Neandertais mais sofisticados: uso de cosméticos maquiadores descoberto

9 01 2010

Uma equipe de pesquisadores disse que encontrou as primeiras evidências convincentes de que o homem de Neandertal pintava o corpo e usava bijuteria há 50 mil anos.    Conchas contendo resíduos de pigmentos usados para este fim foram encontradas em dois sítios arqueológicos em Múrcia, no sul da Espanha.

O arqueólogo português, João Zilhão, que lidera a equipe a partir da Universidade de Bristol, na Inglaterra, disse que foram examinadas conchas que eram usadas como utensílios para a misturar e armazenar pigmentos.  Bastões pretos com um pigmento à base de manganês podem ter sido usados como tinta para o corpo. Artefatos semelhantes foram encontrados na África no passado.  “(Mas) esta é a primeira evidência segura do uso de cosméticos“, disse o arqueólogo à BBC. “A utilização destas receitas complexas é novidade. É mais do que tinta para o corpo.”

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Os cientistas encontraram fragmentos de um pigmento amarelo que, segundo eles, pode ter sido usado como base para maquiagem.   Descobriram também um pó vermelho junto com manchas de um mineral negro brilhante.   Algumas das conchas, entalhadas e pintadas com cores fortes, podem, também, terem sido usadas como bijuteria.

Até agora, muitos especialistas acreditavam que só os seres humanos modernos usavam maquiagem como adorno ou para rituais.  Durante um período na pré-história Neandertais e humanos podem ter compartilhado a Terra, mas João Zilhão disse que a descoberta de sua equipe data de 10 mil anos antes do contato entre ambos e, portanto, ela não indicaria uma influência humana. Zilhão vê na prática do uso de pintura corporal e bijuteria um certo grau de sofisticação.

As pessoas têm que acabar com essa idéia de que os Neandertais eram débeis mentais“, afirmou. O estudo foi divulgado em Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Fonte: Terra





O homem da Idade da pedra já demarcava espaços para diferentes atividades

4 01 2010

A arqueologia não é só a busca por posses, habilidades e crenças de culturas antigas. Também se trata de espaços de habitação.   Escavações recentes em Israel parecem mostrar que ancestrais humanos da Idade da Pedra começaram, em um estágio surpreendentemente precoce, a organizar seus espaços habitacionais ao ar livre em grupos separados para diferentes atividades.

Uma área era usada principalmente para preparar e comer os alimentos, e outra, a mais de 7 metros de distância, era usada para a produção de ferramentas de pedra.   Arqueólogos que relataram as descobertas neste mês na revista “Science” disseram que ter áreas separadas para diferentes atividades indicava “um conceito formalizado de espaço habitacional, que muitas vezes reflete uma sofisticada cognição“.    A surpresa, segundo os arqueólogos, foi descobrir a evidência disso em um assentamento que foi ocupado há 790 mil anos. Esses padrões de vida e trabalho antes eram associados apenas ao Homo sapiens moderno e, portanto, um comportamento que só emergiu nos últimos 200 mil anos.

No relato, Nira Alperson-Afil e seus colegas observaram que “o uso moderno do espaço requer organização social e comunicação entre membros do grupo, e acredita-se que isso envolva parentesco, gênero, posição e habilidades“.    Alperson-Afil, arqueóloga da Universidade Hebraica em Jerusalém, e pesquisadores da Alemanha, Israel e Estados Unidos analisaram os resquícios de Gesher Benot Ya’aqov, no vale do rio Jordão, onde ancestrais humanos viveram na margem de um lago antigo. Níveis superpostos de artefatos indicavam que o local foi ocupado por um período de 100 mil anos.

Escavações dirigidas por Naama Goren-Inbar, também da Universidade Hebraica, já tinham exposto evidências, relatadas um ano atrás, de que ocupantes do local tinham a habilidade de produzir e controlar fogo. Se isso estiver correto, será o primeiro exemplo definitivo do controle da produção do fogo.    “É um local extraordinário“, disse Alison S. Brooks, professora de antropologia da George Washington University, sem envolvimento com o estudo. “Existem bem poucos locais como esse daquele tempo na África, Oriente Médio ou qualquer outra parte“.  Brooks disse que a evidência de uma lareira “implica um tipo de organização espacial no local“, mas alertou que arqueólogos teriam de estudar as descobertas antes de comentar sobre as interpretações.

