Descoberta arqueológica: provável centro administrativo de Ur

7 04 2013

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Esta foto, distribuída pela Universidade de Manchester, mostra a placa de barro com um fiel se aproxiamndo de um local sagrado.Foto: AP

Nessa semana arqueólogos britânicos revelaram  ter encontrado um complexo de construções nas proximidades de onde se situava a antiga cidade de Ur, no Iraque.  A estrutura de 4 mil anos provavelmente serviu como um centro administrativo de Ur, capital da Suméria, uma civilização que surgiu há 5 mil anos na Mesopotâmia.   As descobertas do grupo inglês são do período em que Abraão teria vivido no local.

O local está a 20 Km do local onde Sir Leonard Woolley descobriu as fabulosas “Tumbas Reais” de Ur nos anos 20 do século passado.  Nessa época as descobertas surpreenderam o mundo pela construção de alguns salões erguidos à volta de um pátio.  Ur, como sabemos, foi  o último local de residência das dinastias reais do povo sumério, uma civilização fundadora das mais antigas cidades do mundo.

A escavação, que foi feita por cientistas da Universidade de Manchester, liderada  pelo Professor  Stuart Campbell e Dr Jane Moon, revelou uma área do tamanho aproximado de um campo de futebol, ou melhor, 80 metros em cada lado.  O local da pesquisa foi determinado por imagens de satélite, antes mesmo das escavações começarem. Descobertas desse tamanho e tão antigas são raras.

Os objetos encontrados devem ajudar a esclarecer a história das civilizações que ocuparam a região na Antiguidade.  O local, hoje árido e de aspecto desolador, foi o lugar de nascimento das cidades.  Os objetos encontrados foram provisoriamente datados  em aproximadamente 2.000  a.C., ou seja,  da época em que a cidade de Ur foi saqueada e a  última dinastia real da Suméria caiu.

 As escavações começaram no mês passado com seis arqueólogos britânicos e quatro pesquisadores iraquianos na província de Thi Qar, a cerca de 320 quilômetros ao sul de Bagdá. Uma das descobertas é uma placa de uma pessoa com uma túnica esvoaçante se aproximando de um templo: provavelmente um fiel  em culto religioso.  Em seguida o grupo irá analisar os restos de plantas e de animais encontrados no local para ajudar no entendimento sobre os materiais naturais comercializados na época.   A região tinha grande vitalidade econômica há 4.000 anos.  O terreno, provavelmente  pantanoso, porque o Golfo começava muito mais ao norte, proporcionava matéria prima para o comércio marítimo  que era vultuoso:  riquezas naturais eram trocadas entre a Índia e os países da Península Árabe.

De acordo com o arqueólogo britânico, a missão só foi possível graças à relativa estabilidade no sul do país. O time de Campbell é o primeiro grupo de cientistas britânicos a fazer escavações no Iraque desde a década de 1980.

FONTES: TERRA e PHYS-ORG





Tesouro do século XVI encontrado em velho sapato na Holanda

25 02 2013

Tesouro, willy pogany, Tisza Tales

Tesouro, ilustração de Willy Pogany para os Contos de Tisza.

Deve ter sido o medo da perseguição católica que levou o dono de um pequeno tesouro em moedas de prata a enterrá-las dentro de um sapato, na época da Revolta Holandesa, ou como alguns chamam, na época da Guerra dos Oitenta Anos.   Entre 1568 e 1648 o território que é hoje ocupado pela Holanda e parte da Bélgica e que pertencia à Espanha, lutou por sua independência. Os calvinistas que habitavam em grande número o território dos Países Baixos queriam poder manter sua independência religiosa, garantida até então, e temiam que os reis de Espanha viessem a exigir afiliação total ao catolicismo. Esse espírito de revolta foi muito ajudado pelos altos impostos e desemprego generalizado que maltratavam a população. Foram oitenta anos de batalhas e lutas que acabaram com a assinatura do Tratado de Westfália em 1648 e com a unificação e independência da Holanda.

moedasprataholandaefe1Foto agência EFE.

Isso justificaria a causa de se esconder uma coleção – uma pequena fortuna – de 477 moedas dentro de um sapato enterrado no solo. Pouco se sabe sobre essas moedas ou sobre seu dono.  Sabe-se, no entanto que essas economias, foram enterradas depois de 1592, porque essa é a data da mais recente moeda no grupo.  O tesouro conta com grande variedade de moedas de prata: a mais antiga é de 1472 enquanto qu e a mais recente foi cunhada em 1592.

moedasprataholandaefe3Foto agência EFE

Os arqueólogos holandeses encontraram as 477 moedas de prata enterradas na prefeitura de Roterdã, segunda maior cidade do país.  Perguntado sobre o achado, o prefeito da cidade, Ahmed Aboutaleb, se mostrou surpreso com a descoberta e disse que “nunca antes um grupo de arqueólogos tinha descoberto um sapato recheado de dinheiro“. Ainda não foi divulgado o valor atual das moedas encontradas, estima-se em alguns milhares de Euros.

