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Nada como um fim de semana chuvoso, um excelente livro de umas 500 páginas – cuja leitura precisa de algumas pausas para não cansar. E a minha mente vagueia pelo espaço… Com essa combinação sempre acho a desculpa de “realmente não posso fazer mais nada” para flanar pelos locais mais extravagantes da rede com uma displicência convincente, uma pausa justificada como bem-merecida. Hoje foi o dia de me perguntar sobre ficção científica e acabar num artigo delicioso na revista MAD SCIENCE, sobre que ficção científica mais se aproxima da realidade intelectual dos cientistas [ Six scientists tell us about the most accurate science fiction in their fields] e mais tarde na mesma revista um artigo também fascinante sobre os mais estranhos conceitos de evolução na ficção cientíca [The most ludicrous depictions of evolution in science fiction history] cujo primeiro parágrafo traduzo livremente, porque me levou a chorar de rir, depois que refleti sobre o assunto.
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Há um monte de exemplos em Star Trek, sobre a duvidosa compreensão dos princípios básicos da biologia, da genética e da evolução. Mas provavelmente o problema mais generalizado se apresenta na explicação de todos os híbridos alienígenas. Há o meio-vulcano: Spock; a meia-Betazed: Deanna Troi; a meia-Klingon: B’Elanna Torres … e isso é apenas a partir das principais castas. Quase toda espécie de humanóide alienígena foi capaz de cruzamento, e até mesmo os híbridos puderam se acasalar sem problemas, principalmente quando Worf e o meio-humano/ meio-Klingon K’Ehleyr se tornaram pais do filho Alexander, que era 75% Klingon. Nada disso deveria ser remotamente possível, e no mínimo todos os híbridos deveriam ter sido estéreis.
Claro, tecnicamente tudo isso tem mais a ver com genética do que com evolução. O problema aparece mais claramente no episódio Da Próxima Geração “The Chase“, que procurou explicar por que todos os diferentes alienígenas pareciam serem praticamente o mesmo (e, por extensão, porque é possível manter o cruzamento com tamanho sucesso). O episódio apresenta uma antiga raça de humanóides que foi extinta bilhões de anos atrás, mas não antes de semearem a galáxia inteira com seu DNA, fazendo com que todas as raças atuais — de seus descendentes– e, portanto, uns primos distantes de outros. Agora, poderia até explicar por que todas as espécies inteligentes são humanóides – embora deva ser salientado que, se os precursores tentavam orientar a evolução da Terra para a criação de uma raça semelhante a eles próprios, a sua intromissão foi incrivelmente sutil. Deveríamos imaginar, para início de conversa, que eles gerenciariam a evolução de tal maneira que não se perdesse tantos milhões de anos com dinossauros dominando do planeta.
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Mesmo assim o problema dos híbridos não é resolvido. A raça precursora explica que eles semearam os oceanos primordiais de mundos onde a vida estava apenas começando a emergir, o que significa que os seres humanos, Klingons, os Vulcanos, e todo o resto deles haviam tido caminhos totalmente separados até então, já que eram organismos unicelulares. (E, a julgar pela explicação dos precursores, os cientistas só deram mesmo uns petelecos em alguns genes das foromas nativas do planeta). Isso significaria que os seres humanos seriam muito mais relacionados aos cavalos, lagartos, formigas … e até mesmo bananas seriam muito mais próximas geneticamente aos seres humanos do que os Vulcanos, e, no entanto, ainda estamos à espera de um meio-humano, banana-meia Sr. Spock.
Para outras considerações sobre a ciência da evolução em outras conhecidas ficções leia o artigo no link abaixo.
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FONTE: MAD SCIENCE
















