijuca e de Itaocara, e de São Paulo.

Está ameaçada  de extinção por perda de seu habitat, que fica muito próximo à área urbana da cidade.

A floresta da Tijuca é quase inteiramente protegida, mas buscas feitas em 1998 não encontraram espécimes desse jequitibá.

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Chaise Zonza, 2007

Designer: Eduardo Gomes Baroni

Madeira: jequitibá

Móveis Schuster

Foto: Blog do Rodrigo Barba

 

JEQUITIBÁ VERMELHO

Outros nomes: jequitibá, cachimbeira, cachimbo-de-macaco.

Nativa: GO, TO, MT.

Esta é bem menor que as anteriores. Sua altura chega até 18 m e o tronco chega até 80 cm de diâmetro.  Suas flores são de cor vermelha.

Suas sementes são muito apreciadas por macacos.

A madeira é usada na construção civil, e a casca para cordoaria.

Pode ser usada no paisagismo de parques, praças e áreas rurais.

Recomendada na revegetação de áreas ciliares desmatadas.

JEQUITIBÁ CRAVINHO

Está ameaçado de extinção. Teporariamente protegidio na Reserva de Linhares.

Nativa: ES.

Outros usos dos jequitibás: O tanino de sua casca é empregado no curtimento de couros, e sua casca também tem grande poder desinfetante. As propriedades bioativas de sua casca têm despertado a depredação de indivíduos milenares.  Os jequitibás pertencem a uma espécie vulnerável, em alguns lugares nativos, como no estado de Pernambuco, por exemplo, já em extinção.

 

Fontes:

Tropical Flora

UFF

Blog de Paisagismo Lopes

Biomania

 

********************************

Por causa do grande número de pessoas me contatando para saber como plantar um jequitibá, posto aqui o que encontrei na WEB a respeito e coloco duas fontes.  Muito obrigada pela atenção:

 

Como plantar um jequitibá:

 

Se você tem a muda:

 

Preste atenção ao tamanho da muda.  Quanto menor o vaso ou o saquinho onde está maior o cuidado.  Procure não se descuidar das regas. Sem água demais e sem deixar secar.  Exemplo, uma muda com 5 cm o ideal seria você transplantá-la para um vaso grande até que ela atinja um bom tamanho.  Por exemplo, seria conveniente  transplantar as mudas para uma lata de tinta de 20 litros, ou um recipiente semelhante, para que a muda possa se desenvolver bem, antes de colocá-la no solo.  

Se a muda é nova, procure um local com sol apenas por algumas horas na parte da manhã.  O jequitibá é uma árvore clímax, esse tipo de arvore prefere sombra para seu desenvolvimento inicial. 

Com o crescimento que é  acelerado, procure replantá-la em um vaso maior quando perceber que ela tem essa necessidade. Só a plante no chão quando já tiver um tamanho que não a deixe ser vítima de pisoteio ou sol a pino.

 

Um detalhe muitíssimo importante: escolha um local com bastante espaço para plantá-la porque cresce muito. Caso se esqueça desse detalhe, talvez tenha que arrancá-la mais tarde.

 

Resposta baseada em dados do site: http://www.ojardineiro.com.br

 

 

Colhida a semente:

 

Verifique o seguinte site de pesquisa do Embrapa:

 

http://www.cnpf.embrapa.br/publica/folders/JequitibaRosa_2004.pdf





5 de junho — Dia Internacional do Meio Ambiente

5 06 2009

preservando a naturezaIlustração: Maurício de Sousa





Plante uma árvore pela campanha da ONU!

21 05 2009

plantando, rega

Ilustração:  Maurício de Sousa

 

Hoje, graças a um comentário do jornalista Rogério Pacheco Jordão, cujo blog,  Entrementes,  aqui no wordpress é cheio de curiosas informações e algumas boas reflexões, fui alertada para um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o plantio de 7 milhões de árvores até o final deste ano.  