Fonte: Terra





Descoberta cerâmica chinesa datando de 20.000 anos

29 06 2012

Fragmento de cerâmica encontrado na caverna Xianrendong em Jiangxi, sul da China.

Fragmentos de cerâmica foram encontrados em uma caverna no sul China.  E foi confirmado terem 20.000 anos de idade, tornando-os,  como um todo, a mais antiga cerâmica conhecida no mundo, dizem arqueólogos.

Essas descobertas juntam-se aos esforços recentes em que foram datadas pilhas de cerâmicas no leste da Ásia, mostrando idades superiores a 15.000 anos.  Essa descoberta refuta  as teorias convencionais de que a invenção da cerâmica se correlaciona ao período de cerca de 10.000 anos atrás, quando os seres humanos deixaram  a caça para se tornarem agricultores.

Outro fragmento de cerâmica encontrado em Jiangxi, sul da China.

A pesquisa, feita por uma equipe de cientistas chineses e americanos,  também mostra que o surgimento da cerâmica  é mais antigo do que o que se acreditava, demonstrando sua existência entre os homens  já na última idade do gelo.

As descobertas parecem apontar para uma nova direção na investigação das sociedades humanas mais antigas.  Ainda se precisa ter uma compreensão da mudança do desenvolvimento humano passando dos hábitos de caça e pesca para o uso da agricultura.  É uma mudança  sócio-econômica  que aconteceu entre 25.000 a 19.000 anos atrás levando ao aparecimento de sociedades sedentárias agrícolas.

Fragmento de cerâmica encontrado em Jiangxi, sul da China.

Wu Xiaohong, professor de arqueologia e museologia na Universidade de Pequim, enquanto explicava os esforços de datação por radiocarbono,  salientou a importância desse achado, lembrando que até agora só se pensava que a cerâmica fora inventada após a transição para a agricultura.  A partir dessa descoberta  e com a certeza de que a datação está correta e fartamente corroborada, chega-se a um  momento de rever os conceitos do desenvolvimento humano até agora preconizados.

FONTE: The Guardian





Um tesouro de joias encontrado em Tel Megiddo, Israel

23 05 2012

Joia encontrada em Tel Megiddo, Israel, em um jarro de cerâmica, enterrado há 3.000 anos.

Arqueólogos da Universidade de Tel Aviv apresentaram ao público, no início dessa semana, um tesouro encontrado em um jarro envolto em tecidos e escondido em uma casa no norte de Israel  há mais de 3.000 anos atrás.  O jarro, escavado de uma casa em Tel Megiddo, no Vale de Jezreel no norte de Israel, é um lugar incomum para encontrar joias, de acordo com os arqueólogos da Universidade de Tel Aviv. Entre as peças está um belo par de brincos decorados com cabras selvagens.

Primeiro foi encontrado o jarro de cerâmica, em 2010.  Datando de aproximadamente  1100 a.C.  O jarro havia provavelmente pertencido a uma mulher cananéia, que talvez morasse na casa. Canaã era uma região histórica formada pelo que hoje é  Israel, Palestina, Líbano e partes da Síria e da Jordânia. Tel Megiddo era uma importante cidade-estado nesta região até o século X a.C.

Vasilha de cerâmica em que as joias estavam escondidas, século X a.C. Foto cortesia Megiddo Archological Team.

Segundo o Prof. Israel Finkelstein, do Departamento de arqueologia e culturas do oriente médio da Universidade de Tel Aviv, o jarro foi encontrado em 2010, mas permaneceu por limpar, enquanto aguardavam uma análise molecular do seu conteúdo. Quando  a equipe foi finalmente capaz de lavar a sujeira, encontrou peças de jóias, incluindo um anel, brincos e pérolas, escondidas no bojo do vaso.

Os pesquisadores acreditam que a coleção, que foi descoberta nas ruínas de uma casa particular na zona norte de Megiddo, pertence a um período de tempo chamado “Idade do Ferro  I,” e que pelo menos algumas das peças podem ter sua origem no Egito. Alguns dos materiais e desenhos apresentados nas joias, incluindo contas feitas de cornalina, pedra semi preciosa, são consistentes com desenhos egípcios da mesma época.

Tel Megiddo, Foto: Rafael Ben-Ari.

Quando os pesquisadores removeram o jarro de cerâmica a partir do local da escavação, eles não tinham ideia de que havia alguma coisa dentro. As joias foram bem preservadas e haviam sido envoltas em tecidos, mas as circunstâncias que as rodeiam são bastante misteriosas.  É quase certo de que o jarro não fosse o lugar de guardar as joias normalmente. “É claro que as pessoas tentaram esconder a coleção, e por algum motivo eles não foram capazes de voltar para buscá-lo.” — concluiu  o Prof Ussishkin que notando que os proprietários poderiam ter morrido ou sido obrigados a fugir.  Ele acredita que esta tenha sido uma coleção de joias de uma mulher de Canaã, que morava nessa casa.

Contas de ouro e cornelia encontradas junto às joias. Foto cortesia Megiddo Archological Team.