A identidade dos ocupantes de Gesher Benot Ya’aqov é desconhecida; nenhum de seus restos mortais foi encontrado ali. Cientistas afirmam que eles podem ter sido Homo erectus, uma espécie que, segundo suposições, deixou a África mais de 1 milhão de anos atrás, ou uma espécie intermediária mais recente da família dos humanos.  A primeira evidência conhecida de ferramentas de pedra está associada a hominídeos que viveram há 2,6 milhões de anos no que hoje é a Etiópia.   A equipe de Alperson-Afil relatou que os ocupantes “produziam com habilidade ferramentas de pedras, abatiam e exploravam sistematicamente animais, coletavam plantas comestíveis e controlavam o fogo“. Rochas, madeira e outros materiais orgânicos queimados mostravam a presença de fogo em lareiras em locais específicos.

Dois coautores, Goren-Inbar e Gonen Sharon, explicaram por e-mail que, se esses fossem o resultado de fogo natural, “esperaríamos que sua distribuição fosse similar à distribuição geral de artefatos de pedra e outros materiais, e não agrupados como estão“.    Na parte norte do local, arqueólogos encontraram uma concentração de fragmentos –pedaços de rochas, ferramentas de pedra para cortar e raspar usadas na preparação de alimentos, pedaços de cascos de caranguejos e espinhas de peixes, várias sementes, nozes, grãos e fragmentos de madeira. O material queimado sugeria a existência de uma lareira ali.

Embora a lapidação da pedra ocorresse de forma abundante na área, presumivelmente relacionada à produção de fogo, a maioria das peças de rochas queimadas foi coletada na parte mais ao sul do local, onde os arqueólogos afirmaram que havia evidências definitivas de lareira. A densidade de artefatos de basalto e calcário mostrou que ali era o centro de produção de ferramentas.  Entre os dois centros de atividade, disseram os pesquisadores, parecia haver apenas artefatos dispersos, nada que sugerisse como a área era usada.  Goren-Inbar e Sharon disseram que “o fato de reconhecermos zonas de atividades e definirmos como algumas das atividades aconteciam já é uma grande descoberta por si só“.

FONTE:  Folhaonline





Novas descobertas de tumbas em Saqara, ao sul de Cairo

4 01 2010

Arqueólogos no local das novas descobertas em Ras al Gesr.

 

Uma equipe de arqueólogos egípcios descobriu dois túmulos construídos há 2.500 anos.  Localizados na zona de Ras al Gesr, estes são os túmulos mais antigos encontrados até o momento no sítio arqueológico de Saqara,  a 25 quilômetros ao sul da cidade do Cairo.

Os mausoléus estão enterrados e têm gravuras em vários de seus muros, segundo detalha uma nota do Conselho Supremo de Antiguidades (CSA), divulgada hoje. Uma das duas construções é a de maior dimensão encontrada na região e inclui inúmeros corredores, quartos e salas, explicou Zahi Hawas, secretário-geral do CSA.

Este túmulo é precedido por duas grandes fachadas, parte em deterioração e outra de tijolo, conforme o comunicado. Dois dos quartos, que estão cheios de  material de construção e de terra, levam a uma sala em que,  no seu interior, foram achadas diversas ossadas e vasilhas de cerâmica.

Foto: EFE,  os mausoléus estão enterrados e têm gravuras em vários de seus muros.

Numa outra sala, pequena,  foi descoberto um poço com profundidade de sete metros. Na parte norte do túmulo, também foram encontradas várias múmias de falcões que estão em um bom estado de conservação. Conforme Hawas, o túmulo foi utilizado em mais de uma ocasião e provavelmente depredado no século V depois de Cristo.

Na segunda sepultura, de menores dimensões, embora também seja composta por várias salas, foram encontradas inúmeras vasilhas de cerâmica. O especialista em arqueologia revelou sua satisfação com as descobertas, uma prova que a região de Saqara, onde fica a pirâmide escalonada de Zoser, ainda guarda muitos segredos.

