O verde do meu bairro: árvore guarda-chuva

13 03 2025
Árvore guarda-chuva, na rua Conselheiro Lafayette, no Posto 6.

Há tempos eu não trago o verde do meu bairro para o blog. Esteve por muitos anos entre as postagens favoritas daqui. Em parte porque meu telefone antigo, o que uso para andar na rua, não produz mais fotos tão boas pelos padrões de hoje, e nas horas em que geralmente ando pela cidade, no calor que tem feito, as ruas estão mais desertas. Também porque ando vendo muito do mesmo nas ruas por que ando aqui no meu canto do Rio de Janeiro.  Ontem, olhando para cima, eu me deparei com as flores em forma de longos dedos cobertos de florzinhas vermelhas, nessa árvore no Posto 6 de Copacabana na divisa com Ipanema.  Custei a achar seu nome.  Acabei consultando uma amiga bem mais versada no assunto.  Essa é a Schefflera actinophylla, conhecida no Brasil como árvore guarda-chuva, árvore-polvo, brassaia, cheflerão.

Fiquei surpresa de ser uma Schefflera. Porque as Scheffleras que eu conhecia até hoje eram arbustos.  Na verdade, tive uma em vaso, dentro de casa nos Estados Unidos, por mais de 20 anos.  Ela cresceu até uns 150 cm.   Mas nunca deu flor, e nunca soube que daria flor.  

Apesar de sua aparência tropical não é natural do Brasil. É nativa das florestas tropicais chuvosas da Austrália, Nova Guiné e Java.  Minha pesquisa na internet me diz que é usada principalmente como árvore decorativa de grandes jardins.  Aqui em Copanema [nome dado pelos moradores a esse quase bairro de Copacabana e Ipanema] ela tem características de que não foi plantada como parte do planejamento urbano da cidade, mas por algum morador, que a plantou em espaço deixado por outra árvore que morreu. 

Muitos talvez não saibam que as ruas da cidade têm árvores que dão sombra, regularmente plantadas pela prefeitura, principalmente nos bairros da zona sul. Essa aqui parece não estar muito feliz, parece estar um tantinho estressada, principalmente quando comparamos com uma árvore dessas bem tratada como a da foto abaixo.  Mas enfeita esse canto do Rio de Janeiro.

 





Corujas e Picasso

13 03 2025

Coruja vermelha sobre fundo negro, 1957

Pablo Picasso (Espanha 1881-1973)

Cumbuca de terracota parcialmente cinzelada, vitrificada

número 3/150

[Christie’s]

 

 

Em 12 de maio de 2020 coloquei aqui neste blog uma pequena postagem sobre Picasso e a coruja de Antibes.  Corujas foram um tema contínuo na obra do artista espanhol desde os anos 40 até o anos 60 do século passado.  Ontem vi que mais uma coruja de Picasso entrava no mercado com venda em leilão, resolvi portanto postar algumas das corujas de Picasso que venho colecionando.  Não, ainda não esgotei minha coleção de fotos desse tema na obra dele.  Espero que gostem.

 

 

Coruja em uma cadeira com ouriços do mar, 1946

Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)

óleo sobre tela

A grande coruja da neve, autorretrato, 1957

Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)

 

 

Coruja, Natal, 1949

Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)

desenho

Coruja

Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)

Cerâmica

 

Coruja, 1957

Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)

medalhão em faiança, série de 100

pintado em frente e verso





Resenha: “O segredo de Espinosa”, de José Rodrigues dos Santos

12 03 2025

Portrait of Benedictus de Spinoza, c. 1665

Anônimo

óleo sobre tela

Biblioteca Herzog August, Wolfenbüttel

 

 