A variedade das joias também é fora do comum. Embora a coleção inclua um número brincos comuns, em forma de lua crescente, de origem de Canaã, os arqueólogos encontraram também  conjunto de itens de ouro e um número de contas feitas de cornalina, pedras semi preciosas cujo uso era frequente na fabricação de joias egípcias naquela época. Isso aponta para uma forte conexão egípcia, seja em influência ou origem. Essa conexão não seria surpreendente, segundo o professor Cline, que afirmou que as interações entre o Egito e Tel Megiddo são bem conhecidas durante a Idade do Bronze e a Idade do Ferro.

Quatro pares de brincos de ouro em forma de crescente.

O item mais notável, de acordo com os pesquisadores, é um brinco de ouro com padrão de peças moldadas na forma de cabras selvagens. “Para itens exclusivos, como esse, trabalhamos para encontrar paralelos para ajudar a colocar os itens em suas corretas configurações culturais e cronológica, mas, neste caso, ainda não encontramos nada“, dizem os pesquisadores.

Anel com um desenho gravado de peixe. Foto cortesia Megiddo Archological Team

Este achado adiciona outro aspecto fascinante a este sítio arqueológico: Tel Megiddo era uma  importante cidade-estado de Canaã,  até o início do século X a.C.  e um centro muito importante do Reino do Norte de Israel nos séculos IX e VIII a.C.  Esse é um sítio arqueológico com multicamadas, de vários períodos de tempo claramente diferenciados, e neste período, existem de 10 a 11 estratos bem datados através da análise de radiocarbono. “Essa sequência de datas de radiocarbono não existe em nenhum outro lugar na região“, diz o professor Finkelstein.

Outro ângulo do espetacular brinco de cabras encontrado no vasilhame.

A camada em que a joia foi encontrada já foi datada do século XI a.C., logo após o fim do domínio egípcio no século XII a.C. Ou a joia foi deixada para trás na retirada egípcia ou as pessoas que possuíam as joias foram influenciadas pela cultura egípcia. Os pesquisadores esperam que a análise dos tecidos em que as joias foram embrulhadas e das joias propriamente ditas, possam dizer-lhes mais sobre as origens da coleção. Se o ouro é puro em vez de uma mistura de ouro e prata, por exemplo, será mais provável que essas joias tenham vindo do Egito, uma região que era pobre em recursos de prata, mas rico em ouro.

FONTE: SCIENCE DAILY





Novas descobertas em Israel confirmam o templo e o palácio do Rei Davi?

15 05 2012

Iluminura, letra D, com Rei Davi.  Época Medieval, sem indicação mais precisa.

Arqueólogos israelenses encontraram várias peças de culto religioso em um sítio arqueológico perto da cidade de Beit Shemesh, a 35 Km de Jerusalém.  Essas peças poderão ser a evidência de um culto em Judá na época do Rei David, e trazem com elas implicações sobre o Templo de Salomão, permitindo interpretar a descrição que a Bíblia faz dos reinados de Davi e Salomão.

Durante recentes escavações arqueológicas em Khirbet Qeiyafa, uma cidade fortificada de Judá, adjacente ao vale de Elá, o Professor Yosef Garfinkel, da Universidade Hebraica de Jerusalem e seus colegas descobriram rico material arqueológico: conjuntos de pedra, cerâmica e ferramentas de metal, e arte, além de objetos de culto.  Incluidas também estão três grandes salas que serviam de santuários, que em sua arquitetura parecem corresponder à descrição bíblica de um local para cerimônias da época do rei Davi.  Entre esses objetos está a descoberta, pelo professor Garfinkel e por Saar Ganor, da Direção Israelense de Antiguidades, de caixas de pedra bem talhadas, de 20 a 35 centímetros de altura, usadas para conservar objetos sagrados.

O desenho meticuloso corresponde a descrições do palácio e do templo de Salomão, feitas na Bíblia“, diz Garfinkel, que está há cinco anos escavando em Khirbet Qeiyafa, também conhecida como Fortaleza Elá.   Este é o local de uma antiga cidade, as ruínas da fortaleza foram descobertas em 2007, perto da cidade de Beit Shemesh, a 20 quilômetros de Jerusalém . A fortaleza de Elá, tem coisa de  2,3 hectares  rodeados por um muro de pedra e fica numa posição  estratégica entre as cidades filisteias e Jerusalém, ou seja, na antiguidade era um local  importante no Reino de Judá, ao longo da estrada principal de Filístia.

Vista aérea do sítio arqueológico da cidade de Khirbet Qeiyafa,  com sua muralha.

Esses modelos — as miniaturas — de 3.000 anos de antigos santuários estavam entre os artefatos encontrados que parecem  dar um novo suporte para a veracidade histórica da Bíblia.  Não são mais do que caixas com uma espécie de pórtico e têm a aparência descrita no primeiro livro de Reis, para a arquitetura do Templo.  Elas foram achadas em casas particulares da cidade e mantêm as mesmas proporções  das casas de Jerusalem em que a altura é exatamente o dobro da largura.  Essa proporção remete às cidades bíblicas e possivelmente a Shearaim e a Jerusalém  da época de Davi e Salomão.  Para os arqueólogos esse seria o teste de conexão entre a capital e o que se acredita que foi a cidade bíblica de Saaraim, no local há 3.000 anos e habitada por israelitas nos tempos de Davi e Salomão, mencionada nos livros de 1 Samuel e 1 Crônicas.