FONTE Terra





Descoberta de 125 sarcófagos merovíngios na França

23 12 2009

Foto: AFP, Associated French Press

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 Uma cripta merovíngia (séculos V a VIII)  e 125 sarcófagos foram descobertos em ótimo estado de conservação junto com vestígios de uma igreja funerária da abadia de Luxeuil-les-Bains.  Este é um dos lugares mais ricos da França no estudo arqueológico dos séculos VII ao X.

Essa descoberta mostra uma concentração de sarcófagos inigualável na parte leste do país.    Os sarcófagos de pedra, estão em condições excepcionais de conservação de acordo com o pesquisador Sébastien Bully.    A cripta externa, conhecida com Saint Valbert,   nome do terceiro abade de Luxeuil, foi trazida à tona em ótimo estado de conservação. “Poucas criptas  deste tipo foram encontradas na França”, diz Sébastien Bully, continuando “a partir desta abadia em Luxeuil, fundada no século VI pelo monge irlandês Colomban,  monges e abades viajaram por toda a Europa para fundar outros locais de culto.”

Mapa da França Merovíngia.

 

“Dos séculos VII ao X, Luxeuil era uma verdadeira capital monástica que se expandiu além dos limites regional e nacional, tornando-se uma verdadeira referência para os monastérios do Ocidente,” continuou ele.  A escavação, que compreende 650 m2, começada em 2008 está prevista para se desenvolver até janeiro de 2010 e  permitiu que se estabelecesse a sucessão dos diversos dos usos e prédios no mesmo lugar:  um centro urbano do século II, uma necrópole pagã do século IV, uma basílica paleo-cristã dos séculos V e VI preenchem uma parte dos sarcófagos e em seguida a cripta de Saint Valbert do ano 670.  Esta reconstruída RR modificada ao longo dos séculos seguintes.  A igreja foi finalmente destruída depois da Revolução Francesa em 1797. 

Em meados de dezembro, Michel Raison, prefeito de Luxeuil-les-Bains, pediu que as descobertas fossem protegidas como patrimônio  histórico.  Um museu no local está sendo projetado.   

Tradução e adaptação, Ladyce West

Fonte:  AFP através do Mondial.





Novo dinossauro, Tawa hallae

12 12 2009

Uma nova espécie de dinossauro foi encontrada no estado de Novo México, Estados Unidos da América.   Os fósseis revelaram que os dinossauros carnívoros habitavam o planeta há 230 milhões de anos.   O estudo agora publicado na revista «Science» vem também apoiar a hipótese de que os estes antigos senhores da Terra apareceram originalmente no território que hoje ocupa a América do Sul e que pouco depois se dispersaram pelo resto do mundo, que na época era um só continente, a Pangeia.
A  imagem acima mostra a reprodução de um novo dinossauro, chamado “Tawa hallae”, que viveu no período triásico.
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Sterling Nesbitt, investigador da Universidade do Texas, liderou a equipe que estudou o esqueleto praticamente completo deste dinossauro que media 70 centímetros de altura e dois metros de comprimento, do focinho à cauda.

A descoberta desta espécie, batizada como Tawa hallae (em homenagem aos indígenas sul-americanos Hopi que chamam Tawa ao seu deus do Sol) preenche uma lacuna de ligação entre o grupo de grandes carnívoros do período Jurássico, os terópodos Tiranossauro rex e o velociraptor, e os seus ancestrais, como o herrerassauro.

As duas espécies – o Tawa e o herrerassauro – compartilham muitos traços, especialmente em relação à morfologia da cintura. No entanto, o Tawa tem características dos terópodos que não existem no herrerassauro, como bolsas de ar localizadas ao longo da espinha dorsal.  Quando a espécie evoluiu para os neoterópodes do período Jurássico, foram mantidas algumas características comuns a todas as espécies, como as grandes mandíbulas, dentes de carnívoros e alguns traços pélvicos.

Os fósseis, encontrados em 2004 na zona de Ghost Ranch, oferecem também pistas de como estes animais se dispersaram pelo planeta.   Há mais de 200 milhões de anos, no período Triásico, os dinossauros viviam no supercontinente Pangeia que mais tarde se fragmentou para dar origem aos continentes tais como hoje são conhecidos.

Os investigadores acreditam que os grandes grupos dos primeiros dinossauros puderam passar para a parte da Pangeia, que se tornou a América do Norte, no fim do período Triásico. Por alguma razão, apenas os carnívoros se adaptaram ao clima norte-americano.