 

Este é um programa dependerá da participação ativa da população mundial, como maneira de incentivar líderes mundiais a construírem mais e novos acordos, com objetivo o combate efetivo da mudança climática no planeta.  Para alcançar a meta de árvores plantadas, precisamos do apoio de escolas, governos, empresário e cidadãos”, afirmou o Diretor Executivo do PNUMA [ Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], Achim Steiner.

 

Se você está interessado em participar, ou se acredita que sua escola, sua companhia, sua igreja, grupo escoteiro ou academia de ginástica, enfim que as pessoas de seu círculo social devam se interessar e participar,  o site da campanha: PLANT FOR THE PLANET é aqui.    Há um link para o site em português: Plantemos para o planeta.

 

Eu já me inscrevi, para a modesta soma de 5 árvores para serem plantadas em setembro de 2009.  Este é um número pequeno, mas que sei que poderei plantá-las sem grande sacrifício.  Se eu vier a plantar mais, será melhor para todos nós.  

 

Quando me inscrevi notei a participação não só de grandes companhias como de organizações pequenas e centenas de pessoas como eu e você, participando pela consciência de que é preciso que se faça algo o mais rápido possível.   Vá lá,  ponha o seu nome na lista, seja responsável e realmente plante esta árvore.  Ah, sim,  leve a idéia adiante!





Brasileiros caem para 2º em ranking de consumo ambiental

14 05 2009

borboletas na paisagem

Ilustração:  Maurício de Sousa.

 

Os brasileiros estão em segundo lugar em um ranking que avaliou a consciência ambiental e os hábitos de consumidores em 17 países. Em 2008, os brasileiros lideravam a lista, mas na nova edição do ranking o Brasil caiu uma posição e foi superado pela Índia.

 

A pesquisa foi feita através de questionários pela internet com 17 mil pessoas em 17 países. As perguntas eram sobre comportamento dos consumidores em relação a uso de energia, escolhas de transporte, fontes de alimentos, uso de produtos verdes e orgânicos, atitudes em relação ao ambiente e consciência sobre problemas ambientais.

 

Especialistas em ambiente analisaram as respostas e elaboraram o “Greendex 2009” (ou “Índice Verde 2009”). A pesquisa foi feita pela National Geographic Society e pela empresa GlobalScan.

Greendex 2009

  1. Índia
  2. Brasil
  3. China
  4. Argentina
  5. Coréia do Sul
  6. México
  7. Hungria
  8. Rússia
  9. Espanha
  10. Alemanha
  11. Suécia
  12. Austrália
  13. França
  14. Grã-Bretanha
  15. Japão
  16. Canadá
  17. Estados Unidos

 

Consumidores dos países emergentes foram considerados mais conscientes do meio ambiente do que os cidadãos de países desenvolvidos. Índia, Brasil e China lideram o ranking. Japão, Canadá e Estados Unidos ocupam os últimos lugares.

 

O Brasil foi o único país entre os 17 analisados que caiu no ranking deste ano em comparação com 2008. O resultado ocorreu devido a piores hábitos dos brasileiros em relação a consumo de comida, compra de bens e escolhas de transporte.  O pior resultado dos brasileiros, segundo os especialistas, foi no item sobre consumo de alimentos. O país ficou em 14º entre os 17 países.

 

A pesquisa mostrou que os brasileiros são o segundo maior consumidor de carne bovina, atrás apenas da Argentina. Cinquenta e sete por cento dos brasileiros disseram comer bife mais de uma vez por semana. Esse indicador é considerado negativo pelos especialistas, que afirmam que a produção de carne requer um consumo intensivo de água, causando danos ao ambiente.

 

O Brasil também recebeu uma avaliação pior este ano nas respostas sobre aquisição de bens. Os brasileiros ainda estão entre os consumidores que mais evitam comprar produtos que são nocivos ao ambiente, mas a quantidade de pessoas no Brasil com essa preocupação caiu em 11%, segundo o levantamento.

 

A boa posição do país no ranking deve-se aos hábitos domiciliares dos brasileiros, considerados os melhores entre os 17 países avaliados. Oitenta e nove por cento das pessoas que responderam ao questionário no Brasil moram em residências com menos de cinco quartos. Os brasileiros também estão usando mais fontes limpas de eletricidade e, graças ao clima tropical, não utilizam sistemas de aquecimento nas suas casas com a mesma frequência que consumidores dos outros países.