Localizada no vale de Elá, Khirbet Qeiyafa era uma cidade de fronteira do Reino de Judá, frente à frente com a cidade filistéia de Gath. A cidade, que foi datada por 10 medições radiométricas (14C) feitas pela Universidade de Oxford em caroços de azeitona queimados, existiu por um curto período de tempo entre ca. 1020-980 a.C, antes de ser violentamente destruída.  Seu desenho urbano, assinala Garfinkel, não corresponde ao de nenhuma cidade cananeia ou filisteia, tampouco de cidades no reino de Israel. Mas se trata de um “planejamento típico” das cidades da Judeia. “É o exemplo mais recente que temos de uma cidade desse reino, e nos indica que este tipo de planejamento (urbano) já estava em uso nos tempos do rei Davi“.

A tradição bíblica apresenta o povo de Israel como tendo um culto religioso diferente de todos os outros no antigo Oriente Médio por ser monoteísta e sem ícones por causa da proibição da representação de figuras humanas ou de animais. No entanto, não está claro quando essas práticas foram formuladas, se de fato durante o tempo da monarquia (do século X ao século VI a.C.), ou só mais tarde, nas épocas persa ou helenista.  A ausência de imagens de seres humanos ou animais nos três santuários fornece evidências de que os habitantes do lugar praticavam um culto diferente dos cananeus ou dos filisteus, observando a proibição de imagens esculpidas.

Professor Garfinkel mostrando uma das miniaturas.(Crédito: Universidade Hebraica de Jerusalém).

Os achados em Khirbet Qeiyafa indicam também que um estilo arquitetônico elaborado havia se desenvolvido, bastante cedo, tal qual no tempo do rei David.  Essa construção evidenciada pelas miniaturas é típica de construções reais, indicando que a formação do Estado com o estabelecimento de uma elite social e regras de urbanismo na região existiam desde os dias dos primeiros reis de Israel.  Estas descobertas reforçam a historicidade da tradição bíblica e a descrição arquitetônica encontrada na Bíblia do Palácio e do Templo de Salomão.

O Antigo Testamento relata em detalhe os reinados de Davi e Salomão, durante o século X a.C., mas até hoje há pouca evidência desse período.  Não existem provas que sejam aceitáveis por todos os estudiosos, que confirmem sua existência. Em Jerusalém há abundância de vestígios do período do Segundo Templo (século VI a.C.), mas as referências ao primeiro Templo ainda são objeto de debate acadêmico e político.

Uma das mais recentes evidências da época é a muralha de 70 metros, com uma torre alta para vigia que foi desenterrada perto das muralhas da antiga cidade de Jerusalém, há dois anos.  Ela foi identificada como um possível trabalho do rei Salomão. E. estruturas fortificadas do mesmo tamanho foram encontrados em Khirbet Qeiyafa, cuja construção data entre os séculos X e XI a.C.

Miniatura do templo em terracora. (Crédito: Universidade Hebraica de Jerusalém).

Entre as descobertas de agora estão peças de cerâmica, ferramentas feitas de pedra e metal, obras de arte, e três salas que serviriam de santuários. “Os itens encontrados”, diz Garfinkel, “revelam que as pessoas que viviam ali eram monoteístas e não tinham um ícone. Ou seja, não adoravam imagens de escultura de seres humanos ou animais. Os israelitas da Bíblia eram assim, muito diferentes dos povos vizinhosAo longo dos anos, milhares de ossos de animais foram encontrados, incluindo ovelhas, cabras e gado, mas nunca de porcos. Agora descobrimos três salas de culto, com vários apetrechos, mas nenhuma imagem humana ou animal foi encontrada”, disse Garfinkel.

Os três santuários são parte de uma  complexa construção maior. Nesse aspecto, os habitantes desse local eram diferentes dos cananeus ou filisteus, que praticavam sua religião em templos, edifícios separados, dedicados apenas a rituais. A tradição bíblica descreve este fenômeno no tempo do rei Davi: “Ele trouxe a arca de Deus de uma casa particular em Kyriat Yearim e colocá-a em Jerusalém, em uma casa particular” (2 Samuel 6).  Os objetos cerimoniais incluem cinco pedras de pé (Massebot), dois altares de basalto, dois vasos de cerâmica, e  dois santuários portáteis.

Os santuários em miniatura, dois santuários portáteis (ou “modelos Santuário”) que foram encontrados são de diferentes materiais: um feito de cerâmica (cerca de 20 cm de altura) e outro de pedra (35 cm de altura). São caixas na forma de templos, e podem ser fechadas por portas.

O santuário de argila é decorado com uma fachada elaborada, incluindo dois leões, dois pilares de guarda, uma porta principal, vigas no telhado, tecido dobrado e três pássaros que estão no telhado. Dois destes elementos são descritos no Templo de Salomão: os dois pilares (Yachin e Boaz) e têxteis (Parochet).