Artigo: A Complete Skeleton of a Late Triassic Saurischian and the Early Evolution of Dinosaurs

 FONTE:  CIÊNCIA HOJE, PORTUGAL





Achados na Escócia colares de ouro da Idade do Ferro

10 12 2009

Foto: Getty

 

 

Na Escócia, David Booth, um caçador de tesouros amador, empregado como chefe do departamento de caça de um safári local -Blair Drummond Safari Park- , encontrou jóias de ouro da antiguidade estimadas em 1 milhão de libras esterlinas.  Elas estavam enterradas em um campo perto da cidade de Stirling.  Ele as achou usando um detector de metais.   O grupo das jóias, mostrado ao público no início do mês passado, numa exposição no Museu Nacional da Escócia, foi classificado como a descoberta mais importante da Idade do Ferro, já encontrado no país. 

O achado é composto de quatro colares de ouro datando do período entre os séculos I e III a.C.  Três deles estão em condições quase perfeitas, enquanto que o quarto apresenta alguns desgastes.  Dois colares tem como modelo a chamado “ cordão torcido” que era uma maneira de fazer uma jóia com fios rígidos de ouro torcido; uma maneira já conhecida na época, neste local.   O terceiro colar foi feito de uma maneira associada ao artesanato da época do sul da França, e até hoje o único exemplar desse tipo encontrado na Escócia.  O quarto colar mostra técnicas de manufatura – como o trançado de fios de ouro – encontrado só nos países mediterrâneos ou de grande influencia mediterrânea.   Provavelmente esses colares pertenceram a uma pessoa influente,  um líder local, poderoso,  que ao se vestir com essas jóias mostraria sua importância e riqueza.  Além disso, elas mostrariam também a habilidade de seu dono de negociar ou de conquistar outros povos, outras gentes, particularmente os povos estabelecidos no continente europeu.

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Uma comissão de arqueólogos deve agora avaliar as jóia.  De acordo com a lei escocesa, quaisquer objetos arqueológicos encontrados na Escócia pertencem à Coroa britânica.  Mesmo assim David Booth deve receber uma boa quantia como prêmio pelo achado: a tradição leva a crer que a quantia corresponda ao valor do achado. 

Mapa da Escócia com a localização de Stirling onde as jóias foram encontradas.

 

Ainda não se sabe ao certo quando essas jóias estarão à mostra para o público.   A data será estabelecida pelo Comitê de Apoio às Descobertas Arqueológicas da Escócia [Scottish Archaeological Finds Advisory Panel] que no momento auxília os arqueólogos locais a melhor explorarem o sítio arqueológico descoberto por David Booth.  As jóias foram encontradas a apenas 15 cm de profundidade.  Disse o descobridor que só se lembrava que a área — terras particulares para as quais tinha permissão de vasculhar com sua máquina detectora de metais — era conhecida por sítios arqueológicos da Idade do Ferro, mas que não lhe passava pela cabeça que pudesse encontrar algo de tanta grandiosidade.

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Foram encontradas cinco peças todas datando do mesmo período [ 300 -100 a.C. ]:  duas são fragmentos de um único colar, que foi feito no estilo desenvolvido no Sudoeste da França: caraterístico pelo círculo duro, fechado com uma dobradiça e um fecho.  No entanto, a peça que tornou os arqueólogos mais excitados foi o colar que apresenta decorações em cada ponta, feito por 8 arames de ouro alçados juntos, e embelezados por finíssimos fios e correntes.  Essa técnica aparece definitivamente só as áreas do Mediterrâneo.  Assim, esses colares, só por terem sido descobertos, já estão re-escrevendo a história local.  Eles mostram que havia mais conexões entre as tribos escocesas – tradicionalmente vistas como muito isoladas – e outras tribos da Idade do Ferro no coração da Europa.





