Cartão Postal, Europa oriental, década de 1950.
SONETO
José Albano
Bom Jesus, amador das almas puras,
Bom Jesus, amador das almas mansas,
De ti vêm as serenas esperanças,
De ti vêm as angélicas doçuras.
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Em toda parte vejo que procuras
O pecador ingrato e não descansas,
Para lhe dar as bem-aventuranças
Que os espíritos gozam nas alturas.
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A mim, pois, que de mágoa desatino
E, noite e dia, em lágrimas me banho,
Vem abrandar o meu cruel destino.
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E, terminado este degredo estranho,
Tem compaixão de mim, Pastor Divino,
Que não falte uma ovelha ao teu rebanho!
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José de Abreu Albano (Brasil, CE, 1882 — França, 1923). Católico fervoroso, eruditíssimo, de temperamento explosivo e comportamento extraordinário. Pouco publicou em vida, e sua obra, pequenina no tamanho, mas grandíssima no valor, permaneceria desconhecida do grande público, não fosse a edição de sua obra pelo poeta Manuel Bandeira em 1948.
Obras:
Rimas de José Albano: Redondilhas (1912),
Rimas de José Albano – Alegoria (1912)
Rimas de José Albano – Cançam a Camoens (1912)
Ode à Língua Portuguesa (1912)
Comédia Angelica de José Albano (1918),
Four sonets by José Albano, with Portuguese prose-translation (1918)
Antologia Poética de José Albano (1918)