Miniatura do templo em pedra. (Crédito: Universidade Hebraica de Jerusalém).

O santuário de pedra é feito de calcário fino e pintado de vermelho. Sua fachada é decorada por dois elementos. O primeiro são sete grupos de vigas no telhado, três pranchas em cada um. Este elemento arquitetônico, o “triglyph”, é conhecido em templos clássicos gregos, como o Parthenon, em Atenas. Sua presença em Khirbet Qeiyafa seria o mais antigo exemplo conhecido dessa escultura em pedra, certamente um marco na arquitetura mundial.

O segundo elemento decorativo é a porta encastrada. Este tipo de portas ou janelas é conhecido na arquitetura de templos, palácios e túmulos reais no antigo Oriente Médio. Este era um símbolo típico da divindade e da realeza da época.

O modelo de pedra nos ajuda a entender termos técnicos obscuros na descrição do palácio de Salomão, conforme descrito em Reis I- 7, 1-6. O texto usa a expressão “Slaot”, termo que foi erroneamente entendido como pilar e agora pode ser entendido como triglifo. O texto também usa o termo “Sequfim”, que foi geralmente entendido como nove janelas do palácio, e pode agora ser entendido como “porta tripla de entrada rebaixada.”

Triglifos parecidos com esses e portas embutidas podem ser encontradas na descrição do templo de Salomão (1 Reis 6, versículos 5, 31-33, e na descrição de um templo pelo profeta Ezequiel (41:6). Estes textos bíblicos estão repletos de termos técnicosobscuros que perderam seu significado original ao longo dos milênios. Agora, com a ajuda do modelo de pedra descoberto em Khirbet Qeiyafa, o texto bíblico pode ser esclarecido. Pela primeira vez na história, temos objetos reais do tempo de David, que podem estar relacionados com monumentos descritos na Bíblia.

A questão permanece: estas duas caixas, particularmente, a caixa de pedra, poderia ser um protótipo do Templo Solomonico que não tenha sido construído naquele tempo?  Só porque estes “santuários Qeiyafa” datam do período davídico, não significa que eles são a prova do monoteísmo israelita. A Bíblia menciona vários lugares de cultos e este em Qeiyafa parece estar na mesma categoria. Sem dúvida, mais esclarecimentos virão sobre o assunto nos próximos dias.

Hershel Shanks, editor da revista Biblical Archaeology Review, disse que as descobertas são “extremamente interessantes” e que nem 20% do local foi escavado ainda, então o mais é provável que possa haver alguma surpresa pela frente”.

FONTES: Ritmeyer, Terra, Tradução e adaptação minhas.





Tesouro de moedas celtas encontrado na Suiça

1 04 2012

Moedas de prata de origem celta encontradas na Basileia, ao noroeste da Suiça.

Um tesouro de 293 moedas celtas de prata foi descoberto em Fullinsdorf, no cantão da Basileia, ao noroeste da Suíça.   Primeiro foram algumas moedas apenas mal enterradas a poucos centímetros do solo.  Elas foram encontradas por um homem comum que trabalhava como olheiro de um sítio arqueológico.  Depois, tendo alertado a equipe responsável pelo sítio, foram descobertas mais moedas, quase trezentas ao todo, espalhadas por uma área de 50m², todas bem próximas à superfície.   Este achado é o maior número de moedas celtas já encontradas na Suiça.

Segundo Urs Wutrich, chefe do departamento de Cultura do país, trata-se da descoberta arqueológica mais importante já realizada na Suíça. “É o achado do século“.  As moedas foram, provavelmente, enterradas juntas. Cada peça tem cerca de um centímetro de diâmetro e apenas duas gramas. No total, pesam cerca de 500 gramas.

As moedas são de um tipo conhecido como quinários, uma pequena moeda de prata valendo metade de um denário. Quando foram emitidas pela primeira vez em Roma, em 211 a.C., essas moedas foram denominadas quinário porque  tinham o valor de cinco as (o equivalente a 5 quilos de moedas de bronze). Quando foram reeditados em 101 a.C., ainda valiam metade de um denário, ainda que a reforma monetária tenha feito o denário valer 16 as.  Isso significa que em 101 a.C. o quinário valia oito as.

Os celtas usaram as moedas romanas como modelo, mas  modificaram os detalhes. Suas moedas são menores, apenas um centímetro de diâmetro e dois gramas de peso.  Os quinários romanos tinham uma figura de capacete de Pallas, depois  a imagem de uma Vitória no anverso, e os Dióscuros ( as entidades divinas dos gêmeos Castor e Pólux) a cavalo no verso.

A versão celta também tem uma vitória de capacete no anverso, mas feito em estilo celta e um único cavalo celta no verso.  Essas moedas também tinham no verso escrito em grego, a palavra : KAΛETEΔOY, ou Kaletedou no alfabeto latino.