Fóssil na África do Sul pode explicar tamanho dos dinossauros

16 11 2009

aardonyx celestaeAardonyx celestae

 

 

Cientistas da África do Sul comemoraram a descoberta de um enorme dinossauro, Aardonyx celestae, que antecede os gigantes do período Jurássico.   Os ossos recém-descobertos — um dinossauro de espécie até agora desconhecida —   mostram que ele caminhava sobre as patas traseiras, mas podia adotar uma postura quadrúpede .  O Aardonyx,  era vegetariano e caminhava na maior parte do tempo ereto.  Mas a forma de seus ossos no antebraço mostra que ele era capaz de usar as quatro patas, dividindo assim o peso num maior número de pontos do apoio.

A criatura tinha mais do que 20 metros de comprimento e seis metros de altura no quadril.  Pesava, aproximadamente, 500 kg, ou meia tonelada.   Este fóssil foi descoberto em uma fazenda perto de Belém, no Estado Livre, na África do Sul.  Sua idade está estimada em 195 milhões de anos.  Esta descoberta possivelmente ajudará no conhecimento de como os enormes saurópodes — os maiores animais que já habitaram a Terra –  evoluiram.

Este é, sem sombra de dúvida, um novo tipo de dinossauro, que nunca vimos antes e que tem uma posição significativa na árvore da família dos dinossauros, disse o paleontólogo australiano Adam Yates.  Yates liderou a investigação do Price Bernard Instituto de Pesquisa Paleontológica na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.  A equipe formada  por diversos cientistas africanos e de outras partes do mundo, levou mais de dois anos desbastando a pedra que cercava o fóssil. Os resultados estão publicados  na revista britânica  Proceedings of The Royal Society B.

aardonyx celestae, yates

O paleontólogo Adam Yates  descreve  a descoberta de sua equipe na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.  

Yates disse que o animal tem muitas características dos herbívoros que andavam sobre duas patas, bem como características de seus descendentes. Esses saurópodos, conhecidos popularmente como brontossauros, cresceram até tamanhos enormes e passaram a ser totalmente quadrúpedes.  A nova descoberta revela um estágio intermediário na evolução dessas criaturas, disse Yates. O aardonyx nos deixa vislumbrar a evolução até o animal  se tornar um saurópodo.

O nome do gênero é uma combinação das palavras terra do africâner:  aard. E do grego para garra: ônix.  Porque entre as primeira partes descobertas desse dinossauro  estavam as garras incrustadas com terra.





Descoberto esqueleto de dinossauro herbívoro gigante em SP

6 10 2009

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Os Saurópodes

 

Restos de um dos gigantes brasileiros da Era dos Dinossauros estão vindo lentamente à tona em Marília (444 km a noroeste de São Paulo). Tudo indica que se trata de um saurópode, dino pescoçudo e comedor de plantas que pode ter chegado a 13 metros.

O esqueleto de dezenas de milhões de anos apenas começou a ser exposto, mas há esperança de que boa parte do animal ainda esteja por lá, porque as vértebras achadas até agora estão articuladas, ou seja, unidas umas às outras na posição que ocupavam em vida.

Esse fato é um golpe de sorte relativamente raro na paleontologia brasileira, contou à Folha o responsável pela descoberta, William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília.

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Saurópodes: tamanhos relativos.

 

Como temos parte da região pélvica [do quadril] preservada e associada às vértebras dorsais, estamos escavando agora na direção da cabeça do bicho. Tudo indica que poderemos achar as vértebras cervicais, do pescoço, e também o crânio preservado sob as camadas de arenito, o que seria fantástico. Essa é a nossa expectativa“, afirma Nava, um dos mais ativos caçadores de fósseis do interior de São Paulo.

As primeiras pistas do saurópode surgiram no último mês de abril, quando a presença de conchas fossilizadas de bivalves (moluscos como as atuais ostras) chamou a atenção de Nava. “Resolvi investigar o barranco que margeia o acostamento da estrada e vislumbrei diversos fragmentos ósseos despontando na rocha, mas bastante escurecidos, indicando que estavam há um bom tempo expostos“, conta ele.

Essa coleção inicial de restos, por si só, já parecia interessante: havia vértebras da cauda, costelas e dois outros ossos grandes (um deles provavelmente corresponde ao fêmur). Um pouco mais de trabalho revelou a presença de duas vértebras articuladas, medindo, cada uma, cerca de 20 cm. “Quando se encontra material articulado a tendência é nos concentrarmos nele, devido justamente à escassez dele“, explica Nava.