 

Fonte: BBC





BOAS NOTÍCIAS DO RECIFE!

29 04 2009

plantando_uma_rosa_65x45cm_-_2000

 

 

 

Um grupo de voluntários aproveitou o feriado de Tiradentes, na terça-feira da semana passada, para plantar várias espécies no município do Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. Cerca de 70 voluntários, a maioria crianças,  participaram do mutirão de reflorestamento.  Pelo menos 200 árvores típicas da Mata Atlântica foram plantadas em um terreno de oito hectares localizado na zona rural da comunidade de Vila do Rosário, área de preservação ambiental. Ao lado de cada muda, foi colocada uma placa com o nome de quem a plantou.

 

A psicóloga Goreti de Sá mora na região há 12 anos. Ela e outras duas pessoas tiveram a idéia de criar um centro de vivência ecológica para colocar em prática ações de preservação da natureza.

 

– Nossa intenção é mensalmente juntar um grupo de pessoas sensíveis à natureza e plantar árvores – explica.

 

O motorista de transporte público Gilberto Vasconcelos foi um dos coordenadores do mutirão.  Ele criou, há dois anos, o projeto “Adote uma árvore”. Ele sonha conseguir plantar em Pernambuco cem mil mudas de árvores. Com tanta gente ajudando, Gilberto Vasconcelos acredita que esse desejo pode virar realidade.

 

Quando eu decidi colocar essa estimativa de cem mil árvores plantadas, eu não imaginava a dimensão que esse projeto ia tomar. Muitos apoiaram esse projeto, comunidades, crianças e universitários. Espaço para plantar é que não vai faltar – diz.

 

O projeto Adote uma árvore foi criado pela preocupação de Gilberto Vasconcelos com a degradação do meio ambiente.  Seu objetivo é plantar 100 mil árvores na Região Metropolitana do Recife.

 

Para fazer essa ação solidária, o motorista, que mora do bairro de Aguazinha, conta com a ajuda dos passageiros. “Alguns passageiros que regulamente andam no meu veículo, juntam garrafas pet para ajudar no meu projetoAdote uma árvore – serviço ambiental”, explica.

 

As garrafas servem para separar as mudas das plantas e são recolhidas não só com os passageiros voluntários, mas também no lixo. “A questão de optar pelo uso das garrafas é para economizar. Um saco de muda custa R$ 0,20. Parece pouco, mas para quem pretende plantar 100 mil árvores é bastante. Onde eu iria arrumar R$ 20 mil para comprar só em saquinhos?

 

Eu tenho o maior prazer de fazer isso. Muitas pessoas perguntam por que eu gasto meu dinheiro com isso”, conta o motorista plantador de árvores. “Para mim não existe dinheiro que pague a satisfação de ver uma árvore nascer, crescer e purificar o ar que a gente respira”, disse.

 

 

Fonte: O Globo





Salvem os macacos bugios, no RS!

18 04 2009

macaco_bugio

 

Preocupado com a matança equivocada de macacos bugios no Rio Grande do Sul, um pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) decidiu lançar uma campanha para alertar a população. Nos últimos meses, a mídia gaúcha tem noticiado casos de pessoas que matam os bugios para prevenir a disseminação da febre amarela.

 

Sensíveis à doença, os macacos são os primeiros a adquiri-la, e a sua morte serve como um aviso para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação. “Algumas pessoas pensam que os bugios transmitem a febre amarela aos humanos, o que é totalmente errado”, explica o pesquisador Júlio César Bicca-Marques, autor da iniciativa e especialista em ecologia, comportamento, cognição e biologia da conservação de primatas

 

No dia 3, ele começou a enviar emails e contatar os órgãos de imprensa para falar sobre o problema e intitulou a campanha Proteja seu anjo da guarda. A idéia é espalhar a informação de que o agente transmissor é um mosquito, e não os macacos. O projeto tem o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre e outras instituições.