Existem dois tipos diferentes de quinários no tesouro,  uma moeda mais antiga e outra posterior, mas ambas com a palavra  Kaletedou.  Nós não sabemos quem ou o que ele representa, mas os arqueólogos acreditam que é um nome pessoal, provavelmente pertencente a um chefe gaulês. [NOTA da tradução: muitas das moedas gaulesas de origem celta, existentes no mercado numismático, têm essa palavra inscrita].

Arqueólogos acreditam que as moedas encontradas na Suiça foram enterradas por volta de 80-70 a.C.  E que ainda que tenham sido encontradas espalhadas, elas provavelmente foram enterradas juntas, por alguém tentando escondê-las em local seguro. Não há evidência arqueológica de qualquer localidade ou estrutura em lugar próximo ao da descoberta. Mas sabemos que os celtas habitualmente enterravam seus bens para guardá-los, às vezes perto de um santuário, cuja divindade se tornava guarda permanente.

Atualmente não há como se saber o poder de compra dessas moedas de prata, bronze e ouro na área, naquela época, mas as evidências sugerem que economizar dinheiro acontecia com maior frequência nas áreas ao redor de centros urbanos.  Isso quase não acontecia nas aldeias agrícolas ou em áreas semi-urbanas, características da maioria dos assentamentos das tribos locais celtas.  Na área Füllinsdorf, quem estaria habitanto a região nesse período seriam os Rauraci, uma tribo cliente do helvécios, que  viveu do comércio intra-regional e internacional com os povos do Mediterrâneo.  Ela estava  bem estabelecida na área já no primeiro século a.C.

Depois de 80 a.C., o comércio dessa região foi declinando, pois a área estava particularmente perturbada por guerras locais entre líderes tribais.  Havia pressão dos povos germânicos contra as forças invasoras de Roma.  Com isso a população começou a deixar as áreas menos povoadas em busca da segurança que as cidades fortificadas lhes davam.  Essa tensão crescente levou os helvécios, que habitavam o que hoje é a Suíça, a planejarem, junto com tribos celtas, uma migração em massa para a costa atlântica do que hoje é o território da França.  Isso aconteceu no ano 61 a.C.  Júlio César os impediu. E essa se tornou sua primeira vitória nas Guerras da Gália.

Para quem puder ou estiver interessado em ver esse tesouro, as moedas encontradas em Füllinsdorf estão em exposição no Museu do Cantão da Basileia de 31 de março de 2012 a  23 de setembro deste ano.

Fontes: Terra, The History Blog





Embarcação mongol do século XIII descoberta no Japão

25 10 2011

Samurais japoneses invadindo barcos Yuan.

Os restos de um navio que teria participado da fracassada tentativa do rei mongol, Kublai Khan (1215-1294), de conquistar o Japão, no século XIII, foram encontrados em relativamente bom estado, na costa do país.  Até então só antigas pedras de âncora e balas de canhão haviam sido encontradas aqui e ali datando da investida de esquadras mongóis dessa época.  Os pesquisadores agora acreditam que têm material para melhor entender a tecnologia de navegação do século XIII.  Encontraram um pedaço de 12 m do casco da embarcação, que era feito de tábuas de madeira de 10 cm de espessura e de 15 a 25 cm de largura.  O casco foi descoberto enterrado a 1 metro de profundidade do fundo do mar, próximo da ilha Takashima em Matsuura, no distrito de Nagasaki.  Foi a primeira vez que o casco de um barco usado na invasão mongol foi recuperado.

Os pesquisadores da universidade de Ryukus, em Okinawa,  sob a supervisão do Prof. Yoshifumi Ikeda usaram equipamento ultrasônico para detectar os restos do navio. Os ataques frustrados contra o Japão foram uma das poucas vezes em que os mongóis foram derrotados durante o século XIII.  O casco que parece ter tido 20 metros de comprimento havia sido todo pintado de cinza e ligado por pregos. Tijolos e armas chineses da dinastia Yuan também foram encontrados a bordo.

Os pesquisadores dizem esperar que a descoberta os ajude a entender os motivos da vitória japonesa.  Registros históricos sugerem o número de 4.400 navios, levando 140,000 soldados mongóis desceram no Japão em 1281 e lutaram Cintra os samurais da região ao norte de Kyushu.  Mas que depois de voltarem para os seus navios a esquadra foi dizimada por um tufão devastador que acabou com os planos de invasão dos soldados mongóis. Os japoneses costumam atribuir a vitória a esses ventos e tempestades que destroçaram as embarcações mongóis durante as tentativas de invasões de 1274 e 1281.

Descobertas sob a areia de partes de embarcação mongol do século XIII.

A estrutura do navio lembra a das embarcações chinesas da mesma época. Os mongóis chegaram a desembarcar e ter algum sucesso contra os japoneses, que tinham menos habilidade no arco e flecha. Mas em ambas as ocasiões, os mongóis e as tropas chinesas e coreanas sob seu comando tiveram que bater em retirada por causa de tufões que se aproximavam, impedindo seus planos.