 

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Concepção artística de saurópodes, ordem à qual provavelmente pertenceu o fóssil achado em Marília (444 km a noroeste São Paulo)

 

Ele repassou as informações sobre a escavação ao paleontólogo Rodrigo Santucci, da UnB (Universidade de Brasília), que é especialista em saurópodes. Conforme o trabalho avançar, Santucci será capaz de determinar se o animal era um titanossaurídeo (principal grupo de saurópodes do país, caracterizados pela presença de “calombos” ósseos em seu couro) e avaliar se a espécie ainda não é conhecida da ciência.

Antes disso, porém, Nava está planejando a retirada do material da encosta, o que pode se transformar numa operação longa e delicada. A idéia é extrair todo o bloco contendo os ossos até agora encontrados e outros ainda encobertos por rocha. O trabalho no local também trouxe à tona o crânio e a mandíbula de um parente extinto dos jacarés e crocodilos.

Texto:  REINALDO JOSÉ LOPES

Fonte:  Folha On Line





Arqueólogos descobrem afrescos e tumbas romanas no Líbano

5 10 2009

libano

O embaixador japonês no Líbano, Koichi Kwakawi (esq.), observa gruta com as paredes cobertas de afrescos da época romana.

 

Sete arqueólogos japoneses da Universidade de Nara encontraram no sul do Líbano uma gruta com as paredes cobertas de afrescos que datam da época romana, com sepulturas.

A gruta, em Borkh al-Shemali, ao leste da cidade costeira de Tiro (85 km ao sul de Beirute), “contém seis tumbas que pertencem a uma família romana”, destacou Nader Siqlawi, arqueólogo da Direção Geral de Antiguidades do Líbano.

 As paredes estão decoradas com afrescos que representam vegetais, animais e pássaros multicoloridos”, completou.

 Fonte: TERRA





Vítimas da Guerra de Tróia encontradas?!?!

23 09 2009

Tiepolo, Trojan war

A procissão do Cavalo de Tróia em Tróia, 1773

Giovanni Domenico Tiepolo, ( Veneza, 1724-1804)  

Óleo sobre tela

National Gallery,  Londres

 

 

Arqueólogos turcos encontraram restos mortais de  duas pessoas: um homem e uma mulher que acreditam poder terem morrido por volta de 1200 a.C., na época da lendária guerra de Tróia, disse nesta terça-feira, 22, o professor alemão Ernst Pernicka, da Universidade de Tübinga, que comanda escavações no sítio arqueológico do noroeste da Turquia.   Pernicka afirmou que os corpos foram achados próximos de uma linha de defesa dentro da cidade, construída no final da era do Bronze.  

Isso pode ajudar a comprovar que a parte baixa de Troia no final da era do Bronze era maior do que se imaginava, alterando as percepções dos acadêmicos a respeito da cidade descrita na Ilíada, de Homero.   “Em poucas semanas saberemos a época exata de sua morte e suas idades aproximadas.  Se os restos forem confirmados como sendo de 1200 a.C., isso iria coincidir com o período da guerra de Troia.  Essa gente foi sepultada perto de um fosso. Estamos conduzindo um teste de radiocarbono, mas a descoberta é eletrizante“, disse Pernicka. “ Se nossas estimativas estão corretas, poderemos afirmar que encontramos as primeiras vítimas da guerra de Tróia“, acrescentou Aslan. A guerra de Tróia é um dos eixos centrais da Ilíada e da Odisséia, do poeta grego Homero.

A antiga Tróia, na entrada do estreito de Dardanelos, relativamente próximo da zona sul de Istambul, foi encontrada na década de 1870, pelo empreendedor e arqueólogo alemão Heinrich Schliemann.   Pernicka disse que cerâmicas encontradas perto dos corpos, que estavam sem as partes inferiores, eram confirmadamente de 1200 a.C., mas que o casal pode ter sido enterrado 400 anos depois em um cemitério na camada que os arqueólogos chamam de Tróia 6 ou Tróia 7, das diferentes camadas das ruínas de Tróia.

Dezenas de milhares de turistas visitam anualmente as ruínas de Tróia, onde uma enorme réplica de madeira do famoso cavalo de Tróia está exposta ao lado de várias ruínas escavadas.

Fonte:  Estadão on line