Biografias de intelectuais famosos, pensadores, podem facilmente se tornar narrativas que se perdem nas explicações teóricas sobre as contribuições dos retratados.  Essas podem desinteressar o leitor comum, nem sempre motivado para aulas teóricas na leitura de entretenimento. Ou, na tentativa de agradar a maior público esses livros podem pecar também ao  passarem por cima de teoria representativa da contribuição dos biografados no intuito do texto ser melhor digerido pelo público não especializado.  Esse não é o caso de O segredo de Espinosa, de José Rodrigues dos Santos [Planeta: 2023].  Esse é um livro muito bem escrito, cobrindo a vida do filósofo Baruch Espinosa, nascido na Holanda, judeu marrano de origem portuguesa. que trata por meio de diálogos, uma boa parte dos posicionamentos de Espinoza, fazendo-os acessíveis ao leitor sem entediá-lo.

Essas ponderações são ainda mais pertinentes quando se trata de uma obra que traz ao leitor o papel da religião no dia a dia, assim como na vida do Estado. Espinosa foi um dos grandes defensores da separação entre Igreja e Estado. Levando a racionalidade de Descartes a nível não imaginado anteriormente. Considerado o filósofo que abre a era da modernidade nos estudos filosóficos, ele está hoje entre os filósofos mais influentes do mundo atual. Toda essa importância poderia tornar O segredo de Espinosa difícil de ler, difícil de interpretar, mas José Rodrigues dos Santos fez um excelente trabalho cobrindo desde a infância de Espinosa até seus últimos dias.


 

 

Além de ser fiel aos argumentos de Baruch Espinosa, José Rodrigues dos Santos presenteia o leitor com deliciosas vinhetas da vida na Holanda do século XVII, historicamente confirmadas,  assim como eloquentes cenas da política local, da população em revolta.  Não se recusa tampouco a delinear com precisão as questões religiosas e culturais complexas da época.

Ao longo da Breestraat viam-se as lojas e os armazéns a exibirem os produtos mais variados; muitos provenientes de empresas neerlandesas como a Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais, outros de empresas portuguesas como a Carreira das Índias e a Companhia Geral do Comércio do Brasil, outros ainda de navios oriundos de Veneza, de Antuérpia, de Hamburgo ou de outros pontos, incluindo saques efetuados por corsários marroquinos. As prateleiras enchiam-se assim de porcelanas de Cantão e de Nuremberg, tapetes de Esmirna, tulipas de Constantinopla, sedas de Bombaim e de Lyon, pimenta das Molucas, sal de Setúbal, linho branco de Haarlem, lã de Málaga, faiança de Delft, sumagre do Porto, açúcar do Recife, madeira de Bjørgvin, tabaco de Curaçau, marfim de Mina, azeite de Faro. Havia ali de tudo e de toda a parte, como se o bairro português de Amsterdã fosse o bazar dos bazares, o mercado do mundo.

 

 

José Rodrigues dos Santos

Esse é um romance histórico, uma biografia cuidadosamente construída, que explora a maneira como Espinosa desenvolveu levou adiante as ideias de Descartes.  A obra afirma a retidão de seu caráter, expõe a maneira como as publicações se espalhavam no século XVII, e trabalha a narrativa de tal forma que o leitor não deseja parar de ler.  Foi um presente conhecer esse autor português.  Irei procurar outras de suas obras.  Recomendo sem qualquer restrição, foi para minha lista de favoritos.

 

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.





Hoje é dia de feira: frutas e legumes frescos!

12 03 2025

Natureza morta, 1947

Christina Balbão (Brasil, 1917-2007)

pastel sobre papel, 48x66cm

UFRGS

 

 

Objetos sobre a mesa, 2004

Victor Arruda (Brasil, 1947)

óleo sobre tela, 130 x 110 cm





Minutos de sabedoria: Beatriz Bracher

12 03 2025

O enterro de Siegfried

William Brown Macdougall (Escócia, 1868-1936)

do livro The fall of the Nibelungs, de Margaret Armour, Londres, 1897.

 

 

“Morrer é intransitivo, incompartilhável, sujeito singular, nunca composto. Mesmo as mortes coletivas, holocausto, câmara de gás, chacinas, são mortes individuais. Quem morre, morre só.”