As águas próximas à ilha Takashima são o local onde,  historicamente,  se assumiu a devastação da esquadra em 1281, pelos “ventos divinos”.  O “vento divino”  kamikaze, em japonês, foi a palavra que serviu de inspiração para os pilotos japoneses que se lançaram em ataques suicidas na Segunda Guerra Mundial.

Como nômades da Ásia Central, os mongóis tinham pouca experiência no mar e usaram chineses e coreanos subjugados para construir seus navios. “Acredito que iremos entender mais sobre a construção de navios da época assim como sobre a troca de mercadorias na Ásia Ocidental”, disse o prof. Ikeda.  Ele ainda lembrou que o casco da embarcação deve ter-se mantido em bom estado porque estava enterrado na areia.  Enquanto a estrutura da embarcação, semelhante às usadas pelos chineses do século XII,  levou os pesquisadores a fazerem a associação à frota Yuan.

Fontes: The Telegraph, Terra





Neandertais usavam penas como adorno

24 02 2011
Desenho de possível reconstruão do uso de penas por um Neandertal, de  Mauro Cutrona.

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Arqueólogos  trabalhando num sítio arqueológico, ao norte da  Itália, afirmam ter descobertos indícios de que os Neandertais já utilizavam penas para se enfeitar —  talvez até por ritual simbólico —  há 44 mil anos. A pesquisa aumenta o debate sobre quão distantes eram os Neandertais do Homo sapiens.   O arqueólogo Marco Peresani, paleontologista da Universidade de Ferrara, e sua equipe investigaram 660 ossos de aves de 22 espécies diferentes, encontrados com ossadas de Neandertais na Grotta di Fumane — Caverna  da Fumaça,  ao norte do país. Muitos dos ossos de asas dessas aves estavam cortados e raspados onde as penas de voo estariam presas, o que sugere que as penas eram sistematicamente removidas.

Marcas de corte e raspagem são observadas exclusivamente nas asas, indicando a remoção intencional das grandes penas”,  observou Peresani.

Entre as  22 espécies de pássaros encontravam-se uma espécie de urubu barbado (Gypaetus barbatus), o falcão-da-pata-vermelha (Falco vespertinus),o  abutre preto ( Aegypius monachus), a águia dourada (Aquila chrysaetos), o pombo (Columba palumbus) e a gralha alpina (Pyrrhocorax graculus).  A coloração das penas variava entre as cores negra, azul acinzentada e a cinza alaranjada.  As penas removidas dos pássaros eram as remiges, ou seja, as penas das asas,  as mais longas e mais belas e todas. 

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Sítio arqueológico  na Grotta di Fumane.

Assim como se acredita  que os Neandertais usavam conchas como enfeite, Peresani imagina que as penas também possam ter sido ornamentos.   Essa descoberta corrobora as investigações recentes que sugeriam que os Neandertais usariam conchas coloridas de moluscos como jóias.  Os pesquisadores nesse síitio arqueológico acreditam que plumas também eram usadas como adorno pessoal.    Na verdade, outros usos alternativos para essas penas foram descartados ao longo da pesquisa:  muitos dos pássaros que serviram de fonte  para a plumagem, eram pobres fontes de alimento e nesse período as flechas ainda não tinham sido inventadas. 

As espécies que constam nessa pesquisa;  as características anatômicas do elementos usados, e a localização das interferências humanas nessas modificações, indicam um uso muito mais chegado à esfera simbólica e de comportamento dessa população autóctone européia”, escreveram os pesquisadores.  As  descobertas acirram os debates que questiona, se os Neandertais eram uns brutamontes ou tão sofisticados quanto o Homo sapiens.

Essa pesquisa deve ajudar a descartar os preconceitos contra os Neandertais.  “Ela mostra que nossos primos extintos tinham um conceito especial a respeito de sua aparência física e identificação sócio-ambiental, que é algo frequentemente considerado uma prerrogativa dôo homem anatomicamente moderno”,  Peresani concluiu. “Sabemos que o uso de plumas de pássaros era bastante generalizado e que os humanos sempre atribuíram  grande e forte valor a essa prática, quer por sua significância social, quer para jogos, ou até mesmo na produção de objetos ornamentais e cerimoniais” disse Peresani.  “A reconstrução desse aspecto pouco conhecido e em geral bastante ocults entre os humanos já extintos é uma das metas da nossa pesquisa”.

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Fontes: Portal Terra, Discovery, Live Science.

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ARTIGO SOBRE AS JÒIAS DE CONCHAS DOS NEANDERTAIS





Descoberta uma nova e diferente tumba egípcia de 4500 a.C.

19 10 2010
Foto: EPA/SUPREME COUNCIL OF ANTIQUITIES

Arqueólogos anunciaram, no dia 18 de outubro, a descoberta de uma tumba com mais de 4.500 anos de um líder religioso da corte do faraó Quefren. O local fica ao sul da necrópole dos construtores das pirâmides, no Cairo, Egito.  Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Zahi Hawass, esta é a primeira tumba encontrada na região do platô de Gizé onde as três famosas pirâmides do Egito se encontram.  A tumba data da V dinastia, 2465-2323 a.C., e pertencia a Rudj-ka, o sacerdote que liderava o culto mortuário do faraó Quefren – o faraó responsável pela construção da segunda maior pirâmide de Gizé.  