 

Por adoecerem primeiro, os primatas dão às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus. “Por isso, matá-los seria como dar um tiro que sairá pela culatra”, completa Júlio César.

 

Principais espécies de macaco do Rio Grande do Sul, os bugios preto e ruivo, que pesam 6 kg em média, vivem sob risco de extinção. Com o habitat natural reduzido pela substituição de florestas, eles já enfrentavam caçadores e comerciantes de animais silvestres antes de virarem alvo da população.

 

 

 

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Macaco Bugio.  Foto: Denis Ferreira Neto.

 

 

É importante lembrar que a febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus que é transmitido por mosquitos. Existem dois tipos: a febre amarela urbana, erradicada do Brasil por volta da década de 1960, e a febre amarela silvestre. Os vetores (agentes responsáveis pela transmissão) da forma silvestre são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, enquanto a forma urbana pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.

 

 

A febre amarela silvestre já provocou a morte de algumas pessoas e de muitos bugios em uma extensa área do Rio Grande do Sul desde o final de 2008. No entanto, ao contrário da maioria das pessoas, os bugios são extremamente sensíveis à doença, morrendo em poucos dias após contraí-la. Esses macacos já estão ameaçados de extinção no Estado devido à destruição de seu hábitat natural (as florestas), à caça e ao comércio ilegal de mascotes.

 

Os bugios NÃO transmitem a febre amarela para o homem e NÃO são os responsáveis pelo rápido avanço da doença no Estado. Eles são as principais vítimas. As mudanças climáticas e a degradação ambiental provocadas pelo homem são as principais responsáveis pelo recente aparecimento de inúmeras doenças infecciosas no Estado. Especialistas acreditam que o avanço da doença tem sido facilitado pelo deslocamento de pessoas infectadas ou pela dispersão dos mosquitos ou outro hospedeiro ainda desconhecido.

 

Esta é uma combinação de dois artigos escritos por Júlio César Bicca-Marques, Professor Titular, Grupo de Pesquisa em Primatologia da Faculdade de Biociências/PUCRS.

 





Árvores não resistem ao aquecimento…

15 04 2009

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A mais recente e triste revelação sobre o aquecimento global traz à luz um aspecto ainda muito pouco discutido pela população em geral: o desaparecimento das árvores  por causa do aumento das temperaturas locais.  Esta é a conclusão a que chegaram cientistas da Universidade do Arizona, nos EUA.  Eles descobriram que árvores expostas a temperaturas mais quentes do que as existentes no seu ambiente nativo foram menos capazes de tolerar a seca.  

 

Os cientistas fizeram uma pergunta simples: Será que as temperaturas mais altas fariam com que as árvores ficassem mais suscetíveis à seca?

 

Para estudar a tolerância das árvores a um aumento de temperatura, o biólogo David Breshears da Universidade do Arizona transportou 20 árvores maduras [pinheiros Pinyon] de um sítio em  Ojitos Frios, New Mexico, e mandou-as para Biosfera 2, aproximadamente 960 km de distância, para o deserto do Arizona, na região de Tucson.   

 

A Biosfera 2 foi construída para provar que seres humanos poderiam viver num ambiente fechado organizado em volta de um ecossistema fechado.  Mas o projeto teve seus problemas e hoje não é nada mais nada menos do que uma gigantesca estufa com micro zonas climáticas internas.  

 

 

 

 

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Biosfera 2, pinheiro pinyon.  Foto: Joe Martinez

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Henry Adams, que trabalhou com Breshears nesta pesquisa disse que eles colocaram as arvores em duas áreas:  uma, onde as condições climática lembravam as do Novo México,  e a outra onde a temperatura local era 5 ° C mais quente.  

 

Depois eles pararam de dar água para as árvores em ambos os locais.  “ O que vimos é que as árvores em locais mais quentes morreram  30% mais rapidamente do que as árvores que permaneceram em ambientes semelhantes ao seus originais,” disse Adams.

 

Essas descobertas estão publicadas no numero mais recente da publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

 

 

Este artigo foi livremente traduzido do portal da National Public Radio.  Para ver o artigo na sua totalidade, clique AQUI.