 

Beatriz Bracher

 

Beatriz Bracher (1961)





Curiosidade literária

11 03 2025
Ilustração por IA.

Vladimir Nabokov escreveu um boa parte de seu famoso romance Lolita (1955), enquanto viajava pelo interior dos Estados Unidos com sua mulher.  Paravam nos motéis das estradas para descansar.  Como as paredes eram finas e deixavam o barulho da estrada próxima penetrar, ele ia para o estacionamento do motel, fechava-se no carro e trabalhava no texto de Lolita sentado no banco de trás.

 

 





Nossas cidades: Caxambu

11 03 2025

Paisagem com casario em Caxambu, MG, 1952

Virgílio Tenório Filho (Brasil, ?)

óleo sobre madeira, 29 x 35 cm

 

 





Conto popular versus conto de autor

10 03 2025

 Big Sky Country

Chad Gowey (EUA, 1987)

 

No conto popular não importa o nome nem o local ou o tempo, cada personagem é uma peça para a história funcionar. Por isso ela pode ser recontada eternamente que permanecerá sempre a mesma história. “A moura torta”, “Chapeuzinho Vermelho”, cultura popular. Num conto de autor ou num romance é diferente, são as palavras, exatamente aquelas palavras, que constroem aquela história para sempre única, os personagens crescem, têm nomes, a ação tem idade, finca-se em um tempo. É obra de um homem e não de um povo.

 

 

Em: Antônio, Beatriz Bracher, Editora 34: 2010





Em casa: Even Ulving

9 03 2025

Tocando piano

Even Ulving (Noruega, 1863-1952)

óleo sobre tela. 50 x 67cm





Dia Mundial da Mulher: retratos de mulher na arte brasileira

8 03 2025

Beryl

Emiliano Di Cavalcanti (Brasil, 1897-1976)

óleo sobre tela, 71 X 58 cm

 

 

Figura femina, 1961

Edgar Oehlmeyer (Brasil, 1909-1967)

óleo sobre placa, 40 x 30 cm

 

 

Figura feminina, 2018

Ney Cardoso (Brasil, contemporâneo)

óleo sobre tela,  74 x 65 cm

 

 

Camponesa, 1927

Rodolpho Amoêdo (Brasil,1857-1941)

óleo sobre cartão, 23 x 18 cm

 

 

Figura Feminina, 1952

Samson Flexor (Moldávia-Brasil, 1907-1971)

óleo sobre tela, 100 x 80 cm

 

 

Figura feminina, 1958

Alberto da Veiga Guignard (Brasil, 1896-1962)

óleo sobre tela, 74 X 61cm

 

 

Hanna Andersen com cachorrinho no colo

Alfred Andersen (Noruega-Brasil, 1860-1935)

óleo sobre tela, 61 X 47 cm

 

 

Figura feminina

Antonio Gomide (Brasil, 1895-1967)

óleo sobre madeira, 30 x 22 cm

 

 

A jovem com chapéu de plumas, 1887

Augusto Duarte (Brasil,1848-1888)

óleo sobre madeira, 32 X 24 cm

 

 

Mulher com leque, Bahia, 1953

Tadashi Kaminagai (Japão-França, 1899-1982)

óleo sobre tela, 73 x 60 cm

 

 

Figura de mulher, 1956

Oswaldo Teixeira (Brasil, 1905 – 1974)

óleo sobre tela, 65 x 55 cm

 

 

Mercedes, 1943

Iberê Camargo (Brasil, 1914-1994)

óleo sobre tela, 46 x 42 cm

 

 

Retrato de mulher, década de 1890

João Timótheo da Costa (Brasil, 1879-1932)

óleo sobre tela, 56 x 56 cm

Sem título, 2013

Lucia Helena Redig de Campos (Brasil, contemporânea)

óleo sobre tela, 50 x 70 cm