Foto: Agência EFE

Quefren morreu por volta de 2494 a.C.,  mas o culto religioso dos faraós às vezes se prolongava após suas mortes, de acordo com o arqueólogo e egiptólogo Hawass.  Essa descoberta se difere das feitas até hoje por seu desenho arquitetônico. As paredes dessa tumba eram decoradas com relevos pintados mostrando Rudj-ka e sua esposa em frente a oferendas e em cenas da vida diária.  Autoridades egípcias acreditam que a tumba possa fazer parte de uma grande e desconhecida necrópole em Gizé.

Fontes: Terra e Artdaily





Bracelete encontrado em Israel de 1500 aC

5 08 2010

O governo de Israel divulgou no início desta semana uma imagem de um bracelete de bronze descoberto em Ramat Razimum, sítio arqueológico próximo a Safed, ao norte do país.  Os cientistas acreditam que o objeto foi criado entre 1.550 a.C. e 1.200 a.C., durante a Idade do Bronze.  Isso quer dizer tem mais de 3.500 anos de idade!

Os arqueólogos dizem que o bracelete está em perfeito estado de conservação e tem adornos de chifres de animais , material usado principalmente com referência ao poder, à fertilidade e à lei, o que indica que pode ter pertencido a uma pessoa de alto nível financeiro, de grande poder, na sociedade local da época.

Essas escavações foram realizadas como prelimiar para o desenvolvimento da região: novos bairros, áreas comerciais e uma escola de medicina estão destinados a serem construídos nesse local. 

Karen Covello-Paran, diretora da escavação, descreveu assim a descoberta:  “Nós descobrimos uma pulseira larga, rara,  feita de bronze.  Essa pulseira antiga, que está extraordinariamente bem conservada, é decorada com incisões e bem em cima é adornada com applique de chifres.  Naquele tempo, os chifres eram o símbolo do deus da tempestade. Esse deus representava o poder, a fertilidade e a lei. A pessoa que poderia ter recursos para uma pulseira como essa,  aparentemente  estava muito bem financeiramente, e provavelmente pertencia ao governante aldeia . É interessante notar que outras descobertas feitas em  territórios vizinhos, governantes eram retratados usando coroas com chifres.  No entanto, os chifres usados em uma pulseira, nunca foram encontrados aqui antes”.

A pulseira foi encontrada dentro de uma casa numa  propriedade que data do período cananeu (Idade do Bronze tardia).  Estava  exposta, a flor da terrana durante a escavação, e fazia parte de um antigo povoado que existia na encosta sudeste de Ramat Razim,  numa área rochosa com vista para Mar da Galiléia e para as Colinas de Golã.  A construção foi feita com pedras calcária naturais da região e incluia um pátio central pavimentado cercado por salas que foram habitados e usados como armazéns.  Junto com a pulseira, foi enconttrado  um escaravelho cananeu feito de pedra e gravado com hieróglifos egípcios.  Na antiguidade escaravelhos eram usados como pingentes ou eram embutidos em anéis.  Eram usados como um selo pelas pessoas que os portavam ou como um talismã com poderes mágicos.  Com esses achados aprendemos que os moradores que habitavam esse local estavam também envolvidos no comércio.

Segundo a arqueóloga Covello-Paran, “Esta é a primeira vez que uma aldeia de 3.500 anos foi escavada e exposta no norte de Israel.  Até agora, só as grandes cidades foram escavadas na região: Tel Megiddo ou  Tel Hazo, é um exemplo.   Aqui nós ganhamos um primeiro vislumbre da vida no interior rural do norte, na antiguidade,  e descobrimos que era mais complexo do que pensávamos.  Parece que a pequena aldeia  Ramat Razim constituía uma parte da periferia de Tel Hazor, a maior cidade e mais a de maior importância na região do Canaã, até agora.  E está localizada a cerca de 10 km ao norte da localidade de Ramat Razim “.

Os antigos habitantes de Ramat Razim criavam gado ovino e caprino, e plantavam”, continuou ela, “numerosas mós,  usadas para moer a farinha, foram encontradas no prédio.  Além disso, também encontramos recipientes para armazenamento de grande porte, usados para armazenar grãos e líquidos, que estavam no chão, com mais de um metro de altura.   Um antigo forno para cozinhar foi encontrado em um dos cômodos da parte residencial ao lado de panelas de cerâmica e alguns instrumentos, incluindo lâminas de sílex, uma agulha de comprimento (15 centímetros) intacta que sercia para costurar sacos ou no tratamento de peles, e um pino longo,  decorado,  usado para fechar, ou prender, a roupa“.

A Autoridade de Antiguidades de Israel está trabalhando para integrar o sítio nos planos de desenvolvimento para a região de  Ramat Razim, juntamente com o instituto de pesquisa e escola de medicina.  A intenção é fazer um espaço aberto para os visitantes, juntamente com os outros atrativos naturais da região.

Fonte:  Artdaily